Marianne Belmonte precisará encontrar seu futuro marido na cama com sua irmã para perceber que sempre esteve sozinha neste mundo cruel. Seu pai lhe dá as costas e abençoa o casamento de sua ex-noiva com sua filha mais nova, e ela também se submete à humilhação que acompanha o anúncio de que estão esperando um bebê juntos. Sem parceiro, sem lugar para morar, com poucas economias e com seu trabalho por um fio, ela decide, após algumas bebidas a mais, passar a noite com um atraente desconhecido, entregando-lhe sua virgindade. Embora viva uma noite apaixonante e sensual, Marianne se arrependerá amargamente de sua aventura, porque esse belo desconhecido é Luciano Brown, seu novo chefe e acionista majoritário da empresa onde ela trabalha. Algo pior acontece depois: ela desejará se vingar de sua família e se perder no mistério que representa um homem cheio de segredos como Luciano. Por isso, decide propor-lhe um contrato matrimonial que colocará em risco seu coração e, talvez, até sua própria vida.
Leer másNo meio das minhas lágrimas ainda não consigo aceitar, me recuso a fazê-lo. Saber sobre as acusações de Luciano quebrou algo dentro de mim.— Somos uma empresa pequena de imóveis. Uma chata e tradicional empresa de imóveis com pessoas comuns trabalhando nela. Não somos criminosos, Luciano — afirmo.— A maioria dos funcionários assalariados, não. Dos gerentes para cima, muitos estão beirando os limites da legalidade, outros como seu pai, já ultrapassaram — explica ele.— O senhor Dominic sabia? O que eles faziam? — pergunto devastada.— Alguns eram capazes de ver que os números não fechavam. Agiam como cegos enquanto houvesse dinheiro. De tantos crimes existentes no mundo corporativo, é preciso cair muito baixo para chegar a um como o tráfico humano. Sabemos de uma briga que ele teve com Sergio antes do falecimento, pode ser que tenha descoberto a verdade tarde demais.— Sabemos? No plural? Quem sabe? Para quem você trabalha?— Especificamente não posso responder, mas se existem bons e
— O meu também foi — diz ele com tanta... com tanta tranquilidade. A mesma que usa para tirar o celular do bolso e fazer uma ligação — Venha limpar, a situação fugiu do controle hoje.Me sinto doente e perturbada com o que acabei de vivenciar. Tão nauseada que esvazio meu estômago na terra até ficar, desta vez sim, sem nenhum vestígio de consciência.……Algumas vezes seu corpo falha quando não aguenta mais. Este tem sido meu caso hoje. Sinto que estou prestes a despertar do meu desmaio, mas o problema é que eu preferiria não acordar. Por mais que tenha implorado pela verdade, agora que estou tão perto, tenho medo de conhecê-la, quero adiá-la.Me recuso a abrir os olhos, mas ainda assim posso ouvir as vozes ao meu redor.— Você não foi tão estúpido a ponto de engravidá-la, não é? — ouço a voz de uma mulher.— Pare de dizer bobagens. Vai acordá-la. Não a perturbe — ouço a voz de Luciano.— Por favor... — fala a mulher em tom debochado — Nem parece que ela é feita de cristal. Pelo jeito c
É difícil respirar e ver o que está acontecendo comigo. Sei que caí no chão por causa do golpe que recebi, e para meu desespero, sei também que o homem que me agrediu está tentando me levar para outro lugar. Posso sentir quando ele levanta meu corpo e me joga sobre um de seus ombros.Ele dá muitos passos enquanto luto para recuperar minha lucidez e não sentir náuseas com o gosto de sangue na minha boca. Deduzo que me fizeram sangrar, e que meu agressor não está sozinho, pois escuto a voz de outro homem que se juntou a ele.Tento novamente entender do que estão falando, mas não consigo. Não compreendo o idioma que estão usando. Também não entendo para onde foi toda a gente que estava nos arredores do cemitério. Não há ninguém a quem pedir ajuda. Meu medo aumenta quando percebo que esses dois desconhecidos querem me levar para dentro da floresta que fica ao lado.— Me solta! Socorro! — começo a gritar, me recompondo e debatendo.O cara me ignora, meus esforços são inúteis. Até que o home
— Tem certeza? Porque eu não consigo me convencer de que, dentre tantos lugares para fazê-lo, ele escolheria o escritório do seu trabalho — argumento.— Ah, vamos lá, Marianne. Você nunca ouviu falar de advogados e médicos? Onde mais eles são encontrados quando decidem fazer o que fazem? Seus escritórios, seus estudos em casa, eu já li sobre vários casos. E de qualquer forma, não quero falar sobre isso. Me dá uma sensação ruim — defende Giana.Minha amiga não é a única se sentindo mal, Sergio precisa de ajuda para se afastar da multidão, o mesmo acontece com outra senhora idosa que se parece muito com Dominic, suponho que seja sua irmã ou algum familiar.— Podemos ir embora? — pede Giana comovida.— Deixe-me encontrar Luciano. Espere com Derek lá fora.Com isso, Giana se afasta daqui. Eu procuro com o olhar o paradeiro do meu marido. Não o encontro na concentração de pessoas, por isso me afasto um pouco mais desse local e ligo para ele com meu celular. Caminho entre as lápides e mausol
Luciano sorri com tanta raiva olhando para Andrew, como se estivesse recitando em sua mente os motivos para não atacá-lo no meio de uma igreja.— Não é o momento para ter esse tipo de conversa — decide dizer.— Quando será? Você chegou à Belmonte Raíces com a boca cheia de promessas de expansão internacional. Onde está essa expansão? Você veio para nos desestabilizar e semear o caos — acusa Andrew.— Você está dizendo puras bobagens, Andrew. É preciso te lembrar do projeto New Century e dos outros que estão em andamento? — defendo.— A curto prazo isso soa maravilhoso, não é? Mas a longo prazo, o quê? E quanto à sua sabotagem ao nosso acordo com SMB? À sua conspiração com os Nichols? Você não me engana, Marianne. Vocês dois se uniram para nos tirar o que é nosso, mas não vão conseguir — exclama Andrew antes de ir embora furioso.Andrew é um louco, já tinha concluído isso. Embora não haja louca maior que América, essa que está olhando com um ódio voraz para meu marido. Para seu filho, p
Os dois dias se passaram comigo trancada entre as paredes da mansão Brown, tentando me adaptar a uma calma falsa e artificial. Obedeci à ordem, mais que sugestão, de Luciano, e aqui estou finalmente retornando à minha cidade, ao apartamento de Giana. À minha amiga que, assim que me abre a porta, me agarra num abraço forte.— Como você está, Mari? Conseguiu chegar a tempo, pensei que teríamos que ir sozinhos ao funeral — diz ela.Nos separamos para darmos as mãos e compartilharmos uma visão mútua de como estamos vestidas. As duas estamos de preto. Ela com um vestido de mangas longas, e eu com um conjunto de blazer. Não somos as únicas vestidas de preto, ao fundo está Derek que vem nos cumprimentar, e atrás de mim está... Luciano.Luciano não se descolou de mim nem por um instante desde que descemos do avião há algumas horas. Apesar da minha confusão em relação a ele, não era como se eu pudesse pedir que me deixasse ir sozinha ao funeral do senhor Dominic. Ele também era seu colega de tr
Luciano não dormiu comigo, mesmo assim, o vejo à mesa com o resto dos Brown no almoço. Esse almoço ao qual acabei descendo. A maioria está presente: Leandro, Lucía, Liam, Leah, Leonel, Lemuel e, obviamente, Luciano.Tomo um dos assentos ao lado do meu comunicativo esposo que me olha de soslaio.— Conseguiu descansar? — ele me pergunta baixinho.— Você conseguiu fazer isso com a consciência tão suja que deve ter? — respondo no mesmo volume. Isso o machuca.— Clara e Selena não vão nos acompanhar? — diz Lucía a Leonel e Lemuel enquanto nos servem a comida.— As duas beberam além da conta. Estão de ressaca — comunica Lemuel.— E Sara? — insiste Lucía.— Está fazendo horas extras como babá do irmão e dos primos. Quer economizar para custear sua própria viagem escolar à Disney — explica Leonel, exausto.Olhando para esta casa e o modo como essa gente vive, não acredito que Sara precise economizar para uma viagem escolar. Embora, conhecendo o quanto enérgica e independente ela parece ser, nã
— Como assim? — falo desconcertada.— O falecimento de um colega de trabalho é um fato trágico, mas que não tem relação com você. O que você vai ganhar voltando precipitadamente para a cidade? Vão enterrá-lo amanhã mesmo, por acaso?Meu corpo sem pensar se separa do dele. Há algo em sua tranquilidade que me faz repeli-lo.— Acham que foi um... um... suicídio. E Giana precisa de mim, ela viu como retiravam o corpo dele.— Giana tem o namorado dela. Ela ficará bem.— Como você sabe que ela ficará bem? Mandaram ela depor. Depor o quê? Eu conhecia o senhor Dominic, ele não tinha motivos para tirar a própria vida. Seus netos eram sua felicidade e ele teria mais um em poucos meses. Por que a polícia está envolvida nisso? — argumento.— A depressão funciona assim. Os rostos mais sorridentes podem acabar sendo apenas uma fachada — resolve com simplicidade, eu diria que com indiferença.— Seja como for. Preciso voltar, e tudo bem, não será esta noite. Mas amanhã de manhã cedo comprarei minha pa
A incredulidade está dominando meus sentidos. O que Giana me diz não tem coerência, nem pode ser verdade. Há apenas alguns dias, o senhor Dominic estava conversando e compartilhando comigo as grandes perspectivas que tinha para a New Century. Não o percebi deprimido, nem preocupado, mas sim otimista e confiante.A notícia me impacta de tal maneira que uma opressão nasce em meu peito. Minha língua deve pesar um quilo para que eu não consiga movê-la.— Você desligou, amiga? Está bem? — pergunta Giana do outro lado do meu celular, ela também não parece estar bem.— Não... eu ainda estou aqui — limpo minha garganta — Quando foi? Que horas?— Uma moça da limpeza do turno da manhã o encontrou... — ouço-a chorar — acredita-se que ele fez isso à noite. Não sabemos muito... mas pude ver como o levavam em um saco. Foi horrível... seu escritório ficou... ficou...— Como ficou? Como ele fez isso? — esfrego minha cabeça. Ainda não acredito.— Uma arma de fogo... — soluça — Isso é um caos na empresa