cap.9
Shely (Narrando)A manhã estava gelada quando acordei, mas o quarto estava quente, a cama macia e extremamente confortável estava quente devido aos lençóis, mas olho ao redor e não o encontro.Nem sei porque o procurei, ainda me sinto constrangida pela noite de ontem. Coloco os pés descalços no chão e o chão está terrivelmente frio, talvez esteja nevando, Sant Andreas sempre é muito fria no inverno.Visto-me um casaco quente e saio do quarto, sigo pelo corredor e não tem ninguém, essa casa vazia me dá um pouco de vertigem.Vou até seu escritório, mas ele não está lá, pensei que poderia encontrar ele em algum desses quartos, porém sei que esse horário ele não estaria mais dormindo.Sigo até a sala, logo após a cozinha e nem sinal dele, a cada segundo meu peito aperta, sei que gosto de ficar só em minha casa, mas não quero essa sensação de está presa.— Senhorita Ravenclaw. — chama uma das empregadas e franzo o cenho, como assim? Ravenclaw? — está procurando seu marido?— Ele não é meu marido, onde ele está? — perguntou com frieza.— Ele está acordado desde muito cedo, obviamente que o senhor está colocando suas atividades física em dia. — comenta abaixando a cabeça demonstrando sempre submissão.— Obrigada. — digo secamente.— Senhorita, lá fora está muito frio! — me alerta, mas eu sigo para fora.Assim que eu saí meus pés tocaram o gelo, a neve estava caindo, mas bem pouca, mas já tinha um tapete cobrindo o chão. Branco e gelado, mesmo que estivesse frio segui atrás dele.Andei até a área da piscina furtivamente e me aproximei e ele está de pé à beira da piscina que está com pedaços de gelo flutuando.Ele parece se sentir bem naquele frio, seu corpo está molhado um pouco de gelo sobre seu corpo e cabelo, o que ele está fazendo? Está usando apenas uma peça íntima.— Não! — grito de forma estridente quando ele pula na água gelada com todo aquele gelo quebrado.Ele ouve meu grito assim que submerge da água e me encara surpreso.— O que está fazendo aqui, descalça… — murmura apreensivo.— O que está fazendo aqui nessa água gelada?— me ajuda a ter mais resistência.— Você é louco? Eu nem sei qual a temperatura, mas estamos a graus negativos… — minha fala falha, sinto minha cabeça turva.— Sei que o suficiente para você não aguentar ficar aqui fora, porque você é muito delicada. — diz, mas senti seu ar irônico.— o que está tentando dizer? Eu sou muito resistente!— e infantil, nem todos aguentam essa temperatura como eu aguento, nem mesmo meus filhos.— mas eu não sou seu filho e você está com frio! — protesto então ele abraça o corpo tremendo o encaro preocupada ao mesmo tempo que a frieza parece me golpear, meus pés doem, minha cabeça dói.— Estou congelando agora…— Esta… — digo meio tonta.— Ainda diz que é forte? — perguntou e se aproximou de mim quase encostando seu corpo desnudo ao meu. — vou te ajudar a melhorar.Assim que diz isso encosta seus lábios congelados ao meu e suas mãos adentraram minha blusa, ele me abraça até a alma com seu corpo gelado, desperto em segundos, o empurro, mas até mesmo meus pés já não tocam o chão.Solto um gemido e me contorço em seus braços com seu corpo gelado, ao mesmo tempo que isso me preocupa, como pode estar bem, estando tão gelado.— Pode me colocar no chão? — pergunto desviando o olhar envergonhada, ele continua a me encarar com aquele olhar gentil e enigmático enquanto está me segurando pela cintura me mantendo com os pés longe do chão, não vou mentir que estou feliz por isso, já nem sinto mais minha sola e sinto um pouco de dor até mesmo nos olhos com essa frieza terrível.— Não com os pés no chão, vamos para dentro, você vai acabar ficando doente, tem uma imunidade ruim.— é você? Pensa que é de ferro?— Eu posso ser, se você quiser? — diz se atrever a me levar em seus braços me colocando no chão quando entramos pela porta dos fundos a alguns metros depois da cobertura da piscina.Ele pega um dos roupões de banho pendurado no suporte à minha frente, se mantêm de costas para mim, é difícil não olhá-lo, já que suas costas largas parecem gritar por atenção com seus músculos parecendo saltar, de tão rígido, seu cabelo grisalho parecia se mistura as gotas de neve nele.— vamos subir. — avisa novamente tentando me carregar.— Não precisa, aqui já não está tão frio… — tento dar um passo, mas meus pés doem e formigam severamente.— Mas você não consegue andar, posso te levar esse é seu prêmio por ter se preocupado comigo e quase morrido. — debocha me carregando.— Eu não estava preocupada com você! — bufei irritada.— claro… — sinto seu ar quente em meu rosto. — Grid, leve nosso café para o quarto, eu vou tomar café com uma senhorita no quarto, e um chá para resfriado. — ele pede para a empregada que nos encara receosa, a reação dela é tão estranha, como se tivesse medo dele, não sei…Ele me leva para o quarto e me coloca sobre a cama enrolando um lençol em minhas pernas sem me deixar me mover.Logo meus pés vão esquentando e a dor vai aliviando, ele escolhe uma peça de roupa no guarda roupa e segue para banheiro, quando volta já está vestido, calça quente com um casaco de malha canelada gola alta, mas seu cabelo continua úmido.— você não vai enxugar o cabelo? — pergunta, e ele cinicamente j**a a toalha em mim e sobe na cama de joelhos vem até mim, e de joelhos ainda fica tão perto com as pernas ao meu redor inclina a cabeça esperando que eu enxugue.— faça. — pede gentilmente mas com a voz um pouco rude demonstrando ser uma ordem.Eu jogo a toalha em cima de sua cabeça cobrindo seu rosto propositalmente e então esfrego seu couro cabeludo, a sensação é estranha ao ver esse homem por cima de minhas pernas, as vezes ele faz de tudo para se manter próximo assim e me faz ter mil e uma sensações e uma delas é essa m*****a vertigem a aversão, mas a sensação boa que acompanha me faz permitir que ele se aproxime, mesmo com todo aquele maldito passado. — você está tão quieta. — comenta enquanto continuou mantendo a toalha cobrindo seus olhos ao mesmo tempo que enxugo seus fios.— Bom… quero que você se afaste de mim, mas não vai adiantar pedir… — digo insegura.— Exatamente.— Mas porque você está dizendo que eu sou sua esposa? — balbucio e fecho os olhos, mesmo sem me ver ele estende as mãos e busca minha face, sinto seu dedão agora morno acariciar a maçã do meu rosto.— Porque você deixou isso bem claro, então eu vou tentar vários jeitos até que um dia eu esteja te tomando como minha mulher de corpo e alma nessa cama. — Essas palavras me fizeram afastar minha mãos dele e recuar, ele puxa a toalha e seu olhar feroz e expressão séria me fez estremecer.— Por que vai insistir nisso? Você viu… eu nunca vou permitir que nenhum homem veja isso…— porque eu vou ser o único homem que vou ver você nua. — diz com a voz dura demonstrando ciúmes. — Eu não espero que seja rápido e que amanhã eu possa simplesmente colocar uma aliança em seu dedo sem as chances de que você jogue ela fora.— Eu vou jogar fora!— eu sei… — suspirou encarando o teto, em seguida colocou seu peso em meu colo. — Mas você vai se render mais rápido do que imagina, até porque essa cama já pode ser dita nossa.Cap.10Vlad RavenclawComo eu já esperava ela ficou doente, mesmo que eu tivesse tentado evitar, ela é sempre imprudente, após secar meu cabelo a deixei descansar, ela nem percebeu o quanto seu nariz estava vermelho, mas está nevando, então é normal para alguém que saiu sem agasalho.Após tomar café, mantive o quarto quente, ela nem mesmo viu que o motivo da boa temperatura era o ar-condicionado, caso contrário ela congelaria.Apos dá-lhe os remédios ela passou a tarde inteira na cama, nada novo referente a Shely a noite continuei dormindo no quarto de hospedes, infelizmente ela não se sente confortável comigo ao seu lado e demonstra insegurança, mesmo que seu corpo tenha aquela mistura de retribuição e rejeita, mas sei que é por causa de tudo que aconteceu.Ultimamente minha cabeça anda martelando tudo que ela deixa escapar, mas parece que ha tanta coisa.Dia seguinte quando vou ao quarto a encontro ainda na cama, está queimando em febre, mal abre os olhos, o medico da família a exam
cap.11shely narrando.alerta: Conteúdo extremamente sensível.Ele segue para o banheiro… simplesmente segue para o banheiro para tomar banho nem mesmo me encara, mas eu me lembro da nossa conversa mais cedo e eu disse para ele não se aproximar de mim se tivesse ficado com alguma mulher, não ouvi nenhum barulho de água caindo, mas não demora muito ele sai do banheiro sem seu sobretudo, sem o gorro e descalço, e o cachecol em um dos ombros.só de imaginar que ele esteve com outra mulher… minhas mãos tremem e meu peito parece travar.ele continua a me ignorar seguindo para o guarda-roupa.— Onde você esteve? e por todo esse tempo? — perguntei chateada, ele continua de costas para mim.— Eu disse, uma reunião de negócios.— Por todo o dia? — Sim, logo depois fui ver algumas mulheres, ou muitas mulheres. — sua voz soou fria e ele veio até mim parecendo me analisar.— Você disse que não ia ver nenhuma mulher.— Eu disse que não ficaria com nenhuma, mas não há nada que me impeça, você já p
cap.12Vlad (Narrando).Ela fica por alguns minutos em meus braços e continua a tremer de medo, apenas queria saber tudo que ela tem nessa cabeça, mas está difícil a cada dia descobrir.Bom… eu já descobri tudo que preciso para poder agir da maneira correta, a intensidade de seu trauma e como ela reage a cada tipo de situação.— Eu não aguento mais… — ouço ela lamentar ao chorar baixinho.A coloco sobre a cama e ela se deita de bruços abraçando o travesseiro ainda chorando, eu não queria ter causado isso, mas ela esconde tantas coisas.— me desculpe… — digo suavemente ao me inclinar beijando a sua face, quando faço menção em me afastar ela segura a minha mão, é como se naquele toque eu pudesse sentir o sangue correr em sua corrente sanguínea de tão em pânico que ela está. — Eu vou para meu escritório agora, preciso fazer algo importante.— Vlad… eu não quero mais ficar aqui… é estranho estar em seu quarto, me faz pensar que a qualquer momento…— Isso nunca! — assevero me agachando em
Cap.13Shely (Narrando).Ele disse que tomaríamos café juntos, mas agora estou sentada em uma mesa sozinha com uma variedade de comidas desnecessárias, nem acredito que ele dormiu na mesma cama que eu, além do fato que eu tive uma péssima noite com tantos pesadelos, mas nada que se comparasse ao meu transe.Quando terminei meu café e sai da cozinha o encontrei saindo e por incrível que pareça, com uma mala, corri cética atrás dele.— O que está fazendo, vai viajar?— Não, vou passar alguns dias na sua casa.— Não! Como assim? Pensei que só frequentaria algumas vezes, não pensei que moraria lá, você não é bem-vindo.— Não é você que decide agora, além disso eu vou te ajudar a vencer seu trauma.— me ajuda? Eu quero ir embora justamente para ficar longe de você.— ah… mas quando estou longe só falta querer me matar quando chego em casa, me fuzilando de perguntas como se eu estivesse em um puteiro, quero mais. — brinca colocando a mala no carro.Não adiantou discutir com ele, seguimos vi
cap.14Eu decidi me permitir, mas ainda não estava pronta para qualquer proximidade extrema, mas foi bom passar o dia com ele sem que ele tentasse nada, pensei que teria que agredi-lo em algum momento, mas Vlad parecia ser apenas o antigo Vlad, o mesmo respeitável que não força relação. Hoje tinha sido minha primeira consulta, mas foi bom, me senti bem em falar, talvez eu faça isso mais vezes se for ajudar a me aproximar dele.Já era noite, ele acendeu a lareira e aqueceu toda a casa, era insuportável o quanto poderia ficar frio n Itália, em pensar que na casa de Mozart nos primeiros dias era uma tortura, se não fosse pelas roupas que ganhávamos na casa de acolhimento naquela época, eu teria morrido de frio.As vezes tenho tanto a agradecer a Vlad, mas também tanto a lamentar todas as vezes que me lembro de Érina, não gosto de me lembrar disso, ainda me sinto indignada, eu queria ter coragem de perguntar onde está o corpo da minha irma, queria saber algo… somente… ah… não posso pensa
Cap.15Fiquei boquiaberta quando o vi descer a escada, estava impecavelmente arrumado, ele estava concentrado na abotoadura da sua roupa, enquanto descia a escada, quanto mais se aproximava, seu perfume ficava mais forte.Seu sobretudo grosso para o frio, seu conjunto de calça preta slim e camisa branca por baixo, ele estava tão lindo naquela camisa um pouco colada.— Onde está indo? — pergunto desconfiada, ele me encara com surpresa.— Eu sou o Don e tenho bastante trabalho. — diz indiferente.— Não perguntei quem você é, perguntei onde está indo. — ele me encara sem reação, mas o ignoro.— Estou indo a casa de acolhimento.— Vai encontrar a Rhudy? — pergunta sem delongas ele fixa seu olhar a mim.— Vai se arrumar, eu vou esperar você aqui. — avisa passando por mim se sentando no sofá elegantemente.Mas sei que ele apenas não queria me responder porque sim ele vai se encontrar com a Rhudy, subi a escada aborrecida a passos pesados e entrei em meu quarto.Bom… ele está muito bem-vesti
Cap. 16— vão para dentro! — ordena ela, as meninas saem correndo e eu fico, meus pés já estão congelando e doendo em meio aquele frio, ela está tão agasalhado em suas roupas quentes e casaco de pele macia. — Agora você! — rosna me empurrando contra o chão frio. — pensa que não percebo o interesse que Vlad tem você? Se tem uma coisa que eu odeio de alma é essa maldita casa! — continua a rosnar aborrecida.— Você odiando ou não, não vai significar nada, porque seu marido que é dono desse lugar. — a enfrento, mas foi a pior coisa que poderia fazer.Ela recuou, não sei bem o que procurava, mas olhava ao redor entre as fileiras de plantio se afastou e logo retornou com um balde de metal, não entendi o que queria fazer, até sentir a água fria em minha face me molhando dos pés a cabeça, sentir minha cabeça… todo meu corpo congela com aquilo, me encolho me agachando no chão enquanto ela me observa com frieza.— Não se atreva a me enfrentar de novo, você nunca vai conseguir tomar o meu lugar.
Cap.17Vlad (Narrando)Faz tempo que vejo como esse lugar afeta Shely, mas diferente de Hayna, ela gosta e cuida tanto quanto eu e isso me dá mais motivos ainda para querer ela por perto ao meu lado.Hoje foi um dia importante, o psicólogo sugeriu que eu deixasse ele sozinho com Shely, porque ela estava se sentindo desconfortável em conversar abertamente com ele.Mas claro que eu não vou ficar sem acompanhar, ficarei na sala ao lado com uma parede falsa, uma espécie de sala assistida, quando os pais precisam acompanhar as crianças de longe, onde posso ver os dois e ouvir tudo que ele conversa com ela.Sigo com ela para fora do quarto, tento a manter sempre do meu lado, a alguns dias queria apenas descobrir sobre seus sentimentos e agora que sei devo mantê-la o mais segura possível sobre tudo que lhe digo.Ela está desconfortável por eu segurar sua mão enquanto andamos pelos cômodos da casa de acolhimento, mas sempre que ela vê a Rhudy sua postura muda instantaneamente como se quisesse