Lia, uma jovem mãe de 25 anos, foge de sua cidade natal com sua filha de 6 anos, Esmeralda, após anos de abuso físico e emocional por parte de seu marido, Marcelo. Ela busca refúgio em uma pequena cidade no interior do México, onde começa a reconstruir sua vida. No entanto, sua nova vida é perturbada quando ela conhece Kairós, um charmoso e divertido professor de escola primária que se torna seu vizinho. Kairós é um solteirão convicto, mas sua vida muda quando ele conhece Lia e Esmeralda. À medida que Lia e Kairós se aproximam, eles enfrentam desafios, como o passado traumático de Lia e a perseguição de Marcelo, que não aceita a perda de sua esposa e filha. Enquanto isso, Lia começa a redescobrir sua autoestima e aprender a amar novamente, graças à ajuda de Kairós e sua família. Esmeralda também encontra um amigo e mentor em Kairós.
Ler maisLia Perroni Arregalo os olhos ao escutar a voz de Marcelo, me viro para ele lentamente, sentindo um arrepio na espinha. Seu olhar é penetrante, e posso sentir a desconfiança emanando dele. — Ah, você chegou na hora certa — digo, forçando um sorriso natural. — Eu e Luz estávamos apenas... espalhando ratoeira pela casa. Temos alguns filhotes de rato aqui, então tome cuidado para não pisar em nenhuma. Marcelo se aproxima de mim, seu rosto tão colado que posso sentir sua respiração quente em meu rosto. Seu olhar é intensamente desconfiado. — Verdade? — ele pergunta, sua voz cheia de dúvida. Eu assinto com a cabeça, tentando manter a calma. — Então você deve demitir Luz — Marcelo conclui, sua voz firme. — Ela não está fazendo o seu trabalho direito. Meu coração afunda. Não posso deixar que Marcelo demita Luz, ela é minha única aliada na casa. — Não! — digo, um pouco alto demais. — Quero dizer, não há necessidade de demiti-la. São apenas filhotes de rato, e já coloquei reméd
Lia PerroniNo dia seguinte, acordei com Esmel agarrada à minha cintura. Uma onda de náusea tomou conta de mim e me levantei correndo da cama, seguindo para o banheiro para vomitar.Eu me apoiei na pia, sentindo-me fraca e desorientada. A náusea era intensa e eu não conseguia controlar o meu estômago. Esmel entrou no banheiro atrás de mim, olhando para mim com preocupação.— Mamãe, você está bem? — ela perguntou, sua voz cheia de ansiedade.Eu assenti com a cabeça, tentando tranquilizá-la.— Sim, querida, estou bem. Só estou me sentindo um pouco mal — eu disse, tentando sorrir.Mas Esmel não parecia convencida. Ela se aproximou de mim e me abraçou, como se quisesse me proteger.— Eu não quero que você fique doente, mamãe — ela disse, sua voz trêmula.Eu a abracei de volta, sentindo-me grata pela preocupação da minha filha.— Eu vou ficar bem, querida. Prometo — eu disse, tentando transmitir confiança.Já que Esmel estava acordada e de pé, decidi arrumá-la para a escola.Dei um banho n
Lia Perroni Eu corri para fora do escritório e fui para a cozinha, onde estava Esmel com Luz. Eu sabia que Marcelo não faria nada comigo na presença da nossa filha.— O que houve, mamãe? — Esmel perguntou, notando o olhar desesperado no meu rosto.Eu sorri, ainda um pouco abatida.— Nada, querida. Só estava conversando com seu pai sobre alguns assuntos — eu disse, tentando manter a calma.Nesse momento, o grito de Marcelo interrompeu a cozinha. Ele estava gritando por mim, e pelo tom, ele estava furioso.— Sua vadia! — Marcelo disse, entrando na cozinha. Ele marchou até mim e me deu um tapa no rosto.Com o tapa, eu caí no chão. Esmel gritou assustada, e o meu lábio começou a sangrar. Esmel desmaiou, e só nesse instante Marcelo percebeu a presença da nossa filha.Luz, que viu toda a cena, correu para socorrer Esmel.— Não toque na minha filha! — Marcelo disse, empurrando Luz e pegando Esmel no colo.Eu me levantei do chão e corri para o lado da minha filha, preocupada.— Olha o que vo
Lia Perroni Eu senti um alívio imenso quando o almoço em família finalmente chegou ao fim. Não precisaria mais fingir ser a esposa perfeita e feliz. — Bom, temos que ir agora — disse minha sogra, com um sorriso que não chegava aos olhos. — Querida, qualquer dia desses passe lá em casa para colocarmos a conversa em dia. E traga a Esmel, sinto falta da minha neta. Eu sorri sem jeito, sentindo-me desconfortável com a ideia de ter que visitar minha sogra novamente. — Claro, sogra, será um prazer! — eu disse, forçando um sorriso. Esmel começou a se mexer na cadeira, inquieta. — Mamãe, quero ir ao banheiro! — ela disse. Eu peguei a mão dela. — Vamos lá, enquanto isso seu pai vai pagando a conta — eu disse, indo em direção ao banheiro com Esmel. Os olhos de Marcelo me seguiram, desconfiados. Eu pude sentir seu olhar pesado sobre mim, como se ele suspeitasse de algo. Eu tentei ignorar, mas não pude evitar sentir um arrepio na espinha. No banheiro, Esmel começou a falar sobre o almoç
Lia PerroniO tempo que fiquei no escritório da Dra. Silva foi o suficiente para que o tempo passasse rapidamente. Agora são dez e cinquenta. Meu celular toca, e eu vejo o nome de Marcelo na tela. Eu sinto um arrepio na espinha ao atender a ligação.— Aonde você está? — é a primeira coisa que ele fala, com uma voz autoritária e desconfiada.Eu respiro fundo e tento manter a calma.— Estou no centro, te encontro em frente à escola de Esmel — eu digo, tentando soar natural e despreocupada.Marcelo pausa por um momento antes de responder.— Está bem, mas não se atrase — ele diz, com uma ameaça velada na voz.Eu sinto um frio na espinha ao ouvir as palavras de Marcelo. Eu sei que ele está desconfiado e que eu preciso ter cuidado. Eu respiro fundo e tento me acalmar.— Não me atrasarei — eu digo, tentando soar confiante.Marcelo desliga a ligação sem dizer mais nada. Eu fico olhando para o celular, sentindo-me ansiosa e preocupada. Eu sei que o encontro com Marcelo não será fácil.Pego um
Lia Perroni O Sr. Oliveira começa a me fazer perguntas sobre meu currículo e minhas experiências profissionais. Eu respondo com confiança e clareza, destacando minhas habilidades e conquistas.— E por que você acha que é a pessoa certa para esse cargo? — ele pergunta, olhando para mim com atenção.Eu sorrio e respondo:— Eu acho que sou a pessoa certa porque tenho experiência em gestão de projetos e equipe, além de ter habilidades excelentes de comunicação e resolução de problemas. Além disso, estou ansiosa para aprender e crescer com a empresa.O Sr. Oliveira sorri e anota algo em seu bloco de notas.— Muito bem, Lia. Você tem um perfil muito interessante. Vamos conversar um pouco mais sobre o cargo e as responsabilidades.Eu assinto e continuamos a conversar sobre o cargo e as expectativas da empresa. Eu me sinto cada vez mais confiante e animada com a possibilidade de trabalhar na empresa.Depois de cerca de 30 minutos de conversa, o Sr. Oliveira me diz:— Bem, Lia, acho que isso
Lia Perroni Eu tranco a porta do quarto de Esmel e me apoio nela, tentando recuperar o fôlego. Meu coração ainda está batendo forte e meu pescoço dói onde Marcelo me enforcou.Esmel, que estava dormindo, acorda com o barulho e me olha com preocupação.— Mamãe, o que aconteceu? — ela pergunta, sentando-se na cama.Eu me aproximo dela e a abraço forte.— Tudo está bem, querida — eu digo, tentando soar calma. — Eu apenas tive uma discussão com o papai.Esmel me olha com desconfiança, mas não pergunta mais nada. Ela se deita novamente e me abraça.Eu fico sentada ao lado dela, segurando-a forte e tentando me acalmar. Eu sei que preciso encontrar uma maneira de me proteger e a Esmel de Marcelo, mas por agora, estou segura no quarto de Esmel.Enquanto estou sentada lá, eu começo a pensar em um plano. Eu preciso encontrar uma maneira de me libertar de Marcelo de uma vez por todas. Eu preciso encontrar uma maneira de me proteger e a Esmel.E então, eu lembro de algo. Eu lembro de um advogado
Lia PerroniCom a ausência de Marcelo, Esmel e eu jantamos na cozinha, na companhia de Luz. O silêncio é palpável, e eu posso sentir a tensão no ar.Luz quebra o silêncio, sua voz baixa e cuidadosa.— Então, o que a senhora pretende fazer agora? — ela pergunta, seus olhos fixos em mim.Eu suspiro, parando de comer. Meu estômago está embrulhado, e eu sinto uma onda de raiva e determinação.— Pretendo reunir provas para colocar Marcelo na cadeia — eu digo, minha voz firme e resoluta. — Estou cansada de sofrer em silêncio. Eu fugi para tentar reconstruir minha vida, mas ele me achou e me forçou a voltar. Agora percebo que fugir não foi a melhor opção. Eu preciso enfrentar meus problemas de frente, enfrentar Marcelo. Só assim posso ser livre e feliz novamente.Luz me olha com admiração e respeito.— A senhora é muito corajosa — ela diz. — Eu estou aqui para ajudar você em tudo o que precisar.Esmel, que estava quietinha até agora, fala com uma voz suave.— Mamãe, você vai ficar bem? — ela
Lia Perroni Desço do ônibus e vejo a minha cidade natal, Esmel está em meus braços dormindo. O sol está começando a se pôr, e a cidade está banhada em uma luz dourada.— Deixe que eu te ajudo com as malas, moça! — um rapaz que também estava no ônibus diz, sorrindo.— Obrigada! — digo, sorrindo para ele.O menino me ajuda a colocar as malas em um táxi, e eu dou o endereço para o motorista. Dentro de alguns minutos, estou em frente à minha antiga casa, onde morava com Marcelo.Esmel já havia acordado e olha para mim com curiosidade.— Mamãe, o que estamos fazendo aqui? — ela pergunta, com uma voz suave.Me agacho para ficar do seu tamanho e olho para ela com um sorriso.— Estamos voltando para casa, querida! — digo, tentando soar animada.Ela olha para nossa casa com receio, e eu posso ver a preocupação em seus olhos.— Mas o papai vai te machucar... — ela diz, com uma voz trêmula.Meu coração dói ao ouvir suas palavras. Eu sei que Esmel está com medo, e eu não posso culpá-la.— Não va