Cap.4

Cap. 4

Pela manhã bem cedo ela pulou de meu colo ao levar um susto quando ouviu alguém bater à porta, com certeza era um de meus seguranças trazendo minhas roupas.

Na janela o sol já se mostra a raiar e a lareira está apagada com algumas brasas acesas, a noite acabou sendo quente, apesar de cansativa, meu corte na costela ainda doí um pouco, mas não é nada grave levando em conta que está doendo porque estava a acomodando em meu colo.

Ela correu escada acima sem nem mesmo me dirigir a palavra.

— Bom dia, também… — suspiro para ela, em seguida fui atender a porta.

Pego minhas roupas e subo até um dos quartos vazios, conheço todo esse lugar de ponta a ponta já que eu mesmo ajudei na reforma.

Estava ansioso para vê-la sair, ver como está sempre tão linda e recatada, é o tipo que demonstra insegurança e medo ao mesmo tempo que sabe se vestir bem, ontem ela me deixou impressionado quando matou aquele homem, é a primeira vez que recebo ajuda de uma mulher nesse quesito.

Eles exageraram trouxeram um conjunto elegante demais para a ocasião, visto a calça preta um pouco justa e a camisa azul-marinho, em seguida o sobretudo preto, escovo meu cabelo deixando os fios arrumados para trás, a minha governanta com certeza foi a responsável por arrumar tudo, perfumes, cremes, outro relógio, onde ela está pensando que eu vou? Que seja, vou deixar partes dessas coisas guardadas aqui, depois as levarei de volta ou deixarei aqui.

Assim que saio do quarto me deparo com ela que acabara de sair do quarto, vestido bege não tão longo como eu esperava, porém gola alta de botão de pérolas na frente, tecido solto abaixo da cintura fazendo um volume discreto, ela não tem curvas tão acentuadas e nem precisa, não deixa de ser perfeita e elegante em seu salto de poucos centímetros, e seu cabelo amarrado formando um rabo de cavalo com cachos na ponta, sua pele parece serena, seu olhos claros traz um ar de insegurança, mas continuo a admirá-la até que ela para em minha frente.

— podemos ir agora, não quero demorar já que o tempo não está agradável.

— Onde está seu casaco?

— pendurado no cabideiro da sala. — avisa com frieza seguindo em minha frente.

Ela saiu logo após pegar seu casaco vermelho e quente e seguiu para fora portão afora, olhou ao redor e não viu mais vestígios de que houve uma luta e homens-mortos na noite anterior, suponho que suspirou aliviada.

Abro a porta do meu carro para que ela entre, ela suspira pesadamente ao ver o lanche que havia trazido para na tarde anterior.

— Espero alguns minutos. — diz rude e bufando pegando o corpo a observo cético enquanto sai do carro batendo os pés e j**a tudo no livro.

— ah… como se eu tivesse culpa dela ter saído e deixado o portão aberto. — resmungo logo após ela volta e se senta me ignorando.

Apenas sigo viagem.

— Você não estava reclamando quando estava dormindo em meus braços, por que está de mau humor agora?

— talvez seja pelo fato que você acabou de citar. — comenta então a ignoro enquanto dirijo.

Queria lhe perguntar como se sentiu quando viu aqueles corpos, mas é uma pergunta muito óbvia já que ela já viveu coisas que nem mesmo posso imaginar, o que é um corpo desconhecido ao se tratar disso?

Assim que estacionei em frente a casa de acolhimento outro carro que logo reconheço, estaciona atrás do meu, Shely sai antes mesmo que eu abra a minha porta e segue para a entrada do centro e logo some, ela está realmente aborrecida, suspiro pesadamente e um pouco incomodado, isso vai ser difícil, mais do que imaginei.

— Vlad… — ouço uma voz suave e doce que já conheço muito bem.

Minha administradora, ela sabia que eu viria, é óbvio, ela cuida de todo carregamento de suprimento para manter a casa Ravenclaw sempre em ordem.

— Rhudy, sabia que estaria aqui.

— Claro, enfrentaremos um pouco de frio e além da chegada de novas crianças precisamos cuidar também das que já estão aqui. — Diz segura, Rhudy sempre foi muito competente, além de uma mulher jovem e muito bonita, ela deve ter em volta de seus 28 anos, formada em administração e contabilidade, ela como muitas meninas vieram viver aqui a muito tempo e hoje é ela que me ajuda a manter a ordem do local, fico feliz por ter sido o patrono, muitas meninas desde a época que comecei estão em uma boa carreira e independente.

— Me diga, o que já providenciou?

— Tudo, mantimentos e roupas novas e agasalhos para as novas crianças, você só tem que averiguar tudo. — diz mantendo seu olhar fixo a mim, ela me analisou dos pés a cabeça apenas desvio o olhar esperando ela terminar e volto a encarar sério. — está pronto para alguma ocasião especial?

— Não, apenas um equívoco.

— Uhm… gostei desse equívoco.

— Só você então. — resmungo ao me recordar de Shely

Sorrio internamente ao me importar com isso.

— Vamos? — pergunta entrelaçando seu braço ao meu, ela sempre faz isso, o que é raro qualquer outra fazer, talvez pela frequência com que a consulto e confio nela, ela também tenha criado essa confiança, poderia evitá-la e me livrar como sempre faço, mas não dessa vez, só dessa vez quero ser um pouco adolescente com minha futura e complicada esposa.

A Shely não tem pudor quando se trata de me ver com outras mulheres, é a única vez que vejo ela se importar, isso me deixa com um pouco de esperança e convicto que devo lutar para consertar o que foi quebrado por minha causa.

Sei que ela vai sofrer um pouco quando me ver entrar com Rhudy segurando em meu braço, uma mulher estadunidense alta e elegante, além de bonita.

— você está mais receptivo hoje, acredito que já tenha pensado ou cogitado a ideia de que poderíamos ser um extraordinário casal. — sorri gentilmente.

— Não, arrume um homem mais novo, eu posso ser seu pai como sempre fui, tudo bem? — lhe digo gentilmente, mas das muitas meninas depois que viram adultas elas sempre almejam esse tipo de sonho, mas não tenho interesse de homem em nenhuma delas mesmo sendo já mulheres, exceto Shely e eu não faço ideia de como isso aconteceu.

— Não preciso de um homem mais novo, dizem que quanto mais velho eles ficam, melhor a qualidade, como de um vinho.

— Não sei, talvez no axilo tenha muitos vinhos que perderam a qualidade, não é? — sorrio ao comentar e ela sorri desconcertada.

— você sabe bem o que quero dizer, eu gostaria que você fosse mais aberto, acredito que combinamos, além disso eu amo essa casa tanto quanto você pode imaginar, não seria a pessoa adequada?

— Não sei bem, muitas meninas são bastantes gratas a esse lugar, e são fiéis assim como você, ainda assim não escolheria nenhuma delas.

— ohm… então nunca vai me ver como mulher?

— Será sempre uma menina, não pense demais sobre essas coisas, eu não terei um olhar diferente para nenhuma de vocês. Lhe digo com seriedade, ela entende, ainda assim não desmancha seu sorriso cortes, apenas segura em meu braço e continuamos a seguir lentamente até o portão, admito que estou ansioso para ver a reação maravilhosa de minha escolhida.

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