Janne di Santis Minha nossa senhora das gordinhas esquecidas, aquilo não era uma casa, era um castelo fora da cidade._ Lembra que eu falei que o emprego era quase perfeito – Dulce cochicha no meu ouvido. Ela estava de folga aquele dia e me levou em seu carro na entrevista._ Não – Eu não era boa em processar pontos negativos. Geralmente quando me empolgava com as coisas esquecia de lembrar que nem tudo era flores._ Então. Essa família é muito famosa na Itália, não só pelo vinho e pela fortuna que possuem, mas porque dizem que são abertamente mafiosos._ O que? – Fiquei branca – Você é doida? Quer que eu venha trabalhar pra bandido?_ Você disse que qualquer coisa servia – Ela reclama pegando corda._ Qualquer coisa dentro da lei._ Isso é dentro da lei. Você vai cuidar da criança e não participar dos roubos._ Não Dulce. Você ficou biruta. Pode dá... – meu coração acelerou quando o segurança da mansão bateu no vidro do carro e perguntando o que estávamos fazendo ali._ Ela veio
#Esse é um apanhado rápido sobre a chegada de Janne na mansão até o seu recesso de fim de ano# Janne de Santis No dia seguinte, na hora que pisei o pé naquela casa, prometi a mim mesma que não ficaria ali mais que uma semana. Trabalharia apenas para pagar a pequena estátua de anjo que tinha quebrado e cairia fora. Só de pensar que aquele povo era mafioso e que qualquer erro em falso poderiam meter uma bala na minha cabeça, ou até mesmo tentarem me assediar. Eu não era a Sharon Stone, mas tinha meus encantos. Entro naquela casa depois de me benzer três vezes e quando vejo a velhinha que me recebe com a cara amarrada igual repolho retorcido, me dou conta de que as coisas não serão nada fácil. A governanta da casa também tem uma cara de bund@. Não sei se todo mundo amanheceu com a pá virada, ou se algo sério aconteceu na casa, mas pelo menos a mulher me faz o favor de me levar até a criança. Giorgina Romano era uma adolescente de treze anos simplesment
Matteo Romano_ Onde ela está? _ pergunto por telefone assim que piso em solo italiano. _ Continua em Nova York._ Faça com que a notícia de que vou me casar chegue aos ouvidos dela – Ordeno ao segurança que está de olho em Geovana. Eu sabia que ela não deixaria Lyra em paz, depois de me ver correndo atrás dela no dia da festa da colheita. Geovana era ciumenta e achava que tinha direitos sobre mim._ Quero que investigue tudo sobre o falso diagnóstico que a senhora Müller recebeu. Investigue a clínica, o médico, os exames... quero um resumo detalhado dessa história ainda essa semana. Eu sabia que desde que Geovana tinha colocado as mãos no dinheiro que lhe dei, tinha estado em Nova York, onde andava muito próxima de sua prima, Louise. A aproximação das duas exigia atenção. Geovana era uma mulher vingativa e audaciosa. Do contrário, não teria aguentado meu pai e surfado em cima de mim por tantos anos. Era gulosa e a vantagem das pessoas gulosas é que sempre m
Janne di Santis Dizem que pelo menos uma vez na sua vida, a sorte bate em sua porta. Meu pai me disse isso e eu sempre aguardei a minha. Jurei a mim mesma he que na primeira batida, não pensaria duas vezes em arreganhar as portas. Eu não vou matar, nem roubar, nem distribuir drogas, eu só vou ter que pousar de esposa por dois anos. Isso é moleza, digo, o que eu teria que fazer para conseguir cinco milhóes de euros? Não dava para ficar se lastimando por vender dois anos da minha vida. Aperto a campainha do apartamento de Dulce pela terceira vez consecutiva, eu preciso urgentemente contar tudo a ela._ Me diga que alguém morreu ou eu juro que vou arrancar seu dedo fora – Ela fala e eu pulo nos braços dela dando gritinhos._ O que foi? – Ela fica agitada e eu a solto para fechar a porta._ Você está sozinha?_ É claro, dããã... – Bufa, pois a única visita que costuma receber, era eu – Conta logo._ Olha... – Falo diminuindo a altura da voz – É super, mega, hiper confidencial. Ti
Lyra Müller Alguém buzina atrás de mim, me trazendo de volta ao trânsito. Ninguém quer saber se sua vida desmoronou ou se te fizeram de trouxa, o mundo não para. Simples assim. Tento me concentrar no transito, pelo menos até chegar em casa, mas minha cabeça parece um tornado desgovernado. Raiva e desespero parecem dispostos a me levar a loucura. Giro o volante para cortar caminho e bato de frente com outro carro. Tudo é tão rápido... Minha visão escurece e as imagens se retorcem diante dos meus olhos. Acho que matei alguém. Alcanço a maçaneta da porta, contudo não encontro forças para sair do automóvel. A porta se abre e vejo um homem de terno escuro colocar a mão no meu pescoço._ A senhora está me ouvindo? – Ele pergunta me observando. Vejo algumas tatuagens em seu pescoço, entre ela um crânio com duas letras, uma sobre posta na outra, “CN”, ou algo assim. Eu concordo com a cabeça e logo a ambulância para ao nosso lado. Sou conduzida direto para o hospital, mesmo e
Lyra Müller Após a alta hospitalar fui com Brian para sua casa. Meu coração estava rasgado, minha alma pisoteada. Eu tinha plena consciência de que Brian, assim como eu e assim como meus filhos, éramos vítimas de um plano maligno daquela família doentia. Os Romanos eram doentes. Essa era a única certeza que eu tinha, mas nem mesmo essa certeza conseguia amenizar a mágoa que estava sentindo em meu peito. Sei que Brian tinha sido envenenado por fotos, afrontado pelo meu sequestro, mas meu coração estava rachado, para não dizer estilhaçado. Eu não conseguia nem mesmo olhar pra ele enquanto estava dirigindo. Doía ter que aceitar que minha palavra não significava nada. Doía ter consciência de que tinham destruído a minha vida e eu não sabia o que fazer para reparar os danos, principalmente quando os piores danos estavam dentro de mim. Fizemos todo o trajeto em silêncio e quando chegamos em casa, fui direto para o quarto de Ryan, onde Beatriz também estava dormindo. Deitei com
Lyra MüllerLian era o capo da máfia novaiorquina e Brian, além de seu primo, era como seu braço direito. Ele aguardou que eu fizesse o pedido, mas eu pedi apenas um suco. Ele também se restringiu a pedir apenas uma bebida. Lian era um homem muito bom, “para minha irmã e para sua família”, mas agora eu sinceramente não sabia até onde ele me considerava como família. Isso era importante, pois o apoio dele pesava diretamente em qualquer assunto da família e eu tinha plena consciência disso. _ Eu acredito que tenha uma ideia do que está acontecendo – Falo e ele me observa sem dizer nada. A sensação é desconfortante – Você também acha que estou traindo meu marido? – Não consigo evitar a pergunta._ Um homem com ciúmes perde a capacidade de ver e raciocinar. Matteo Romano já mostrou que sabe disso e está brincando com seu marido._ Você falou com ele?_ Brian ligou pra ele._ E o que ele disse? – Meu coração quase parou. Era como se outra faca estivesse apontada para o meu peito, preste a
Janne di Santis Madonna Mia! Eu futuquei o cü do diabö quando assinei aquele contrato. Todo mundo veio com tudo pra cima de mim e não foi só a nonna e a megera não, até os empregados queriam a minha cabeça. O sr. Matteo pediu que eu me sentasse junto com eles no café da manhã e soltou a bomba. Depois disso, minha vida se tornou um verdadeiro pesadelo._ A empregada? – A sra. Geovana foi a primeira. Ela fala como se trabalhar fosse motivo de vergonha. O senhor Matteo lança um olhar assassino pra ela, do tipo que eu no seu lugar teria evaporado, mas ela continua olhando pra ele como se esperasse por uma explicação._ Janne danadinha… - O sr. Luigi, esposo da sra. Diana fala com um sorriso malicioso no rosto, me olhando de um jeito que não sabia onde enfiar a minha cara. _ Parece que foi uns chás que andou servindo – Diz Fabrizio com um sorriso ainda mais descarado._ Eu não sabia que Matteo gostava de chá – Continua o sr. Luigi sem tirar os olhos de mim._ O da Janne é di