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- Ah não, você se sente perfeito a gravidez-sussurrou com ternura, depois disso, pôs —se em pés -. Estou atrasado, vou tomar um duche.

- Deixarás a comida pela metade?

- Sim, joga-a no lixo por mim. - suplicou-lhe juntando as palmas das mãos.

- Nem maneira.

Depois de alguns minutos lavou os trastes, olhou para o relógio na parede, os ponteiros marcavam já as quatro e meia da tarde.

Ele decidiu fazer uma pausa, o habitual cochilo de todos os dias.

Deitada no sofá, ela pressentiu que logo adormeceria. Ele mergulhou na irrealidade dos sonhos, tão palpáveis que se permitiu sentir seus lábios, seu gosto, seus abraços. Um fio interminável de momentos nítidos, agora preto e branco, apertava-lhe a garganta, apertava-lhe o peito a ponto de ser insuportável. Quanto mais afundava nos abissais da inconsciência, ansiava com implacável e abrupto frenesi poder fazer voltar o tempo atrás.

Sem ele, infelizmente, sua alma era uma dicotomia. Não terminava de se acostumar ou de se fazer à ideia de uma vi
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