Capítulo 17

Lyra Müller

Alguém buzina atrás de mim, me trazendo de volta ao trânsito. Ninguém quer saber se sua vida desmoronou ou se te fizeram de trouxa, o mundo não para. Simples assim.

Tento me concentrar no transito, pelo menos até chegar em casa, mas minha cabeça parece um tornado desgovernado. Raiva e desespero parecem dispostos a me levar a loucura. Giro o volante para cortar caminho e bato de frente com outro carro. Tudo é tão rápido...

Minha visão escurece e as imagens se retorcem diante dos meus olhos. Acho que matei alguém. Alcanço a maçaneta da porta, contudo não encontro forças para sair do automóvel. A porta se abre e vejo u

m homem de terno escuro colocar a mão no meu pescoço.

_ A senhora está me ouvindo? – Ele pergunta me observando. Vejo algumas tatuagens em seu pescoço, entre ela um crânio com duas letras, uma sobre posta na outra, “CN”, ou algo assim. Eu concordo com a cabeça e logo a ambulância para ao nosso lado.

Sou conduzida direto para o hospital, mesmo e
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