cap.8
.Vlad (Narrando)Permaneci um pouco distante, enquanto ela se cuidava, ela secava o cabelo ainda enrolada na coberta, sei que não se levantaria dali enquanto eu estivesse aqui, ela parece aquelas gatinhos de rua raivosos que não estão acostumados com cuidado, por qualquer motivo arranha, mas meu verdadeiro interesse é ver seus arranhões, enquanto ela seca o cabelo, finjo procurar algo ao redor do quarto, ela me observa mas basta eu a encarar que ela desvia o olhar emburrada.Consigo pegar seu pijama da cama e colocá-lo discretamente no guarda-roupa, volto a me encostar na escrivaninha onde fico a observando, ela suspira e demonstrando incômodo com a minha presença.— você pode sair? — pergunta ao terminar de secar o cabelo.— Não, ainda estou apreciando você em minha cama sem poder te tocar… ainda. — lamento, mas meu corpo todo corresponde a ela, cada músculo, as pontas de meus dedos, queria tocar cada parte de sua pele e fazê-la sentir prazer nem que seja com minhas mãos.Ela é esperta, não abaixa a guarda nem um segundo, obvio que ela percebeu que as roupas sumiu, sei que se eu sair ela vai se levantar e procurar para se vestir.Fiquei ali em pé, quieto, silencioso esperando a minha presa se cansar e dormir, ela não aguentou e logo estava dormindo, não a toquei de imediato, esperei ela está dormindo profundamente então me aproximei, subi vagamente na cama ficando de joelhos próxima a ela, mesmo dormindo profundamente ela ainda segura o lençol com força ao corpo, devo dizer que é algo a mais que descobrir, tento tirar o lençol de seu corpo, afrouxo seus dedos lentamente do tecido e finalmente consigo ter acesso.Confesso que tive receio em puxar e ver o que eu quero e o que também não queria, lamento quando vejo o que queria que fosse uma ilusão, engulo em seco ao mesmo tempo que sinto meu estômago revirar, não por ela, mas por pensar que um homem seria capaz de marcar tanto alguém que ele teve ainda tão nova, ela tem linhas de cicatrizes sutis por todo seus seios, como arranhões de gato, ela escondeu isso de mim como se sua própria vida dependesse disso, minha cabeça chega a ficar turva ao pensar onde mais eu vi essas marcas, mas desejo de coração que Shely não tenha passado por tanta coisa ruim assim por minha causa.A curiosidade me consome, mas sei que uma hora eu vou ver, continuou a descer o tecido, eu preciso ver se isso é verdade.Mas antes que eu possa, seus olhos se abrem e ela acorda.— seu desgraçado! — rosna e mais uma vez sinto a ardência de seu tapa em meu rosto, merda! Se ela soubesse o quanto me descontrola ao fazer isso.Permaneço sentado na cama sem a encarar, enquanto ela já está de pé enrolada no lençol novamente, seus lábios comprimidos dando um aspecto enrugado, ela faz cara de choro encarando o teto, sua respiração pesada, é como um animal selvagem se sentindo sem saída.— Shely… — suspiro ainda tentando manter a calma.— se… quer descontar vai em frente, mas não precisa encostar em mim enquanto estou dormindo… — diz recuando se encostando no guarda-roupa.— O que está fazendo? — pergunto me levantando e indo em sua direção.— Eu não queria ter que começar a lutar de novo… — diz com a cabeça baixa enquanto algumas lágrimas pingam em meu chão.Ela está pensando que eu queria abusar dela enquanto dormia, sorrio sem graça indo em sua direção.— O que você está pensando? Eu não estava tentando abusar de você. — ela ergueu os olhos e me encarou séria.— Estou presa em sua casa agora, você pode… não é isso que tipo de homens como você fazem? As mulheres não tem valor nenhum, e muito menos eu se tratando de toda a minha trajetória.— EU não estava tentando abusar de você, eu sou um homem, apesar de vida que levo não sou capaz de pegar uma mulher a força, gosto de aproveitar cada segundo da minha conquista. — sussurro para ela enquanto mantenho um dos meus antebraços apoiados na madeira do guarda-roupa e a outra mão tocando a maçã de seu rosto.— O que estava tentando fazer? — pergunta aflita.— queria te ver, você é minha agora. — digo indiferente mantendo contato fixo com seus olhos.— Sabe que não gosto que me toque! — rosna afastando a minha mão de seu rosto, mas seguro a sua mão, ela treme com a cabeça baixa, mas eu consigo lê-la muito bem, está incomodada porque eu a vi. — Não gostaria que nenhum homem me visse.— Mas eu queria te ver.— está sentindo nojo agora? — pergunta com frieza, seus olhos me encaram com um novo ar, e parece querer abrir um sorriso que trazia amargura junto.— Não… — sorrio com sinceridade e apreensão. — me sinto um lixo… ver… a cada dia tenho algo para colocar na lista para me lamentar e remoer o quanto era fraco.— Ainda quer ver mais? — pergunta enxugando as lágrimas demonstrando frieza , ela quer se vingar por saber que isso mexe comigo, mas eu quero ver, quero conhecer toda a merda que eu levo a culpa.— Quero! — rosna lhe encarando feroz, ela imediatamente deixa o lençol cair e fecha os olhos, ela está com medo, mas está justificado.Shely me vê como um monstro, e estou me sentindo assim.Encaro seus seios mais uma vez, mas não tenho coragem de olhar o resto, seu corpo… porque sentir o prazer em fazer algo do tipo?— perdeu a coragem de olhar? — diz com a voz mais calma. — mesmo que um dia eu quisesse ter alguém… ninguém vai me querer… não que eu me importe, mas se eu me importasse, isso doeria, mas agora tanto faz. — confessa se agachando para pegar o lençol.— eu não disse que não quero mais olhar, eu preciso ver tudo que aconteceu!Ela volta a se levantar e deixo o remorso de la podendo analisar sua pele, seus seios, sua barriga tem algumas marcas sutis, e… desce até suas pernas, ela tem cicatrizes que rodeiam sua coxa, linhas descendo limitadamente poucos centímetros, ela conseguiria esconder facilmente com um short curto, mas me sinto mal em pensar que ele torturava ela dessa forma, o que eu fiz?— Você tinha prometido… — sorri desconcertada.Eu fui fraco quando decidi deixá-la tantos anos nas mãos de Mozart, não usei meu poder e nem o matei quando podia ainda quando ela era tão menina. — Mas me deixou passar por isso por vinte anos, príncipes encantados? Eles não existem, as minhas filhas lutaram e uma delas apertou o gatilho, o que acha disso? Eu coloquei no mundo a chave para a liberdade que eu tanto queria. — cada palavra desce a minha garganta como pregos, mas não vou me importar em cavar todo seu passado e dar um novo rumo a nossas vidas.Eu não deveria ter dado prioridade a Hayna, também não esperava que ela se tornaria a menina que eu me apaixonaria no dia que matei sua irmã.— Eu quebrei todas as promessas que eu te fiz.— Sabe… — me interrompe. — você não tinha obrigação de cumprir nada, o que você deve a uma menina que você tinha libertado de um destino… — sua voz embargou, com certeza seus pensamentos estão em Érina, são tantas coisas.O que estou fazendo? Tentando conquistar uma mulher cujo qual matei a própria irma em sua frente sem nenhuma piedade.— Te amar será a minha punição… — digo cerrando os dentes colando minha testa a dela enquanto suas lagrimas caem. — mas me deixe tentar tudo que eu puder.— Por que agora? Você nunca se importou… agora, já não importa, eu nunca vou querer que nenhum homem veja os retalhos que eu sou… — ela tomba sua cabeça contra meu peito.Ela sabe bem como as coisas podem funcionar quando se vê como uma mercadoria.Shely tem todos os tipos de cicatrizes, mas não esperava ver tantas em seu corpo, isso a deixou ainda mais insegura, sendo ela vaidosa, e em nosso meio ela seria repudiada e rejeitada por qualquer homem que visse e não entendesse, mas essas marcas não significa nada para mim.A apertei em meus braços com aflição enquanto escuto seu choro, é fácil tocá-la em seus momentos mais vulneráveis, mas preciso que ela acredite que não vou forçá-la a nada se não quiser, mas ela simplesmente acredita que vai passar por tudo aquilo de novo e isso é tudo que ela conhece.Após ela se acalmar saio do quarto para que ela troque de roupa em paz, pensei que logo após ela sairia e pediria um outro quarto, mas ela apenas se deitou na cama se enrolou na coberta e dormiu,cap.9Shely (Narrando) A manhã estava gelada quando acordei, mas o quarto estava quente, a cama macia e extremamente confortável estava quente devido aos lençóis, mas olho ao redor e não o encontro.Nem sei porque o procurei, ainda me sinto constrangida pela noite de ontem. Coloco os pés descalços no chão e o chão está terrivelmente frio, talvez esteja nevando, Sant Andreas sempre é muito fria no inverno.Visto-me um casaco quente e saio do quarto, sigo pelo corredor e não tem ninguém, essa casa vazia me dá um pouco de vertigem.Vou até seu escritório, mas ele não está lá, pensei que poderia encontrar ele em algum desses quartos, porém sei que esse horário ele não estaria mais dormindo.Sigo até a sala, logo após a cozinha e nem sinal dele, a cada segundo meu peito aperta, sei que gosto de ficar só em minha casa, mas não quero essa sensação de está presa.— Senhorita Ravenclaw. — chama uma das empregadas e franzo o cenho, como assim? Ravenclaw? — está procurando seu marido?— Ele não
Cap.10Vlad RavenclawComo eu já esperava ela ficou doente, mesmo que eu tivesse tentado evitar, ela é sempre imprudente, após secar meu cabelo a deixei descansar, ela nem percebeu o quanto seu nariz estava vermelho, mas está nevando, então é normal para alguém que saiu sem agasalho.Após tomar café, mantive o quarto quente, ela nem mesmo viu que o motivo da boa temperatura era o ar-condicionado, caso contrário ela congelaria.Apos dá-lhe os remédios ela passou a tarde inteira na cama, nada novo referente a Shely a noite continuei dormindo no quarto de hospedes, infelizmente ela não se sente confortável comigo ao seu lado e demonstra insegurança, mesmo que seu corpo tenha aquela mistura de retribuição e rejeita, mas sei que é por causa de tudo que aconteceu.Ultimamente minha cabeça anda martelando tudo que ela deixa escapar, mas parece que ha tanta coisa.Dia seguinte quando vou ao quarto a encontro ainda na cama, está queimando em febre, mal abre os olhos, o medico da família a exam
cap.11shely narrando.alerta: Conteúdo extremamente sensível.Ele segue para o banheiro… simplesmente segue para o banheiro para tomar banho nem mesmo me encara, mas eu me lembro da nossa conversa mais cedo e eu disse para ele não se aproximar de mim se tivesse ficado com alguma mulher, não ouvi nenhum barulho de água caindo, mas não demora muito ele sai do banheiro sem seu sobretudo, sem o gorro e descalço, e o cachecol em um dos ombros.só de imaginar que ele esteve com outra mulher… minhas mãos tremem e meu peito parece travar.ele continua a me ignorar seguindo para o guarda-roupa.— Onde você esteve? e por todo esse tempo? — perguntei chateada, ele continua de costas para mim.— Eu disse, uma reunião de negócios.— Por todo o dia? — Sim, logo depois fui ver algumas mulheres, ou muitas mulheres. — sua voz soou fria e ele veio até mim parecendo me analisar.— Você disse que não ia ver nenhuma mulher.— Eu disse que não ficaria com nenhuma, mas não há nada que me impeça, você já p
cap.12Vlad (Narrando).Ela fica por alguns minutos em meus braços e continua a tremer de medo, apenas queria saber tudo que ela tem nessa cabeça, mas está difícil a cada dia descobrir.Bom… eu já descobri tudo que preciso para poder agir da maneira correta, a intensidade de seu trauma e como ela reage a cada tipo de situação.— Eu não aguento mais… — ouço ela lamentar ao chorar baixinho.A coloco sobre a cama e ela se deita de bruços abraçando o travesseiro ainda chorando, eu não queria ter causado isso, mas ela esconde tantas coisas.— me desculpe… — digo suavemente ao me inclinar beijando a sua face, quando faço menção em me afastar ela segura a minha mão, é como se naquele toque eu pudesse sentir o sangue correr em sua corrente sanguínea de tão em pânico que ela está. — Eu vou para meu escritório agora, preciso fazer algo importante.— Vlad… eu não quero mais ficar aqui… é estranho estar em seu quarto, me faz pensar que a qualquer momento…— Isso nunca! — assevero me agachando em
Cap.13Shely (Narrando).Ele disse que tomaríamos café juntos, mas agora estou sentada em uma mesa sozinha com uma variedade de comidas desnecessárias, nem acredito que ele dormiu na mesma cama que eu, além do fato que eu tive uma péssima noite com tantos pesadelos, mas nada que se comparasse ao meu transe.Quando terminei meu café e sai da cozinha o encontrei saindo e por incrível que pareça, com uma mala, corri cética atrás dele.— O que está fazendo, vai viajar?— Não, vou passar alguns dias na sua casa.— Não! Como assim? Pensei que só frequentaria algumas vezes, não pensei que moraria lá, você não é bem-vindo.— Não é você que decide agora, além disso eu vou te ajudar a vencer seu trauma.— me ajuda? Eu quero ir embora justamente para ficar longe de você.— ah… mas quando estou longe só falta querer me matar quando chego em casa, me fuzilando de perguntas como se eu estivesse em um puteiro, quero mais. — brinca colocando a mala no carro.Não adiantou discutir com ele, seguimos vi
cap.14Eu decidi me permitir, mas ainda não estava pronta para qualquer proximidade extrema, mas foi bom passar o dia com ele sem que ele tentasse nada, pensei que teria que agredi-lo em algum momento, mas Vlad parecia ser apenas o antigo Vlad, o mesmo respeitável que não força relação. Hoje tinha sido minha primeira consulta, mas foi bom, me senti bem em falar, talvez eu faça isso mais vezes se for ajudar a me aproximar dele.Já era noite, ele acendeu a lareira e aqueceu toda a casa, era insuportável o quanto poderia ficar frio n Itália, em pensar que na casa de Mozart nos primeiros dias era uma tortura, se não fosse pelas roupas que ganhávamos na casa de acolhimento naquela época, eu teria morrido de frio.As vezes tenho tanto a agradecer a Vlad, mas também tanto a lamentar todas as vezes que me lembro de Érina, não gosto de me lembrar disso, ainda me sinto indignada, eu queria ter coragem de perguntar onde está o corpo da minha irma, queria saber algo… somente… ah… não posso pensa
Cap.15Fiquei boquiaberta quando o vi descer a escada, estava impecavelmente arrumado, ele estava concentrado na abotoadura da sua roupa, enquanto descia a escada, quanto mais se aproximava, seu perfume ficava mais forte.Seu sobretudo grosso para o frio, seu conjunto de calça preta slim e camisa branca por baixo, ele estava tão lindo naquela camisa um pouco colada.— Onde está indo? — pergunto desconfiada, ele me encara com surpresa.— Eu sou o Don e tenho bastante trabalho. — diz indiferente.— Não perguntei quem você é, perguntei onde está indo. — ele me encara sem reação, mas o ignoro.— Estou indo a casa de acolhimento.— Vai encontrar a Rhudy? — pergunta sem delongas ele fixa seu olhar a mim.— Vai se arrumar, eu vou esperar você aqui. — avisa passando por mim se sentando no sofá elegantemente.Mas sei que ele apenas não queria me responder porque sim ele vai se encontrar com a Rhudy, subi a escada aborrecida a passos pesados e entrei em meu quarto.Bom… ele está muito bem-vesti
Cap. 16— vão para dentro! — ordena ela, as meninas saem correndo e eu fico, meus pés já estão congelando e doendo em meio aquele frio, ela está tão agasalhado em suas roupas quentes e casaco de pele macia. — Agora você! — rosna me empurrando contra o chão frio. — pensa que não percebo o interesse que Vlad tem você? Se tem uma coisa que eu odeio de alma é essa maldita casa! — continua a rosnar aborrecida.— Você odiando ou não, não vai significar nada, porque seu marido que é dono desse lugar. — a enfrento, mas foi a pior coisa que poderia fazer.Ela recuou, não sei bem o que procurava, mas olhava ao redor entre as fileiras de plantio se afastou e logo retornou com um balde de metal, não entendi o que queria fazer, até sentir a água fria em minha face me molhando dos pés a cabeça, sentir minha cabeça… todo meu corpo congela com aquilo, me encolho me agachando no chão enquanto ela me observa com frieza.— Não se atreva a me enfrentar de novo, você nunca vai conseguir tomar o meu lugar.