Quando desperto, ainda está escuro. No relógio marcava quase duas da manhã. Decido ir beber água e ir deitar no outro quarto. O gesso de Zion me incomodava. Desço as escadas com cuidado, para não escorregar e vou até a cozinha. Estava tudo apagado, mas a geladeira estava aberta e iluminava uma pessoa comendo algo.
Logan.
— Logan?
Ele se vira assustado.
— Catssyn... oi.
— Até quando vai ficar assim? — ando até a geladeira, de onde ele se afasta. — Af.
Pego na jarra de água e coloco-a em um copo que tiro do armário. Logan fica me encarando de longe.
— Porra, Logan! — exclamo colocando a jarra no lugar. — Está assim por causa do fora que te dei no carro?
— Não sei.
— Você tem mesmo medo de mim?
— Não! A verdade é que eu fiquei irritado. Você me deu um fora por nada.
— Eu não falo do meu passado.
— Era só dizer isso. Eu entendo.
— Eu apenas disse que não queria falar do meu ex! — digo fechando a porta da geladeira e deixando tudo escuro.
— Algo aconteceu? Ele te traiu?
— Logan... vai começar com isso de novo? Eu vou acabar te dando outro fora e fazer com que você nunca mais fale comigo. — falo. — Não quero isso.
— Okay! Quero que saiba que sou confiável. Tudo que me contam, eu não passo à frente.
— Obrigada, Logan. Mas me entenda. Não me sinto confortável para contar meu segredo para vocês. É sério.
— Eu sinto isso. Pelo tom da sua voz. Não toco mais no assunto.
— Zera tudo?
— Sim. Vamos começar de novo!
Escuto passos e logo a luz é acesa, me obrigando a fechar os olhos por uns segundos. Quando abro, Logan está me encarando.
— Catssyn! — ele abre os braços e vem até mim. — Como é bom finalmente te conhecer.
Eu o abraço e solto um pequeno riso.
— Também é ótimo te conhecer. E pode me chamar de Cat. — sorrio e ele coloca o braço em volta do meu pescoço.
— Vamos voltar para cima. Te escoltarei até seu quarto.
— Obrigada, Logan!
Passo o braço em volta da sua cintura e nós saímos da cozinha depois de Logan apagar a luz. Dou-lhe boa noite e entro no quarto. Coloco minha bolsa no chão e deito debaixo das cobertas quentinhas. Penso no dia que tive com os cinco e esboço um pequeno sorriso.
É bom ter amigos de novo.
[...]
Acordo com uma sensação de que meu dia tem tudo para ser perfeito.
Amarro meu cabelo em um coque alto e desço do jeito que estou. A sala está em uma calmaria incrível. Vou até a cozinha e encontro Leon bebendo algo e lendo jornal.
— Bom dia, Leon! — digo e ele levanta a cabeça sorrindo.
— Bom dia, Cat! Café?
— Sim, por favor. — me sento do seu lado e dou uma olhada no jornal, enquanto ele coloca café em uma xícara para mim. — Algo de bom no mundo?
— Nada de interessante. Algumas tragédias, prisões... convenhamos, coisas de sempre.
Balanço a cabeça afirmativamente e tomo um gole do café.
— Hmm... esse povo não acorda?
— Você que é prima de Zion, sabe o quanto a cama o ama, para deixa-lo se levantar. — eu concordo e acabo soltando uma risada. — Logan e Henry acabaram pegando essa mania em turnês. E o Nate...
— Eu estou aqui! — Olho para trás e vejo-o entrar na cozinha, totalmente perfeito. Calça de moletom branca, peito despido e cabelo bagunçado. — Bom dia.
— Bom dia.
— Ei Nate, cadê a decência? — Leon pergunta e Nate solta uma risada.
— Deixei embaixo da sua cama, gato! — Nate dá uma piscada para Leon e se senta do meu lado.
— Credo! Poupem-me sobre a noite de vocês.
Eles riem e olho para Nate de lado. Vejo ele sorrir, mesmo com a xícara na boca.
Olho para a minha xícara pousada na mesa, e mexo-a com a colher, só para ver o café mexer. Mas minha mente começa a vagar, para o dia que cheguei. Três dias atrás.
A forma como Nate prendeu a minha atenção desde o primeiro dia, é incrível. Como eu fiquei pensando no nosso beijo antes de dormir. Como fiquei um pouco decepcionada por Leon ter descido e não ter dado tempo de Nate me beijar de novo. Mas ao mesmo tempo eu sinto medo. Medo de me envolver com Nate e tudo dar errado.
Como aconteceu com Zack.
— AH! — eu bato na mesa, irritada por tal pensamento e acabo virando a xícara na mesa, fazendo com que o quente café, me queime. — Merda!
— Ai meu Deus! Vem aqui.
Nate puxa—me pelo braço e me leva até a pia, fazendo com que meu braço entre em contato com a água fria.
— NATE!
— Calma. — eu fecho os olhos com força. — Isso vai aliviar a dor da queimadura.
Bato o pé por uns segundos, até que sinto a água parar.
— Trouxe a caixa. — escuto a voz de Leon e torno a abrir os olhos.
Deixo que Nate me puxe novamente para a mesa e me faça sentar na outra cadeira.
— Me de sua mão, Catssyn. — Leon ordena e eu faço o que ele pede.
Nate segura minha outra mão, com nossos dedos entrelaçados. Leon passa algo gelado na minha mão queimada e depois enrola uma faixa nela.
— Pronto. — diz guardando o esparadrapo. — O que te deu?
— Me irritei com um pensamento. Não quero falar disso. — olho para Nate. — Não conte para os outros. — torno a olhar para Leon. — Por favor.
— Diremos que esbarrou na xícara. — Leon diz e sorri. — Vou guardar isto.
Nate olha de lado para a porta da cozinha e volta a me encarar.
— Posso perguntar, qual foi o pensamento que te fez se queimar?
Olho dentro de seus lindos olhos azuis e sinto vontade de chorar. Abraço Nate e escondo meu rosto em seu pescoço. Ele passa a mão pelas minhas costas e sussurra para que eu me acalme.
— Não fala. — ele diz. — Para de chorar! Não vai querer explicar o motivo para os meninos. Vai?
— Não. — eu me afasto dele e passo a mão no rosto. — Vou... vou subir. Tomar um banho.
Ele assente e eu me levanto. Ando até a porta, mas paro antes de sair. Dou meia volta e me sento na frente de Nate de novo, ele me olha prestes a falar, mas eu colo nossos lábios em um selinho demorado.
— Obrigada. — sussurro, passando a mão pelo seu rosto.
Me levanto rápido e saio da cozinha. Subo as escadas correndo e entro no quarto, querendo acabar com a minha vida.
Por que Zack não sai dos meus pensamentos? Por que tudo o que eu faço, acabo pensando nele, em Jake e chorando? Eu estava pensando em Nate. Na facilidade com que ele me chamou atenção e de alguma forma, meus pensamentos acabaram em Zack.
— Não quero mais pensar nele. — deito na cama e afundo meu rosto no travesseiro. — Não quero pensar em mais nada.
Escuto duas batidas na porta, e me levanto, passando a mão no rosto.
— Entra. — digo.
— Bom di... Cats por que está chorando?
Ao ouvir a voz de Zion, eu já havia começado a chorar de novo.
— Eu estou cansada, Zion! — digo socando o travesseiro enquanto ele se aproxima.
— De que?
— De tudo! Da minha vida!
— O que aconteceu? — ele olha pra minha mão. — E isso?
— Isso não foi nada. Eu estou cansada de sempre acabar pensando no Zack e chorar.
— Então esquece ele.
— Eu não o amo mais, Zion. — me levanto. — Apenas lembro que ter ficado com Jake, que destruiu minha vida. Eu poderia estar com Zack até hoje.
— Mas ele gravou vocês. E se algo acontecesse, tudo iria acabar como agora! Você aqui comigo e... com Nate.
— O Nate... — eu sorrio de leve e passo a mão no rosto. — Ele é a parte boa de tudo isso. Mas pense comigo, quando ele ver o vídeo, quando souber de tudo, vai sumir. Como Jake.
— Nate não é babaca. Nunca que ele faria isso.
— Mas se um dia, a gente acabasse junto, todos saberiam. E se isso saísse pra mídia? Ele vai sair como o namorado da garota que está exposta na internet transando com o ex.
Um barulho estridente de vidro quebrado, me faz virar assustada e arregalar os olhos.
— O que?
Logan me encarava com os olhos arregalados. Eu vou até ele e fecho a porta, puxando-o para dentro.
— O que você acabou de falar?
— Logan...
— Então é isso. É por isso que você não goste que toque no nome do teu ex!
— Logan!
— Cat, calma. — Zion diz se levantando. — Logan isso não pode sair daqui. Ninguém pode saber.
— Eu sei, mas...
— Não, Logan. Nada de mas. — vou até ele. — Pelo amor de Deus, não conta pra ninguém. Te imploro.
— O que eu quero saber, é o que foi feito desse vídeo? Do teu ex?
— Nada. — abaixo a cabeça. — Nunca mais vi Zack. E o vídeo ainda está na internet pra quem quiser ver.
— Sua família não fez nada?
Solto uma risada sarcástica e caminho até a janela.
— Minha família me odeia.
— O que?
— Logan, esquece isso. — Zion diz. — É uma história muito longa.
— Não da cara. É como ela disse. Isso pode chegar aos olhos das meninas. Da mídia. Isso pode prejudicar a banda. Eu preciso fazer algo.
— Você não vai fazer porra nenhuma! — digo um pouco alto e apontando em sua direção — É minha vida. Sai daqui!
— Eu saio! Mas já fique sabendo, que isso não vai ficar assim!Ele sai do quarto batendo a porta e eu me desespero.O que ele vai fazer?Tento sair do quarto atrás de Logan, mas Zion segura meu braço.— Não.— Ele vai fazer alguma coisa, Zion! Todos vão ficar sabendo. — bato o pé e puxo meu braço. — Nate vai ficar sabendo.— Não vai! Logan não é louco a esse ponto. Eu vou lá falar com ele. Fica aqui.Zion sai do quarto e eu fico andando de um lado para o outro, nervosa. Estava tão preocupada com o que Logan poderia fazer, que decido me vestir para ir embora com Zion. Visto uma saia jeans rasgada e uma blusa branca. Calço o mesmo sapato da noite anterior e prendo meu cabelo em um rabo de cavalo. Jogo todas as minhas coisas dentro da bolsa e saio do quarto, na direção do quarto de Z
Levanto a cabeça e encaro Zion e Logan parados perto da porta.— Duas pessoas! Até parece que nunca viu! — Me levanto e encaro Nate. — Até mais tarde! — olho para Zion. — Não fala comigo.Ando rápido até o quarto e entro batendo a porta. Vou até a janela e fico observando o céu, sabendo que Zion virá atrás de mim. Escuto a porta abrir e não preciso me virar, para saber quem é.— Cat, fala comigo.— Não quero saber de você, Zion!— Catssyn, você nem sabe o que fui fazer!— Boa coisa que não pode ser!— Então você acha que eu faria algo pra ferrar a sua vida? — Me viro e o encaro envergonhada.— Desculpa.— Vem aqui! — ele se senta na cama e eu me sento do seu lado. — Conversei com Logan e ele me fez ver algo que
Assim que o elevador para na garagem, ando em busca de uma van. Paro ao escutar uma buzina e olho para a direção em que o som vem. Nate estava encostado na van preta. Sorrio de lado e ando calmamente, até o lindo irlandês. Ele vestia calça jeans e estava com a jaqueta preta que usava, quando o vi pela primeira vez. Seu cabelo estava jogado para cima.Nate estava perfeito.— Você está linda. — ele segura minha mão e beija minha bochecha com ternura.— Obrigada. Você também está muito lindo.— Vamos?— Sim!Eu entro na van e ele entra logo depois, se sentando ao meu lado. Á nossa frente havia dois homens, um na direção da van e outro do lado.— Paul, essa é a Catssyn, prima do Zion!O homem que estava no lado do passageiro se vira e sorri pra mim.— Prazer. — digo es
Acordo empolgada, como nunca estive na vida. Levanto rapidamente e vou para o banheiro cantarolando. Tomo banho, escovo os dentes e vou para o closet. Olho rapidamente, antes de escolher o vestido azul, com alças finas. Prendo meu cabelo em um rabo de cavalo e saio do quarto.A casa está em um completo silêncio. Obviamente, Gabrielly deve dormir tanto quanto Zion.Vou para a cozinha e decido preparar o café da manhã. Ou deveria fazer o almoço? Solto uma pequena risada, diante da piada sem graça que fiz.Pego todos os ingredientes para fazer um bolo e coloco em cima da mesa. Decido bater o bolo a mão, para não acordar os dois dorminhocos. Acendo o forno nada complicado de Zion e deixo-o aquecendo, enquanto termino de bater o bolo.Quando termino, o coloco em um refratário de vidro e levo ao forno, ajustando a temperatura.Pego no telefone da cozinha e o porteiro atende.&mda
Meia hora depois, Zion nos chama, avisando que a comida havia chego. Gabei dessa vez estava vestida com suas roupas.— Você é bem diferente, quando não está com as roupas de Zion! — digo, me sentando no chão perto do pé do meu primo.— Agora eu me sinto uma menina de verdade. — ela ri.Nós começamos a comer e eu penso no momento bom pra falar com Zion. Não sei se deveria esperar Nate e Gabei ir embora ou se poderia falar agora.— O que foi, Cat? — Zion pergunta e eu o olho. — Você está com aquela cara de que quer falar algo.— Para de prestar atenção em mim.— Então está mesmo querendo falar. O que é?Olho pra Nate e ele assente.— É que... — olho pra Zion. — Eu estava pensando naquele lance do curso de culinária...— Voc&
Nate se senta no sofá e eu vou para o corredor, batendo na porta de Zion. Escuto a voz de Gabei dizendo para entrar e assim o faço.— Oi. — digo. — Cadê Zion?— Banho. Não me deixou ajuda-lo. — ela revira os olhos. — Tudo bem lá fora?— Sim. Vim perguntar o que vamos comer.— Eu estou com muita vontade de comer mexicana.— Hmm... é uma boa. — vou até a porta do banheiro — ZION VAI QUERER COMIDA MEXICANA?— VOU!— Vou ver se tem algum telefone na gaveta. — digo para Gabei e saio do quarto.Nate mexe no celular, quando chego na sala.— Mexicana, aprova? — pergunto.— Sim!Vou para a cozinha e abro a gaveta. Ali havia vários panfletos, de vários lugares. Menos de um restaurante mexicano.— Que droga. — reclamo voltando pr
Acordo meio grogue e olho em volta. Levo meio segundo pra me lembrar do que aconteceu. Esfrego os olhos e pego no celular. Eram dez e meia. Eu havia dormido por três horas.Levanto e calço o chinelo com detalhes de bolinha. Eu estava de meia e me lembro que Gabei não me ajudou a pôr meias. Dou de ombros e vou até o banheiro e vejo minha cara amassada.— Eca. — digo. — Como esses meninos tem coragem de dizer que isso é linda?Balanço a cabeça e lavo o rosto.Tiro o gorro e penteio o cabelo. Minha barriga começa a roncar e eu saio do quarto.Encontro Zion, Gabei e Nate na sala.— Estou com fome. — digo indo até eles.Os três me olham na mesma hora.— Oi, você está bem? — Zion pergunta.— Não! Estou com fome.— Tem tacos e nachos na cozinha. — Gabei diz. — Vou
Eu me levanto rapidamente e saio porta a fora. Rezo para que um táxi apareça logo, até que Jake chega.— Cat, por favor. — ele segura minha mão com força e eu o olho. — Não faz isso comigo!— ACHO QUE ESTOU NO DIREITO DE TE TRATAR ASSIM. — grito. — VOCÊ ME DEIXOU JAKE. ME LARGOU QUANDO EU MAIS PRECISEI DE VOCÊ! E POR QUÊ? POR CAUSA DE DINHEIRO.As pessoas que passavam por nós, param pra olhar.— E OLHA ONDE VOCÊ ESTÁ AGORA!? LONGE DO LUXO QUE SEU PAI TE PROPORCIONAVA. — continuo, com lágrimas insistindo em rolar pelo meu rosto. — ME DIZ, ADIANTOU? ADIANTOU ME ABANDONAR?Faço sinal para o táxi que estava vindo e puxo minha mão. Jake me olhava perplexo. Abro a porta do táxi e antes de entrar digo:— Eu me odeio por ter acreditado em você.E assim eu entro no