Eu estava completamente nervosa, sentindo como se o peso do mundo estivesse pressionando meus ombros. Aquela era a minha chance - a oportunidade de mudar tudo. Fechei os olhos por um breve segundo e respirei fundo, tentando acalmar o coração acelerado. Eu era grata pelo que tinha, claro. O emprego na lanchonete, por mais desgastante que fosse, pagava o aluguel do meu minúsculo apartamento em Nova York - o que já era uma vitória por si só. Também dava para comprar os remédios da minha avó e colocar comida na mesa. Mas estava longe de ser suficiente.
E era por isso que eu estava ali. O cargo de secretária de um executivo significava um novo patamar. Um salário digno. Digno o bastante para me dar um respiro e cuidar da minha filha sem me preocupar se o dinheiro acabaria antes do mês. Eu precisava desse emprego. Não por mim, mas por ela.
Me ajeitei na cadeira da sala de espera, alisando inutilmente o tecido amassado da minha saia. O som ritmado do meu salto batendo contra o chão quebrava o silêncio, denunciando o meu nervosismo. E então, o senti - o olhar. Frio, calculado e direto. Olhei de canto, confirmando minhas suspeitas. Um homem, encostado na parede ao fundo, me observava. Alto, elegante, e com uma expressão dura, quase cruel. Ele não sorriu. Não desviou o olhar. Estava me avaliando, eu sabia disso.
A mulher que conduzia as entrevistas parecia tensa, mexendo papéis e chamando o próximo candidato com uma voz sem muita paciência. Mas era dele que eu tinha medo. Apostava que aquele homem era quem realmente decidia quem ficava ou ia embora.
Tentei ignorá-lo. Cruzei os braços, abaixei o olhar, mas o peso do seu julgamento estava ali, pairando sobre mim. Quando chamaram meu nome, senti meu estômago se revirar. Minhas pernas ameaçaram fraquejar enquanto me levantava. Meus lábios estavam secos, e precisei engolir em seco antes de caminhar até a mesa.
Sentei de frente para a entrevistadora, que analisava meu currículo sem muita emoção. Eu conseguia ver minhas próprias mãos trêmulas repousadas no colo. Sabia que haviam candidatas melhores, mais qualificadas, talvez até mais bonitas. Mas eu tinha algo que elas não tinham - desespero.
Respirei fundo e levantei o queixo, tentando conter o medo. Não deixaria a ansiedade vencer. Não hoje.
Porque o que estava em jogo era maior do que eu. Era o futuro da minha filha.
E, mesmo com aquele avaliador terrível - que, para meu desgosto, era absurdamente lindo - me encarando com aqueles olhos críticos, eu daria tudo de mim para conseguir esse emprego.
- Emma Hill.
Deby pronunciou meu nome em voz alta, o sorriso em seus lábios parecia forçado, quase mecânico. Respirei fundo, tentando controlar o tremor nas mãos. Me obriguei a sorrir de volta, mesmo sabendo que minha expressão estava rígida, e apostava que meu rosto já denunciava o nervosismo. O calor da vergonha subia pelas minhas bochechas, especialmente com aquele homem me observando do fundo da sala.
Ele parecia esculpido em mármore - um verdadeiro deus grego - mas com um olhar frio, duro, quase inatingível. A postura dele era impecável, com um terno perfeitamente alinhado, moderno, mas com detalhes clássicos, como se misturasse passado e presente com uma elegância desconcertante. Ele não sorria. Não piscava. Apenas me analisava como se pudesse enxergar todas as minhas fraquezas.
- É um prazer estar aqui - consegui dizer, baixando levemente a cabeça.
Mas então, me dei conta. Eu estava ali para disputar uma vaga de secretária executiva, e isso exigia personalidade. Alguém que soubesse se impor, que não demonstrasse fraquezas - especialmente emocionais. Suspirei discretamente, endireitei a postura e encarei a entrevistadora.
Eu era a última candidata do dia. A última impressão. E ela precisava ser a melhor.
- Fiquei muito animada quando recebi essa convocação - falei, deixando minha empolgação transparecer. - A TEC Corporation sempre foi minha primeira opção. Estava aguardando por essa oportunidade há meses.
A entrevistadora riu com minha sinceridade, mas, lá no fundo da sala, o tal deus grego permaneceu impassível. Nenhum sorriso. Nenhuma reação. A tensão em meu estômago só aumentava.
- Bem, estou pronta - finalizei, tentando soar confiante.
Ela começou as perguntas básicas: onde estudei, minha experiência anterior, como organizava minha rotina. Eu respondi cada uma com calma, tentando destacar minhas habilidades e minha dedicação. Mesmo que eu dividisse meu tempo entre o trabalho e minha casa, deixava claro que sabia separar bem as prioridades.
Mas então, de repente, ele se levantou.
O som da cadeira raspando o chão ecoou na sala, e eu senti o coração parar por um segundo. A entrevistadora também pareceu surpresa, franzindo a testa ao vê-lo se aproximar. O homem caminhou até a mesa e se inclinou ligeiramente sobre ela, ficando mais próximo de mim. Seu perfume amadeirado preencheu o ar entre nós, junto com a tensão sufocante.
- Diga-me - ele começou, sua voz grave e firme, - você tem experiência no cargo?
Senti minha garganta secar, mas mantive o olhar firme. Ele queria me intimidar. E eu não daria esse gostinho a ele.
- Sim, senhor. Tenho. - Falei com um tom seguro, misturando um pouco da verdade com uma pitada de exagero. - Fiz estágios relevantes assim que terminei a faculdade e atuei em áreas administrativas que exigiram bastante de mim.
Seu olhar estreitou-se por um instante, como se analisasse cada palavra.
- E o seu tempo livre?
Fiquei em silêncio por um segundo, confusa pela pergunta inusitada.
- Bem, dedico meu tempo ao trabalho. Se estou em casa, foco nas tarefas domésticas e pessoais. Se estou no trabalho, dou 100% de mim.
Ele assentiu levemente, mas não parecia satisfeito ainda.
- Olhe para mim - ordenou.
Minhas sobrancelhas se arquearam, surpresa, mas obedeci. Seu olhar perfurava o meu, cheio de intenções ocultas.
- O que você vê?
Aquilo era bizarro. O que ele esperava ouvir? Algo clichê? Que era bonito? Intimidador?
Mas eu não podia recuar.
- Vejo um homem exigente - respondi com firmeza. - Alguém que leva o trabalho a sério, talvez até demais. Alguém que não perde tempo com coisas irrelevantes. Vejo um profissional que está aqui porque se importa com quem será contratado, mesmo que não tenha aberto a boca para nenhuma das outras candidatas.
Por um breve instante, o canto de sua boca ameaçou se curvar em um sorriso - ou talvez fosse apenas minha imaginação.
- Acho melhor terminarmos por aqui.
Deby fechou o caderninho sem sequer anotar nada sobre mim. O som seco do fecho ecoou na sala, e meu estômago revirou. O quê? Aquilo era tudo?
Senti o calor da vergonha subir pelo meu rosto. Acho que exagerei. Não sei o que me deu. Quem eu pensava que era para encarar aquele homem daquela forma? E se ele realmente tivesse o poder de decisão? Poderia me descartar naquele exato momento - tudo por causa da minha boca ou da minha sinceridade desmedida.
"Que ódio de mim mesma."
- O que isso significa? - perguntei, minha voz tremendo levemente, enquanto via Deby se levantar sem nem olhar para mim.
Mas antes que ela respondesse, a voz firme dele cortou o silêncio:
- Você começa amanhã. Bem cedo.
Minha respiração falhou por um segundo. Eu? Contratada? Assim?
- Coloque algo mais comportado - ele continuou, ajustando o punho do terno sem me encarar. - Deby vai indicar sua função, horário de chegada e saída, e todos os outros detalhes.
Meus olhos se arregalaram. Eu precisei de alguns segundos para processar o que ele tinha acabado de dizer. Me levantei da cadeira de um pulo, mas tentei manter a compostura. Não era hora de sorrir feito uma boba, mesmo que a euforia estivesse crescendo descontrolada dentro de mim.
"Controle, Emma. Você disse que sabia separar sentimentos de trabalho."
Mas antes que eu conseguisse agradecer ou dizer algo inteligente, ele virou-se novamente para mim, seu olhar penetrante fixo no meu:
- Você perde pontos quando não entende o que eu digo. Essa será a sua função. Entender exatamente o que eu quero. Se continuar me fazendo perguntas óbvias, posso mudar de ideia.
Engoli em seco, meu sorriso murchando antes mesmo de se formar. Ele ajeitou o terno, elegante e impecável, e saiu da sala sem olhar para trás.
Fiquei ali, parada, até sentir Deby se aproximar. Ela parecia tão surpresa quanto eu, mas tentava manter a postura profissional.
- Então... eu fui mesmo contratada? - perguntei, ainda tentando acreditar no que havia acabado de acontecer.
Ela soltou um suspiro, cruzando os braços.
- Sim, foi. E nem sei como.
- Quem é ele? - disparei, incapaz de conter minha curiosidade. - Ele tem o poder de me contratar assim?
Deby hesitou por um segundo, como se estivesse escolhendo bem as palavras.
- Aquele homem - ela começou, olhando para a porta por onde ele havia saído - é Noah Novack.
Meu coração deu um salto.
- O Noah Novack? O filho do chefão?
Ela assentiu.
- O próprio. E agora, seu chefe direto.
Engoli em seco, a ficha caindo lentamente. Aquele deus grego arrogante era o filho do dono. Meu chefe. E eu comecei a entrevista desafiando ele.
"Droga."
- Ele é... sempre assim? - perguntei, tentando disfarçar minha apreensão.
Deby riu, mas sem humor.
- Noah Novack é um homem difícil. Adora controle. O fato de ele ter vindo pessoalmente para a entrevista já é raro. Normalmente, ele ouve de longe e depois j**a todos os currículos fora sem nem olhar direito. Mas com você foi diferente.
- Diferente como? - franzi o cenho.
Ela deu de ombros.
- Acho que ele viu algo em você. Talvez goste de quem não se curva tão fácil. Ou talvez tenha achado divertido o desafio.
Não sabia se aquilo era um elogio ou uma sentença.
- Mas um conselho - ela continuou, com um tom sério. - Nunca misture as coisas. Seja a secretária dele. Apenas isso. Ele é exigente até o limite. Chegue sempre no horário, milésimos contam. Vista-se adequadamente, nunca se sabe quando ele precisará de você para um jantar de negócios ou uma reunião fora.
Assenti lentamente, sentindo o peso das palavras dela se instalar sobre mim.
- Ah, e mais uma coisa - ela completou, com um sorriso torto. - Ele demite no mesmo instante quem ultrapassa o limite.
Ótimo. Agora, além de trabalhar para um homem lindo e arrogante, eu teria que andar em uma corda bamba todos os dias.
Mas, no fundo, algo em mim se acendeu. Eu consegui o emprego. Mesmo que tivesse desafiado o próprio Noah Novack.
"Isso vai ser interessante..."
Eu não sabia se me sentia empolgada ou assustada - talvez as duas coisas ao mesmo tempo. Saí de casa confiante, cabeça erguida, como se nada pudesse me abalar, mas jamais imaginei que seria tão fácil. Fácil até demais.O problema é que, por dentro, eu estava insegura. Não porque eu achasse que não daria conta do trabalho, mas por causa do meu chefe. Noah Novack. Eu não fazia ideia de que era ele quando entrei naquela sala. Estudei muito sobre famílias influentes em Nova York, sobre empresários poderosos com quem eu poderia vir a trabalhar, mas o Noah... ele era diferente. Sempre foi uma figura misteriosa. Pouquíssimas informações sobre ele, assim como sobre a própria família Novack. Era quase como se vivessem à parte do mundo, escondidos sob um véu que ninguém conseguia atravessar.E o mais estranho? Eles são uma das famílias mais importantes da cidade - do país até. Entrar para aquele círculo parecia algo quase inalcançável. Não que eu quisesse fazer parte do clã Novack, claro, mas h
O dia inteiro foi arruinado por causa daquela mulher. Não queria admitir, mas desde o instante em que esbarramos no corredor, não consegui tirá-la da cabeça. Era irritante. O olhar dela, a forma como me desafiava sem nem saber quem eu era. E, mesmo depois que soube, continuava me encarando da mesma forma, como se não se importasse. Era como se estivéssemos constantemente em choque, faíscas invisíveis cortando o ar entre nós - e, por algum motivo, eu achava isso intrigante.Sempre fui movido por controle. Quando algo fugia das minhas mãos, fazia questão de puxar de volta. Como um touro selvagem que precisava ser domado a qualquer custo. Talvez fosse por isso que a escolhi tão rapidamente, mesmo tendo opções melhores, mais qualificadas. As outras candidatas tinham aquele olhar - o tipo que eu odiava. Brilhavam demais, tentavam demais, encaravam como se o escritório fosse uma vitrine de oportunidades além do trabalho. Emma, por outro lado, me olhava como se não se importasse. E isso... b
Chegou o grande dia. O momento que eu esperei por tanto tempo finalmente estava diante de mim. E, claro, eu estava nervosa. Minhas mãos suavam sem parar, as pernas bambas ameaçavam me trair a qualquer instante. Respirei fundo antes de entrar naquele escritório - o mesmo onde sonhei tantas vezes estar. Era a primeira vez, depois de muito tempo, que eu pisava ali não como estagiária, mas para trabalhar de verdade. Eu amava meu estágio. De verdade. Acreditei que ficaria ali por um bom tempo, quem sabe até conseguir uma vaga fixa. Mas não foi o que aconteceu. Quando descobri a gravidez, tudo mudou. No começo, tentei me manter firme, fingir que estava tudo bem, mas as coisas começaram a desmoronar aos poucos. Acabei sendo afastada, e, por mais que doesse, eu entendia. Quem iria querer uma estagiária grávida? Então, me recolhi. Passei meses sozinha, carregando a Aurora na barriga e o peso do mundo nos ombros. Depois que ela nasceu, as portas de emprego pareciam se fechar ainda mais rápido
Noah tamborilava os dedos contra a mesa, o som seco ecoando pela sala silenciosa. Estava mais nervoso do que o normal - e ele sabia disso. Aquele lugar, que antes representava um refúgio de ordem e previsibilidade, agora parecia uma armadilha onde sua mente vagava para longe do trabalho. Precisava se concentrar. Havia prazos, números, decisões importantes. Mas, em vez disso, sua atenção escorregava para a nova secretária.Ele mesmo a havia escolhido, com cuidado. O currículo era impecável, a postura profissional, o olhar focado. Era tudo o que Noah esperava - alguém que cumprisse suas funções sem interrompê-lo, sem atrapalhar seu fluxo de trabalho. E, ainda assim, ali estava ele, completamente tenso, como se ela tivesse feito algo errado. Mas ela não tinha.Ele se odiava por isso. Odiava a forma fria e distante com que a tratava, mesmo sabendo que ela não merecia. Não conhecia a mulher além de seu nome e cargo, mas havia algo ali, algo que o incomodava de uma maneira inexplicável. E i
Era o meu primeiro dia, e a mistura de empolgação e nervosismo fazia meu estômago revirar. Eu tentava me concentrar no trabalho, mas tudo mudou quando Noah me chamou até sua sala. Esperei por uma bronca ou um comentário ríspido - afinal, minha visão sobre ele era clara: um chefe arrogante, hiperpotente e acostumado a ter todos aos seus pés. Mas ele me surpreendeu."Me desculpe se fui ríspido mais cedo", ele disse, sua voz soando firme, mas com um toque de honestidade. Por um segundo, fiquei desconcertada. Eu não esperava isso. Ele parecia ser o tipo de homem que jamais admitiria um erro, mas ali estava, olhando nos meus olhos com uma sinceridade quase desconcertante.Saí da sala sem saber o que pensar. Era só um pedido de desculpas, certo? Mas algo em sua postura, no jeito como suas palavras soaram, não saía da minha cabeça. Eu devia confiar nisso? Ou era apenas uma fachada bem construída?"Você é só a secretária dele, Emma", murmurei para mim mesma, tentando afastar qualquer pensamen
A comida chegou pontualmente, exatamente como eu havia reforçado no telefone. O entregador trouxe a embalagem elegante em uma bandeja de três andares, cada um perfeitamente organizado. Suspirei aliviada e levei tudo direto para a copa, onde me dediquei a organizar o almoço de Noah seguindo as instruções detalhadas deixadas pela antiga assistente.Ele tinha manias peculiares - e isso era dizer pouco. Os talheres precisavam estar dispostos em uma ordem específica, o guardanapo dobrado em um triângulo exato, e cada prato posicionado em um ângulo quase matemático na bandeja. Uma parte de mim queria rir, mas a outra entendia perfeitamente que errar um detalhe mínimo poderia arruinar o humor dele pelo resto do dia - e, quem sabe, até me custar o emprego. Eu não podia arriscar. Esse trabalho era minha chance de dar uma vida melhor para minha família, e eu faria o que fosse preciso para mantê-lo.Ainda assim, eu me pegava pensando nas razões por trás dessas manias. O que levava alguém a quere
Esse homem pretende me enlouquecer no primeiro dia. De uma hora pra outra, ele se tornou alguém estranhamente diferente do que eu conheci. Ainda havia aquela pitada de arrogância, claro, mas agora vinha acompanhada de uma preocupação que me deixava inquieta. Ele não me conhecia. Foi absurdamente arrogante quando me contratou e, agora, tentava cuidar de mim? Oferecendo seu próprio prato para que eu comesse?Não, isso eu não podia aceitar. Seria humilhante. Como se eu fosse uma necessitada, alguém incapaz de garantir a própria refeição. Não que aceitar comida fosse um crime, mas eu me recusava a ser vista por ele com esse olhar de caridade.Respirei fundo, mantendo a postura e esboçando um sorriso elegante. Aprendi que, em situações como essa, manter a compostura era essencial.- Eu agradeço bastante, mas estou confortável com a minha posição. E quando digo que estou satisfeita com o que trouxe, é porque realmente estou, senhor. - Minha voz soou firme, embora por dentro eu me sentisse r
O ambiente ao nosso redor parecia se dissolver à medida que caminhávamos lado a lado. Eu ainda tentava entender por que Noah Novack, um homem de status intocável, havia abandonado seu jantar refinado para me acompanhar até a lanchonete. Quer dizer, não era exatamente uma lanchonete qualquer – aquele lugar, dentro do enorme prédio da empresa, parecia mais um restaurante disfarçado de cafeteria. Mesmo assim, não fazia sentido. Ele poderia estar na sua sala, cercado de luxo, mas estava ali, comigo.Não sei se o acho estranho ou... Não sei. Educado demais? Cuidadoso? O homem nem me conhece e já está fazendo tanto drama só porque recusei comer a comida que, de certa forma, eu mesma pedi para ele. Ou melhor, que paguei com o dinheiro dele. Bom, não exatamente paguei – apenas fiz o pedido, e tudo saiu do cartão ilimitado do chefe.Mas, de alguma forma, essa pequena escolha virou um evento. Agora, caminhávamos juntos entre as mesas lotadas, e eu sentia os olhares curiosos ao nosso redor. Não