Todos os capítulos do A Bailarina do Terrorista - Cativos do Desejo: Capítulo 1 - Capítulo 10
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Capítulo 1 - Bailarina
Capítulo 1O vento gelado entra por uma fresta na janela e passa pelo meu pescoço, me arrancando um leve arrepio. Tento ignorar, mas é impossível.Estou sozinha na sala de preparação, ajustando a fita da sapatilha com dedos trêmulos, não sei se pela temperatura ou pela ansiedade que me corrói desde que acordei hoje. A fita desliza entre os dedos, e faço o nó com mais força, como se aquele simples ato pudesse me manter ancorada à realidade.Esta noite é o meu sonho se tornando possível. Talvez. Respiro fundo, tentando afastar o peso desse “talvez”. Se eu conseguir impressionar os jurados hoje, pode ser a porta de entrada para academias internacionais, programas de aperfeiçoamento ou até mesmo uma chance de ser convidada para uma companhia profissional. Mais que isso, é minha chance de sair do rótulo de "filha dos políticos" e provar que tenho algo a oferecer por conta própria.Mesmo que todos sempre duvidam grosseiramente disso. O espelho na minha frente devolve meu reflexo, mas não pa
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Capítulo 2 - Terrorista
Capítulo 2As luzes retornam abruptamente, ofuscando meus olhos ainda marejados. Antes mesmo que eu possa reagir, sinto dedos firmes ao redor do meu braço. O homem que ouvi ser chamado de Kai está me puxando, com um controle que faz meu coração bater ainda mais rápido. Ele não diz nada enquanto me arrasta até o palco, onde vejo o restante dos reféns já reunidos, todos amarrados. O ar está carregado de pânico, gritos abafados e soluços.Ele me faz sentar ao lado de uma pilastra. Sua mão aperta meu ombro para me manter imóvel enquanto ele pega cordas e amarra meus pulsos e tornozelos. O tecido áspero arranha minha pele, mas não ouso reclamar. Estou tremendo, tentando conter o que parece ser o início de uma crise de pânico.Quando Kai termina, ele permanece ajoelhado na minha frente. Seus olhos percorrem meu rosto e, por um momento, penso ver algo mais ali – talvez curiosidade, talvez dúvida. Ele inclina a cabeça levemente, e então sua mão se move para o colar que pende no meu pescoço.O
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Capítulo 3 - Perseguição
O ar ao meu redor parece sufocante, como se cada respiração que eu tentasse tomar fosse interrompida pelo medo, que nesse momento parece estar materializada como uma pedra no meu peito. Kai me guia pelo corredor estreito, suas mãos firmes segurando meu braço, mas não apertado. Há algo estranhamente reconfortante em seu toque, e eu não sei dizer o porquê. Ele está calado, o que pode deixar tudo ainda mais perturbador, no ponto de vista de uma vítima. Talvez ele só esteja pensando em coisas triviais, Amélie…Tento me acalmar, evitando lembrar da forma brusca em que ela arrancou o colar do meu pescoço. Quando chegamos ao banheiro, ele abre a porta com cuidado, mas não me solta imediatamente, olhando dentro do cômodo com um olhar aguçado. Então seu olhar parece pesar sobre mim quando me solta, avaliando cada movimento meu, como se pudesse prever o que eu faria. — Entre. — Ele diz, sua voz baixa, quase um sussurro. Eu entra, porém meus pés criam raízes no chão quando percebo a situaçã
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Capítulo 4 - Tentação
O palco, que antes significava o lugar em que eu realizava meus sonhos, agora vem se transformando em um espaço sombrio e opressor. O som de murmúrios e suspiros abafados se mistura com os passos apressados dos terroristas. Kai me colocou em seu casaco na floresta e me trouxe de volta para dentro. Ele deu desculpas para a nossa demora. Os outros me olharam estranho, mas não ousaram questionar Kai.Ele me colocou de volta no meu lugar, encostada na pilastra. Alguns minutos depois, trouxeram uma Noemie muito machucada e a jogaram junto dos outros. Eu não ousei olhar muito tempo em sua direção, não querendo imaginar o quanto a machucaram e muito menor deixar a culpa me corroer. Voltaram a negociar normalmente com o governo através de celulares descartáveis depois que perceberam que não há ninguém de grande valor entre nós. O que é um verdadeiro alívio para mim. A atmosfera permanece densa enquanto o relógio avança, levando-nos para o coração da madrugada. Eu estou aqui, amarrada novame
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Capítulo 5 - Primeira vez
Capítulo 5Ele beija o meu pescoço. E eu arfo. — Você… — Minha voz soa um sussurro perdido no momento, enquanto as sensações estranhas tomam conta do meu corpo.Sensações que eu não deveria sentir. Pelo menos não por um criminoso. — O que tem eu?Eu suspiro, lutando com as borboletas idiotas que se agitam no meu estômago.— Você cheira a dias chuvosos… — É tudo o que eu consigo dizer quando a minha mente se fragmenta.A parte sensata está escondida, apenas observando de longe, mas há uma fita em seus lábios que a impedem de gritar para que eu ouça. Ela sempre esteve dominando e agora sente o quão ruim é ser dominada pela outra parte da minha consciência. Ele sorri contra a minha pele. Sinto sua mão deslizar pelas minhas costas, me pressionando ainda mais fortemente contra seu corpo duro e quente.Nunca senti um homem tão forte pressionado contra mim. É como se seus músculos fossem de pedras.Isso me diz mais sobre ele do que ele gostaria que eu soubesse. A tensão entre nós cresce
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Capítulo 6 - Suspiros no Banho
Capítulo 6O corpo de Kai é quente enquanto me carrega até o banheiro. Eu não tenho forças para andar sozinha. E eu sou uma dançarina… não consigo deixar de pensar no quão ferrada eu estou. Ele me deixa dentro de uma das pequenas cabines do chuveiro, fechando a porta para me dar privacidade. Em poucos segundos a água quente escorre pelo meu corpo, lavando as marcas do que acabara de acontecer. Observo, em silêncio, os vestígios do seu toque e de tudo o que havíamos feito desaparecer na água, seu esperma misturado com o meu próprio sangue. A dor ainda está presente, mas a sensação de estranheza domina minha mente. Não sou mais virgem. E apesar de nunca ter me apegado demais a esse termo, eu me sinto nua agora que ele foi tirado de mim. Por mais que eu queira me afastar de tudo isso, algo dentro de mim está confuso, atraído. Eu sei o que aconteceu, mas não sei o que eu realmente sinto sobre isso. Lá fora, Kai está se limpando. Eu posso ouvir seus movimentos, sua respiração, enquan
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Capítulo 7 - Novas Ameaças
Capítulo 7Acordo com um choque. Não um susto comum, mas algo brutal e violento. Minhas roupas são agarradas com força, minha gola quase estrangulando meu pescoço enquanto sou erguida sem cerimônia dos assentos.Um grito escapa da minha garganta quando percebo um dos terroristas me agarrando, seus olhos brilhando com raiva.— Você devia ter nos contado! — Ele rosna na minha cara, e mesmo que esteja usando a máscara, eu me sinto aterrorizada.Meus músculos estão completamente tensionados, eu tento me afastar dele, me questionando o que diabos aconteceu enquanto eu dormia.— Temos que nos livrar dessa puta! — Ele grita para os outros, sua voz carregada de ódio e impaciência.Ele me segura como se eu fosse um lixo e estivesse prestes a me descartar. Um arrepio percorre a minha espinha, como se cada célula do meu corpo percebesse o perigo iminente.Um empurrão violento me joga contra a parede. Minha cabeça bate no concreto, e a dor lateja instantaneamente, mas meu pânico é maior do que qu
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Capítulo 8 - Despedidas
Capítulo 8 A palma da minha mão está úmida quando Kai a segura. Ele me guia de volta ao centro do teatro, onde o restante dos terroristas e reféns aguardam.A tensão é quase palpável. Os reféns estão amontoados, alguns em lágrimas, outros encarando o vazio com olhos mortos. Um calafrio percorre a minha espinha. Sou como eles, e ao mesmo tempo não sou.Será que eles notam a minha relação com Kai? Será que me culpam por não estar amarrada como eles, sofrendo lentamente como eles? Eles não são apenas outros reféns como eu para mim. Meu professor de balé está entre eles. Minhas colegas de dança. Jurados que eu estudei a vida inteira para lhes causar uma boa impressão. É muito triste como agora todos foram rebaixados ao mesmo título. Reféns. Porque mesmo que eu seja isso também, é notável a mão de Kai na minha, a forma como seu corpo se coloca na frente do meu de forma protetora. Os outros terroristas nos encaram, seus olhos passando de nossas mãos unidas até nossos rostos. — Estamos
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Capítulo 9 - Resgate
Capítulo 9 O cheiro de pólvora e suor misturam-se ao ar pesado, carregado pela tensão crescente. O colete falso aperta em meu peito, repleto de dispositivos que devem parecer com bombas, quase como se fosse real. E a arma pressionada contra a minha têmpora parece mais fria a cada segundo.Não importa se é apenas a mão de Kai a pressionando contra mim, nem que ele esteja fazendo movimentos circulares nas minhas costas para me manter calma. Ainda é aterrorizador.Cada passo para fora do teatro é um ato de resistência contra o pânico que ameaça me dominar.— Continue andando, Amélie. — Kai sussurra atrás de mim, sua voz baixa e firme. Estranhamente reconfortante. — Lembre-se, eles precisam pensar que você está correndo perigo, que está com medo de mim. Que eu posso te machucar e isso a aterroriza, está bem?Meu corpo inteiro treme. Estou com medo. Mas não dele. Oh, céus. Não de Kai, mesmo sabendo o quão cruel ele pode ser com suas outras vítimas. Saber que é ele quem está aqui comigo é
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Capítulo 10 - Kai
Capítulo 10Alguns dias depois— Na noite de 17 de Novembro um grupo de terroristas invadiu o Teatro Coliseum e fez cerca de 22 pessoas de reféns, dentre elas as bailarinas que se apresentavam, o diretor de dança Julien Armand, a filha do deputado Moreau e cinco jurados que avaliavam o desempenho das jovens naquele momento. Durante a madrugada eles tentaram acordos com a polícia para trocar os reféns por dinheiro. No dia seguinte conseguiram um acordo com o deputado Moreau para que conseguissem fugir em troca da filha do deputado. — O homem começa a apresentar a reportagem.É a mulher sentada ao seu lado quem continua:— Eles entraram em um acordo e colocaram coletes bombas em todos os reféns, inclusive na bailarina Amélie Moreau. O problema ocorreu quando ao fazer a troca e enquanto os terroristas fugiam, uma equipe de desarmamento de bombas constatou que o colete em Amélie era falso. Logo, todos presumiram que as bombas em coletes eram apenas um blefe dos criminosos.— Conseguiram de
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