Orion Global Enterprises é uma empresa multinacional que opera em diversos setores estratégicos, sendo referência em Tecnologia e Inovação; Energia e Recursos Naturais; Imobiliário e Construção; Finanças & Investimentos; Saúde & Farmacêutica e Agro-indústria. Com forte presença nos principais mercados globais, como China e Japão, a Orion Global Enterprises se destaca pela capacidade de inovar, expandir e integrar soluções de impacto, promovendo o desenvolvimento sustentável e a transformação de indústrias ao redor do mundo.
Combinando expertise local com uma visão global, a empresa oferece produtos e serviços de alta qualidade, sempre buscando o equilíbrio entre inovação tecnológica e responsabilidade social. Agora, assim como meu pai fez comigo, é chegada a hora de passar essa responsabilidade de liderar para um dos meus filhos. Se eu pudesse escolher, seria Damien. Ele é focado, dinâmico e totalmente comprometido aos negócios, me lembrando dos meus anos de juventude. No entanto, ao olhar para ele, percebo que falta algo que só consegui encontrar em mim muito tarde: o equilíbrio entre o lazer e o trabalho. Sua vida gira em torno do trabalho e, às vezes, me pergunto como ele ainda não teve uma crise de exaustão. Por outro lado, há meu caçula, Ethan. Diferente do irmão, ele é mais livre, vive intensamente e parece não se preocupar com responsabilidades. E isso já me preocupa, pois ele tem 26 anos; a adolescência já passou. Ele é um adulto que precisa começar a trabalhar e a entender que suas ações geram consequências, boas ou más, para o futuro. Essa diferença entre os dois irmãos me faz refletir sobre o que realmente significa ser bem-sucedido. Será que o sucesso é apenas ter uma carreira promissora, ou envolve encontrar alegria e satisfação na vida pessoal também? Estou sentado em minha mesa, com dois arquivos dispostos na frente, quando um som de batidas interrompe meus pensamentos. — Entre! — Digo, dando permissão. A porta se abre e aparece Donna, minha secretária de décadas. Seus cabelos grisalhos bem cuidados e seu olhar atento sempre me dão uma sensação de conforto, como se ela soubesse exatamente o que eu preciso, mesmo sem eu precisar dizer. — Senhor presidente, Damien e Ethan estão aqui. Devo mandá-los entrar agora? Aceno positivamente e, em segundos, meus filhos estão sentados diante de mim. Ethan entra primeiro, com um semblante desleixado que denuncia suas escolhas da noite anterior. Ele está vestido com uma camiseta amarrotada e jeans rasgados, uma combinação que não condiz com a seriedade da situação. Damien, por outro lado, entra de forma mais controlada, com um terno bem ajustado e um olhar atento. — Pai, aconteceu alguma coisa? Ethan pergunta, com a expressão entre a preocupação e a confusão. O olhar de Damien se torna mais aguçado, como se já soubesse que algo importante está prestes a ser revelado. — Aconteceu, sim. Tivemos uma reunião de emergência no conselho após a última notícia que abalou a empresa. — A morte do senhor Sean? Como andam as investigações da polícia? Damien se pronuncia, sua voz firme. Ele sempre foi o mais responsável dos dois, mas essa situação o faz parecer mais velho do que parece. — Ainda não temos uma atualização, mas ao que tudo indica em breve teremos. Contudo, não estou aqui para falar sobre isso. — Coloco um ponto final nesse tópico, até porque este não é o foco da conversa. — Decidimos que um de vocês deve se tornar o CEO da empresa. Para que a votação seja justa e seguindo o legado da Orion, teremos uma competição. O candidato que conseguir fechar um acordo de distribuição com a Elysium Holdings será o novo CEO e, quem sabe, futuramente o presidente. Ethan me olha com frustração, a sua impaciência evidente. — Você me chamou para isso, pai? — Sua voz é quase um sussurro, mas a indignação está clara. — Eu não tenho nenhum interesse nos negócios da família. Damien levanta uma sobrancelha, com um ar de sarcasmo. — Engraçado que você não tem interesse nos negócios, mas não pensa duas vezes antes de gastar o nosso dinheiro. — Calado, você é um poeta, Damien, sabia? Ethan rebate, cruzando os braços. — Seu irmão tem razão — Digo, tentando manter a paz. — Você gasta dinheiro com coisas fúteis, mas não demonstra interesse em nada. Você precisa encontrar um propósito. Ethan solta um suspiro, claramente se sentindo acuado. — Eu ainda sou um jovem tentando descobrir meu lugar no mundo… Essa frase ecoa em minha mente, e meu coração se aperta. Vejo o quanto ele se afasta das responsabilidades e isso me preocupa. Ao mesmo tempo, sei que não posso ocupar minha mente com isso agora. A responsabilidade de liderar a empresa, de garantir o futuro da Orion, já é bastante pesada. — É natural sentir-se perdido em algum momento da vida — Tento suavizar a tensão. — Mas a vida não espera por ninguém. E essa competição pode ser a sua chance de encontrar um propósito, Ethan. Damien, ainda mais centrado, observa o irmão como se estivesse tentando entender sua mentalidade. — Pai, o que você espera de nós? — Damien pergunta, o olhar fixo em mim. — Espera que lutemos entre nós por um cargo? — Não é sobre lutar um contra o outro, mas sobre quem está mais preparado para levar essa empresa para o futuro — Respondo, tentando ser claro. — Cada um de vocês traz algo diferente para a mesa. É hora de provar o seu valor. A tensão na sala é palpável, e sinto que a competição entre eles não será apenas pelo cargo, mas por um espaço no meu coração. A responsabilidade que recai sobre meus ombros é pesada, e sei que os desafios que virão vão além da liderança da empresa. — Bom, era só isso. Não se esqueçam que amanhã teremos o leilão beneficente dos Montenegro. Espero que todos vocês possam se fazer presentes. Orlando Montenegro é um amigo de longa data. — Uma pausa, e então olho nos olhos deles. — Esse leilão pode ser uma oportunidade. Pensem nisso. Os irmãos trocam olhares, cada um refletindo suas próprias emoções. Ethan parece frustrado, enquanto Damien demonstra uma determinação silenciosa. O futuro deles, e o futuro da Orion, está em jogo. A conversa termina, mas a atmosfera permanece tensa. Ao olhá-los, percebo que o que está em jogo não é apenas uma posição na empresa, mas o futuro de nossa família. Um dilema que se estende muito além dos negócios, e que me faz questionar o que realmente significa ser bem-sucedido.— Você vai participar dessa competição? Pergunto a Damien assim que saímos da sala de reuniões na nossa empresa.Ele para no corredor, ainda com os olhos presos aos documentos que segurava, mas logo ergue o olhar para mim. Seus olhos frios parecem me analisar, como se estivesse pesando cada palavra antes de falar. Esse é o estilo dele — sempre calculado, sempre um passo à frente, ou pelo menos ele acha que está.— Isso não é uma competição, Ethan — Ele responde, com o tom casual de quem faz uma constatação óbvia. — Para que fosse uma competição, seria necessário um adversário à altura. E você, definitivamente, não é um.O desprezo escorre nas palavras como veneno, e a tensão no ar é palpável. É um padrão em nossas interações: Damien sempre tenta me diminuir. Mas, desta vez, sinto uma neutralidade tomar conta de mim. Nossas relações nunca foram boas, e eu já deixei de me importar em tentar entender onde foi que as coisas começaram a se romper entre nós.— Se eu não fosse um adversári
Enquanto analisava os documentos da Elysium Holdings, tentando traçar uma estratégia para o acordo de distribuição, ouvi batidas leves na porta. Soltei um suspiro e coloquei a esferográfica de lado. Sem tirar os olhos dos papéis, respondi com uma voz baixa, mas firme:— Entre.Os passos elegantes que seguiam em minha direção eram familiares. Minha mãe entrou no escritório como quem já sabe que está no comando, com a postura impecável e um brilho característico nos olhos. Era aquele olhar que sempre significava problemas — ou, como ela preferia, “soluções”.— Pela sua cara, parece que não está feliz em me ver — Começou, balançando a cabeça levemente, como se minha expressão contrariada fosse um exagero.Me esforcei para manter a calma. Quando Celine Carter vinha até mim assim, cheia de confiança, significava que eu estava prestes a ser envolvido em mais uma de suas tramas. Respirei fundo e tentei manter a paciência.— Mãe, estou no meio de algo importante. Vá direto ao ponto, por favor
A noite passou em um breve estalo, e por um momento, quase esqueci o quão caótico havia sido o dia anterior. Meu pescoço dói, resultado de ter dormido numa posição desconfortável na cama. Abro os olhos lentamente e a primeira visão que tenho é de Alex, ainda adormecido ao meu lado. A televisão está ligada, o som baixo, e o filme parece estar no início, como se estivéssemos revivendo o mesmo ciclo de repetições. Não lembro ao certo quanto tempo ficamos acordados, mas certamente não foi muito.Levanto-me devagar para não acordá-lo e pego um cobertor para cobri-lo. Antes que eu possa fazer mais alguma coisa, a porta do quarto se abre bruscamente, revelando Constance, a governanta da casa.— A senhora Montenegro exige a sua presença no café da manhã. — Ela faz uma breve pausa, como se ponderasse se deveria dizer mais. — Imediatamente.Com a mesma rapidez com que entrou, Constance desaparece. Solto um longo suspiro, passando a mão pelos cabelos, ainda confusa com o dia que se inicia. Camin
Assim que acordo, sinto uma dor de cabeça latente, como se tivesse estado horas sob uma sensação de tortura. Faço uma careta ao tentar levantar da cama; ainda estou com as roupas da noite anterior. Ergo o pulso e vejo que são 4:30 PM de sábado. Sinto-me aliviado, porque hoje não tenho nenhum trabalho. Detesto ter que faltar com as minhas obrigações. Pego o celular e vejo várias chamadas perdidas da minha mãe. Suspiro fundo, já sabendo que, provavelmente, ela queria saber como foi o jantar com a filha da amiga dela. Aperto a tecla e deixo que seu número chame. Quando ela atende, não ouço seus gritos histéricos sobre as atualizações, apenas um:“Não se esqueça do leilão dos Montenegro, será dentro de horas.”Por um momento, eu tinha esquecido que hoje seria o leilão dos Montenegro. Olhei para as minhas vestimentas e lembrei que não tinha vindo de carro. Recolho meus pertences e faço o check-out antes de pegar o primeiro táxi para casa.Ao entrar, sou recebido pelos olhares julgadores da
Embora eu estivesse confiante de que me sairia bem durante o evento, o medo começou a tomar conta de mim assim que entrei no salão e vi a quantidade de pessoas no leilão. Meu coração disparou, as mãos tremiam levemente, e os meus pés pareciam querer vacilar a cada passo. Os olhares curiosos, os sussurros discretos, o som suave de música clássica ao fundo... tudo aquilo começou a se misturar numa cacofonia desconfortável, como se o mundo ao meu redor estivesse comprimido e me observando de perto. Era como se, de algum modo, eu estivesse fazendo algo de errado. Respirei fundo, tentando afastar o nó que começava a se formar no meu estômago, e continuei andando.Ao longe, meus olhos encontraram o olhar firme e crítico da minha mãe. Mesmo à distância, pude perceber que ela não estava nada satisfeita com o meu visual. Seu pedido havia sido simples: que eu deixasse o cabelo todo natural, sem as mechas loiras que eu insistia em manter. Provavelmente, aquilo a deixara furiosa. Para evitar que
— Mãe, você realmente vai deixar a Olívia participar do leilão? — pergunto, a indignação transparecendo na minha voz assim que ela fica sozinha após uma conversa com uma das convidadas. O sorriso dela é o mesmo de sempre, aquele que tenta me acalmar, mas que só serve para aumentar minha frustração.— Não tenho muito o que fazer, Ofélia. As nossas atrações tiveram um imprevisto e precisamos de uma substituição — responde, seu tom firme, mas não sem um toque de exaustão. Esse tipo de situação parece estar se tornando comum, e isso só me irrita ainda mais.Eu não posso acreditar que ela realmente acha que isso é aceitável. Olívia não merece esse tipo de chance. — Ela vai estragar tudo. — A minha voz se eleva.— Imagine se ela não for escolhida e atacar-me por inveja? Mãe, a Olívia me odeia porque você gosta de mim.A expressão de minha mãe muda ligeiramente, como se um feixe de preocupação cruzasse seu rosto. Mas logo, essa preocupação é substituída por uma frieza que não consigo entende
Minha curiosidade sobre o homem que conheci no jardim crescia a cada vez mais. Ele parecia conhecer pedaços de mim que eu mesma desconhecia, como se enxergasse através de uma cortina que bloqueava minhas memórias. Seus olhares, suas palavras, carregavam uma familiaridade que eu não conseguia ignorar, mas também não conseguia decifrar. A psicóloga dizia que a perda de memória era um mecanismo de defesa da mente após eventos traumáticos. Um jeito de lidar com algo que a consciência se recusava a aceitar. Mas isso nunca pareceu uma explicação completa. Era como se houvesse buracos na minha história, peças faltando em um quebra-cabeça que, mesmo incompleto, ainda me atormentava. Quando eu tentava lembrar, sentia como se minha mente estivesse presa em um labirinto, incapaz de encontrar a saída.No entanto, havia algo que eu sabia com certeza: aquele leilão era o último lugar onde eu queria estar. Detestava ser o centro das atenções, ser exibida como um prêmio, mas minha mãe insistiu para q
Vejo Olívia saindo de mãos dadas com Easton, e algo dentro de mim se contrai. Eles passam por mim como se o ambiente ao redor fosse uma extensão de seu próprio mundo, e eu fico ali, com o copo de uísque na mão, tentando entender como aqueles dois se conhecem. Olívia não parece o tipo de mulher que Easton escolheria; seu jeito, seu estilo de vida, tudo nela soa como um contraste direto ao que ele costuma buscar. Levo o copo aos lábios, e o gosto forte do uísque desce rasgando minha garganta, mas não apaga o incômodo que vai crescendo a cada segundo.Por que estou irritado? Afinal, eu sequer a conheço bem. Paguei 25 milhões de dólares por ela no leilão. Qualquer outra mulher em Nova York enlouqueceria só por ter a minha atenção, mas Olívia? Ela parecia distante, intocável. Havia uma naturalidade desarmante no jeito como falava e se portava, como se eu fosse apenas mais um nome em sua lista de contatos, e não alguém que praticamente pagou por ela.Percorro os olhos pelo salão. Poderia es