HANNER NARRANDOEu não gosto de morar na casa dos outros, mas aqui estou eu, na casa do Ryan, por causa da Alana. É uma situação muito diferente das coisas que já vivi. Essa menina tem me colocado em caminhos desconhecidos, e por mais que eu goste do que é previsível, estou curtindo toda essa incerteza que ela me traz. A única incerteza que me da medo é a de não tê-la na manhã seguinte, ou de que algum dia ela não possa mais estar comigo. Eu não consigo mais imaginar uma vida sem a Alana, por mais que tenha vivido sozinho de forma tranquila até aqui. Sobreviveria? Sim, sobreviveria. Mas quando a gente entende o que é felicidade, queremos ter a qualquer custo. E eu entendi o que é felicidade ao lado dela.Depois que Alana dormiu, eu decidi dar uma volta pela casa. Eu não consigo dormir em ambientes que desconheço, preciso fazer meio que uma verificação primeiro. Então, comecei a olhar mais uma vez a casa de Ryan, que apesar de já conhecer, sinto que preciso saber detalhes. É uma coisa
ALANA NARRANDOEstou sentada em frente à uma grande penteadeira branca, repleta de joias e com três ou quatro pessoas ao meu redor. Os retoques finais são feitos em mim, como se eu fosse uma boneca de porcelana. Eu estou vestindo um vestido de seda puro, que até que me caiu bem. Tomara que caia, colado ao corpo, decote coração e com uma fenda imensa na lateral. Estou com um coque extremamente chique e quem olha pra mim aposta que tenho uns dez anos a mais do que eu realmente tenho. Estou irreconhecível.Ele escolheu até a cor das minhas unhas: O esmalte se chama renda chantilly. A maquiagem, a cor do batom... As sandálias de salto fino. Preciso me concentrar para não me perder nessa porcaria de personagem, porque é isso que eu me sinto: Presa em um personagem.Quando terminaram de me arrumar, entregaram um buquê de orquídeas brancas tão sem graça quanto meu vestido. Agradeci com um sorriso falso, enquanto colocavam pérolas em minhas orelhas. Acho que o Ryan tinha fetiche de casar com
HANNER NARRANDO— Tá, agora você vem cá, se a calma e respira. — Eu a segurei pela mão e comecei a puxá-la pelo corredor, até um quarto. Tranquei a porta e ela começou a respirar e fazer um movimento com as mãos, como se puxasse o ar com elas. — Diga, o que houve?— Hanner, o Alexander e o Ryan tem um caso. E eles vão separar a gente. O Ryan vai me levar pra Nova Iorque pra me separar de você, porque de acordo com o Alexander, você não está trabalhando direito e... — Girei meus olhos ao ouvir.— De novo o Alexander com essa palhaçada? Eu estou fazendo tudo que ele quer, e ele diz que não estou trabalhando direito?— Olha, eu não sei, só sei que eles... Eles querem abafar tudo, uniram o útil ao agradável... — Bufei.— Eu já tinha noção de que eles fariam uma merda assim. — Ela parecia surpresa.— Tinha?— Sim. E já tenho um plano. No meu mundo, ratinha, a gente tem que se antecipar a tudo... As pessoas querem foder você o tempo todo. — Tirei o celular do bolso, mandei uma mensagem para
HANNER NARRANDOA festa se encerrou depois de algumas horas de confraternização. Eu estava vigiando as saídas, os convidados, tudo. Não perdi Alana de vista um segundo sequer. As pessoas estavam tratando minha garota muito bem, como se ela fosse a esposa de Ryan, mesmo. Os únicos que sabem do quão falso é esse casamento somos eu, Alexander, Ryan, a própria Alana e o Patrick. Nem mesmo a esposa de Alexander está sabendo.Depois que a esposa de Alexander bebeu até apagar, ele a mandou para casa e dentro da mansão de Ryan, sobramos apenas nós cinco. Um bando de homens estressados, com ódio um do outro, e uma garota que caiu no meio dessa confusão por causa de um pai muito idiota.— Bom, como você sabe, então... — Ryan começou a falar. — Eu não vou mais para Nova Iorque. — Afirmou. Alexander bebeu um grande gole da bebida que segurava na mão.— Se acha que é melhor assim, tudo bem. — Deu os ombros.— Você não conversou comigo sobre isso. Tínhamos combinado de ir para Nova Iorque e... — Pa
ALANA NARRANDOEu estou vestindo apenas uma calcinha rendada branca, mexendo no celular, esperando Hanner. Eu já entendi como as coisas funcionam com ele, ele é um tremendo mandão dominador, e pra falar a verdade, eu gosto disso. Fico me perguntando quantas mulheres tiveram o prazer de estar nos braços dele alguma vez ou... Se tiveram oportunidade de repetir a dose, como eu estou tendo.Hanner entrou no quarto, e eu me sentei na cama e o olhei. Ele se sentou em uma poltrona no canto do quarto e ficou me olhando de forma completamente maliciosa. A calça preta combinada com aquela camisa da mesma cor, com dois botões abertos, as tatuagens subindo pelo pescoço e a corrente prateada o faziam ter um ar de poder. Eu gosto do que vejo. Ele deu algumas batidinhas na própria coxa com a mão, e isso me acendeu.— Vem cá. — A voz dele era impositiva. Eu, por enquanto, estava apenas olhando. — Você quer uma boa memória para esse dia? Acho que posso te dar uma. — Afirmou.O sorriso malicioso veio se
Alana NarrandoEle continuava se movimentando, entrando e saindo sem parar. Até que, de repente, ele agarrou meu cabelo com força e começou a se forçar para baixo, me fazendo deitar na cama, de costas para ele. Agora, eu estava deitada de costas e ele deitado por cima de mim. Ele não saiu de dentro de mim, continuou metendo, mas logo eu entendi o que ele queria: Ele levou uma das mãos até a minha região íntima, no ponto mais sensível, e começou a massagear enquanto metia. Eu me agarrei ao colchão e comecei a gemer sem conseguir me controlar, porque aquilo era bom demais.— Escandalosa. — Falou, em um tom de satisfação e safadeza. — Morde o travesseiro. — Ele ordenou, e eu o puxei. — Não quero que seus gemidos sejam ouvidos por outra pessoa que não seja eu.Enquanto eu afundava a boca no travesseiro, o que me impedia de fazer um escândalo audível, meu corpo fazia o próprio escândalo de sensações. Eu cheguei ao segundo orgasmo tão logo quanto cheguei ao primeiro, e me permiti gemer sem
HANNER NARRANDOAcordei tão em paz que parece que dormi por uns três dias seguidos. Acho que eu estava precisando de um descanso de verdade e, bom, dormir com a Alana nos braços ajudou bastante. Quando acordei, minha menina estava dormindo de costas para mim, e eu fiz questão de abraça-la. Beijei seu ombro, e ela soltou uma risadinha quando eu a encoxei.— Acordou animado... — Ela disse, rindo baixinho de forma sonolenta.— Todo dia. Mas não vou te incomodar, tenho coisas a fazer. — Eu beijei o pescoço dela e sussurrei baixo. — Até mais tarde.Depois de tomar um bom banho, me troquei e fui a procura de Alexander, que tomava café da manhã sozinho na cozinha da casa de Ryan.— Bom dia. — Falei.— Somos os únicos por aqui que gostam de acordar cedo, pelo visto. — Alexander disse. Eu só dei os ombros em resposta.— Onde arranjou isso? — Apontei para o bife enorme que estava em seu prato.— Uma funcionária fez. Eu pedi. — Girei meus olhos.— Frouxo. Não sabe fritar uma carne, não? — Ele ri
HANNER NARRANDOAlana parecia muito animada. Eu estava em silêncio, apenas observando como ela estava feliz.— Você passou repelente, Hanner? — Neguei com a cabeça.— Pra quê?— É mato. Onde tem mato, tem insetos! — Dei os ombros.— Minha pele é dura demais, eles nem conseguem me morder. — Ela riu com o comentário.— Jacaré, então?— Devo ser.Duas horas depois, e com uma conversa muito agradável no carro, chegamos ao parque. Eu estacionei no estacionamento, e descemos. Alana parecia muito contente de estar ali. Muitos turistas também estavam chegando, e um específico me irritou: Um rapaz mais ou menos da idade da Alana, que olhou pra ela e a mediu dos pés a cabeça. Preciso me controlar, não posso sair atirando em meninos de vinte anos porque estão olhando para a minha garota. Ela é gostosa, eu olharia também, se não fosse minha.Só que o rapaz estava olhando demais. E quando entramos na fila para comprar a entrada para o parque natural, o rapaz se aproximou de nós dois e a chamou pel