Uma noiva para o Capo
Uma noiva para o Capo
Por: Enny Black
Capítulo 1

Matteo Romano

(13 anos antes)

    _ Vá – Papai ordena. Meu coração naquele momento já estava estrangulado dentro do peito. A mulher olha pra mim, me avaliando com um sorrisinho safado, enquanto eu me esforçava para não deixar ninguém perceber o meu pânico. Não sei o que papa seria capaz de fazer se descobrisse que seu filho mais velho, que adorava exibir como troféu, estava tremendo como um frouxo.

     O pior é que eu já tinha idade. Já tinha quatorze anos e nada. Papai dizia que tinha perdido a virgindade dele com onze e que com sete, seu pai já o levava para os cabarés. Era por isso que desde pequeno eu sempre o acompanhava naqueles lugares.

     Confirmei com a cabeça e levantei sério. Não sabia bem que cara meu pai esperava de mim, mas com certeza não devia ser a cara de morte que estava exibindo. Eu estava suando por baixo das roupas. Se eu não conseguisse, a surra em casa seria garantida, mas o pior não era isso. A última mulher com quem não tinha consegui nem mesmo ficar duro, ele mandou matar e depois jogou na minha cara, dizendo que a culpa era minha. Minha incompetência.  

     Segui a mulher já certo de que não conseguiria nada. A mulher com certeza tinha mandado separar outra garota jovem. Papa exigia sempre uma virgem. Acho que é porque tinha medo de que as mais experientes fizessem chacotas, ou bancassem as espertas. Quem sabe o que realmente se passava em sua cabeça.   

     A medida que subíamos as escadas, meu paü encolhia cada vez mais dentro das calças. Eu estava ferrado. Entrei no quarto e vi a garota vestida em uma lingerie branca transparente. Ela tinha os cabelos castanhos e a pele morena. Não era europeia, acho que era uma latina. Ela devia ser uns dois anos mais velha do que eu.

     Olhei para aquela menina e tudo o que eu pensava era que se eu não conseguisse, ela morreria.

      Acho que eu estava verde. Meu estômago estava revirado e minhas pernas bambas. Eu mal conseguia respirar. Eu queria estar em qualquer lugar, menos ali.

      Ela também não parecia melhor do que eu. Dei um passo em sua direção e ela recuou dois. Eu precisava fazer aquilo. Era tudo o que eu repetia a mim mesmo, então caminhei na direção dela.

_ Você não pode fugir – Falei a ela, mas nem sei se ela me entendia. Da última vez, tinha tentado beber para relaxar e a situação só piorou.

_ Você me entende? – Pergunto mantendo as mãos abertas, tentando não a assustar ainda mais e ela corre em direção a porta. Eu a seguro em um pulo rápido. Se ela saísse correndo, sua morte seria certa. Meu pai jamais permitiria que saísse viva dali.

   Eu a segurei pela cintura, a impedindo de alcançar a porta e ela começou a se debater como uma selvagem. Eu era magro, mas bem mais alto e mais forte que ela.

_ Fica quieta – Pedi a jogando na cama. Ela enfiou o tapa na minha cara e chutou os meus testículos. Caí no chão me encolhendo por causa da dor, ela novamente correu em direção a porta.

     Mesmo com a dor demoníaca que estava sentindo, consegui a segurar pela perna, a derrubando no chão. Ela voltou a me chutar e eu já nem sabia como estava a minha cara.

_ Quieta – Exigi segurando seus pulsos com força, imobilizando seu corpo com o meu e naquele momento a mágica aconteceu. Ele ganhou força de forma inesperada.

   Alívio, euforia e excitação me dominaram naquele momento e meu sangue ferveu, mas logo meu ânimo foi confundido pelo choro dela. Presa em meus braços, incapaz de se mover, eu só precisaria puxar sua calcinha minúscula e me encaixar entre as pernas dela e finalmente conseguiria mostrar para o meu pai que eu era capaz.

_ Não vai doer – Eu menti. Eu não tinha a menor ideia do que ela iria sentir. Já tinha ouvido dizer que a primeira vez das mulheres doía, mas não tinha certeza disso.

_ tienes calma – Falei em espanhol. Eu não era la muito bom no idioma, mas arrisquei ainda assim. Isso não a acalmou muito. Ela continuou tentando se soltar, enquanto chorava miseravelmente.

    De tudo aquilo, o que mais me surpreendeu foi o fato de meu membrö se mostrar cada vez mais aceso. Que porrä era aquela?

_ Shiii... – Pedi subindo a mão em busca da calcinha dela.

_ Por favor. Déjame ir – Ela pediu em um choro de partir a alma – Por favor... por favor... le ruego.

_ Mira... non puedo dejarte ir. (olha, eu não posso te deixar ir) – Expliquei realmente comovido.

_ Por favor... por favor... Te ruego.

_ Tu non sera capaz di scappare (Você não será capaz de fugir).

_ Lo puedo – Seus olhos brilharam ansiosos – Dejame escapar por la ventana.

     Eu não sei o que se passou pela minha cabeça. Soltei ela e senti um alívio inexplicável. Mais uma vez eu não tinha conseguido fazer o que precisava fazer, mas era por um bom motivo.

     Ela levantou apressada e correu para a janela, enquanto eu olhava por onde ela poderia descer, ela já tinha atravessado as grades e grudando na coluna deslizou com habilidade até o chão. Ela era muito rápida e muito habilidosa, mas nossa alegria durou pouco, pois logo dois seguranças do prédio a pegaram pelos cabelos e a arrastaram de volta para o prédio.

     Eu ainda estava olhando pra ela, quando papa entrou no quarto e desceu a mão na minha cara com força.

_ Tragam ela e segurem ele. Parece que ele precisa ver como é que se fode uma puta.

    Quando tudo aquilo acabou, minha cabeça estava destruída. Eu não conseguia nem olhar para a garota que persistia chorando sobre a cama. Nem pra ela, nem pra ele. Dela eu sentia pena, dele, nojo.  

_ Está vendo Matteo – Ele apontou para a garota jogada – Ela não está morta – Ele fechou o zíper da calça e me puxou para fora do quarto – Essa é a última vez que me faz passar vergonha, seu cretinö. 

 

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >
capítulo anteriorpróximo capítulo

Capítulos relacionados

Último capítulo