Capítulo 8 - Despedidas

Capítulo 8 

A palma da minha mão está úmida quando Kai a segura. Ele me guia de volta ao centro do teatro, onde o restante dos terroristas e reféns aguardam.

A tensão é quase palpável. Os reféns estão amontoados, alguns em lágrimas, outros encarando o vazio com olhos mortos. Um calafrio percorre a minha espinha. Sou como eles, e ao mesmo tempo não sou.

Será que eles notam a minha relação com Kai? Será que me culpam por não estar amarrada como eles, sofrendo lentamente como eles? 

Eles não são apenas outros reféns como eu para mim. Meu professor de balé está entre eles. Minhas colegas de dança. Jurados que eu estudei a vida inteira para lhes causar uma boa impressão. É muito triste como agora todos foram rebaixados ao mesmo título. Reféns. 

Porque mesmo que eu seja isso também, é notável a mão de Kai na minha, a forma como seu corpo se coloca na frente do meu de forma protetora. 

Os outros terroristas nos encaram, seus olhos passando de nossas mãos unidas até nossos rostos. 

— Estamos aqui. Diga o plano. — Kai diz com uma firmeza quase impaciente. 

— Tem polícia pra caralho lá fora. Não existe forma de sairmos daqui com um acordo qualquer. Se entregarmos os outros e ela em troca de apenas dinheiro, não conseguiremos sair. Eles vão nos pegar antes que tenhamos chances de fugir. 

— Nós não vamos levar ela com a gente. — Kai diz como um ponto final, sua postura tão séria quanto sempre, como se nada o afetasse.

Mas o aperto em minha mão revela o quão rígido ele está. 

— Ah, quando foi que você se tornou tão protetor com uma garotinha frágil? Pensei que seu tipo fosse mulheres mais maduras.

— Chega. — O mesmo que deu o aviso a Kai mais cedo sobre mim, agora interrompe o que provavelmente levaria a uma confusão. — Paul, fale o que nós chegamos a discutir. Nosso plano não é levá-la com a gente, Kai. Mas depois de ouvir o que planejamos talvez você comece a considerar.

Um arrepio percorre a minha espinha, ouvindo eles falarem sobre mim, decidindo a minha vida como se eu não estivesse aqui, ou melhor, como se não importasse se estou aqui ou não. 

— Vamos usar a garota para garantir o que queremos. — Ele anuncia, apontando para mim com um dedo acusador. — Continuaremos com nosso acordo. Iremos devolver os reféns em troca de dinheiro. Mas para fugir… usaremos ela. O deputado não vai deixar que nada aconteça com a sua princesinha. Pensamos inicialmente em levarmos ela com a gente em nosso carro é só deixar ela ir embora quando percebêssemos que não estávamos mais sendo seguidos. Mas tem algumas falhas nesse plano e eu não quero arriscar, eles poderiam se esconder nos arredores e apenas esperar que a gente deixasse ela para nos atacar, é por isso que eu sugeri uma ideia incrível. 

Um dos outros terroristas traz uma mochila para o círculo. Ele j**a o conteúdo dela no chão e um colete cai aos meus pés. Ergo uma sobrancelha, confusa. Kai aperta a minha mão com um pouco mais de força e sei que o que quer que seja, ele não gosta de ideia.

— Ainda temos essa belezinha aqui. — Paul ri. — Vamos colocar nela e dizer ao papaizinho dela o que faremos com ela, diante dos olhos dele caso algum de nós não consiga fugir. 

Eu olho para Kai e ele parece tenso.

— E o que vocês vão fazer? — A pergunta escapa pelos meus lábios antes que eu possa ter tempo de raciocinar quão horrível é essa ideia. 

Os olhos crueis dos terroristas se viram para mim e de repente eu me sinto pequena e medrosa novamente. Paul enquanto outro mais sério apenas se inclina na parede, me observando com curiosidade. 

— Isso está fora de cogitação. — Kai diz antes que me respondam. 

Paul ri, o som áspero ecoando pelo teatro vazio. Ele cruza os braços, inclinando-se ligeiramente para frente, como se saboreasse a tensão no ar.

— Fora de cogitação? Desde quando você manda aqui, Kai? — Ele inclina a cabeça, seus olhos zombeteiros fixos no homem ao meu lado. — Estamos todos no mesmo barco, ou você esqueceu disso?

Kai permanece firme, seu olhar fixo em Paul. Ele não solta a minha mão, e isso parece irritar ainda mais o grupo.

— Estou dizendo que isso não vai funcionar, — Kai insiste, sua voz grave e controlada. — É imprudente, arriscado e completamente desnecessário.

Paul dá de ombros, um sorriso cínico brincando em seus lábios.

— Imprudente? Talvez. Mas é eficiente. E nós precisamos de eficiência agora.

Meu coração martela tão forte que sinto cada batida ecoar em meus ouvidos. Olho para o colete no chão e depois para Kai. Ele não desvia o olhar de Paul, mas há algo nos seus olhos que me faz estremecer: uma mistura de raiva e... medo?

— Paul, isso pode dar errado, e você sabe disso, — Kai diz, sua voz ficando mais baixa, mais perigosa.

Outro terrorista, o homem mais sério que até agora estava encostado na parede, finalmente fala.

— Se tiver outra ideia, Kai, agora é a hora de dizer. Porque, sinceramente, o que temos é uma boa estratégia.

A tensão aumenta. Parece que todos estão esperando por algo, e eu percebo que esse "algo" pode muito bem ser o momento em que minha vida muda para sempre.

— Não. — Minha voz corta o silêncio, surpreendendo a mim mesma. Estou tremendo, mas me forço a continuar. — Meu pai tem influência suficiente para garantir que vocês consigam sair daqui. Ele pode envolver militares e direcionar tudo de forma que ninguém os siga. Se entrarem em um acordo com ele, ele fará isso.

Paul ri, uma risada áspera e descrente, enquanto se aproxima de mim. Seus olhos me sondam com curiosidade e um toque de desprezo.

— Ah, é? E como teremos certeza de que ele não vai nos passar para trás?

Minha garganta seca, e sinto o olhar de Kai em mim. Não sei o que dizer, mas consigo balbuciar:

— Vocês podem fingir que estão colocando o colete de bombas em mim. Meu pai vai ficar desesperado o suficiente para garantir que tudo seja legítimo. Ele não vai deixar que nada aconteça comigo. Sou a coisa mais preciosa para ele.

Minto com todas as forças, tentando parecer confiante. Paul estreita os olhos, avaliando minhas palavras. Por um momento, sinto que ele consegue enxergar a verdade por trás delas. Mas então, ele assente lentamente, parecendo satisfeito.

— Tudo bem. Me parece acessível. Qual é o número do merda do seu pai?

A pergunta me atinge como um soco, mas não hesito. Passo o número enquanto eles pegam um telefone irrastreável. Sinto o peso de cada dígito que pronuncio, como se fosse uma sentença.

Os terroristas fazem a ligação, e os minutos seguintes são um borrão. A tensão se dissipa levemente quando os homens começam a comemorar. Estão confiantes de que conseguirão escapar com uma quantia absurda de dinheiro.

Paul se aproxima com o colete, um sorriso malicioso curvando seus lábios. Ele balança o objeto diante de mim.

— Eu mesmo posso colocar nessa gracinha.

— Nem morto! — A voz de Kai corta o momento. Ele avança, pegando o colete de suas mãos, a raiva evidente em cada movimento.

Os outros riem, provocando.

— Tá caidinho pela bailarina, hein? — Um deles brinca, arrancando risadas do grupo.

Kai não reage. Em vez disso, agarra minha mão e me conduz para longe deles, para o escritório do diretor do teatro. Lá, ele me senta sobre a mesa com cuidado.

Meu corpo treme, e as lágrimas que segurei até agora ameaçam escapar.

— Vai ficar tudo bem, — Ele diz, sua voz baixa e firme. — Você vai sair daqui. É isso que queria, não é?

Eu o encaro com olhos arregalados e marejados. Hesito antes de assentir, sabendo que o que eu digo pode ser uma mentira.

— Sim… — Sussurro, a palavra quase inaudível.

Kai suspira, como se carregasse o peso do mundo em seus ombros. Por um momento, ele apenas me observa, como se quisesse memorizar cada detalhe. Então, ele se inclina e pressiona seus lábios contra os meus.

O beijo é breve, mas cheio de algo que não consigo decifrar. Ele se afasta, e eu solto um suspiro trêmulo.

— Eu ainda vou te ver dançando novamente, bailarina, — Ele murmura, seus olhos fixos nos meus.

As palavras dele soam como uma promessa, mas sinto no fundo que talvez sejam uma despedida. A tristeza me invade, e antes que eu possa pensar, minha mão se move até o cinto de sua calça, buscando um último momento que torne tudo isso menos vazio.

Kai hesita, mas não me impede. A sala parece se fechar ao nosso redor, enquanto tentamos nos agarrar a algo real no meio do caos. Seus lábios beijam os meus novamente, me devorando de uma forma que eu aprecio, chupando meus lábios e a minha língua como se as reivindicassem como seu. Tudo seu.

Minhas mãos se apressam em lidar com seu cinto, mas minha habilidade com isso é zero e acabo me atrapalhando. Seus lábios deixam os meus para beijar meu pescoço, chupando a minha pele, deixando marcas que eu não me importo mais se alguém as veja. 

Eu quero que vejam! Quero que olhem para mim e saibam que fui dele. 

Isso provavelmente não é algo de que as pessoas se orgulham, do tipo “olhem para mim, eu transei com meu algoz, e ele nem precisou me forçar para eu dar a minha boceta para ele”, mas aqui estou, toda contente de que terei mais marcas nele em mim, o suficiente para eu não achar que tudo o que aconteceu foi uma grande loucura da minha cabeça. 

Quando sua calça está aberta, me empurro para fora da mesa, meu corpo deslizando até que eu esteja de joelhos na sua frente. Eu noto a forma como seus olhos escurecem, o movimento dos seus ombros, do seu peito enorme. E tudo isso me acende de uma forma que eu nunca estive, mas é tão bom, tão extasiante e até mesmo o nervosismo de estar fazendo algo que eu nunca fiz me faz sentir viva.  

Eu tiro seu p de dentro da sua calça e é… fenomenal. Simplesmente fenomenal. Essa é a palavra que o resume como um todo, tão bonito, inchado e pulsante.

A minha boca saliva e sem pensar duas vezes eu o coloco na boca, o provando e o chupando da mesma forma que ele faz com a minha boca. Eu lhe dou prazer e isso me satisfazer. Sei disso porque ele geme, porque seu corpo se torna uma pedra e até mesmo respirar o faz tremer. 

E é tão excitante saber que sou a pessoa que o causa essas reações…

O seu membro alarga os meus lábios. Ele é grosso e é difícil manter, mas eu quero lhe dar prazer e me torno sua boneca. Kai agarra o meu cabelo e guia os meus movimentos. 

— Afrouxa a mandíbula, princesa. 

Coloco a minha língua para fora e minha mandíbula fica frouxa quando Kai simplesmente começa a foder a minha garganta. Eu sinto sua glande batendo inchada na minha guela, me fazendo lacrimejar e aguentar enquanto ele alcança seu prazer comigo. 

Tenho que me apoiar em suas coxas para permanecer na minha posição. Eu sinto quando seus músculos se tensionam, percebo como seu gemido soa trêmulo e eu sei o que está para acontecer. Fecho meus lábios ainda mais fortemente ao redor do seu pau, sua cabecinha roçando em meus lábios. Ele pulsa e geme alto quando seus jatos são depositados na minha boca, deslizando pela minha garganta, forçando a engolir. 

E eu o tomo. Tomo como precisasse disso. Dele. Não apenas uma parte do seu corpo temporariamente. Como uma lunática, eu nem sei porque preciso dele dessa forma. 

Seu pau desliza para fora da minha boca e eu consigo respirar. Não preciso me olhar no espelho para saber a bagunça em que me encontro. Sinto minha pele tão quente, tão melada com a sua sujeira, seu líquido manchando meus lábios.

Seu peito sobe e desce quando olha para mim. Seus olhos azuis estão em um tom tão profundo que se assemelha ao preto. E eu o encaro. 

Ainda respirando profundamente, ele segura seu pau e desliza a cabecinha pelos meus lábios, os misturando com a minha saliva. Minha boceta está pulsando, necessitada dentro das calças que ele me deu. Eu tenho que me segurar muito para não a tocar, desejando me dar algum alívio. 

Não preciso lutar muito contra isso. Em poucos segundos, Kai está me erguendo, me segurando pela nuca e devorando meus lábios com os seus. Eu me derreto.

— Quer aprender um movimento de dança novo, bailarina? — Ele sussurra entre nossos beijos.

Meus lábios estão inchados quando ele se afasta. Respiro pesadamente, sentindo aquela eletricidade gostosa que só acontece quando estou perto dele, quando estou o olhando ou quando estou o tocando. 

Encaro quando Kai se senta no couro do sofá do escritório de Julian. Seu pau está lindamente apontado para cima, tão imponente e duro como se eu não tivesse acabado de o ordenhar com meus lábios. 

— Não sabia que você conhecia movimentos de dança. — Sussurro e percebo ele sorrir, sua mascara erguida expondo seus lábios.

Ele tem covinhas

— Ah, eu conheço. E uns que você nunca teve o prazer de experimentar.

Ergo uma sobrancelha e sorrio. Me aproximo.

— Então me ensine… — Minha voz soa baixa e quase submissa.

Sentado do sofá, ele agarra a minha cintura e olha em meus olhos enquanto beija o meu estômago. 

— Senta… — Ele pede com a voz rouca. — Monta em mim, bailarina… Me mostra quão boa você usa esse corpo…

Seu pedido me causa uma avalanche. Kai segura a minha bunda sob a calça. 

Um calafrio percorre a minha espinha. Observo com olhos atentos enquanto Kai puxa a minha calça para baixo, me expondo toda molhada para ele. Me apoio em seus ombros e me sento em seu colo, seu pau cutucando a minha entrada. 

— Me fala algo sobre você? 

Percebo ele franzir o cenho sob a máscara, mesmo com sua respiração pesada. 

— Algo sobre mim? — Sua voz soa rouca, revelando a sua excitação.

Eu assinto, meu quadril se movendo sobre seu membro de forma excitante. O atrito entre nossos corpos me causa um arrepio que faz eu encolher os dedos do meu pé. 

— Sim… qualquer coisa… qualquer mínima coisa que seja. Me conta algo que eu ainda não sei sobre você… — Eu imploro entre gemidos de satisfação, não sabendo dizer o que preciso mais, se é sentir esse prazer avassalador que percorre nossos corpos quando estamos juntos ou se saber sobre ele.

Ele rosna, agarrando meus quadris com força ao enterrar seus dedos na minha carne. 

— Quer uma verdade sobre mim, bailarina? Aqui vai uma. Eu sou um monstro egoísta para caralho! — Ele me agarra pela minha nuca, trazendo meu rosto para perto do seu com uma brutalidade que me faz gemer. Seu quadril se empurra para mim, seu pau deslizando para dentro de mim com uma lentidão que me faz revirar os olhos. — Quero que o dinheiro se foda! Quero que a fuga de cada um daqueles malditos se fodam! Quero levar você comigo para onde quer que eu vá. Quero ser egoísta para caralho e manter você comigo, presa no meu mundinho sujo, sempre disponível para eu foder essa boceta apertada e sempre disponível para dançar para mim.

Oooh… — Gemo sem esconder a minha fraqueza em suas palavras, seu nariz pressionado ao meu ainda com a brutalidade em que ele me segura pela nuca, forçando nossos rostos próximos. 

— Esse é quem eu sou, bailarina! — Rosna, empurrando com força para dentro de mim, forçando meu quadril de encontro ao seu, me fazendo montar ele. — Egoísta e cruel para caralho. 

E ele me beija, engolindo meus gemidos enquanto nossos movimentos se tornam frenéticos. Meus mamilos endurecem e nós dançamos juntos, meu corpo abraçando o seu enquanto tomamos nosso ritmo urgente e delicioso. 

Eu gozo em lágrimas, gemendo seu nome contra seus lábios e ele goza dentro de mim, tremendo e em deixando marcas com as suas mãos. 

— E quer mais uma informação sobre mim, bailarina? — Ele sussurra ofegante, nossas festas coladas enquanto tentamos nos recuperar do que aconteceu. — Você é a primeira mulher a me fazer perder o controle. 

Eu abro os meus olhos parcialmente, me sentindo sonolenta e cansada, mesmo com toda essa eletricidade que nos conecta me percorrendo. É a nossa conexão, nossa química. Urgente, visceral e necessitada. 

— Eu te faço perder o controle? — Pergunto timidamente, abraçando-o pelo pescoço enquanto Kai faz carinho nas minhas costas. — Você em parece sempre tão controlado. 

Ele suspira e franze o cenho sob a máscara. 

— Não. Eu não transo com minhas vítimas. Eu não persigo elas na floresta pensando em fodê-las. Não faço carinho. Eu não me abro, porra! — Ele suspira pesadamente, seus olhos ainda fechados. — Mas você é como uma tempestade na minha vida, com esses lindos olhos verdes. Eu quero esculpir joias da cor dos seus olhos e emoldurar em todos os lugares em que eu possa ver para nunca esquecer o tom que ele assume quando você goza, quando você sorri e quando chora. 

Ele finalmente abre os olhos e passo um polegar pelas minhas lágrimas derramadas em minhas bochechas pelo orgasmo avassalador. 

— Eu não deveria me sentir assim. Eu só te conheço há algumas horas. 

Uma pedra se aloja em meu peito enquanto o encaro. A verdade é que é muito aterrorizador e aliviante ao mesmo tempo perceber seus sentimentos sobre mim. É como se ele estivesse me dizendo muito mais do que realmente pudesse dizer e eu entendo. 

E em meus olhos eu o respondo: Me sinto da mesma forma. 

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