Volto a olhar para a tela no exato momento em que Sophie beija Charlie, caído no chão e o filme acaba. Eu respiro fundo e ajeito meu corpo, quando as luzes se acendem.
— ADOREI! — Logan grita se levantando.
— QUE FOI? — Zion grita.
— O filme acabou seu idiota! — Leon diz, dando um tapinha na cabeça do meu primo. — Dormiu o filme todo.
— Mentira. Eu a vi achando a carta dentro da pedra.
— Não acredito que você dormiu, Zion! — reclamo. — Cadê Henry?
— Aqui! — olho para trás e o vejo na sentado na última fileira com as pernas em cima da outra. — Gostei do filme. Boa escolha.
— Eu disse. Veremos outro?
— Eu não quero! — Zion diz se levantando.
— É. Mais tarde vemos outro! — Henry diz.
Eles se encaminham para voltar à sala e eu vou atrás de Leon, com Nate atrás de mim. Eles decidem fazer uma competição de vídeo game e Zion reclama por não poder jogar. Então eu também fico de fora, para que as duplas fiquem certas. Nate joga com Leon e Logan com Henry.
Zion deita no sofá e coloca a cabeça em cima das minhas pernas. Faço carinho em sua cabeça, enquanto observo os meninos jogarem.
Depois de uma hora, Zion já havia dormido novamente e eu estava entediada. Puxo uma almofada e coloco embaixo da cabeça de Zion e me levanto devagar, sem chamar atenção dos meninos. Pego no meu livro que estava dentro da minha bolsa e vou para a sala do piano. Me sento no grande sofá, pronta para começar a leitura. Mas meus olhos vão direto para o piano, e minha vontade de tocar naquelas teclas, volta.
Olhar para um piano, faz com que eu lembre da forma com que Jake tocava as teclas com suavidade e olhava nos meus olhos. E automaticamente lembro do beijo, de Zack, da volta para Bradford e quando percebo, estou chorando.
Olho para cima e começo a respirar fundo para que pare logo de chorar. A porta é aberta e Nate entra.
— Cat, o que foi? — pergunta se sentando na minha frente, visivelmente preocupado.
Eu passo a mão pelo rosto e tento sorrir.
— Está tudo bem. Não se preocupe.
— Eu já estou preocupado. — ele pousa a mão na minha bochecha e passa o polegar perto do meu olho.
— Apenas o livro. — levanto o mesmo e sorrio de lado. — Parte emocionante.
— Só isso?
— Sim.
— Tudo bem! Quer que eu te deixe sozinha para ler?
— Não. — eu me levanto, rápido até demais. — Vamos voltar pra lá.
Ele sorri pra mim e nós voltamos para a sala. Zion não havia mexido um fio de cabelo. Continuava dormindo pesadamente. Leon observava, Logan e Henry jogar um contra o outro e ficou feliz ao ver Nate voltar para a partida.
Me sento do lado de Zion e leio meu livro, embora os gritos dos meninos me façam perder a concentração algumas vezes.
[...]
— Estou com fome! — Nate diz e Zion já acordado concorda.
— Vamos jantar o que? — Logan pergunta.
— Que tal pizza?
— Fechou!
Henry liga para a pizzaria e pede três pizzas. Uma de presunto, uma mozzarella e uma moda da casa. Em meia hora elas chegam e nós comemos de frente para a lareira acesa. Corto a pizza de Zion em vários pedaços, para que ele possa comer bem.
— Para de graça. — digo tirando a faca da mão dele novamente. — Eu só estou te ajudando.
— Me sinto um bebê!
— Quem mandou cair, bebezinho? — Logan diz rindo e eu lanço um olhar furioso pra ele, o que faz ele arregalar os olhos e olhar para o outro lado.
Reviro os olhos.
Termino de cortar a pizza de Zion e lhe entrego seu garfo para que ele coma. Me encosto novamente no sofá e corto um pedaço da pizza de mozzarella e levo—a à boca. Nate sentado do meu lado direito, conversa com Leon sobre algo que eu não me esforço para saber.
Depois de terminar de comer, Zion diz que quer tomar um banho para dormir e eu me ofereço para ajuda-lo, mas Nate não deixa.
— Eu o ajudo! — Nate diz se levantando.
Ele e Zion trocam um olhar que me deixa curiosa, mas eu acabo deixando pra lá.
— Quer conhecer seu quarto agora, Cat? — Henry pergunta e eu concordo. — Vem!
Eu pego na minha bolsa e acompanho Henry escada acima. Ele entra em um dos vários quartos que tinha naquele corredor e faz sinal para que eu entre.
— Precisa de algo?
— Não. Eu estou bem! Obrigada.
— Eu vi. — ele diz se encostando à porta.
— O filme?
— O beijo.
Eu gelo, como se tivesse revendo aquela cena do acampamento.
— Henry...
— Calma. — ele anda até mim e segura a minha mão. — Você está tremendo. Não há razões pra isso.
— Não?
— Você não tem nenhum relacionamento com algum de nós. Pelo que sei é solteira e não deve nada a ninguém. Não fica nervosa. Se está assim por causa de Zion, eu não vou falar nada!
— Ahhh. — eu me sento na cama e respiro fundo. — É... é por causa do... do Zion.
— Eu não conto. Prometo! Só se acalma.
Henry faz movimentos circulares nas minhas costas e eu respiro cada vez mais fundo.
— Obrigada. — digo baixo. — Agora eu vou tomar banho.
— Quer que eu fique aqui?
— Não precisa. — me levanto. — Eu estou bem.
— Se precisar de qualquer coisa, você grita. Tudo bem?
— Sim. Pode deixar. — sorrio de lado e espero Henry sair do quarto.
Não sei o que me deu. Subiu uma onda de desespero, idêntica à que me subiu, quando Zack me pegou beijando Jake. Era como se Henry fosse Zack e Nate o Jake. Como se eu estivesse cometendo o mesmo erro.
Eu pego meu pijama comportado e necessaire de dentro da bolsa e vou para o banheiro. Troco de roupa e escovo os dentes rapidamente. Volto para o quarto e coloco a minha roupa dentro da bolsa. Coloco meias e saio do quarto para ver Zion. Desço as escadas e encontro Nate, apenas de bermuda, na sala.
— Olá! — ele diz batendo na almofada ao seu lado.
Vou até ele e me sento do seu lado, permitindo que me abrace.
— O que falou para Zion? — pergunto.
— Ele te falou algo?
— Não. Desci para ver se ele estava aqui. Agora estou mais curiosa.
— Eu meio que fui pedir permissão a ele para te levar pra sair. — ele coça a cabeça e eu me afasto um pouco.
— Permissão?
— É! Fiz mal?
— Só não entendi. — me encosto novamente nele. — Mas o que ele disse?
— Que não queria saber de ver você chorando mais. E apoiou.
— Hmm...
— Contei a ele do beijo. — ele solta uma pequena risada. — Ele me jogou água e me chamou de apressadinho.
Acabo rindo da escolha da palavra de Zion e Nate dá um beijo no meu rosto.
— Eu gostei. — digo. — Do beijo.
— Eu também. Demais.
Ficamos em silêncio. E eu fiz aquilo de propósito. Eu queria que Nate me beijasse de novo.
— Será que... eu posso pedir pra repetir? — ele pergunta e eu mordo o lábio.
— Sim.
Nate coloca uma mão na minha nuca e me faz deitar no sofá. Ele passa o polegar pelo meu lábio, enquanto corre seu olhar penetrante pelo meu rosto. Sinto minha respiração ficar falhada e anseio pelos lábios de Nate nos meus. Nate aproxima seu rosto do meu e morde meu lábio inferior, puxando-o de leve.
— EU VOU PEGAR LOGAN, ESPERA AÍ!
A voz de Leon faz com que Nate pule para longe e eu puxo minhas pernas, ficando sentada. Tento controlar a minha respiração, quando Leon se aproxima.
— Oi pessoas!
— Oi, Leon. — eu e Nate dizemos juntos.
— Tudo bem?
— Claro que sim! Por que não estaria? — digo me levantando.
— Não sei...
— Vou subir. — fico na ponta do pé e dou um beijo no seu rosto. — Boa noite. — olho para Nate e sorrio de lado. — Boa noite, Nate.
— Boa noite.
Subo as escadas rapidamente e trombo com Henry, indo de encontro com o chão.
— Ohhh, céus, desculpe! — ele se abaixa e pega na minha mão, me ajudando a levantar. — Tudo bem?
— Ai... sim. Me desculpe. Eu vim correndo e...
— Tudo bem, Cat! Relaxa. Você que acabou caindo.
Nós rimos.
— Em que quarto, Zion está? Quero dar boa noite a ele.
— No quarto do lado ao que você está! — diz apontando. — Do lado dele o de Leon, depois Nate, depois Logan e por último o meu. — ele dá uma piscadinha e eu coro. — Caso queira ir visitar alguém durante a noite!
— Para, Henry. — o empurro de leve e ando na direção do quarto de Zion. — Boa noite.
— Boa noite, Cats.
Bato na porta do quarto e estranho ouvir a voz de Zion dizendo para entrar.
— Achei que estivesse dormindo! — digo, entrando.
— Estava pensando.
— Hmm... — ando até a cama e me sento na ponta. — Posso saber no que?
— Nate veio falar comigo.
— Eu sei. — digo e me levanto. — Ele comentou comigo.
Zion lança um sorriso malicioso pra mim e eu reviro os olhos.
— Você dá sorte que não pode apanhar. — digo.
— Deita aqui!
— Você está de cueca?
— Não. — ele puxa a coberta e deixa a mostra a calça de moletom azul escuro. — Vem.
Deito de seu lado, com a cabeça em seu peito.
— Você é o irmão que nunca tive. — digo.
— Amo você, Cat! Como minha irmã! E as minhas te adoram.
— Elas são uns anjos. — sorrio de lado. — Pena que sua mãe não... quer que elas tenham contato comigo.
— O QUE?
Eu me levanto um pouco assustada e me arrependo de ter aberto a boca.
— Minha mãe não tem esse direito. Ai...
— Zion, para! Não faz movimentos bruscos. Eu falei demais.
— Falou o suficiente! — ele faz careta. — Que raiva.
— Zion, não. Por favor. Não quero que me que odeiem mais.
— Mas isso não pode ficar assim, Catssyn!
— Por favor! — imploro. — Não fala disso com sua mãe! Por favor.
— Okay. Não falo agora!
— Zion...
— Okay, Cat! Não falo nada!
— Promete?
— Sim. Prometo.
— Acho que vou...
— Dorme aqui comigo. — pede.
— Você vai ficar desconfortável.
— Não vou. Por favooooor!
— Está bem!
Ajeito seu travesseiro e ele se deita. Conversamos um pouco, até que ele dorme e eu me viro para o outro lado, fazendo o mesmo.
Quando desperto, ainda está escuro. No relógio marcava quase duas da manhã. Decido ir beber água e ir deitar no outro quarto. O gesso de Zion me incomodava. Desço as escadas com cuidado, para não escorregar e vou até a cozinha. Estava tudo apagado, mas a geladeira estava aberta e iluminava uma pessoa comendo algo.Logan.— Logan?Ele se vira assustado.— Catssyn... oi.— Até quando vai ficar assim? — ando até a geladeira, de onde ele se afasta. — Af.Pego na jarra de água e coloco-a em um copo que tiro do armário. Logan fica me encarando de longe.— Porra, Logan! — exclamo colocando a jarra no lugar. — Está assim por causa do fora que te dei no carro?— Não sei.— Você tem mesmo medo de mim?— Não! A verdade é que eu fiquei irritad
— Eu saio! Mas já fique sabendo, que isso não vai ficar assim!Ele sai do quarto batendo a porta e eu me desespero.O que ele vai fazer?Tento sair do quarto atrás de Logan, mas Zion segura meu braço.— Não.— Ele vai fazer alguma coisa, Zion! Todos vão ficar sabendo. — bato o pé e puxo meu braço. — Nate vai ficar sabendo.— Não vai! Logan não é louco a esse ponto. Eu vou lá falar com ele. Fica aqui.Zion sai do quarto e eu fico andando de um lado para o outro, nervosa. Estava tão preocupada com o que Logan poderia fazer, que decido me vestir para ir embora com Zion. Visto uma saia jeans rasgada e uma blusa branca. Calço o mesmo sapato da noite anterior e prendo meu cabelo em um rabo de cavalo. Jogo todas as minhas coisas dentro da bolsa e saio do quarto, na direção do quarto de Z
Levanto a cabeça e encaro Zion e Logan parados perto da porta.— Duas pessoas! Até parece que nunca viu! — Me levanto e encaro Nate. — Até mais tarde! — olho para Zion. — Não fala comigo.Ando rápido até o quarto e entro batendo a porta. Vou até a janela e fico observando o céu, sabendo que Zion virá atrás de mim. Escuto a porta abrir e não preciso me virar, para saber quem é.— Cat, fala comigo.— Não quero saber de você, Zion!— Catssyn, você nem sabe o que fui fazer!— Boa coisa que não pode ser!— Então você acha que eu faria algo pra ferrar a sua vida? — Me viro e o encaro envergonhada.— Desculpa.— Vem aqui! — ele se senta na cama e eu me sento do seu lado. — Conversei com Logan e ele me fez ver algo que
Assim que o elevador para na garagem, ando em busca de uma van. Paro ao escutar uma buzina e olho para a direção em que o som vem. Nate estava encostado na van preta. Sorrio de lado e ando calmamente, até o lindo irlandês. Ele vestia calça jeans e estava com a jaqueta preta que usava, quando o vi pela primeira vez. Seu cabelo estava jogado para cima.Nate estava perfeito.— Você está linda. — ele segura minha mão e beija minha bochecha com ternura.— Obrigada. Você também está muito lindo.— Vamos?— Sim!Eu entro na van e ele entra logo depois, se sentando ao meu lado. Á nossa frente havia dois homens, um na direção da van e outro do lado.— Paul, essa é a Catssyn, prima do Zion!O homem que estava no lado do passageiro se vira e sorri pra mim.— Prazer. — digo es
Acordo empolgada, como nunca estive na vida. Levanto rapidamente e vou para o banheiro cantarolando. Tomo banho, escovo os dentes e vou para o closet. Olho rapidamente, antes de escolher o vestido azul, com alças finas. Prendo meu cabelo em um rabo de cavalo e saio do quarto.A casa está em um completo silêncio. Obviamente, Gabrielly deve dormir tanto quanto Zion.Vou para a cozinha e decido preparar o café da manhã. Ou deveria fazer o almoço? Solto uma pequena risada, diante da piada sem graça que fiz.Pego todos os ingredientes para fazer um bolo e coloco em cima da mesa. Decido bater o bolo a mão, para não acordar os dois dorminhocos. Acendo o forno nada complicado de Zion e deixo-o aquecendo, enquanto termino de bater o bolo.Quando termino, o coloco em um refratário de vidro e levo ao forno, ajustando a temperatura.Pego no telefone da cozinha e o porteiro atende.&mda
Meia hora depois, Zion nos chama, avisando que a comida havia chego. Gabei dessa vez estava vestida com suas roupas.— Você é bem diferente, quando não está com as roupas de Zion! — digo, me sentando no chão perto do pé do meu primo.— Agora eu me sinto uma menina de verdade. — ela ri.Nós começamos a comer e eu penso no momento bom pra falar com Zion. Não sei se deveria esperar Nate e Gabei ir embora ou se poderia falar agora.— O que foi, Cat? — Zion pergunta e eu o olho. — Você está com aquela cara de que quer falar algo.— Para de prestar atenção em mim.— Então está mesmo querendo falar. O que é?Olho pra Nate e ele assente.— É que... — olho pra Zion. — Eu estava pensando naquele lance do curso de culinária...— Voc&
Nate se senta no sofá e eu vou para o corredor, batendo na porta de Zion. Escuto a voz de Gabei dizendo para entrar e assim o faço.— Oi. — digo. — Cadê Zion?— Banho. Não me deixou ajuda-lo. — ela revira os olhos. — Tudo bem lá fora?— Sim. Vim perguntar o que vamos comer.— Eu estou com muita vontade de comer mexicana.— Hmm... é uma boa. — vou até a porta do banheiro — ZION VAI QUERER COMIDA MEXICANA?— VOU!— Vou ver se tem algum telefone na gaveta. — digo para Gabei e saio do quarto.Nate mexe no celular, quando chego na sala.— Mexicana, aprova? — pergunto.— Sim!Vou para a cozinha e abro a gaveta. Ali havia vários panfletos, de vários lugares. Menos de um restaurante mexicano.— Que droga. — reclamo voltando pr
Acordo meio grogue e olho em volta. Levo meio segundo pra me lembrar do que aconteceu. Esfrego os olhos e pego no celular. Eram dez e meia. Eu havia dormido por três horas.Levanto e calço o chinelo com detalhes de bolinha. Eu estava de meia e me lembro que Gabei não me ajudou a pôr meias. Dou de ombros e vou até o banheiro e vejo minha cara amassada.— Eca. — digo. — Como esses meninos tem coragem de dizer que isso é linda?Balanço a cabeça e lavo o rosto.Tiro o gorro e penteio o cabelo. Minha barriga começa a roncar e eu saio do quarto.Encontro Zion, Gabei e Nate na sala.— Estou com fome. — digo indo até eles.Os três me olham na mesma hora.— Oi, você está bem? — Zion pergunta.— Não! Estou com fome.— Tem tacos e nachos na cozinha. — Gabei diz. — Vou