cap.14Eu decidi me permitir, mas ainda não estava pronta para qualquer proximidade extrema, mas foi bom passar o dia com ele sem que ele tentasse nada, pensei que teria que agredi-lo em algum momento, mas Vlad parecia ser apenas o antigo Vlad, o mesmo respeitável que não força relação. Hoje tinha sido minha primeira consulta, mas foi bom, me senti bem em falar, talvez eu faça isso mais vezes se for ajudar a me aproximar dele.Já era noite, ele acendeu a lareira e aqueceu toda a casa, era insuportável o quanto poderia ficar frio n Itália, em pensar que na casa de Mozart nos primeiros dias era uma tortura, se não fosse pelas roupas que ganhávamos na casa de acolhimento naquela época, eu teria morrido de frio.As vezes tenho tanto a agradecer a Vlad, mas também tanto a lamentar todas as vezes que me lembro de Érina, não gosto de me lembrar disso, ainda me sinto indignada, eu queria ter coragem de perguntar onde está o corpo da minha irma, queria saber algo… somente… ah… não posso pensa
Cap.15Fiquei boquiaberta quando o vi descer a escada, estava impecavelmente arrumado, ele estava concentrado na abotoadura da sua roupa, enquanto descia a escada, quanto mais se aproximava, seu perfume ficava mais forte.Seu sobretudo grosso para o frio, seu conjunto de calça preta slim e camisa branca por baixo, ele estava tão lindo naquela camisa um pouco colada.— Onde está indo? — pergunto desconfiada, ele me encara com surpresa.— Eu sou o Don e tenho bastante trabalho. — diz indiferente.— Não perguntei quem você é, perguntei onde está indo. — ele me encara sem reação, mas o ignoro.— Estou indo a casa de acolhimento.— Vai encontrar a Rhudy? — pergunta sem delongas ele fixa seu olhar a mim.— Vai se arrumar, eu vou esperar você aqui. — avisa passando por mim se sentando no sofá elegantemente.Mas sei que ele apenas não queria me responder porque sim ele vai se encontrar com a Rhudy, subi a escada aborrecida a passos pesados e entrei em meu quarto.Bom… ele está muito bem-vesti
Cap. 16— vão para dentro! — ordena ela, as meninas saem correndo e eu fico, meus pés já estão congelando e doendo em meio aquele frio, ela está tão agasalhado em suas roupas quentes e casaco de pele macia. — Agora você! — rosna me empurrando contra o chão frio. — pensa que não percebo o interesse que Vlad tem você? Se tem uma coisa que eu odeio de alma é essa maldita casa! — continua a rosnar aborrecida.— Você odiando ou não, não vai significar nada, porque seu marido que é dono desse lugar. — a enfrento, mas foi a pior coisa que poderia fazer.Ela recuou, não sei bem o que procurava, mas olhava ao redor entre as fileiras de plantio se afastou e logo retornou com um balde de metal, não entendi o que queria fazer, até sentir a água fria em minha face me molhando dos pés a cabeça, sentir minha cabeça… todo meu corpo congela com aquilo, me encolho me agachando no chão enquanto ela me observa com frieza.— Não se atreva a me enfrentar de novo, você nunca vai conseguir tomar o meu lugar.
Cap.17Vlad (Narrando)Faz tempo que vejo como esse lugar afeta Shely, mas diferente de Hayna, ela gosta e cuida tanto quanto eu e isso me dá mais motivos ainda para querer ela por perto ao meu lado.Hoje foi um dia importante, o psicólogo sugeriu que eu deixasse ele sozinho com Shely, porque ela estava se sentindo desconfortável em conversar abertamente com ele.Mas claro que eu não vou ficar sem acompanhar, ficarei na sala ao lado com uma parede falsa, uma espécie de sala assistida, quando os pais precisam acompanhar as crianças de longe, onde posso ver os dois e ouvir tudo que ele conversa com ela.Sigo com ela para fora do quarto, tento a manter sempre do meu lado, a alguns dias queria apenas descobrir sobre seus sentimentos e agora que sei devo mantê-la o mais segura possível sobre tudo que lhe digo.Ela está desconfortável por eu segurar sua mão enquanto andamos pelos cômodos da casa de acolhimento, mas sempre que ela vê a Rhudy sua postura muda instantaneamente como se quisesse
Cap.18Quando ela acordou, estava ainda atordoada, não sei o que Carlito fazia, mas olhando ao redor da sala encontro em sua mesa de centro um objeto que pode ser usado para hipnose.— Você não disse que usaria a hipnose. — lhe contesto e ele me encara tranquilo.— é um pouco diferente, ela pode lembrar de tudo, eu só faço ela se sentir mais confortável em conversar, não precisa de muito.Encaro-lhe rispidamente, ainda assim não lhe digo mais nada, mas só por saber que mesmo na primeira consulta percebi que Shely já estava bem mais comunicativa.A levei em um restaurante conhecido, um dos restaurantes de meu filho, porém não tenho costume de comer nada dali, raramente ia, mas talvez seja um bom momento.Parece que ela gostou da comida desse lugar, o interessante é que eu conhecia os pratos da Hayna melhor que qualquer pessoa, e digo que todos esses cardápios estão bem diferentes desde a última vez que vi, levando em conta o quanto Henry é um pouco rancoroso, acredito que ele tenha com
Cap.19— você e Shely parecem estar se dando bem, ela parece mais tranquila também e como sempre está impecavelmente linda.— Ela é uma jovem senhora.— Henry! — grita Scarlett em alvoroço. — a água do chuveiro está fria, eu vou aquecer um pouco de água para limpar lupita, você pode ver o que há de errado? — pergunta vindo em nossa direção dando um beijo na bochecha de Henry.— Pai! — grita em alvoroço me abraçando, ela realmente me vê como um pai, mas também não está errado desde que elas estão debaixo da minha guarda.Henry segue para o andar de cima e eu a acompanho até a cozinha, me sento em uma das mesas enquanto a observo ansiosa.— Como tem sido a nova trajetória? — pergunto e ela sorri vindo até mim, percebo seus olhos um pouco cansados.— Meio paranoica, eu nem consigo dormir direito, está muito frio e fico com medo que ela fique doente. — comentou apreensiva.— A casa é bem aquecida, você não deveria se preocupar tanto.— Eu sei… mas ela é tão pequena, quando estávamos na no
Cap.20Vlad Ravenclaw ficamos na casa de Henry até anoitecer, quando seguimos para casa, ela se manteve em silêncio e distante como sempre fica.Após a conversa que tive com Scarlett… pela primeira vez me senti um pouco sem esperanças, não sei como ela poderia querer tentar de novo com tantas atrocidades que viveu, me sinto de mãos atadas e sem opção, me resta ajudá-la com o tratamento.Quando chegamos ela seguiu para seu quarto, acredito que esteja exausta, apenas lhe dou boa noite e fico por algum tempo na sala, olhou ao redor, nem consigo acreditar que dormimos por um mês na sala, vou aproveitar que o tempo não está mais tão frio e fazer a manutenção e instalação de ar condicionados.Quando finalmente me veio o sono já passava da meia noite, mas antes de seguir para meu quarto, fui até o quarto dela, queria me certificar que ela estava bem.Abri a porta discretamente e para minha surpresa a encontrei encolhida no chão frio com as mãos cobrindo a face.— O que aconteceu? — pergunta
Cap.21Shely Mozart.Pela manhã quando acordei, nem mesmo abrir os olhos quando tateei a cama o procurando, lembro muito bem que conversamos e ele estava ali, mas só até eu dormir, é tão estranho, ele parece está criando distância de mim, sei que vamos sair logo pela manhã, então me arrumo, roupas bem quentes, dessa vez vou usar calça e bota e me agasalhar bem, estava tão ansiosa para vê-lo que meu estômago chega a embrulhar com de ansiedade.Quanto mais os dias passam me sinto mais ansiosa e com vontade de vê-lo, saio do quarto na esperança de encontrá-lo, mas não estava ali, fiquei com receio dele não estar em casa.Mas ainda no topo da escada consegui senti cheiro de café recém-feito, desço a escada ansiosa, estranhamento hoje estou me sentindo até mais disposta que nos outros dias, normalmente é tão difícil me levantar pela manhã, o efeito do remédio sempre me deixa indisposta quando tomo ele muito tarde.Adentrei a cozinha e encontro ele a beira do fogão, não é uma visão que comb