Lia, uma jovem mãe de 25 anos, foge de sua cidade natal com sua filha de 6 anos, Esmeralda, após anos de abuso físico e emocional por parte de seu marido, Marcelo. Ela busca refúgio em uma pequena cidade no interior do México, onde começa a reconstruir sua vida. No entanto, sua nova vida é perturbada quando ela conhece Kairós, um charmoso e divertido professor de escola primária que se torna seu vizinho. Kairós é um solteirão convicto, mas sua vida muda quando ele conhece Lia e Esmeralda. À medida que Lia e Kairós se aproximam, eles enfrentam desafios, como o passado traumático de Lia e a perseguição de Marcelo, que não aceita a perda de sua esposa e filha. Enquanto isso, Lia começa a redescobrir sua autoestima e aprender a amar novamente, graças à ajuda de Kairós e sua família. Esmeralda também encontra um amigo e mentor em Kairós.
Ler maisLia PerroniO tempo que fiquei no escritório da Dra. Silva foi o suficiente para que o tempo passasse rapidamente. Agora são dez e cinquenta. Meu celular toca, e eu vejo o nome de Marcelo na tela. Eu sinto um arrepio na espinha ao atender a ligação.— Aonde você está? — é a primeira coisa que ele fala, com uma voz autoritária e desconfiada.Eu respiro fundo e tento manter a calma.— Estou no centro, te encontro em frente à escola de Esmel — eu digo, tentando soar natural e despreocupada.Marcelo pausa por um momento antes de responder.— Está bem, mas não se atrase — ele diz, com uma ameaça velada na voz.Eu sinto um frio na espinha ao ouvir as palavras de Marcelo. Eu sei que ele está desconfiado e que eu preciso ter cuidado. Eu respiro fundo e tento me acalmar.— Não me atrasarei — eu digo, tentando soar confiante.Marcelo desliga a ligação sem dizer mais nada. Eu fico olhando para o celular, sentindo-me ansiosa e preocupada. Eu sei que o encontro com Marcelo não será fácil.Pego um
Lia Perroni O Sr. Oliveira começa a me fazer perguntas sobre meu currículo e minhas experiências profissionais. Eu respondo com confiança e clareza, destacando minhas habilidades e conquistas.— E por que você acha que é a pessoa certa para esse cargo? — ele pergunta, olhando para mim com atenção.Eu sorrio e respondo:— Eu acho que sou a pessoa certa porque tenho experiência em gestão de projetos e equipe, além de ter habilidades excelentes de comunicação e resolução de problemas. Além disso, estou ansiosa para aprender e crescer com a empresa.O Sr. Oliveira sorri e anota algo em seu bloco de notas.— Muito bem, Lia. Você tem um perfil muito interessante. Vamos conversar um pouco mais sobre o cargo e as responsabilidades.Eu assinto e continuamos a conversar sobre o cargo e as expectativas da empresa. Eu me sinto cada vez mais confiante e animada com a possibilidade de trabalhar na empresa.Depois de cerca de 30 minutos de conversa, o Sr. Oliveira me diz:— Bem, Lia, acho que isso
Lia Perroni Eu tranco a porta do quarto de Esmel e me apoio nela, tentando recuperar o fôlego. Meu coração ainda está batendo forte e meu pescoço dói onde Marcelo me enforcou.Esmel, que estava dormindo, acorda com o barulho e me olha com preocupação.— Mamãe, o que aconteceu? — ela pergunta, sentando-se na cama.Eu me aproximo dela e a abraço forte.— Tudo está bem, querida — eu digo, tentando soar calma. — Eu apenas tive uma discussão com o papai.Esmel me olha com desconfiança, mas não pergunta mais nada. Ela se deita novamente e me abraça.Eu fico sentada ao lado dela, segurando-a forte e tentando me acalmar. Eu sei que preciso encontrar uma maneira de me proteger e a Esmel de Marcelo, mas por agora, estou segura no quarto de Esmel.Enquanto estou sentada lá, eu começo a pensar em um plano. Eu preciso encontrar uma maneira de me libertar de Marcelo de uma vez por todas. Eu preciso encontrar uma maneira de me proteger e a Esmel.E então, eu lembro de algo. Eu lembro de um advogado
Lia PerroniCom a ausência de Marcelo, Esmel e eu jantamos na cozinha, na companhia de Luz. O silêncio é palpável, e eu posso sentir a tensão no ar.Luz quebra o silêncio, sua voz baixa e cuidadosa.— Então, o que a senhora pretende fazer agora? — ela pergunta, seus olhos fixos em mim.Eu suspiro, parando de comer. Meu estômago está embrulhado, e eu sinto uma onda de raiva e determinação.— Pretendo reunir provas para colocar Marcelo na cadeia — eu digo, minha voz firme e resoluta. — Estou cansada de sofrer em silêncio. Eu fugi para tentar reconstruir minha vida, mas ele me achou e me forçou a voltar. Agora percebo que fugir não foi a melhor opção. Eu preciso enfrentar meus problemas de frente, enfrentar Marcelo. Só assim posso ser livre e feliz novamente.Luz me olha com admiração e respeito.— A senhora é muito corajosa — ela diz. — Eu estou aqui para ajudar você em tudo o que precisar.Esmel, que estava quietinha até agora, fala com uma voz suave.— Mamãe, você vai ficar bem? — ela
Lia Perroni Desço do ônibus e vejo a minha cidade natal, Esmel está em meus braços dormindo. O sol está começando a se pôr, e a cidade está banhada em uma luz dourada.— Deixe que eu te ajudo com as malas, moça! — um rapaz que também estava no ônibus diz, sorrindo.— Obrigada! — digo, sorrindo para ele.O menino me ajuda a colocar as malas em um táxi, e eu dou o endereço para o motorista. Dentro de alguns minutos, estou em frente à minha antiga casa, onde morava com Marcelo.Esmel já havia acordado e olha para mim com curiosidade.— Mamãe, o que estamos fazendo aqui? — ela pergunta, com uma voz suave.Me agacho para ficar do seu tamanho e olho para ela com um sorriso.— Estamos voltando para casa, querida! — digo, tentando soar animada.Ela olha para nossa casa com receio, e eu posso ver a preocupação em seus olhos.— Mas o papai vai te machucar... — ela diz, com uma voz trêmula.Meu coração dói ao ouvir suas palavras. Eu sei que Esmel está com medo, e eu não posso culpá-la.— Não va
Lia Perroni Eu sinto uma onda de tristeza e dor enquanto fecho a porta do quarto de Kairós. Eu sei que nunca mais vou vê-lo novamente, e isso dói. Eu sinto como se estivesse deixando uma parte de mim mesma para trás.Esmel me olha com os olhos cheios de lágrimas.— Mamãe, por que a gente não pode mais ver o tio Kairós? — ela pergunta, com a voz trêmula.Eu respiro fundo e tento explicar de uma forma que Esmel possa entender.— Querida, o tio Kairós está muito doente e precisa de descanso. E a tia Camila está muito triste e precisa de espaço. Então, a gente vai embora e vai cuidar de nós mesmas, okay?Esmel assente, mas eu posso ver a confusão e a tristeza em seus olhos. Eu sei que ela não entende completamente o que está acontecendo, mas eu espero que ela possa entender com o tempo.Eu olho em volta e vejo que estamos em um corredor vazio. Eu não sei para onde ir ou o que fazer em seguida. Eu sinto como se estivesse perdida e sozinha.Mas então, eu lembro de algo que Kairós me disse
Lia PerroniOlho ansiosa para Camila, sentindo um nó na garganta. Eu sei que preciso explicar tudo para ela, mas não sei por onde começar.— Deixa eu te explicar... — tento falar, mas sou interrompida por Camila.Ela levanta a mão, como se estivesse pedindo silêncio.— Eu realmente gosto de você, Lia — ela diz, com uma voz triste. — Mas depois do que aconteceu com Kairós, eu só posso pedir que se afaste dele e vá embora.Eu sinto um choque, como se tivesse levado um golpe no estômago. Eu não esperava que Camila reagisse dessa forma.— Camila, por favor, me ouça... — digo, tentando explicar.Mas Camila balança a cabeça, como se não quisesse ouvir.— Não, Lia. Eu não quero ouvir nada. Eu só quero que você se afaste de Kairós e vá embora. Ele não precisa de mais problemas na vida dele.Eu sinto uma onda de tristeza e desespero. Eu sei que não posso deixar Kairós agora, não quando ele está precisando de mim mais do que nunca.— Camila, por favor... — digo, tentando convencê-la.Mas Camila
Lia PerroniDepois de esperar por tanto tempo na sala de espera, me ofereço para levar as crianças até a lanchonete. Estamos todos famintos e precisamos de um pouco de energia para continuar esperando. São oito e meia da manhã e, até agora, não comemos nada. Somente Esmel havia comido um sanduíche com Nescau antes de sair de casa.Me sento junto com as crianças para tomarmos o café. Bia e Lian estão quietas, ainda assustadas com o que aconteceu com Kairós. Esmel, por outro lado, está um pouco mais animada, brincando com o açúcar da mesa.Nesse momento, meu celular toca. Eu sei exatamente quem é. Não preciso olhar para a tela para saber.— Foi você, não foi? — pergunto, sem enrolação, assim que atendo a ligação.Marcelo ri do outro lado da linha, um som que me faz sentir um arrepio na espinha.— Eu? O que que fiz agora? — ele pergunta em um tom deboche, como se não soubesse exatamente do que estou falando.Eu sinto uma onda de raiva e medo. Como ele pode ser tão cruel e insensível?— N
Lia PerroniNo final, acabo não ligando para a polícia. Sinto que, se o fizer, não dará em nada. Marcelo é delegado, tem muitos contatos, não iria ficar preso por muito tempo, principalmente por eu não ter provas. Isso significaria estar colocando a minha identidade e a de Esmel em risco por nada.Vou dormir pensando em tudo que aconteceu hoje, me sinto entre a cruz e a espada, sem saber o que fazer.Na manhã seguinte, acabo acordando com batidas na porta. Olho para o relógio, marcam cinco horas da manhã. Me levanto ainda sonolenta e vou atender. Abro a porta e de cara com Camila.— Camila? — olho para ela confusa — O que faz aqui, a essa hora? — pergunto, sentindo um arrepio na espinha.Camila está com os olhos vermelhos e a voz trêmula.— O Kairós... ele sofreu um acidente e está em estado grave! — ela diz, as lágrimas começando a escorrer pelo seu rosto.Fico parada, sem saber o que dizer. Kairós, o homem que eu estou começando a amar, está em estado grave?— O que aconteceu? — per