Eu fiquei completamente paralisada, o ar preso nos pulmões, sem saber o que fazer ou como reagir. Lá estava Patrick. O homem que eu queria manter longe, tão distante que nem mesmo a morte ou o ouro o tornariam mais suportável. Ele não deveria estar aqui. Eu não queria vê-lo, não queria sequer sentir sua presença. E, acima de tudo, não queria que minha filha soubesse que ele existia.Talvez fosse coisa da minha cabeça, uma ilusão cruel que surgia para apagar minha felicidade, para me lembrar de um passado que eu já tentava esquecer. Resolvi ignorar. Era a melhor escolha. Sim, se aquilo fosse real, eu apenas fingiria que ele não existia, seguiria minha vida sem trocar sequer uma palavra, sem permitir que ele tivesse qualquer espaço no meu mundo.Com essa decisão, voltei a organizar os papéis na mesa, distribuindo-os nervosamente pelas cadeiras, tentando manter o foco no trabalho. Mas Patrick não me deu essa chance. Ele veio em minha direção rápido demais, como um predador que já escolhe
NoahQuando entrei naquela sala senti como se uma áurea obscura pairava no ambiente. Ele estava muito perto dela. Quase que ameaçador, e isso me chamou a atenção. Mesmo que Emma tenha disfarçado, talvez por medo dele, ou de mim, acreditando que eu não ia perceber. Contudo, eu sempre observo os pequenos detalhes, os mínimos movimentos, e entendo bem o que acontece com quem está ao meu redor.Ele era um dos advogados que trabalhava para a nossa empresa parceira. Eu cuidava da parte dos desenvolvimentos de novas tecnologias da TEC Corporation, e tenho pleno poder de escolha, quando falamos de matéria prima. Por isso eu estava ali, tão atencioso. Ou pelo menos tentava estar, já que deu para perceber que algo estava errado e isso me tirou do sério, me levando a se distrair com o fato de que Patrick estava praticamente comendo, no sentido figurado, a minha secretaria. Tentei muito não me importar. Não ligar. Contudo, eu não conseguia. Era algo meu, e isso me incomodou muito. Esse meu víci
Emma Eu não sabia que tudo isso poderia aconteceu só por causa do babaca por quem me apaixonei. Tudo o que menos queria era superar e esquecer, levando uma vida simples. Contudo, tudo saiu dos trilhos quando Patrick apareceu naquela empresa, e me ameaçou daquela forma. A única coisa que eu poderia fazer era falara a verdade, contudo, nem isso me fez perceber o desastre que poderia acontecer. Eu não queria que meu chefe fizesse tudo aquilo, porém, foi graças a ele que algo pior não aconteceu. Noah Novack era uma caixinha de surpresa. E me defender daquela forma foi surpreendente e bom. Bem, pelo menos o babaca não me bateu, como costumava fazer. Contudo, o pânico dele descobrir sobre Aurora me paralisou. Ver me chefe dando um soco nela, até me fez sentir-me bem, e peço desculpas a Deus, se isso for ruim. Minha reação foi inesperada até para mim. Aos poucos ele retribuiu, mas foi só eu lembrar de quem ele era e que quilo foi inusitado, que me afastei, envergonhada. - Desculpa –
PovNoah estava em conflito. Desde o que aconteceu, não parava de pensar em Emma. O que era aquele sentimento que ele não sabia lidar? Porque aquela mulher chegou em sua vida para mudar tudo?Ela era meio desastrada, mas tinha aquele olhar angelical e doce. Tinha uma vida complicada no qual ele não deveria se intrometer, contudo, lembrava da menininha que era quase uma cópia dela, o fazia sentir responsável pelas duas.Droga! Noah. Agora está no meio do furação e a culpa era as. Completamente sua. Porque tem que se meter nessa história.Noah caminhava pelas passarelas do prédio, os passos lentos e sem direção, as mãos afundadas nos bolsos enquanto tentava, sem sucesso, ordenar os próprios pensamentos. Ele queria espaço, silêncio, um momento para respirar e entender o que estava sentindo, mas sua mente o traía a cada segundo. Porque, inevitavelmente, sempre voltava para ela.Emma.O nome se repetia como um eco incômodo, martelando em sua cabeça, sufocando qualquer tentativa de distraçã
Emma Ver Patrick ontem me deixou apavorada. Aquele homem voltando para a minha vida, sem ser chamado ou anunciado, me deixou em pânico. Ele era o meu maior medo. O que faria se descobrisse sobre Aurora? Bem, pelo visto, sua missão era me atormentar. Sair mais cedo da empresa realmente me ajudou a lidar com o susto. Ficar perto da minha menina, abraça-la, sabendo que estava bem, era tudo o que eu mais desejava. Mal consegui dormir à noite, como se Patrick estivesse no escuro, no canto da parede, apenas a espera de que eu fechasse os olhos só para me atormentar. Mas era coisa da minha cabeça. Acredito que o cansaço me venceu, pois nem me lembro quando finalmente adormeci. O despertador me acordou no susto. Logo levantei, fui ao banheiro, escovei os dentes e ouvi o chamado de Aurora. Com ela nos braços eu tentei fazer tudo ao mesmo tempo, mas acredito que acabei me atrapalhando toda. Graças a Deus eu tinha a minha avó, que me ajudou com as coisas, e logo a babá, que eu conseguia pag
emma aquela manhã estava sendo estranha pelo fato do meu chefe está agindo calmamente e educado, como se no dia anterior ela não tivesse mudado, completamente, de personalidade, depois do café. Claro, ele poderia está pegando leve por conta do que aconteceu no escritório. Contudo, no geral, Noah me deixou confusa de muitas formas. era até sufocante, pensando no que se passava em sua cabeça. No carro, o silencio era ensurdecedor. Eu nem queria respirar, para não gerar alguma irritação nele, achando que, novamente, ele mudaria. Contudo, fiquei surpresa quando foi ele quem começou uma conversa. - Então – Apertei os punhos, como se já esperasse algo ruim. Ou ele apenas me lembraria de algum compromisso inesperado. – Sei que não é da minha conta – E por aí eu já sabia que vinha alguma pergunta desconfortável. – Mas, aquele babaca não faz ideia que tem uma filha com você? Ok. Eu não estava esperando por isso. Suportaria qualquer grosseria, vinda dele, contudo, essa pergunta? Pigarrei
Quando eu recebi aquela mensagem, fiquei paralisada. Meus olhos corriam pelas palavras, lendo e relendo, como se, ao repetir, pudesse mudar o significado. Mas não mudava. O peso daquela realidade caiu sobre mim como um soco no estômago.Eu não conseguia pensar direito, sequer respirar de forma estável. Apenas levantei.Meus dedos estavam trêmulos enquanto reunia minhas coisas às pressas, enfiando tudo dentro da bolsa de qualquer jeito. O zíper enganchou na borda, e um xingamento escapou dos meus lábios. Minhas pernas fraquejaram, mas eu segurei firme na beira da mesa. Não era a hora de desmoronar.Não agora.Engoli em seco, puxei o ar e forcei meu corpo a se mover. Eu não podia me dar ao luxo de hesitar.Mal percebi quando as lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto, quentes e silenciosas, enquanto meu peito afundava em desespero. Meus passos estavam incertos, como se o chão estivesse longe demais, como se meu corpo já não me obedecesse.Eu nem sabia como chegaria em casa. Só cons
A sala era pequena, mas não acolhedora. A luz amarelada do lustre lançava sombras duras nas paredes bege, criando um jogo de luz e escuridão que refletia perfeitamente a tensão no ar. A mobília era simples-um sofá escuro, uma mesa de centro com marcas de uso, estantes baixas com livros desarrumados. Mas nada daquilo importava. O ambiente parecia menor do que realmente era, sufocante, porque a presença dele tornava tudo mais pesado.Eu podia ouvir minha própria respiração, profunda e descompassada, enquanto tentava conter o impulso de atravessar a sala e esmagar o rosto daquele desgraçado contra a parede. Meus punhos já estavam cerrados, os músculos do meu corpo retesados como se tivessem sido programados para atacar.Ele estava ali, diante de mim, com aquele maldito olhar de deboche, como se realmente achasse que eu não faria nada. Como se acreditasse que podia tocá-la, ameaçá-la, sem consequências. Eu havia avisado. E eu não costumo fazer ameaças vazias.Ela estava ao lado, um pouco