Cap.3
Shely (Narrando).Ele ficou surpreso quando viu que o disparo tinha saído de minha arma, com certeza ele pensa que sou a mesma mulher indefesa à deriva nas mãos de qualquer homem, mas eu não saí de um inferno para cair em outro sem estar pronta.Vou em direção a ele e ele parece que nem percebeu seu braço sangrando, puxei o tecido da camisa desejando que fosse sangue de um dos bandidos, mas, na verdade, é dele, além de a costela também está ferida, encaro tudo aquilo com preocupação, a chuva ainda cai muito forte.— Você se machucou… — resmungo preocupada, mas ele tira a camisa bruscamente e j**a sobre mim.— Nem tinha percebido, sugiro que entre agora, a sua situação agora não é a mais adequada. — diz ele indiferente indo até os seus seguranças. — recolham os corpos e limpe o quintal sem deixar nenhum vestígios, podem ir para casa, ninguém mais vai ousar invadir, mas antes não esqueçam de vasculhar todo o local.Ele ordena se mantendo firme e forte, sua postura imponente de costas para mim enquanto encara o grupo de homens que mantêm a cabeça baixa, corro meus olhos por suas costas, sua camisa está colada em seu corpo, revelando cada curva de suas costas largas, enquanto seus fios de cabelo grisalhos estão encharcados, na verdade todos nós estamos.Eu não sabia o motivo dele ter me dado sua camisa, até eu ver meus seios literalmente desenhados na camisola, grito internamente de vergonha aperto a camisa dele contra meu corpo, os homens dele tinham aparecido nas minhas costas, o que significa que eles viram meu traseiro…Meu Deus! Corro para dentro de casa e busco um dos roupões que havia trazido para baixo e me cubro, subo a escada, mas hesito, ele está ferido, mas será que ele vai retornar?“Me sinto receosa em ficar aqui sozinha… mas não sei se devo ficar com ele aqui em casa sabendo como aquele velho ordinário é um assediador descarado” Bufo ao pensar.Fico alguns minutos sentada no último degrau da escada, ansiosa e preocupada desejando que ele entre e venha até mim, lá fora ainda está chovendo tão forte.— Shely. — me chama com a voz apertada assim que entra, por um segundo me perco na visão daquele homem de meia idade encharcado, as gotas de água que ficavam estacionadas em seu corpo, as gotas que pingavam de seus fios brancos deslizando sobre sua testa até o chão, suspiro discretamente e acordo de meus devaneios.— Você se machucou… — digo um pouco envergonhada.— suba e vá trocar a sua roupa! — ordena um pouco aborrecido. — desculpa… mas ver todos aqueles homens chegando na mesma hora em que eu vi você literalmente nua nessa. — Perde a fala desviando o olhar parece que a situação realmente o incomodou, mas não mais que eu.— Posso cuidar de seu ferimento antes? Você está sangrando.— Cortes superficiais, isso pode esperar, vá tirar a roupa molhada ou não vai escapar de um resfriado.— Eu realmente quero cuidar de seu corte. — o encaro com petulância.Ele balança a cabeça ceticamente e me encara com dureza.— O que está fazendo? — pergunta quando ele passa por mim pegando em meu pulso me puxando escada acima.— Qual o seu problema, será que tem que ser tão teimosa!? Não quero ver você doente. — rosna me arrastando até meu quarto.Ele entrou junto comigo e seguiu até meu guarda-roupa.— Eu quero que você saia! — ordeno aborrecida.— Vai tomar um banho quente. — ordena indiferente.— Eu não entro no banheiro até você… — perco a fala quando ele me puxa me colocando contra a parede, prendendo meus pulsos contra a madeira a altura de meus ombros.— Shely… após ter te visto nua do lado de fora, não estou muito bem, não quero nenhum outro homem te olhando! — rosna em meu ouvido. — se eu quisesse fazer alguma coisa a força com você eu já teria feito tudo que queria ainda na casa de acolhimento, oportunidade não me faltou, então eu vou te ordenar só mais uma vez, ou então eu mesmo vou entrar naquele banheiro com você e vou te dar banho e não garanto que não vai se assustar.— Tudo bem… — aperto os lábios com a voz fina.— não entendi, quer que eu te der banho? — pergunta e sinto seus lábios sutilmente encostar no lóbulo de minha orelha.— eu vou tomar banho por livre e espontânea vontade, não entre ali, por favor. — balbucia a cada palavra enquanto ele agora me encara nos olhos, meu roupão agora estava aberto, sentir seus olhos me fuzilar de cima abaixo.— É uma pena, pode ir. — diz me soltando bruscamente então corro para o banheiro.Tomo um banho rápido, mas acredito que ele realmente não vá entrar no banheiro, assim espero.“droga…” aumento internamente ao ter a sensação dele apertando meus pulsos gravado em minha mente, isso me traz lembranças ruins ao mesmo tempo que uma mistura de algo um pouco agradável quando foco nele.Após o banho, me enxugo e visto um roupão, estava na esperança de não encontrá-lo no meu quarto, mas ele estava sentado na minha cama, com uma das pernas descansando sobre a outra e seus braços cruzados com um roupão em seu ombro. Ele se mantém sempre com a postura ereta, admito que ele além de elegante tem uma disciplina corporal que o deixa ainda mais atraente.— O que está fazendo aqui?— Já esqueceu que eu já estava aqui quando você entrou no banheiro? — pergunta com mau humor se levantando.— Sim… — comprimir os lábios abaixando a cabeça, às vezes me sinto uma criança, mas admito ser extremamente desconfortável ver ele está apenas de toalha, mas não incomoda mais que o seu ferimento.Pego o kit primeiro socorros e descemos para a sala, o quarto está muito frio, então ele sugeriu que ficássemos na lareira.Ele puxou a poltrona de couro marrom e antiga para frente da lareira, e eu levei apenas uma cadeira colocando em frente a sua poltrona.Ele se senta então me sento em sua frente e ele me deixa cuidar de seu ferimento no seu lado, é um pouco desconfortável desde que ele mal desvia seu olhar de mim.— pode olhar para outro lugar? — pergunto desconfortável enquanto higienizo seu ferimento.— Não tem mais nada de interessante que possa me interessar a olhar. — diz imparcial, ele não demonstra nem está feliz nem aborrecido, mas seu olhar um pouco rígido me faz pensar que ele está aborrecido.— Você está me deixando desconfortável.— seu cabelo ainda está molhado, porque não o secou antes de virmos? Ai… — aperta o algodão em seu ferimento e ele resmungou de dor, pelo menos essa expressão eu entendo. — você está se vingando de algo? Eu posso tornar esse jogo mais interessante. — diz entre os dentes com o olhar fixo em mim, engulo em seco e continuo a cuidar de sua ferida, coloco uma faixa em volta de sua cintura em seguida começo a cuidar de seu braço, mesmo tremendo algumas vezes, mesmo com a lareira acesa.— você está ficando doente? — me pergunta de repente me puxando pelo braço, quando dou conta já estou sentada em seu colo tento me levantar, mas seu braço está em volta de minha cintura me apertando enquanto a outra toca meu rosto. — tome cuidado, você não tem uma imunidade muito boa, você tem ido ao médico periodicamente? Sei que quando estava… você sabe, você não tinha esses cuidados. — sua voz soa suave e preocupada.— Estou bem, só estou sentindo um pouco de frio. — insisto em me levantar, mas ele não facilita.— desista, eu não vou te deixar sair… — suspira em meu ouvido e minha pele arrepia. — isso é só frio? — pergunta cinicamente.Por que ele é assim? Me dá tanta vontade de agredi-lo.Ele pega a toalha e j**a sobre a minha cabeça na intenção de enxugar.— eu não sou mais uma criança, sei fazer tudo isso sozinha. — digo tentando puxar a toalha.— tente ficar quieta, lembre que estou usando apenas essa toalha e você não está tão inacessível assim, se continuar me provocando…Eu travo em seu colo envergonhada, frustrada, constrangida e cautelosa, tudo isso e mais um pouco, que maldito!— Tem tanto medo assim? — pergunto enquanto massageia meu couro cabeludo.— Eu já disse, não me sinto bem com outro homem me tocando… — balbucio ofegante, sinto seu olhar me observar, mas ele não diz nada.— você está ficando com febre. — comenta pegando o roupão e vestido, em seguida pegando a coberta grossa que estava ao seu lado na pequena mesa e a jogou sobre nós dois, em seguida me trazendo para seu ombro.— Vlad… por favor? — suplico tentando convencê-lo a me liberar.— Não estou fazendo nada de mais, apenas me deixe te abraçar um pouco, amanhã quero que você esteja bem, ok? Pela manhã vamos à casa de acolhimento. — comentou tranquilo, a voz dele apesar de madura e marcante não deixa de ser algo bom de se ouvir enquanto estou com a cabeça descansando em seu ombro.Ele é tão alto e forte quanto seus três filhos, seus braços me dar uma sensação de conforto e segurança inacreditável como eu nunca havia sentido, ainda assim… sinto a culpa e o medo queimar, ele só consegue me manter assim porque é forte demais para que eu possa conseguir lutar e também faz parecer que se eu ficar quieta ele não vai fazer nada, se ele soubesse que internamente ainda tenho a sensação que ele pode me machucar se eu o desobedecer ao mesmo tempo que involuntariamente quero o desafiar e mandá-lo embora.Cap. 4Pela manhã bem cedo ela pulou de meu colo ao levar um susto quando ouviu alguém bater à porta, com certeza era um de meus seguranças trazendo minhas roupas.Na janela o sol já se mostra a raiar e a lareira está apagada com algumas brasas acesas, a noite acabou sendo quente, apesar de cansativa, meu corte na costela ainda doí um pouco, mas não é nada grave levando em conta que está doendo porque estava a acomodando em meu colo.Ela correu escada acima sem nem mesmo me dirigir a palavra.— Bom dia, também… — suspiro para ela, em seguida fui atender a porta.Pego minhas roupas e subo até um dos quartos vazios, conheço todo esse lugar de ponta a ponta já que eu mesmo ajudei na reforma.Estava ansioso para vê-la sair, ver como está sempre tão linda e recatada, é o tipo que demonstra insegurança e medo ao mesmo tempo que sabe se vestir bem, ontem ela me deixou impressionado quando matou aquele homem, é a primeira vez que recebo ajuda de uma mulher nesse quesito.Eles exageraram troux
cap.5Shely (Narrando)Fiquei surpresa quando o vi entrar com uma mulher ao seu lado ainda intimamente com os braços entrelaçados, encaro ainda próxima à porteira e ele apenas me ignora, o que ele pensa que está fazendo?Ele parece bem íntimo daquela mulher que aparenta ser bem mais nova que eu, ele se aproxima seguindo em linha reta pela trilha em minha direção, mas foi interrompido quando duas meninas novatas passaram por mim em alvoroço.— Vlad, chegou! — grita uma delas agitada, elas tinham entre dezoito e vinte anos, e parecem bem interessadas nele.Encaro cética a situação, eles estão próximos o suficiente para que eu consiga ouvir qualquer conversa.— Faz tanto tempo… — pula uma das meninas agitadas, ele analisa cada uma delas e franze o cenho.— Vocês não estão com frio? Isso não é roupas para usar no frio. — comentou confuso.Mas realmente elas não estão adequadas, o vento frio parece cortar a pele e elas usam bermudas e blusinhas de alça.— Na verdade não, queríamos estar ma
Cap. 6Shely (Narrando).Seguimos para a saída, ele fez questão de segurar em meu braço, se não fosse pela ordinária nos seguindo eu já teria o agredido e fugido, não sei onde estava com a cabeça, mas para manter as aparências vou ter que levar isso até o final.— Sinto minha dama um pouco tensa, acredito que já tenha se arrependido de seu equívoco.— Sim, mas você não vai entrar naquela casa com essa mulher. — rosno baixinho para ele.— Isso pode ser uma aposta. — diz levianamente enquanto seguimos para a saída.Assim que chegamos ao seu carro, nem bem me aproximei da porta do passageiro quando ela insinuou que iria entrar no carro de Vlad.— pensei que você tinha vindo no seu próprio veículo.— Sempre seguimos juntos quando temos esse tipo de reunião, aproveitamos e conversamos no carro. — diz com um sorriso preso, parece que está insinuando algo.— Não mais, na verdade nunca mais, acredito que você seja bonita o suficiente para defender e preservar seu caráter se limitando a correr
Cap.7— você pode descer e pedir a um dos empregados para preparar uma bebida quente, para o frio? — pergunta para mim.Ele deve estar de brincadeira.— Eu não sou sua empregada, você deveria dar ordens a seus empregados, a Rhudy é uma delas, então ela que vá buscar as bebidas. — ordena a encarando duramente, ela se levanta e sai da sala.— Não reclame quando eu te der ordens na cama. — diz discretamente enquanto se mantêm lendo. — Você está indo muito bem, me agrada a ideia que você não só fique lá para passar o tempo, a casa de acolhimento precisa de atenção e você parece entender alguma coisa.— Não sou burra como pensa, Scarlett não é inteligente por milagre. — digo com arrogância, mas não tive chance de estudar quando estava presa a meu antigo carrasco, mas tenho estudado de tudo, tenho que levar minha vida a frente sem depender de ninguém e nem da proteção de ninguém.— Isso é muito mais animador… — suspira com o olhar admirado.— Eu espero que saiba que assim que Rhudy for embo
cap.8.Vlad (Narrando)Permaneci um pouco distante, enquanto ela se cuidava, ela secava o cabelo ainda enrolada na coberta, sei que não se levantaria dali enquanto eu estivesse aqui, ela parece aquelas gatinhos de rua raivosos que não estão acostumados com cuidado, por qualquer motivo arranha, mas meu verdadeiro interesse é ver seus arranhões, enquanto ela seca o cabelo, finjo procurar algo ao redor do quarto, ela me observa mas basta eu a encarar que ela desvia o olhar emburrada.Consigo pegar seu pijama da cama e colocá-lo discretamente no guarda-roupa, volto a me encostar na escrivaninha onde fico a observando, ela suspira e demonstrando incômodo com a minha presença.— você pode sair? — pergunta ao terminar de secar o cabelo.— Não, ainda estou apreciando você em minha cama sem poder te tocar… ainda. — lamento, mas meu corpo todo corresponde a ela, cada músculo, as pontas de meus dedos, queria tocar cada parte de sua pele e fazê-la sentir prazer nem que seja com minhas mãos.Ela
cap.9Shely (Narrando) A manhã estava gelada quando acordei, mas o quarto estava quente, a cama macia e extremamente confortável estava quente devido aos lençóis, mas olho ao redor e não o encontro.Nem sei porque o procurei, ainda me sinto constrangida pela noite de ontem. Coloco os pés descalços no chão e o chão está terrivelmente frio, talvez esteja nevando, Sant Andreas sempre é muito fria no inverno.Visto-me um casaco quente e saio do quarto, sigo pelo corredor e não tem ninguém, essa casa vazia me dá um pouco de vertigem.Vou até seu escritório, mas ele não está lá, pensei que poderia encontrar ele em algum desses quartos, porém sei que esse horário ele não estaria mais dormindo.Sigo até a sala, logo após a cozinha e nem sinal dele, a cada segundo meu peito aperta, sei que gosto de ficar só em minha casa, mas não quero essa sensação de está presa.— Senhorita Ravenclaw. — chama uma das empregadas e franzo o cenho, como assim? Ravenclaw? — está procurando seu marido?— Ele não
Cap.10Vlad RavenclawComo eu já esperava ela ficou doente, mesmo que eu tivesse tentado evitar, ela é sempre imprudente, após secar meu cabelo a deixei descansar, ela nem percebeu o quanto seu nariz estava vermelho, mas está nevando, então é normal para alguém que saiu sem agasalho.Após tomar café, mantive o quarto quente, ela nem mesmo viu que o motivo da boa temperatura era o ar-condicionado, caso contrário ela congelaria.Apos dá-lhe os remédios ela passou a tarde inteira na cama, nada novo referente a Shely a noite continuei dormindo no quarto de hospedes, infelizmente ela não se sente confortável comigo ao seu lado e demonstra insegurança, mesmo que seu corpo tenha aquela mistura de retribuição e rejeita, mas sei que é por causa de tudo que aconteceu.Ultimamente minha cabeça anda martelando tudo que ela deixa escapar, mas parece que ha tanta coisa.Dia seguinte quando vou ao quarto a encontro ainda na cama, está queimando em febre, mal abre os olhos, o medico da família a exam
cap.11shely narrando.alerta: Conteúdo extremamente sensível.Ele segue para o banheiro… simplesmente segue para o banheiro para tomar banho nem mesmo me encara, mas eu me lembro da nossa conversa mais cedo e eu disse para ele não se aproximar de mim se tivesse ficado com alguma mulher, não ouvi nenhum barulho de água caindo, mas não demora muito ele sai do banheiro sem seu sobretudo, sem o gorro e descalço, e o cachecol em um dos ombros.só de imaginar que ele esteve com outra mulher… minhas mãos tremem e meu peito parece travar.ele continua a me ignorar seguindo para o guarda-roupa.— Onde você esteve? e por todo esse tempo? — perguntei chateada, ele continua de costas para mim.— Eu disse, uma reunião de negócios.— Por todo o dia? — Sim, logo depois fui ver algumas mulheres, ou muitas mulheres. — sua voz soou fria e ele veio até mim parecendo me analisar.— Você disse que não ia ver nenhuma mulher.— Eu disse que não ficaria com nenhuma, mas não há nada que me impeça, você já p