O ar ao meu redor parece sufocante, como se cada respiração que eu tentasse tomar fosse interrompida pelo medo, que nesse momento parece estar materializada como uma pedra no meu peito. Kai me guia pelo corredor estreito, suas mãos firmes segurando meu braço, mas não apertado. Há algo estranhamente reconfortante em seu toque, e eu não sei dizer o porquê. Ele está calado, o que pode deixar tudo ainda mais perturbador, no ponto de vista de uma vítima. Talvez ele só esteja pensando em coisas triviais, Amélie…Tento me acalmar, evitando lembrar da forma brusca em que ela arrancou o colar do meu pescoço. Quando chegamos ao banheiro, ele abre a porta com cuidado, mas não me solta imediatamente, olhando dentro do cômodo com um olhar aguçado. Então seu olhar parece pesar sobre mim quando me solta, avaliando cada movimento meu, como se pudesse prever o que eu faria. — Entre. — Ele diz, sua voz baixa, quase um sussurro. Eu entra, porém meus pés criam raízes no chão quando percebo a situaçã
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