Ismaíl apertou o volante com força e, no perpétuo desejo de manter a calma, exalou fundo.- Há muito tempo, quando te conheci comenzó-começou a dizer, Mariané não gostou de nada do que falaria. Decidi abrir uma conta em seu nome, a partir dos dezoito anos você poderá dispor desse dinheiro, o que significa que você já pode fazê-lo, é o suficiente para o que quiser. Use - o, não aceitarei um não como resposta.- Você não pode me forçar a gastar seu dinheiro —replicou enfurecida, mas em um tom baixo, ainda —. De quanto estamos falando, Ismaíl?- Mais de cem milhões de dólares.Piscou com desmesura, pareceu-lhe uma barbaridade, e ele definitivamente um louco de remate. Com essa quantia de dinheiro, ele poderia viver o resto de sua vida. Qualquer um teria caído a mandíbula no chão se soubesse que era dono de uma fortuna exorbitante.- Não, de jeito nenhum aceitarei, você deve ser louco para desperdiçar tanto dinheiro.- É isso que você chama de desperdício? Nem faz sentido o que você diz,
ConexãoEle queria uma pausa, silêncio, um momento sozinho. Ele ficou lá por um tempo, na varanda de seu pequeno apartamento ao lado do laptop sobre as pernas. O sol dava luz quente, amena com isso, respirou fundo enquanto fechava as pálpebras. A brisa em um balanço brincalhão fez seu cabelo voar, ele sorriu, ele tinha um caminho pela frente para percorrer.Depois de um tempo, ele ficou com fome, acariciou seu abdômen. Com preguiça, dirigiu-se para a cozinha. O espaço era perfeito, luminoso e muito funcional; trazendo calor e texturas, como o terraço do chão. Havia uma janela através da qual desfrutava da luz natural que se infiltrava desta divisão. Ao contrário do carvalho colocado em forma de espinha de peixe do chão da sala e dos dois quartos.Já cinco meses lá, e sentiu-se um lar acolhedor.Abriu a geladeira, estava vazia, esperançosa de que encontraria algo no armário, levantou-se na ponta dos pés e verificou, encontrou um pacote de biscoitos intacto. Pelo menos era alguma coisa.
- Ah não, você se sente perfeito a gravidez-sussurrou com ternura, depois disso, pôs —se em pés -. Estou atrasado, vou tomar um duche.- Deixarás a comida pela metade?- Sim, joga-a no lixo por mim. - suplicou-lhe juntando as palmas das mãos.- Nem maneira.Depois de alguns minutos lavou os trastes, olhou para o relógio na parede, os ponteiros marcavam já as quatro e meia da tarde.Ele decidiu fazer uma pausa, o habitual cochilo de todos os dias.Deitada no sofá, ela pressentiu que logo adormeceria. Ele mergulhou na irrealidade dos sonhos, tão palpáveis que se permitiu sentir seus lábios, seu gosto, seus abraços. Um fio interminável de momentos nítidos, agora preto e branco, apertava-lhe a garganta, apertava-lhe o peito a ponto de ser insuportável. Quanto mais afundava nos abissais da inconsciência, ansiava com implacável e abrupto frenesi poder fazer voltar o tempo atrás.Sem ele, infelizmente, sua alma era uma dicotomia. Não terminava de se acostumar ou de se fazer à ideia de uma vi
FinalCom o coração batendo imperioso em sua caixa torácica, ele contou os segundos, o tempo exato em que seus olhinhos se conectaram aos seus. Senti-lo enrolado em seu peito, sua fragilidade e delicadeza, despertou-lhe o incondicional instinto maternal. Beijou-o com lágrimas encharcando-lhe todo o rosto.Enorme maré emocional corria por sua corrente sanguínea. Com alegria o embalou. Não se podia medir a overdose de alegria expressa em seus vivazes olhos doces, em suas comissuras desenhando um lindo sorriso.Mãe…Era mãe.A felicidade chegava envolta em um cobertor azul, a cor de seus olhos preciosos e não deixava de ser perfeito o instante por Mais que doesse uma parte de si; ele a olhava, quieto. Ela sorria para ele, apaixonada e estudando com alegria a ternurita em seus braços.Foi amor à primeira vista.Amor lindo.Amor perfeito.Amor eterno.Uma bela sincronia ocorreu entre seus corações batendo ao mesmo tempo, galopando juntos. Estava no lugar certo e no momento exato, soube ao
Mariané Lombardi, uma jovem talentosa, se envolve em um amor proibido e intenso com Ismaíl Al-Murabarak, um CEO milionário de sucesso. Sua relação secreta é condenada à separação devido à diferença de idade e ao fato de Ismaíl ser o meio-irmão de seu próprio pai.Após anos de separação dolorosa e com um coração partido, o destino decide cruzar seus caminhos novamente. Agora como mãe solteira, Mariané se encontra frente a frente com Ismaíl em um encontro inesperado. No entanto, ela decide ocultar a existência do bebê que têm em comum.Conforme os encontros fortuitos entre eles se tornam mais frequentes, os sentimentos enterrados começam a ressurgir. Mariané luta contra a tentação de revelar a verdade sobre seu filho, temendo as possíveis consequências que isso poderia ter em sua vida e na vida do pequeno.***Amar alguém te torna frágil e forte ao mesmo tempo; nasce o medo incerto ligado à perdição. Temes que a pessoa que dá lógica, razão e sabor aos dias vá embora, acreditas que sem es
"Sob a chama ardente que consome nossas memórias, o que uma vez chamamos de amor se reduz a cinzas. Eu pronuncio teu nome em um sussurro trêmulo, quase mudo. As palavras são levadas pelo vento, sem eco, sem retorno, e eu fico com a quebra da minha voz, segurando lágrimas que prometi nunca derramar. Há uma tempestade interna, desagradável, arrancando o pouco que resta de mim. Mas eu me agarro à metade de nós dois que é esperança, ternura, inocência, amor: Ele é um sussurro na tempestade."***A tempestade estava fazendo das suas lá fora. Abracei-me, envolvendo os braços ao redor de mim. Provavelmente a luz voltaria quando a tempestade acalmasse. Saí tropeçando, ainda sonolenta. Dirigi-me ao quarto do Isaac e o encontrei adormecido. Da moldura do seu quarto, observei-o com um meio sorriso. Ele era uma criança incrível, não se abalava com os estrondos dos relâmpagos ou trovões. Mas o pequeno corajoso que dormia profundamente também era sensível a alergias a gatos e cachorros. Além de ter
Eu entrei no tráfego tedioso. Nada fora do contexto; acostumada a esperar, comecei a cantarolar a música que tocava. Ainda faltavam trinta minutos. Tudo cessou, até mesmo o irritante barulho das buzinas de um lado para o outro, porque as palavras de Isaac se instalaram em minha cabeça, corroendo.Aaron nunca será meu pai...Respirei fundo, desligando o rádio. Bati no volante com irritação. Eu estava sufocada, não era fácil dizer-lhe a verdade, aquela que abruptamente estava arrancando minha alma, e eu merecia por ser mentirosa. Não importava se o fiz para evitar outro desastre, ainda assim não haveria nada além de outra catástrofe assim que procurasse Ismaíl e lhe contasse sobre nosso filho em comum.Eu estava escondendo isso dele, tinha medo de que uma vez que ele soubesse, quisesse lutar pela custódia. Ele tinha poder, direitos que eu lhe roubei desde o momento em que não falei sobre minha gravidez.Nenhuma desculpa ou explicação absurda seria válida.Tarde demais para nós, mas isso
Arrumei a saia do meu vestido rosa claro, bonito sem deixar de lado o sutil e sóbrio. Com meu cabelo ruivo, fiz um coque torcido na minha cabeça. Dei uma última olhada, dando uma volta suave; os Louboutins pretos que decidi calçar eram confortáveis. Então não teria problemas para caminhar.Peguei minhas coisas e saí apressada. Lá fora encontrei meu filho terminando seu cereal. Eu não tinha intenção de comer nem um pedaço, nada. Tanto nervosismo fluindo em minhas veias, bombeando excessivamente meu coração, me tornava um robô. Forçando cada sorriso, tentava que Isaac não percebesse o horrível nervosismo que invadia meu ser.- Querido, apresse-se.Dei-lhe alguns minutos, depois pegou sua mochila e saímos voando. Durante o trajeto, nem a música de fundo, nem sua conversa sobre carros esportivos diminuíram o medo que sentia. Minhas respostas eram robóticas, sem o mínimo interesse no que ele falava.O sinal mudou para vermelho naquele momento.- Quando eu crescer, poderei ter um carro? - p