Lyra Müller Retorno para minha casa muito feliz. Feliz como se tivesse renascido. Uma felicidade tão grande que explodia meu coração. Tudo o que eu queria era encontrar meus filhos e meu esposo e dizer o quanto euos amava e o quanto era grata por terem eles na minha vida. Entro no meu apartamento e quando vejo minha mãe e meus filhos, eu os abraço com muita força e choro de tanta felicidade._ Onde esteve Lyra? – Minha mãe pergunta com o semblante preocupado – Seu marido estava te procurando como um louco – Ela fala e um frio transpassa por minha barriga. Brian entra na sala e a sua cara não é de boas-vindas. Ele me olha de cima a baixo e sem dizer nada sobepara o quarto. Eu sinto um nó esquisito na minha garganta, diferente de qualquer coisa que já tenha sentido antes. Entro no quarto e Brian está de pé diante da janela. Fecho a porta e ele se vira pra mim._ Passou a noite com ele? – Percebo ele novamente olhando para minhas roupas. Meu coração subiu para a boca.
Lyra Müller Naquela noite fui dormir pensando em tudo o que tinha acontecido. Era inegável que a culpa de tudo o que tinha acontecido na minha vida era de Matteo. Aquela conversa furada de que só queria dizer que iria se casar não passava de um pretexto para terminar de acabar com meu casamento. Aquilo agora era tão óbvio que me fazia sentir uma completa idiota. Ele com certeza decidiu que se não me teria, destruiria minha vida. Era assim que mafiosos agiam, destruíam tudo o que não lhes pertenciam. Tudo aconteceu de forma tão inesperada que ainda não sei como chegou a esse ponto. Matteo tinha passado três meses me atormentando. Não consigo acreditar que nada que venha dele possa ser bom – Digo a mim mesma quando lembro a forma como se preocupou ao descobrir que eu estava doente. Talvez fosse um bom ator, ou apenas educado o suficiente para enfiar a faca no meu peito e ainda parecer gentil. Não sei nem o que pensar. A ideia diabólica de que ele podia estar por trás de
Bellano - ItáliaJanne de Santis (Narrando) – Um mês antes. O que dizer a meu respeito? Não sou bonita, nem rica e nem legal. É triste ter que admitir isso, mas pior ainda é viver iludida com o contrário, como minhas primas que não aceitam o fato de serem tão pobres quanto eu. Digo pobre porque precisamos trabalhar para sobreviver, já que o dinheiro não cai do céu._ Você vai ficar responsável pelo almoço e pela limpeza da casa – Roberta fala antes de sair de casa. Aquilo me dá uma raiva tão grande que meu corpo adormece. Tudo bem que sou a única que está desempregada, mas se vou ficar responsável pela casa e pelo almoço, então eu também deveria receber uns trocados delas, mas nem adianta eu me iludir com isso, porque nem Roberta, nem Vivian vão gastar um mísero centavo comigo. Elas já acham que ganho muito por estar morando de favor na casa delas. Retiro a carne congelada do frízer e a jogo na pia. Eu não sou legal, não gosto de ser legal. Na verdade eu odeio ser
Janne di Santis Minha nossa senhora das gordinhas esquecidas, aquilo não era uma casa, era um castelo fora da cidade._ Lembra que eu falei que o emprego era quase perfeito – Dulce cochicha no meu ouvido. Ela estava de folga aquele dia e me levou em seu carro na entrevista._ Não – Eu não era boa em processar pontos negativos. Geralmente quando me empolgava com as coisas esquecia de lembrar que nem tudo era flores._ Então. Essa família é muito famosa na Itália, não só pelo vinho e pela fortuna que possuem, mas porque dizem que são abertamente mafiosos._ O que? – Fiquei branca – Você é doida? Quer que eu venha trabalhar pra bandido?_ Você disse que qualquer coisa servia – Ela reclama pegando corda._ Qualquer coisa dentro da lei._ Isso é dentro da lei. Você vai cuidar da criança e não participar dos roubos._ Não Dulce. Você ficou biruta. Pode dá... – meu coração acelerou quando o segurança da mansão bateu no vidro do carro e perguntando o que estávamos fazendo ali._ Ela veio
#Esse é um apanhado rápido sobre a chegada de Janne na mansão até o seu recesso de fim de ano# Janne de Santis No dia seguinte, na hora que pisei o pé naquela casa, prometi a mim mesma que não ficaria ali mais que uma semana. Trabalharia apenas para pagar a pequena estátua de anjo que tinha quebrado e cairia fora. Só de pensar que aquele povo era mafioso e que qualquer erro em falso poderiam meter uma bala na minha cabeça, ou até mesmo tentarem me assediar. Eu não era a Sharon Stone, mas tinha meus encantos. Entro naquela casa depois de me benzer três vezes e quando vejo a velhinha que me recebe com a cara amarrada igual repolho retorcido, me dou conta de que as coisas não serão nada fácil. A governanta da casa também tem uma cara de bund@. Não sei se todo mundo amanheceu com a pá virada, ou se algo sério aconteceu na casa, mas pelo menos a mulher me faz o favor de me levar até a criança. Giorgina Romano era uma adolescente de treze anos simplesment
Matteo Romano_ Onde ela está? _ pergunto por telefone assim que piso em solo italiano. _ Continua em Nova York._ Faça com que a notícia de que vou me casar chegue aos ouvidos dela – Ordeno ao segurança que está de olho em Geovana. Eu sabia que ela não deixaria Lyra em paz, depois de me ver correndo atrás dela no dia da festa da colheita. Geovana era ciumenta e achava que tinha direitos sobre mim._ Quero que investigue tudo sobre o falso diagnóstico que a senhora Müller recebeu. Investigue a clínica, o médico, os exames... quero um resumo detalhado dessa história ainda essa semana. Eu sabia que desde que Geovana tinha colocado as mãos no dinheiro que lhe dei, tinha estado em Nova York, onde andava muito próxima de sua prima, Louise. A aproximação das duas exigia atenção. Geovana era uma mulher vingativa e audaciosa. Do contrário, não teria aguentado meu pai e surfado em cima de mim por tantos anos. Era gulosa e a vantagem das pessoas gulosas é que sempre m
Janne di Santis Dizem que pelo menos uma vez na sua vida, a sorte bate em sua porta. Meu pai me disse isso e eu sempre aguardei a minha. Jurei a mim mesma he que na primeira batida, não pensaria duas vezes em arreganhar as portas. Eu não vou matar, nem roubar, nem distribuir drogas, eu só vou ter que pousar de esposa por dois anos. Isso é moleza, digo, o que eu teria que fazer para conseguir cinco milhóes de euros? Não dava para ficar se lastimando por vender dois anos da minha vida. Aperto a campainha do apartamento de Dulce pela terceira vez consecutiva, eu preciso urgentemente contar tudo a ela._ Me diga que alguém morreu ou eu juro que vou arrancar seu dedo fora – Ela fala e eu pulo nos braços dela dando gritinhos._ O que foi? – Ela fica agitada e eu a solto para fechar a porta._ Você está sozinha?_ É claro, dããã... – Bufa, pois a única visita que costuma receber, era eu – Conta logo._ Olha... – Falo diminuindo a altura da voz – É super, mega, hiper confidencial. Ti
Lyra Müller Alguém buzina atrás de mim, me trazendo de volta ao trânsito. Ninguém quer saber se sua vida desmoronou ou se te fizeram de trouxa, o mundo não para. Simples assim. Tento me concentrar no transito, pelo menos até chegar em casa, mas minha cabeça parece um tornado desgovernado. Raiva e desespero parecem dispostos a me levar a loucura. Giro o volante para cortar caminho e bato de frente com outro carro. Tudo é tão rápido... Minha visão escurece e as imagens se retorcem diante dos meus olhos. Acho que matei alguém. Alcanço a maçaneta da porta, contudo não encontro forças para sair do automóvel. A porta se abre e vejo um homem de terno escuro colocar a mão no meu pescoço._ A senhora está me ouvindo? – Ele pergunta me observando. Vejo algumas tatuagens em seu pescoço, entre ela um crânio com duas letras, uma sobre posta na outra, “CN”, ou algo assim. Eu concordo com a cabeça e logo a ambulância para ao nosso lado. Sou conduzida direto para o hospital, mesmo e