Rendida ao Amor - Livro UM
Rendida ao Amor - Livro UM
Por: aly
Um

Passageiros do voo 511, apertem os cintos. Já iremos desembarcar em Londres.

A voz da comissária soa pelo avião e olho pela janela. Lá em baixo está Londres. A minha nova cidade. Meu novo refúgio. Eu aperto o cinto como a comissária pediu e espero o avião pousar.

Como se eu tivesse outra opção.

Depois que o avião pousa, eu saio do mesmo com a minha bolsa e ando até o local que eu tinha de pegar as minhas malas. Ouço uma gritaria ao longe e imagino que Zion já está aqui.

Pois é! Sou prima de um cara que tem uma das bandas mais famosas dos últimos tempos.

Zion saiu da nossa cidade com um enorme medo de não conseguir passar para a segunda fase do maior e melhor programa de músicos, e hoje sua banda é a número um do mundo.

Agradeço ao rapaz que me ajuda a tirar minha enorme e única mala da esteira rolante e caminho até o mar de meninas histéricas.

Pelo meu primo.

— CATSSYN! — Zion grita, no meio de várias delas. — CAT!

Ele balança o braço freneticamente, enquanto sorri para fotos e tenta autografar papéis com a outra mão.

Eu me aproximo lentamente e só vejo o seu sorriso aumentar. Faz mais de um ano que não vejo Zion. Da última vez que ele foi pra casa, eu não estava. Havia feito uma viagem com meu ex.

— Com licença meus amores! — Zion diz. — Preciso agarrar a minha bebê um pouco!

Ele me abraça, tirando—me do chão e me girando em seguida.

— Que saudade, Cat! Que saudade!

— Sim, muitas saudades!

— Venha. — ele pega na minha mala e na minha mão. — Vamos para casa.

— Zion, tem certeza que não vou atrapalhar?

— Claro que não. Para de bobeira. Vai ser ótimo!

Depois de muito esforço, nós finalmente conseguimos sair do aeroporto e entrar no carro de Zion.

— Acho que tenho de te avisar sobre umas coisinhas. — ele diz, quando paramos no sinal.

— O que?

— Os meninos vivem na casa um do outro... e eles sempre vão estar lá!

— Não tem problema, Zion! — respondo folheando mais uma página do meu viciante livro. — Eu sempre quis conhece-los mesmo.

— É que... hmm...

— Zion, se vai me dizer que eles vão dar em cima de mim e que tenho que tomar cuidado com cada um deles, eu respondo: Ok, pode deixar!

Ele sorri e assente. Eu volto pra minha leitura, as vezes respondendo algumas perguntas aleatórias de Zion.

— E o Zack?

Sua última pergunta me faz levantar a cabeça bruscamente e procurar palavras, que não o faça perguntar mais nada.

— Terminamos e eu não mantenho contato com ele. — falo rápido e ele me encara de lado. — Falta muito? Estou um pouco cansada.

— Não. Já chegamos.

Ele entra na garagem de um grande prédio e logo estaciona. Descemos do carro e eu espero Zion pegar a minha mala, para então, irmos até o elevador.

— Os meninos não moram aqui né!?

— Não. — ele responde apertando o botão com o número do seu andar. — Mora cada um em um lugar diferente. Henry inclusive tem uma casa enorme em um condomínio.

— Deve ser legal.

O elevador para no décimo andar e tem apenas um apartamento nele.

— Esse andar é só seu? — pergunto.

— Sim! Ordem da nossa gravadora.

Entramos no apartamento e eu olho tudo em volta. Era bem espaçoso para um cara só.

— Será que eu posso ver o meu quarto? Eu queria tomar um banho.

— Claro! Deixo para te mostrar o apartamento depois.

Entramos em um corredor, que continha cinco portas. Quatro quartos e um banheiro. Mas Zion diz que dentro do quarto em que vou ficar, tem um banheiro e que eu não preciso me preocupar. Apenas uma parede divide nossos quartos.

— Eu sei que você adora verde-água, então... — ele abre a porta do quarto e faz uma reverencia para eu entrar.

Ele está todo pintado da minha cor favorita, com uma enorme cama de casal, com a roupa de cama na mesma cor das paredes.

— Que lindo! — deixo minha bolsa em cima da cama e vou até a janela. — E que vista maravilhosa.

Tinha um sofá na janela, com algumas almofadas. Dava pra se sentar ali e aproveitar a vista. De frente para a cama, tinha uma enorme TV de tela plana.

— Aqui é o closet! — ele abre a porta e eu olho um pequeno quartinho.

— Eu trouxe poucas roupas, Zion.

— Isso não quer dizer nada! — ele da de ombros e fecha a porta. — Pois você pode muito bem comprar e ganhar roupas.

— Não comece a esbanjar dinheiro comigo!

— Não falei nada! — ele solta um risinho e ergue os braços. — E aqui o banheiro. Está com fome?

— Não. Eu só quero tomar um banho e dormir um pouco.

— Então faça isso! Mais tarde podemos sair para jantar. Quero te levar em um ótimo restaurante.

— Tudo bem. — Ele dá um beijo na minha testa e anda até a porta. — Zion?

— Sim?

— Obrigada!

— É um prazer ter você aqui, Cat!

Ele me sopra um beijo antes de sair e fechar a porta. Eu coloco a minha mala gigante em cima da cama e tiro dela minha necessaire e pijama. Decido arrumar as roupas no closet amanhã antes do café. Fecho a mala e deixo—a no chão, ao lado da cama. Pego nas minhas coisas e vou para o grande banheiro branco.

Havia uma banheira, onde eu regulei para a água cair quente e fria ao mesmo tempo. Enquanto ela enchia, eu tiro minha jaqueta jeans e o vestido florido, deixando-o em cima do vaso sanitário. Prendo meu longo cabelo castanho em um coque e sinto a temperatura da água. Fecho as torneiras e entro na banheira.

Londres tem tudo pra dar certo pra mim. Não tenho nada mais em Bradford. Meus amigos, meus pais... Todos me deixaram. Eles têm vergonha de mim.

E tudo por causa do imbecil do Zack. Embora eu também tenha a minha parcela de culpa.

Se eu não tivesse me apaixonado por aquele cara na viagem, isso nunca teria acontecido.

Termino o banho rápido, para não deixar as lágrimas caírem. Mesmo que isso seja a única coisa que passou a acontecer, depois da merda que Zack fez.

Pego uma toalha e me seco. Depois que visto o meu pijama e volto para o quarto, deito-me na cama macia. Pego no meu celular — o qual eu precisei trocar de número dez vezes — e coloco para tocar a única música que me acalmava. Às vezes eu acho que ela foi feita pra mim.

Com as vozes melodiosas de Zion e seus amigos, eu logo adormeço.

[...]

Com uma gritaria horrorosa vindo lá de fora, eu desperto assustada. Olho pros lados, e preciso de dois segundos para me tocar de onde eu estou agora.

Londres

Apartamento do Zion

A gritaria fica ainda mais alta e eu decido ir até lá. Levanto rapidamente, jogando o meu cabelo para trás e formando um coque.

— MAS COMO ASSIM ELA CHEGOU HOJE E VOCÊ NÃO NOS DISSE?

— Calma, Logan. — escuto Zion dizer. — Eu não disse, pois não queria vocês enchendo a menina logo de cara.

— Ninguém aqui vai encher ela, Zion.

— Você eu até sei Leon! Agora o Henry e Logan estão doidinhos pra pegar alguém.

— Claro que sim! Faz meses que eu estou solteiro. Preciso pegar alguém. Mas isso não quer dizer que será a sua prima!

— Que bom que não será! — eu digo entrando na sala. — Olá rapazes!

Os quatro se viram para mim e me olham de cima a baixo.

— Mas que roupa é essa, Cat? — Zion questiona vindo até mim.

— Isso se chama pijama! Olá Catssyn, sou Henry!

— Eu sei quem é você, Henry! — digo um pouco grossa, fazendo com que ele dê um passo pra trás. — Eu sei quem são todos vocês! Olá Logan... Leon!

— Olá, Cat! — dizem juntos.

— Então... é um prazer finalmente conhece-los! Henry? — abro os braços e ele sorri antes de me abraçar.

— Prazer, Cat!

— Zion, Henry está pegando na cintura dela! OLHA ISSO ZION! NA CINTURA! — Logan grita e Zion me olha.

Henry imediatamente me solta e se afasta depois de depositar um beijo no meu rosto.

Eu vou até Logan e o abraço, dizendo que é uma honra finalmente conhecer o garoto com a voz mais doce do universo. Seu sorriso envergonhado, é a coisa mais fofa que já vi. Abraço Leon, e sinto seu perfume doce. Uma delícia.

— CONSEGUI GENTE! — um ser com sotaque grita fechando a porta. — Che...

Ele me encara e paralisa na hora. Sinto todo o meu corpo gelar, com o peso do olhar dele em mim. Seu lindo cabelo loiro estava bagunçado e seu belo corpo, que eu já vi em fotos, estava bem protegido por uma calça jeans e uma jaqueta preta, bem fechada. Eu sempre o achei lindo, perfeito, estonteante, mas agora pessoalmente, eu sinto uma coisa tão... estranha.

— Nate acorda pra vida e diga oi pra Catssyn! — Logan diz e eu acordo do meu devaneio. 

— Oi, Catssyn!

— Olá, Nate!

Depois das apresentações, os meninos começam a conversar sobre a velocidade que o último álbum vendeu e eu entro no meu mundo isolado. Fico sentada na poltrona ouvindo cada palavra, porém sem me entregar realmente àquele assunto.

Na sala havia um sofá na janela, igual no meu quarto. Então eu vou até lá e me sento quieta, alheia ao assunto deles, olhando a neve que começava a cair.

— Amo essa época! — Nate diz, se sentando na outra ponta. Agora ele já está sem a jaqueta e sua blusa justa na cor roxa, está exposta. — Nevou o dia todo no aniversário de Zion! Pena que ele não estava aqui para ver.

— É! Eu sei... ele estava na Disney. — solto uma risada. — Ele me mandou várias fotos, dizendo o quanto queria que eu estivesse lá com ele.

— Eu imagino. — ele solta um pequeno riso. — Ele fez o mesmo comigo.

— Zion é malvado. Sabe o quanto eu amo a Disney e ficou fazendo aquilo.

— Ele te mandou a foto com a Minnie?

— A que ele segura os seios de mentira dela? SIM!

Ele começa a soltar uma gargalhada gostosa de se ouvir e eu me pego rindo também. 

— Parece que a conversa ali na janela está bem interessante hein, Zion. — Logan diz um pouco alto, chamando nossa atenção. — Não te deixa curioso?

— Não, Logan. Deixa de ser intrometido! Vamos sair ainda, Cat?

— Claro, Zion. — digo, me levantando. — Eu só vou lá dentro me arrumar.

— Para onde vocês vão? — Henry pergunta. — Não convida os amigos?

— Eu quero ir jantar com a minha prima, não com um bando de macho carente.

— Não fale assim de nós! — Leon protesta. — Eu não estou carente.

— Claro! Mais de um ano sem pegar ninguém... nada carente.

— Chega, Logan! — Zion diz. — Se quiserem ir, vão! Problemas, Cat?

— Claro que não! Vou me vestir.

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