Cap. 16— vão para dentro! — ordena ela, as meninas saem correndo e eu fico, meus pés já estão congelando e doendo em meio aquele frio, ela está tão agasalhado em suas roupas quentes e casaco de pele macia. — Agora você! — rosna me empurrando contra o chão frio. — pensa que não percebo o interesse que Vlad tem você? Se tem uma coisa que eu odeio de alma é essa maldita casa! — continua a rosnar aborrecida.— Você odiando ou não, não vai significar nada, porque seu marido que é dono desse lugar. — a enfrento, mas foi a pior coisa que poderia fazer.Ela recuou, não sei bem o que procurava, mas olhava ao redor entre as fileiras de plantio se afastou e logo retornou com um balde de metal, não entendi o que queria fazer, até sentir a água fria em minha face me molhando dos pés a cabeça, sentir minha cabeça… todo meu corpo congela com aquilo, me encolho me agachando no chão enquanto ela me observa com frieza.— Não se atreva a me enfrentar de novo, você nunca vai conseguir tomar o meu lugar.
Cap.17Vlad (Narrando)Faz tempo que vejo como esse lugar afeta Shely, mas diferente de Hayna, ela gosta e cuida tanto quanto eu e isso me dá mais motivos ainda para querer ela por perto ao meu lado.Hoje foi um dia importante, o psicólogo sugeriu que eu deixasse ele sozinho com Shely, porque ela estava se sentindo desconfortável em conversar abertamente com ele.Mas claro que eu não vou ficar sem acompanhar, ficarei na sala ao lado com uma parede falsa, uma espécie de sala assistida, quando os pais precisam acompanhar as crianças de longe, onde posso ver os dois e ouvir tudo que ele conversa com ela.Sigo com ela para fora do quarto, tento a manter sempre do meu lado, a alguns dias queria apenas descobrir sobre seus sentimentos e agora que sei devo mantê-la o mais segura possível sobre tudo que lhe digo.Ela está desconfortável por eu segurar sua mão enquanto andamos pelos cômodos da casa de acolhimento, mas sempre que ela vê a Rhudy sua postura muda instantaneamente como se quisesse
Cap.18Quando ela acordou, estava ainda atordoada, não sei o que Carlito fazia, mas olhando ao redor da sala encontro em sua mesa de centro um objeto que pode ser usado para hipnose.— Você não disse que usaria a hipnose. — lhe contesto e ele me encara tranquilo.— é um pouco diferente, ela pode lembrar de tudo, eu só faço ela se sentir mais confortável em conversar, não precisa de muito.Encaro-lhe rispidamente, ainda assim não lhe digo mais nada, mas só por saber que mesmo na primeira consulta percebi que Shely já estava bem mais comunicativa.A levei em um restaurante conhecido, um dos restaurantes de meu filho, porém não tenho costume de comer nada dali, raramente ia, mas talvez seja um bom momento.Parece que ela gostou da comida desse lugar, o interessante é que eu conhecia os pratos da Hayna melhor que qualquer pessoa, e digo que todos esses cardápios estão bem diferentes desde a última vez que vi, levando em conta o quanto Henry é um pouco rancoroso, acredito que ele tenha com
Cap.19— você e Shely parecem estar se dando bem, ela parece mais tranquila também e como sempre está impecavelmente linda.— Ela é uma jovem senhora.— Henry! — grita Scarlett em alvoroço. — a água do chuveiro está fria, eu vou aquecer um pouco de água para limpar lupita, você pode ver o que há de errado? — pergunta vindo em nossa direção dando um beijo na bochecha de Henry.— Pai! — grita em alvoroço me abraçando, ela realmente me vê como um pai, mas também não está errado desde que elas estão debaixo da minha guarda.Henry segue para o andar de cima e eu a acompanho até a cozinha, me sento em uma das mesas enquanto a observo ansiosa.— Como tem sido a nova trajetória? — pergunto e ela sorri vindo até mim, percebo seus olhos um pouco cansados.— Meio paranoica, eu nem consigo dormir direito, está muito frio e fico com medo que ela fique doente. — comentou apreensiva.— A casa é bem aquecida, você não deveria se preocupar tanto.— Eu sei… mas ela é tão pequena, quando estávamos na no
Cap.20Vlad Ravenclaw ficamos na casa de Henry até anoitecer, quando seguimos para casa, ela se manteve em silêncio e distante como sempre fica.Após a conversa que tive com Scarlett… pela primeira vez me senti um pouco sem esperanças, não sei como ela poderia querer tentar de novo com tantas atrocidades que viveu, me sinto de mãos atadas e sem opção, me resta ajudá-la com o tratamento.Quando chegamos ela seguiu para seu quarto, acredito que esteja exausta, apenas lhe dou boa noite e fico por algum tempo na sala, olhou ao redor, nem consigo acreditar que dormimos por um mês na sala, vou aproveitar que o tempo não está mais tão frio e fazer a manutenção e instalação de ar condicionados.Quando finalmente me veio o sono já passava da meia noite, mas antes de seguir para meu quarto, fui até o quarto dela, queria me certificar que ela estava bem.Abri a porta discretamente e para minha surpresa a encontrei encolhida no chão frio com as mãos cobrindo a face.— O que aconteceu? — pergunta
Cap.21Shely Mozart.Pela manhã quando acordei, nem mesmo abrir os olhos quando tateei a cama o procurando, lembro muito bem que conversamos e ele estava ali, mas só até eu dormir, é tão estranho, ele parece está criando distância de mim, sei que vamos sair logo pela manhã, então me arrumo, roupas bem quentes, dessa vez vou usar calça e bota e me agasalhar bem, estava tão ansiosa para vê-lo que meu estômago chega a embrulhar com de ansiedade.Quanto mais os dias passam me sinto mais ansiosa e com vontade de vê-lo, saio do quarto na esperança de encontrá-lo, mas não estava ali, fiquei com receio dele não estar em casa.Mas ainda no topo da escada consegui senti cheiro de café recém-feito, desço a escada ansiosa, estranhamento hoje estou me sentindo até mais disposta que nos outros dias, normalmente é tão difícil me levantar pela manhã, o efeito do remédio sempre me deixa indisposta quando tomo ele muito tarde.Adentrei a cozinha e encontro ele a beira do fogão, não é uma visão que comb
Cap.22Como de costume estou em meu quarto, por um momento preso a paisagem fria e escura da janela, onde não se ver muita coisa a não ser o fundo rústico da casa e o ar frio que entra pela janela, enquanto estou na penumbra, meu celular alarma me indicando que eu posso seguir para seu quarto, supostamente ela já deve ter tomado seu remédio e já está em sono profundo.A forma como ela tem evoluindo, os pequenos gestos e toque, ela aos poucos está se libertando e confiando em mim, parece que foi algo bom manter a distância que o psicólogo sugeriu, mesmo que às vezes pareça, ou talvez seja coisa da minha cabeça, que a minha distância a incomode.Entrei em seu quarto sentindo um pouco de ansiedade, o peito um pouco inquieto, já faz meses que faço isso, e não me canso um só segundo de olhar essa mulher, se ela soubesse o quanto conseguiu roubar meu coração, nem mesmo sentir algo tão intenso nem mesmo por Hayna que outrora tinha sido um casamento arranjado por nossos pais, mas Shely… é uma
Cap.23Shely MozartNão sei a quem quero enganar, eu não quero me afastar de Vlad, mas com tudo que ouvi ontem, não consigo não sentir medo de arriscar.— Shely… você já convive com ele a tanto tempo, o que há de errado? — pergunta o doutor um pouco cético, ele também parece inseguro.— É complicado, eu não me sinto confortável e tenho medo.— Medo? Do que seria? Parece que aconteceu algo, porque não conversamos sobre isso? Não acredito que essa decisão seja do nada, afinal algumas vezes você mesma deu a entender que queria retomar sua vida ao lado de alguém, além da felicidade que tinha em se referir a Vlad.“Eu sei…” penso com os lábios trêmulos, meus olhos também marejam.— Shely… você desistiu mesmo dele? — pergunta mais uma vez me observando, mas minha fala trava. — Aconteceu algo? Sabe que pode conversar comigo, não sabe?— sei… Eu não desisti, mas fiquei com medo, eu não quero isso de novo… — confesso com a voz embargando.— Fale com clareza, do que você tem medo?— Ontem… ela