Capítulo 5
Ele beija o meu pescoço. E eu arfo.
— Você… — Minha voz soa um sussurro perdido no momento, enquanto as sensações estranhas tomam conta do meu corpo.
Sensações que eu não deveria sentir. Pelo menos não por um criminoso.
— O que tem eu?
Eu suspiro, lutando com as borboletas idiotas que se agitam no meu estômago.
— Você cheira a dias chuvosos… — É tudo o que eu consigo dizer quando a minha mente se fragmenta.
A parte sensata está escondida, apenas observando de longe, mas há uma fita em seus lábios que a impedem de gritar para que eu ouça. Ela sempre esteve dominando e agora sente o quão ruim é ser dominada pela outra parte da minha consciência.
Ele sorri contra a minha pele. Sinto sua mão deslizar pelas minhas costas, me pressionando ainda mais fortemente contra seu corpo duro e quente.
Nunca senti um homem tão forte pressionado contra mim. É como se seus músculos fossem de pedras.
Isso me diz mais sobre ele do que ele gostaria que eu soubesse.
A tensão entre nós cresce de forma palpável, uma força silenciosa que parece nos empurrar um para o outro. O som dos passos lá fora desaparece na minha mente, ofuscado pela intensidade do olhar de Kai, que permanece fixo em mim. Ele abaixa a cabeça lentamente, como se me desse tempo para recuar, mas eu não me movo. Não consigo.
— Você ainda não respondeu. — Ele murmura, os lábios a poucos centímetros dos meus. — Quer que eu pare?
Eu deveria dizer que sim. Deveria gritar, fugir, qualquer coisa. Mas tudo o que faço é balançar a cabeça negativamente, minha respiração se tornando pesada. O alívio que vejo em seu rosto é quase tão desconcertante quanto o calor que sinto irradiar dele.
Ele me puxa para mais perto, suas mãos envolvendo meu rosto com uma delicadeza surpreendente para alguém como ele. O toque é quente, quase reverente, e quando seus lábios finalmente encontram os meus, o mundo ao nosso redor parece desaparecer. O beijo é lento, exploratório, como se ele quisesse memorizar cada detalhe, cada reação.
Minhas mãos sobem hesitantes até seus ombros, segurando-o como se ele fosse uma âncora. Há algo vulnerável no modo como ele me segura, como se estivesse tão exposto quanto eu, e isso me faz confiar nele de um jeito que não consigo explicar.
Ele se afasta apenas o suficiente para buscar meu olhar, como se quisesse ter certeza de que estou bem. Meu rosto deve mostrar o quanto estou perdida nesse momento, porque ele sorri, um sorriso pequeno e quase doce.
— Não precisa ter medo, Amélie. — Ele sussurra, sua voz mais suave do que nunca.
Antes que eu possa responder, ele me guia para o chão forrado com almofadas improvisadas. E por um segundo eu penso que ele pode ter premeditado que isso iria acontecer. O pensamento some quando sua mão gigante desliza pelo contorno dos meus seios, pelas minhas costelas, cintura e então quadris. Ele aperta com força enquanto seus lábios continuam a explorar os meus. Uma onda de arrepio percorre o meu corpo e me sinto mole, quase como uma boneca em suas mãos.
E Deus… eu nem sabia que era possível se sentir assim.
Sempre pensei que o sexo era mais sobre o bem estar. Eu gosto de uma pessoa, ela me faz sentir confortável, então farei sexo com ela.
Eu estava errada. Muito errada enquanto seu toque me causa arrepios e me deixa mole e completamente excitada sob essa roupa apertada.
No fundo eu já sabia disso. Sabia que se tratava de prazer e talvez um pouco de paixão quando beijos em lugares escuros não me deixavam realmente excitada.
Eu precisava de mais!
Precisava de algo como isso!
Ele se apoia em uma mão ao lado do meu rosto quando nossos lábios se separam. Seus olhos azuis profundos cumprimentam os meus enquanto os dedos da sua mão brincam com as bordas do meu colã. Acho que ele tem a capacidade de ler os meus pensamentos, pois a intensidade em seus olhos não é normal.
Kai sorri, e em um movimento sutil e muito habilidoso, ele desfaz os botões do meu colã, localizados na minha virilha.
Seus olhos não abandonam os meus enquanto ele desliza o tecido para cima, revelando partes de mim que nunca ousei mostrar a ninguém. Ele umedece os lábios com a língua. Eu arfo quando ele engancha os dedos na minha meia calça transparente e rasga seu tecido apenas com um movimento.
— Kai! — Exclamo e ele sorri, se inclinando para beijar meu pescoço novamente.
Minha pele queima com as sensações dos seus beijos, como se ele fosse aquele com o dom de me acender, de me despertar.
Como isso é possível? Por que não um cara comum, com uma vida parecida com a minha, que eu possa me apaixonar de forma normal e que possa me tocar assim para sempre?
Meu Deus, estou perdida.
Seus dedos brincam com a minha calcinha, me acariciando em círculos lentos. Eu arqueio as minhas costas, o susto por ser tocada nesse lugar, ruborizando minhas bochechas e levando um gemido dos meus lábios.
— Molhadinha… — Ele sussurra e eu coro violentamente.
Ele tira a minha calcinha em um movimento rápido demais, apressado e quase desesperado e depois agarra as minhas coxas com as duas mãos e as engancha na sua cintura, ficando entre minhas pernas, com seu corpo grande e poderoso sobre o meu. Sinto seus dedos brincarem com as minhas dobras úmidas e gemo sem controle, esquecendo rapidamente onde estou e com quem estou.
Acho que nunca fiz nenhuma maluquice tão grande quanto essa. Meu Deus. Porra!
Ele desliza seus dedos pela minha entrada, me deixando tensa enquanto olha em meus olhos.
— Shhh… relaxa para mim… — Seus lábios beijam meu queixo e então a ponta do meu nariz, numa forma de eu me acalmar e me abrir mais facilmente para ele.
Um dedo desliza para dentro e eu arregalo os olhos. Ele me encara fixamente, seu cenho franzido.
— Apertada para uma porra!
Eu toco seu maxilar, querendo me agarrar a alguma informação sobre ele, qualquer coisa que me faça esquecer o quão suja estou sendo. Eu preciso me agarrar a ele de alguma forma para eu não cair na minha própria consciência.
— Virgem… — Ele sussurra surpreso e eu suspiro, tentando lidar com as sensações tão diferentes.
— Hoje é o meu aniversário de dezoito anos. — Digo como se isso explicasse alguma coisa, mas a verdade é que não.
A maioria das minhas amigas perderam a virgindade aos 16 anos. Eu sou apenas uma romântica ultrapassada.
— Eu sei.
Sabe?
Franzo o cenho, intrigada com a sua resposta. Ele não me dá tempo de questionar pois move seus dedos dentro de mim, me fazendo gemer e arquear a minha coluna.
— Considera isso como meu presente… — Murmura, chupando a pele do meu pescoço como se eu fosse um banquete a ser apreciado.
— Oh…
Minha mente gira enquanto os dedos de Kai se aprofundam, seu polegar circulando meu clitóris sensível como uma habilidade que faz mais dedos dos pés se curvarem. A sensação é avassaladora, uma onda de prazer caindo sobre mim em ondas implacáveis.
Puta que pariu! Isso não pode ser assim tão bom. Não pode…
— Sim… — Eu perco a minha habilidade de raciocínio lógico, a palavra saindo quase inaudível por conta das batidas do meu coração. — Kai… isso é tão bom.
E não porque é a primeira vez que estou tendo um orgasmo, porque não. Eu já me toquei algumas vezes, mas a sensação nunca poderia ser comparada a isso. Não desse jeito. Não tão intenso. Não tão mortalmente bom.
Kai sorri contra a minha pele, sua respiração quente na área úmida do meu pescoço onde ele está beijando e chupando.
— Eu sabia que você seria perfeita desde o momento em que te vi. Mas nunca pensei que seria tanto. — Ele sussurra, deslizando dois dedos dentro de mim com facilidade. — Já está tão apertada e molhada para mim.
Eu tento conter um gemido quando ele começa a mover a mão em estocadas lentas e deliberadas. Meus quadris balançam para encontrá-lo, perseguindo a incrível sensação que cresce em minha barriga.
— Por favor, não pare… — Implorando suavemente, agarrando a sua camiseta para puxá-lo para mais perto.
Como se eu necessitasse me fundir a ele de alguma forma.
Seus dedos se curvam dentro de mim, acariciando um ponto especial que me faz gritar com a intensidade e quase ver estrelas. De alguma forma contrária ao que eu deveria estar fazendo, me empino contra ele, um gemido desesperado escapando dos meus lábios enquanto o prazer se enrosca mais e mais.
— Shh… minha doce bailarina. Não podemos acordar todo mundo, não é? — Ele sussurra contra meus lábios, engolindo meus gemidos com seus beijos.
E eu me vejo desejando mais deles, enlouquecidamente!
— Kai… — Engasgo, minha voz falhando ao dizer seu nome. — Eu… eu preciso…
Arregalo os olhos quando percebo o que estou prestes a pedir. Em seus olhos, vejo que ele sabe o que eu preciso antes mesmo que eu conclua meu pensamento. Com um rosnado baixo, ele liberta seu pau latejante de suas calças e se posiciona em minha entrada. A cabeça do seu eixo cutuca contra as minhas dobras escorregadias, provocando-as a se abrirem com uma pressão tentadora.
Okay, isso é…
Um calafrio percorre a minha espinha e o encaro com apreensão quando Kai me olha com uma intensidade capaz de me deixar sem fôlego.
— Me diga para parar se você quiser. — Ele avisa em um sussurro rouco. — Mas se você não… — Ele avança lentamente, sem forçar totalmente, mas me dando um vislumbre do que está por vir.
Eu tremo embaixo dele, dividida entre o medo e o desejo. Eu só preciso de um pouco de lucidez e então vou dizer para ele parar.
Mas por que eu não digo?
Fico sem fôlego na garganta enquanto o comprimento duro e grosso de Kai sonda a minha entrada. A sensação é intimidadora e estimulante, um contraste gritante com a exploração gentil de momentos antes.
Engulo em seco, tentando reunir pensamentos dispersos em meio às emoções turbulentas. Isso está realmente acontecendo — eu estou prestes a perder a virgindade com um terrorista no meio do caos. Estamos apenas a alguns metros dos outros reféns, dos quais eu também faço parte.
Isso desafia toda a lógica e a razão.
No entanto, enquanto Kai hesita, esperando a minha resposta, eu sinto uma atração inexplicável por ele. Os olhos dele seguram os meus com uma promessa não dita, uma pitada de gentileza sob o exterior áspero que desmente sua verdadeira natureza.
É como se ele estivesse me dizendo que isso não acaba aqui.
Mas eu sei que sim, e é ainda pior, porque ele não está me forçando. Sou eu quem estou me oferecendo para ele.
Lentamente, quase automaticamente, eu assinto.
— Não pare… — Sussurro urgentemente, precisando daquele momento mais do que quero admitir.
Com um grunhido baixo de satisfação, Kai empurra para frente em um movimento suave.
Dor e prazer colidem quando o membro grosso de Kai estica a minha passagem virgem, a plenitude repentina me fazendo ofegar. Me agarro a ele, minhas unhas cravando em suas costas enquanto luto para acomodar seu tamanho.
Okay… ele é grande.
— Porra… — Ele murmura, ficando parado por um momento. — Você está indo muito bem. — Seus lábios roçam a minha orelha, causando arrepios na minha espinha. — Eu te peguei.
Com um balanço suave dos quadris, ele começa a entrar mais fundo, cada estocada medida e deliberada. Eu contenho os gritos de desconforto e prazer, me concentrando no ritmo que se forma entre nós.
Quando encontramos um ritmo constante, Kai se inclina para capturar minha boca em um beijo ardente.
Lembro que a minha primeira visão dele causou um certo estranhamento… um arrepio na espinha que me fazia pensar no quão frio e cruel ele poderia ser.
Eu estava enganada.
Ele não é frio. Kai é quente. Quente o suficiente para fazer meu gelo derreter. E eu me sinto tão aquecida… tão envolvida. Seu calor me envolve como brasas que eu nunca soube que existiam dentro de mim.
E a sensação é tão divina quanto dançar é para mim.
Interrompendo o beijo, Kai olha em meus olhos com uma intensidade feroz.
— Você é incrível. — Ele murmura, sua voz carregada de desejo. — Tão apertada e quente ao meu redor.
Gemo suavemente, meu corpo começando a responder ao prazer enquanto me ajusto ao seu tamanho. Envolvo minhas pernas ao seu redor instintivamente, incitando-o a ir mais fundo.
Como se sentisse a minha prontidão, Kai começa a se mover com mais propósito, cada estocada impulsionando mais forte e mais rápido até que nossos quadris colidam em um ritmo primitivo. A sala se enche de sons de pele se batendo contra pele, nossas respirações irregulares e os gemidos que sussurramos nos lábios um do outro.
— Você é tão linda assim… — Kai rosna, seus dedos cravando em meus quadris enquanto ele me penetra. — Me aceitando tão bem… você foi feita para mim…
Seus lábios encontram o meu pescoço novamente, deitado sobre mim, Kai me saboreia com a mesma intensidade que uma pessoa morta de fome comeria a primeira refeição deliciosa em anos. E eu me entrego a isso.
Eu nunca imaginei que poderia me sentir tão segura nos braços de alguém, muito menos de alguém como Kai. Mas aqui estou eu, rendida ao momento, deixando que ele me guie através desse território desconhecido com a mesma intensidade que o cerca.
E, por umbreve instante, eu me esqueço de tudo. Esqueço o palco, os terroristas, o perigo. Tudo o que existe é ele, e isso é mais do que suficiente.
Capítulo 6O corpo de Kai é quente enquanto me carrega até o banheiro. Eu não tenho forças para andar sozinha. E eu sou uma dançarina… não consigo deixar de pensar no quão ferrada eu estou. Ele me deixa dentro de uma das pequenas cabines do chuveiro, fechando a porta para me dar privacidade. Em poucos segundos a água quente escorre pelo meu corpo, lavando as marcas do que acabara de acontecer. Observo, em silêncio, os vestígios do seu toque e de tudo o que havíamos feito desaparecer na água, seu esperma misturado com o meu próprio sangue. A dor ainda está presente, mas a sensação de estranheza domina minha mente. Não sou mais virgem. E apesar de nunca ter me apegado demais a esse termo, eu me sinto nua agora que ele foi tirado de mim. Por mais que eu queira me afastar de tudo isso, algo dentro de mim está confuso, atraído. Eu sei o que aconteceu, mas não sei o que eu realmente sinto sobre isso. Lá fora, Kai está se limpando. Eu posso ouvir seus movimentos, sua respiração, enquan
Capítulo 7Acordo com um choque. Não um susto comum, mas algo brutal e violento. Minhas roupas são agarradas com força, minha gola quase estrangulando meu pescoço enquanto sou erguida sem cerimônia dos assentos.Um grito escapa da minha garganta quando percebo um dos terroristas me agarrando, seus olhos brilhando com raiva.— Você devia ter nos contado! — Ele rosna na minha cara, e mesmo que esteja usando a máscara, eu me sinto aterrorizada.Meus músculos estão completamente tensionados, eu tento me afastar dele, me questionando o que diabos aconteceu enquanto eu dormia.— Temos que nos livrar dessa puta! — Ele grita para os outros, sua voz carregada de ódio e impaciência.Ele me segura como se eu fosse um lixo e estivesse prestes a me descartar. Um arrepio percorre a minha espinha, como se cada célula do meu corpo percebesse o perigo iminente.Um empurrão violento me joga contra a parede. Minha cabeça bate no concreto, e a dor lateja instantaneamente, mas meu pânico é maior do que qu
Capítulo 8 A palma da minha mão está úmida quando Kai a segura. Ele me guia de volta ao centro do teatro, onde o restante dos terroristas e reféns aguardam.A tensão é quase palpável. Os reféns estão amontoados, alguns em lágrimas, outros encarando o vazio com olhos mortos. Um calafrio percorre a minha espinha. Sou como eles, e ao mesmo tempo não sou.Será que eles notam a minha relação com Kai? Será que me culpam por não estar amarrada como eles, sofrendo lentamente como eles? Eles não são apenas outros reféns como eu para mim. Meu professor de balé está entre eles. Minhas colegas de dança. Jurados que eu estudei a vida inteira para lhes causar uma boa impressão. É muito triste como agora todos foram rebaixados ao mesmo título. Reféns. Porque mesmo que eu seja isso também, é notável a mão de Kai na minha, a forma como seu corpo se coloca na frente do meu de forma protetora. Os outros terroristas nos encaram, seus olhos passando de nossas mãos unidas até nossos rostos. — Estamos
Capítulo 9 O cheiro de pólvora e suor misturam-se ao ar pesado, carregado pela tensão crescente. O colete falso aperta em meu peito, repleto de dispositivos que devem parecer com bombas, quase como se fosse real. E a arma pressionada contra a minha têmpora parece mais fria a cada segundo.Não importa se é apenas a mão de Kai a pressionando contra mim, nem que ele esteja fazendo movimentos circulares nas minhas costas para me manter calma. Ainda é aterrorizador.Cada passo para fora do teatro é um ato de resistência contra o pânico que ameaça me dominar.— Continue andando, Amélie. — Kai sussurra atrás de mim, sua voz baixa e firme. Estranhamente reconfortante. — Lembre-se, eles precisam pensar que você está correndo perigo, que está com medo de mim. Que eu posso te machucar e isso a aterroriza, está bem?Meu corpo inteiro treme. Estou com medo. Mas não dele. Oh, céus. Não de Kai, mesmo sabendo o quão cruel ele pode ser com suas outras vítimas. Saber que é ele quem está aqui comigo é
Capítulo 10Alguns dias depois— Na noite de 17 de Novembro um grupo de terroristas invadiu o Teatro Coliseum e fez cerca de 22 pessoas de reféns, dentre elas as bailarinas que se apresentavam, o diretor de dança Julien Armand, a filha do deputado Moreau e cinco jurados que avaliavam o desempenho das jovens naquele momento. Durante a madrugada eles tentaram acordos com a polícia para trocar os reféns por dinheiro. No dia seguinte conseguiram um acordo com o deputado Moreau para que conseguissem fugir em troca da filha do deputado. — O homem começa a apresentar a reportagem.É a mulher sentada ao seu lado quem continua:— Eles entraram em um acordo e colocaram coletes bombas em todos os reféns, inclusive na bailarina Amélie Moreau. O problema ocorreu quando ao fazer a troca e enquanto os terroristas fugiam, uma equipe de desarmamento de bombas constatou que o colete em Amélie era falso. Logo, todos presumiram que as bombas em coletes eram apenas um blefe dos criminosos.— Conseguiram de
Capítulo 11Meu coração quase para quando o vejo, sentado no banco do motorista ao meu lado, como uma sombra sólida em meio ao caos que é a minha mente. Por um instante, acho que estou sonhando, que minha saudade e desespero estão criando essa visão.— Kai… — O nome dele escapa dos meus lábios em um sussurro trêmulo, carregado de choque e incredulidade. Ele está vivo. Ele está mesmo aqui.— Bailarina… — A voz dele soa rouca, mas há algo nela que faz meu peito apertar ainda mais.Eu sinto a força que sempre o definiu, mas agora há uma suavidade que eu não esperava. Eu não consigo me mexer. Estou paralisada, presa entre a realidade e os fantasmas dos últimos dias. Minhas mãos começam a tremer quando tento formar palavras, mas minha garganta trava.— Eu pensei… pensei que você podia ter… — Minha voz falha junto com uma batida do meu coração. Eu não consigo dizer. Não consigo pronunciar as palavras, como se ao fazer isso eu pudesse atraí-las de volta para a realidade. Ele se vira comp
Capítulo 12O domingo está ensolarado, mas meu humor se encontra em uma mistura de ansiedade e distração. Sentada à mesa de jantar com meus pais, eu me esforço para parecer normal, mas minha mente está longe dali. Meus pensamentos giram em torno de Kai — ou, mais precisamente, de como ele dominou minha mente desde a noite passada. Eu sei que não deveria pensar nele desse jeito, mas parece inevitável. E de certa forma, isso faz com que eu me sinta suja. Como uma pessoa que sabe que está fazendo algo terrivelmente errado e não consegue parar. Qualquer pessoa normal teria o denunciado assim que ele apareceu novamente. Não é certo proteger um criminoso. E menos ainda se masturbar até gozar e dormir pensando nele. — Você parece diferente… algo aconteceu? — Minha mãe, sempre observadora, inclina a cabeça levemente, analisando-me. A pergunta me pega desprevenida. Engasgo com a água que acabei de beber, tossindo enquanto tento recuperar a compostura. As imagens de como me toquei ontem a n
Capítulo 13Estou congelada, meu cérebro tentando assimilar o que está acontecendo. Ele não podia ser… não aqui, não desse jeito…Mas a minha mente ignora quaisquer protestos que a minha racionalidade grita ao perceber que ele está sem a balaclava, se mostrando para mim agora.Malakai…Ele continua me encarando, sua mão estendida na minha direção com o olhar astuto. Lentamente, e bem lentamente, coloco a minha mão sobre a sua, sem nunca desviar meu olhar do seu.— Amélie… Amélie Moreau… — Limpo a garganta e eu nem sei porque estou me apresentando.Seus olhos sorriem e sua palma aperta a minha como se quisesse me firmar na realidade. — O que… você está fazendo aqui? — Consigo dizer, mas minha voz sai mais alto do que eu esperava, traindo minha confusão. Vejo o momento em que ele lambe os lábios, erguendo uma sobrancelha como se a resposta fosse óbvia, ao mesmo em que me desafia a dizer o contrário.— Seu pai me contratou. Ele acha que você precisa de proteção, e eu tenho certeza de q