Início / Romance / Uma Segunda Chance Para Amar / capítulo 4 : Um encontro inesperado
capítulo 4 : Um encontro inesperado

Lia Perroni

Eu senti meu coração falhar na hora que Kairós disse que sentia algo por mim. Eu precisava ser racional, não podia me envolver em um relacionamento, ainda mais estando... bem, isso era um assunto complicado.

— Como você pode dizer isso, só nos conhecemos há um dia! — eu disse nervosa, tentando esconder meus verdadeiros sentimentos.

Kairós sorriu, seus olhos brilhando.

— Não importa, um dia foi o suficiente para mim me apaixonar. Acredita em amor à primeira vista? — perguntou.

Eu senti meu rosto corar.

— Não sei... — disse, tentando evitar sua pergunta.

Kairós se aproximou de mim.

— Eu acredito — disse. — E sinto que há algo especial entre nós.

Eu me senti perdida, dividida entre minha lealdade ao meu passado e meus sentimentos por Kairós.

— Kairós, por favor... — disse. — Não posso...

— Não, o quê? — perguntou.

Eu hesitei.

— Não posso me envolver em um relacionamento agora — disse, tentando encontrar uma desculpa.

Kairós olhou para mim, surpreso.

— Você está... casada? — perguntou.

Eu hesitei novamente. Não podia contar a verdade. Ainda não.

— Não, eu não sou casada, mas não é por isso que não quero me envolver, só acho cedo demais para estar em um novo relacionamento, desculpe — disse, tentando convencer a mim mesma de que estava fazendo a coisa certa.

Mas Kairós não parecia convencido.

Kairós me olhou intensamente, como se tentasse ler meus pensamentos.

— Entendo — disse. — Não quero pressioná-la.

Eu senti um misto de alívio e decepção.

— Obrigada por entender — disse.

Kairós sorriu fracamente.

— Claro. Mas posso perguntar uma coisa?

— Claro — disse.

— Você está segura de que não há nada entre nós?

Eu hesitei, sentindo meu coração bater mais rápido.

— Não sei — disse, tentando ser honesta.

Kairós se aproximou de mim novamente.

— Eu sinto que há algo — disse. — Algo especial.

Eu senti meu rosto corar novamente.

— Kairós, por favor... — disse.

— Não vou pressioná-la — disse. — Mas quero que saiba que estou aqui, esperando por você.

Eu senti um arrepio na espinha.

— Obrigada Kairós, o jantar estava maravilhoso, mas agora tenho que ir! — digo me despedindo.

Kairós me olha intensamente, seus olhos brilhando com uma mistura de desejo e ternura.

— Lia... — diz, sua voz baixa e suave.

Antes que eu possa reagir, ele se inclina e me beija. Seus lábios são quentes e suaves, e eu sinto um arrepio na espinha.

Eu fico paralisada por um momento, sem saber como reagir. Meu coração b**e mais rápido, e eu sinto uma onda de emoções conflitantes.

Mas então, algo dentro de mim se desbloqueia. Eu começo a retribuir o beijo, sentindo uma conexão profunda com Kairós.

O tempo parece parar enquanto nos beijamos. É como se o mundo ao nosso redor tivesse desaparecido.

Quando finalmente nos separamos, eu estou sem fôlego.

— Kairós... — digo, minha voz tremendo.

Ele me olha com um sorriso.

— Desculpe — diz. — Não pude me controlar.

Eu sorrio também, sentindo uma mistura de emoções.

— Não precisa se desculpar — digo.

Me sentindo confusa e assustada, resolvo me afastar definitivamente de Kairós.

— Kairós, por favor... — digo, tentando controlar minha voz. — Não quero mais continuar isso.

Kairós olha para mim, surpreso.

— O que aconteceu, Lia? — pergunta.

— Não quero mais continuar isso — repito. — Por favor, não me procure mais.

Kairós parece magoado.

— Entendo — diz. — Mas preciso saber: o que eu fiz de errado?

Eu hesito, sem saber como explicar.

— Não é você, é mim — digo. — Eu não estou pronta para isso.

Kairós assente.

— Entendo — repete.

Eu me viro e começo a caminhar para longe.

— Lia! — chama Kairós.

Eu me viro.

— Por favor, não me procure mais — peço.

Kairós assente novamente.

— Sim, entendo.

Eu me afasto, sentindo um misto de alívio e tristeza.

Chego em casa devastada, sentindo-me vazia e confusa. Nunca tinha me sentindo assim antes em relação a alguém, nem mesmo quando conheci Marcelo. Na época, eu tinha certeza de que ele era o cara certo. Mas agora, após tudo o que aconteceu, percebo que estava enganada.

E agora, com Kairós, sinto que estou correndo o risco de me enganar novamente. Meu coração ainda dói da última experiência, e não quero passar por isso novamente.

— Por que eu não consigo ver as coisas claramente? — pergunto a mim mesma.

Eu me sento no sofá, exausta, e começo a refletir sobre minhas experiências passadas.

Marcelo me prometeu amor eterno, mas acabou me traindo. E agora, Kairós, com seu sorriso encantador e olhos profundos, parece ser o oposto de Marcelo, mas será que é verdade?

— Não posso confiar em mim mesma — digo, sentindo-me frustrada.

— Ahh... por que é tão difícil? — bufo frustada.

— Falando sozinha? — Sra. García pergunta, entrando na sala com um sorriso preocupado.

Eu me levanto do sofá, sentindo-me um pouco envergonhada.

— Desculpe, Sra. García. Estou apenas... — começo a dizer.

— Você não precisa se desculpar, Lia — diz ela. — Eu estou aqui para ajudar.

Eu sorrio fracamente.

— Obrigada por estar aqui com Esmel. Você não precisava fazer isso.

— Claro que precisava — diz ela. — Você precisa de um tempo para si mesma.

Eu me sento novamente no sofá, e a Sra. García se senta ao meu lado.

— O que aconteceu no jantar? — pergunta.

Eu suspiro.

— Foi... complicado — digo.

A Sra. García me olha com curiosidade.

— Complicado como?

Eu hesito por um momento antes de responder.

— Kairós... ele me beijou — digo.

A Sra. García arrega as sobrancelhas.

— E você?

Eu dou de ombros.

— Não sei. Estou confusa.

— Mas você não senti nada por ele? — pergunta Sra. García, olhando para mim com curiosidade.

Eu hesito, procurando as palavras certas.

— Não sei, Sra. García. Estou confusa. E para ser sincera, não posso entrar em um relacionamento agora — digo.

A Sra. García assente compreensivamente.

— Entendo. É normal ter medo — diz.

Eu sinto um nó na garganta.

— É isso. Estou com medo de me enganar novamente — digo.

A Sra. García me abraça.

— Não sei pelo o que você passou, mas você não está sozinha, Lia. Estou aqui para você. E se você precisar de alguém para conversar, estou aqui — diz.

Eu me sinto um pouco melhor com as palavras da Sra. Garcia.

A Sra. García se prepara para ir embora, olhando para mim com carinho.

— Você vai ficar bem, Lia — diz. — E lembre-se, estou aqui para você.

Eu sorrio fracamente, sentindo-me grata.

— Obrigada, Sra. García. Você não tem ideia do quanto suas palavras significam para mim.

A Sra. García sorri.

— Você é uma pessoa especial, Lia. Não se esqueça disso.

Ela se despede de Esmel e sai.

Eu me sento no sofá, refletindo sobre a conversa que tivemos.

Sinto-me aliviada por pode conversar com alguém como me sinto.

Levanto-me do sofá e apago a luz da sala, em seguida vou para o quarto, tomo um banho e me deito ao lado de Esmel, que está dormindo na minha cama.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo