Lia Perroni
Eu nunca pensei que fugiria de minha própria vida. Mas aqui estou eu, sentada no banco do passageiro de um ônibus, com minha filha Esmeralda dormindo ao meu lado. Eu olhei para trás, para a cidade que deixei para trás. A cidade onde eu conheci Marcelo, o homem que prometeu me amar para sempre, mas que me transformou em uma prisioneira em minha própria casa. Nós nos conhecemos em uma festa, e ele foi charmoso e atencioso. Eu era uma jovem e ingênua, e acreditei que ele era o amor da minha vida. Mas logo após o casamento, tudo mudou. Ele se tornou controlador e possessivo, e eu comecei a perder minha liberdade. Me lembro perfeitamente da primeira vez que ele me bateu. Eu ainda estava grávida de Esmeralda, e ele estava bêbado. "Você é minha", ele disse, enquanto me batia. Eu pensei em fugi, mas o medo dele me encontra e acaba sendo pior, me fez acovardar. Mas desta vez, eu estava determinada a escapar. O ônibus parou em uma pequena cidade no interior do México. Eu nunca havia estado aqui antes, mas era o lugar perfeito para começar de novo. Eu peguei a mala e a mão de Esmeralda, e descemos do ônibus. — Mamãe, para onde vamos? — perguntou Esmeralda, olhando para mim com olhos curiosos. Eu sorri para ela, tentando transmitir confiança e segurança. — Vamos começar uma nova vida, meu amor! Um lugar onde seremos felizes e livres. Esmeralda olhou para mim com um misto de excitação e medo. — E papai? Ele vai nos encontrar? Eu senti um aperto no coração ao ouvir a menção ao nome de Marcelo. — Não, meu amor. Ele não vai nos encontrar. Estamos seguras agora. Esmeralda assentiu, parecendo aceitar minha resposta. — Estou feliz em estar com você, mamãe. Eu abracei-a forte, sentindo uma onda de amor e gratidão. — Eu também estou feliz em estar com você, meu amor. Enquanto segurava Esmeralda, olhei em volta e vi a cidade pequena e acolhedora. Era um lugar perfeito para começar de novo. — Vamos encontrar um lugar para morar e começar nossa nova vida — disse eu, sorrindo para Esmeralda. Ela sorriu de volta e pegou minha mão. — Vamos, mamãe! Nós caminhamos pela cidade, procurando por um lugar que fosse seguro e acolhedor. Depois de algumas horas, encontramos uma pequena casa com um jardim lindo. — É aqui! — disse eu, sentindo uma sensação de paz. Esmeralda concordou e nós entramos em contato com o proprietário, um homem gentil chamado Sr. Morales. Enquanto assinávamos o contrato, um homem jovem e charmoso apareceu na porta. — Kairós, meu sobrinho — disse Sr. Morales. — Ele é professor aqui na cidade. Kairós sorriu e se aproximou de nós. — Prazer em conhecê-las. Eu senti um arrepio ao olhar para ele. Havia algo em seus olhos que me fazia sentir segura. — Prazer — disse eu, tentando esconder meu nervosismo. — Sou Lia, e essa é a Esmel, minha filha. — nos apresento. — Muito linda sua filha, é a senhora também, com todo respeito — disse Kairós com um sorriso. Esmeralda também se sentiu à vontade com Kairós e começou a conversar com ele sobre sua escola. Enquanto observava a cena, eu me senti grata por ter encontrado um lugar tão acolhedor e pessoas tão gentis. Depois finalmente nos acomodar na nova cama, começo a minha busca por trabalho. Eu precisava encontra algo é rápido, estou com pouco dinheiro e ainda tenho que comprar mantimentos para dentro de casa e roupas para Esmel e para mim, por sorte a casa que aluguei era é toda emobiliada. Depois de passa horas buscando, encontro uma vaga, tomo um banho e corro com Esmel, para o local que estava contratando. A loja era encantadora e a proprietária, Sra. Garcia, bastante simpática. — Estou procurando alguém para ajudar com o atendimento e organização da loja — disse ela. Eu sorri. — Estou confiante de que posso fazer isso. A entrevista foi bem, e Sra. García me ofereceu o emprego na hora. — Você começa amanhã! — disse ela. Eu fiquei radiante. Era o começo de uma nova vida. Quando saímos da loja, Esmeralda me abraçou. — Estou tão orgulhosa de você, mamãe! Eu abracei-a de volta. — Obrigada, meu amor. — Mamãe, posso tomar sorvete? — perguntou ela, apontando para a sorveteria. Eu assenti com a cabeça, atravessamos a rua para irmos para a sorveteria. Dentro da sorveteria, Esmeralda escolheu um sorvete de morango e eu escolhi um de chocolate. Enquanto comíamos nossos sorvetes, Kairós apareceu na porta da sorveteria. — O quê! uma deliciosa surpresa! — disse ele, sorrindo. Esmeralda sorriu e ofereceu-lhe um pouco do seu sorvete. — Obrigado, Esmeralda! — disse Kairós. Eu senti meu coração bater mais rápido novamente. — O que você está fazendo aqui? — perguntei. — Estava passando pela rua e vi vocês duas aqui — respondeu Kairós. Nós conversamos por alguns minutos, e eu me senti cada vez mais à vontade com Kairós. Esmeralda também parecia feliz com a presença dele. — Você acha que eu conseguiria uma vaga, para Esmel na escola, assim tão encima? — pergunto. — Irei te ajuda com isso, vou conversa com a diretora, é amanhã você leva ela. — disse Kairós. Eu senti um alívio imenso. — Obrigada, você tem sido bastante amigável comigo — eu digo, sem graça. Kairós sorriu. — É um prazer ajudar. Além disso, vocês duas são especiais — disse ele. Eu senti meu coração bater mais rápido novamente. — Obrigada — eu disse, tentando esconder meu nervosismo. Nos despedimos de Kairós e voltamos para casa. — Mamãe, amanhã eu vou para escola? — perguntou Esmel. — Sim querida, vai e fará muitos amigos. — digo sorrindo. — Estou com sono! — disse ela, coçando os olhos. Eu a peguei no colo. — Tudo bem minha porquinha, vamos tomar um banho, antes de ir dormir. Dou um banho nela e a coloco na cama. — Boa noite, mamãe. — disse ela, antes de fechar os olhos e dormir. Beijo sua testa. — Boa noite, minha princesa — digo fechando a porta do quarto.Lia Perroni No dia seguinte, acordo bem cedo e me arrumo, preparo o café e chamo Esmel.— Bom dia, mamãe! — disse ela, esticando os braços.— Bom dia, meu amor! — eu disse, abraçando-a.Nós tomamos o café juntas e eu a ajudei a se preparar para o primeiro dia de escola.— Estou nervosa, mamãe — disse ela.— Tudo vai dar certo, meu amor. Você vai fazer amigos e aprender coisas novas — eu disse, tentando tranquilizá-la.Kairós chegou pontualmente para nos levar à escola.— Bom dia! — disse ele, sorrindo.— Bom dia! — eu disse, sentindo meu coração bater mais rápido.Na escola, a diretora nos recebeu com um sorriso.— Bem-vinda, Esmeralda! — disse ela.Esmeralda sorriu.— Obrigada — disse ela.Depois de se despedir de Esmel, Kairós me ofereceu uma carona até a loja.— Obrigada — eu disse.No caminho, conversamos sobre nossos planos para o dia.— Você tem planos para o fim de semana? — perguntou ele.Eu hesitei.— Não sei. Ainda estou me adaptando — eu disse.— Eu posso te mostrar a cida
Kairós Chávez Eu estava me preparando para sair com Lia. Queria causar uma boa impressão. Camilla, minha irmã, e Cléber, seu marido, estavam na sala, assistindo TV.— Não exagere no perfume, mano! — disse Camilla, rindo. — Você vai espantar a moça!Cléber, que estava sentado ao lado dela, gargalhou.— Vai espantar, ao invés de conquistá-la! — disse ele, em tom de deboche.Eu sorri.— Não se preocupem, eu sei o que estou fazendo — disse, aplicando mais um pouco de perfume.Camilla revirou os olhos.— Você está usando o perfume "Sedução Fatal" para matar? — perguntou.Cléber riu.— Ou para seduzir? — disse.Eu ri.— Talvez um pouco de ambos — disse, sorrindo.Camilla se levantou e veio até mim.— Sério, Kairós, você está ansioso para impressionar moça? — perguntou.— Estou — disse. — Ela é especial.Cléber se levantou.— Então, vá e conquiste! — disse. — Mas não esqueça de nos contar tudo amanhã.Eu sorri.— Vou contar — disse. — Agora, preciso ir.— Boa sorte! — disse Camilla.— Você
Lia Perroni Eu senti meu coração falhar na hora que Kairós disse que sentia algo por mim. Eu precisava ser racional, não podia me envolver em um relacionamento, ainda mais estando... bem, isso era um assunto complicado.— Como você pode dizer isso, só nos conhecemos há um dia! — eu disse nervosa, tentando esconder meus verdadeiros sentimentos.Kairós sorriu, seus olhos brilhando.— Não importa, um dia foi o suficiente para mim me apaixonar. Acredita em amor à primeira vista? — perguntou.Eu senti meu rosto corar.— Não sei... — disse, tentando evitar sua pergunta.Kairós se aproximou de mim.— Eu acredito — disse. — E sinto que há algo especial entre nós.Eu me senti perdida, dividida entre minha lealdade ao meu passado e meus sentimentos por Kairós.— Kairós, por favor... — disse. — Não posso...— Não, o quê? — perguntou.Eu hesitei.— Não posso me envolver em um relacionamento agora — disse, tentando encontrar uma desculpa.Kairós olhou para mim, surpreso.— Você está... casada? —
Lia Perroni Acordo sentindo-me renovada, com uma sensação de alívio após a conversa com a Sra. García. Tomo banho, me arrumo e me sinto pronta para enfrentar o dia.Ao pegar o celular para conferir a hora, vejo que recebi uma mensagem de um número desconhecido. Meu coração pulsa um pouco mais rápido, mas respiro aliviada ao ver que é Kairós."Oi, Lia. Espero que você esteja bem. Quero conversar sobre ontem. Posso te encontrar hoje?"Eu hesito por um momento, pensando sobre como responder.Decido ignorar sua mensagem e apaga, em seguida bloqueando o número.Agora não é hora para pensar em homens, tenho que pensar em mim e na Esmel, é no que fazer de agora em diante.— Bom dia, mamãe! — disse Esmel, me dando um susto.— Bom dia, minha querida!— digo, abraçando Esmel.Ela sorri e me dá um beijo na bochecha.— Como você está hoje? — pergunto.— Estou bem, mamãe! —responde.Eu sorrio, sentindo-me grata pela simplicidade da vida.— Vamos fazer um café da manhã especial hoje? — sugiro.Es
Lia Perroni Acordo cedo, sentindo-me animada para o almoço de hoje. Começo a arrumar a casa, colocando tudo no lugar. Depois de uma boa limpeza, a casa está brilhando. Agora é hora de acordar Esmel. — Esmel, minha querida, é hora de levantar! Hoje é o dia do almoço com a Camilla e sua família. Esmel se estica e sorri. — Mamãe, estou ansiosa para ver a Bia!. — Eu também, minha querida. Vamos fazer compras no mercado para preparar um almoço delicioso. Vestimos-nos rapidamente e saímos para o mercado. No mercado, escolhemos os melhores ingredientes. — O que você acha de fazer lasanha? — pergunto. Esmel concorda entusiasmada. — Sim, mamãe! E podemos fazer salada de frutas também? . — Claro, minha querida. Vamos fazer. Com as compras feitas, voltamos para casa. Agora é hora de cozinhar. Começamos a preparar a lasanha e salada de frutas. Esmel ajuda a lavar as frutas, enquanto eu faço o molho da lasanha. — Está ficando delicioso, mamãe! — diz Esmel. —
Lia Perroni Acordo atrasada, sentindo-me um pouco cansada após o dia anterior. corro para me arrumar, tentando ganhar tempo.Depois de pronta, corro para o quarto de Esmel, para arruma-la.— Esmel, querida, é hora de levantar!Ela responde ainda debaixo da coberta.— Já vou, mamãe!Enquanto ela está no banho, vou aprontando nosso café da manhã. Coloco pão na torradeira, faço café e preparo cereal para Esmel.Esmel sai do banho, toda animada, a arrumo e vamos tomar café.Depois do café, nos preparamos para sair.Mal abro a porta e dou de cara com Kairós.— O que está fazendo aqui, tão cedo? — olho para ele surpresa.Ele sorri.— Vim lhe oferecer uma carona, estamos indo para o mesmo lugar, pensei que seria mas rápido para vocês.— Ah, que gentileza! — digo, sentindo-me um pouco desconcertada com a presença inesperada de Kairós.Esmel se adianta, animada.— Tio Kairós! Você vai me levar à escola!Kairós sorri.— Sim, minha querida! Vamos logo!Eu sorrio, agradecida.— Obrigada, Kairós.
Lia Perroni — Mas como você pôde ter tanta certeza que eu sou a mulher certa para você? A gente mal se conhece — digo ainda receosa.Kairós sorri, seus olhos brilhando com convicção.— Lia, desde o momento em que te conheci, eu senti uma conexão especial. Você tem uma energia única, uma luz que ilumina tudo ao seu redor.Eu me sinto tocada pelas suas palavras, mas ainda tenho dúvidas.— E se for apenas uma ilusão? E se não formos compatíveis?Kairós se aproxima, sua voz suave.— Não é apenas uma ilusão, Lia. Eu sinto que você é a pessoa certa para mim. E quero prová-lo.Ele pega minha mão, seus dedos entrelaçados aos meus.— Quero que você me dê uma chance de mostrar que estamos destinados a estar juntos.Eu sinto um arrepio ao ouvir suas palavras, meu coração começando a ceder.— E se eu não estiver pronta? — pergunto, ainda hesitante.Kairós sorri.— Eu estou disposto a esperar. Quero que você se sinta segura e feliz.Eu olho para ele, procurando sinais de sinceridade.— Kairós, vo
Lia Perroni Assim que Kairós sai, eu me sento no sofá, pensando sobre o que aconteceu. Decido que é melhor continuar escondendo sobre Marcelo, pelo menos por enquanto.— Esmel, querida, podemos conversar? — chamo.Esmel vem sentar-se ao meu lado.— O que é, mamãe? — pergunta.— Sobre o que você disse sobre o papai... — começo.Esmel olha para baixo.— Eu não deveria ter dito isso, né? — diz.— Não, querida. Você fez bem em falar. Mas é importante manter isso em segredo, por enquanto — explico.Esmel concorda.— Sim, mamãe. Eu não vou falar mais sobre isso.Eu abraço Esmel.— Obrigada, querida. Você é muito inteligente e forte.Esmel sorri.— Eu te amo, mamãe.— Eu também te amo, Esmel.Kairós Chávez Enquanto dirijo para casa, não consigo tirar da cabeça as palavras de Esmel sobre o pai. Quem é esse Marcelo? Por que Esmel mencionou que ele não gostaria que Lia namorasse comigo?Minha curiosidade está aumentando, e eu sinto que preciso saber mais sobre o passado de Lia.Chego em casa