cap.2

Capítulo 2

me aproximo dela, já não tinha uma peça de roupa que não estivesse encharcada, e ela ainda se atreve a não me encarar.

— Não me evite Shelly Mozart. — Asseverei desejando que ela olhasse em meus olhos.

— Você não vai ficar aqui, certo? — perguntou ela com receio enquanto observo ao redor da casa, infelizmente, fiquei desatento por alguns minutos quando ela esteve no carro, pode ser que tenha algum intruso aqui, não posso deixá-la sozinha.

— Bom… ao menos me arrume roupas secas, eu vou para casa assim que a chuva passar. — peço, ela me encara desconfiada, mas assim como eu poucos segundos na chuva a fez ficar encharcada.

— Vlad, eu não tenho roupas masculinas na minha casa. — diz hesitando em girar a maçaneta, ela realmente não quer que eu entre, mas que se foda, ela nem mesmo sabe o que quer.

Giro a maçaneta e abri a porta a levando para dentro comigo, o vento está terrivelmente frio e ela pode ficar doente assim.

— tem secadora?

— Não acredito que essas peças que você está usando fiquem do mesmo tamanho quando passar pela secadora.

— verdade… — lamentei olhando ao redor ainda vigilante. — tudo bem… eu vou ligar para um de meus seguranças me trazerem roupas secas… — tateio o bolso, mas onde está o celular.

Suspirei cético com o olhar perdido, eu deixei no carro. — vou até o carro. — avisei abrindo a porta, mas quando lhe dou as costas ela puxa a barra de minha camisa de repente, me impedindo de ir.

— Eu posso arrumar algo… — avisou trêmula, está realmente muito frio.

— Sim, a Itália congelará nos próximos dias, eu tenho que ir até a casa de acolhimento antes do período piorar.

— Mas não tem as mulheres que sempre cuidam disso?

— Aquele lugar é de meu interesse, Shely, então eu quero saber se minhas meninas estão bem e se estão tendo uma qualidade de vida de acordo com a que garanto. — expliquei sério, mas nem medi as palavras, pigarreio e a ignoro enquanto ela me encara sem reação.

— Suas meninas? — Me encarou com desdém.

— Elas são como minhas filhas, não pense demais, apenas me dê algo que me ajude a me secar e se cuide também.

— ok… então eu vou procurar algo para que você troque de roupa e não fique doente.

— Por favor.

Aguardo no térreo. Isso não é comum para mim, mas enquanto ela permanece lá em cima, aproveito para explorar alguns cômodos da casa. Não posso contatar meus homens neste momento, já dei a ordem para que se mantenham afastados caso eu esteja por perto. A sala possui uma lareira, então coloco alguns pedaços de madeira e acendo o fogo para aquecer a casa, pois parece que a temperatura está caindo rapidamente, mesmo que ainda não tenhamos atingido as sete horas.

Ela retorna carregando algumas toalhas e uma manta grossa.

— Onde posso me trocar?

— Você pode se trocar aqui embaixo. Não é apropriado para um homem entrar na casa de uma mulher solteira que mora sozinha. — A olho, surpreso com sua resposta. Ela não tem pudor?

— Eu sou mais do que apenas um homem nesta casa. Qual o problema de eu subir?

— Mais do que um homem? O que você é, então? Mulher, que eu saiba...

— Seu. Sou seu. Não vejo problema em subir apenas para trocar de roupa.

Ela estende o braço, tentando me impedir.

— Por favor, se você vai ficar, precisa seguir as regras da minha casa.

— Sou um dos maiores chefes da máfia. O que não posso fazer? — pergunto, cético.

— Você não pode subir essa escada, porque eu estarei lá em cima, e a qualquer oportunidade você poderia me assediar.

— Ah... Não estou te assediando agora. — murmuro, com a voz apertada. — Quero que você suba e vá cuidar de si mesma. Não quero que você fique doente.

Ela vira as costas e sobe a escada rapidamente. Bem... só me resta trocar de roupa aqui embaixo.

Eu mal tinha terminado de desabotoar a camisa quando as luzes começaram a piscar e falhar. Alguém estava cortando a energia. Rapidamente, percebo a sombra de alguém passando perto da janela. Subo as escadas em um átimo. Embora tudo esteja trancado, quem garante que ninguém já entrou antes que pudéssemos perceber?

Hayna é um problema constante. Mesmo quando não estou próximo de Shely, ela continua tentando matá-la. No entanto, Vicente e Henry sempre estiveram um passo à frente. Este erro não deveria ter acontecido. Avanço pelo corredor, que está um pouco escuro, e as luzes continuam a piscar. No entanto, Shely parece estar calma.

Assim que entro no quarto, a encontro vestida apenas com uma camisola, próxima à cômoda encostada na parede ao lado da porta. Ela me olha com medo e recua.

— O que estavas a fazer aqui? — perguntou ela, enquanto as luzes continuavam a piscar, permitindo-me apreciar a visão deslumbrante à minha frente. A sua camisola de seda bege de alças finas realçava os seus seios, com uma faixa de tule na cintura que revelava a pele da sua barriga.

— Não percebeu que a luz estava a falhando? — respondi, distraído pela sua presença.

— Pode ser devido à chuva. — ela comentou despreocupada, mas me olhava com desconfiança. Não era o momento para isso.

— Onde estava o telemóvel?

— Na sala, mas temos um telefone fixo aqui no meu quarto. — ela apontou para o aparelho na cômoda da sua cama.

— Raios! — resmunguei quando tentei fazer uma chamada e percebi que tinham desligado a linha dela.

Quantos homens estavam aqui afinal?

— Aconteceu alguma coisa, não foi? — ela perguntou desconfiada, dirigindo-se ao guarda-roupa.

— O que estás a fazer? — perguntei confuso, e ela voltou com uma pistola numa das mãos e outra na outra mão.

— Onde arranjaste essas armas? — questionei, sem desviar o olhar.

— Digamos que os maridos das minhas filhas vão dar pela falta de uma das suas armas que estavam na gaveta do escritório.

— Elas roubaram armas e deram-nas a você?

— Não fui eu quem pediu, mas elas disseram para as usarmos contra a vadia da tua mulher. Por agora, quero que desça e mate os homens que estiverem lá embaixo. — ela disse com firmeza. Engoli em seco e franzi o cenho.

Ela acabara de me dar ordens e me expulsou do seu quarto. Estava atordoado. Quem era esta mulher? Ela não parecia tão indefesa. Eu já sabia disso, pois tinha acompanhado a sua rotina e ela até tinha feito aulas de defesa pessoal. Admito que isso me excitava. A Hayna não tinha interesse em nada disso, apenas em mexer com a minha mente e tentar manipular qualquer situação fazendo-se de vítima.

Eu sabia que era errado entregá-la ao Mozart, mas estava cego de ciúmes e considerei que ele estava atrás da minha mulher. Nunca soube de traição por parte da Hayna, mas isso poderia ter acontecido debaixo do meu nariz, embora eu nunca tivesse confiado plenamente nela.

Desci as escadas lentamente e percebi que eles tinham conseguido abrir a janela, mas fiquei aliviado por não ir embora. Olhei à minha volta e não vi ninguém. Esperei por alguns segundos, mantendo a minha audição focada em qualquer ruído suspeito.

Próximo à escada, ouvi passos sendo arrastados discretamente, quase imperceptíveis para a maioria, mas não para mim. Disparei sem hesitar, e um homem correu em direção à janela. Dei outro tiro, atingindo o seu quadril antes que ele conseguisse saltar, fazendo-o cair do outro lado. Mas sabia que havia outros homens, embora aqui dentro só houvesse ele, senão teria ouvido.

Ouvi passos do lado de fora e saí pela porta, encontrando chuva de granizo. Dois homens apareceram do lado da casa, e tudo o que tinha para me proteger era um dos bancos de concreto daqueles de praça.

Abati dois dos homens, mas ainda havia outro. Continuei correndo até o lado da casa, quando recebi um golpe por trás e a minha arma voou alguns metros. No entanto, não caí, evitando ser esfaqueado com a faca que ele segurava na mão.

Seja quem fossem esses homens, a Hayna estava em apuros, eu não vou deixá-la se safar. Após alguns minutos lutando para não ser esfaqueado, ouvi um disparo e, em seguida, alguns homens chegaram. Fiquei surpreendido e, ao mesmo tempo, ciumento com o que via.

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