Eu me aproximo do balcão e estalo as mãos no mesmo, aproximando nossos rostos.
— Nada do que eu estou pensando? Você sumiu depois que Zack postou aquilo, depois que prometeu enfrentar qualquer coisa comigo. — eu passo a mão pelo rosto, secando irritada, a lágrima que insistia em cair. — Eu banquei a criancinha se apaixonando pela primeira vez, acreditando em um cara que eu nunca havia visto na minha vida.
— Catssyn, você não sabe de nada. Não sabe a verdade...
— Sei o suficiente!
— Cat? — sinto o toque de Nate no meu ombro e eu fecho os olhos respirando fundo. — Tudo bem?
— Vamos embora!
Eu me viro e sinto a minha cabeça rodar. Nate me segura, antes que eu atinja o chão. Estava há muito tempo sem comer e ainda encontro com Jake. Eu não estava bem.
— Cat?
— Eu estou bem. — minto e umedeço meus lábios. — Só me tira daqui. — olho dentro de seus olhos azuis e deixo escorrer mais uma lágrima. — Por favor, Nate.
Ele assente e me ajuda a levantar, passando o braço em volta da minha cintura. Olho para Zion e abaixo a cabeça. Quando estamos saindo da cantina, Jake segura mais uma vez na minha mão.
— Cat, por favor.
— SAI! — grito. — VOCÊ JÁ ESTRAGOU A MINHA VIDA O SUFICIENTE! SOME!
— Catssyn...
— Você não a ouviu? — Nate entra na minha frente e encara Jake. — Eu não sei o que você fez, mas ver Cat nesse estado me dá vontade de te socar. E olha que sou calmo.
— Não se mete onde não foi chamado, loirinho.
Nate dá um passo à frente, mas eu agarro sua mão, entrelaçando nossos dedos.
— Não.
— Nate, vamos! — Zion diz.
— Vem, Nate. Zion precisa descansar.
Eu puxo Nate e vamos com os dedos entrelaçados até o carro, que ele estacionou na parte de trás hospital, onde não havia fãs. Ele me manda entrar atrás e ajuda a Zion a se sentar no banco da frente.
Minha mente começa a se encher de lembranças. Lembranças daquela semana, daquele beijo, de Zack nos flagrando.
— Cat, se acalma. — Nate diz, mas eu só consigo chorar mais. — Afinal quem...
— Não pergunte, Nate. Por favor.
— Mas, Zion...
— Não.
Eu encosto a minha cabeça na janela e meu choro se intensifica cada vez mais. Eu me sinto egoísta, por estar nesse estado, com Zion machucado. Mas é algo que eu não consigo controlar. Eu não estava preparada para encontrar com Jake hoje e nem nunca. E seu toque... a forma como me olhava, me fez relembrar da forma como ele me tocou no acampamento. De como ele me beijou suavemente e prometeu estar comigo. E depois eu me lembrei das tantas vezes que eu o liguei chorando, implorando para que me atendesse, que eu precisava do seu apoio, do seu abraço. E ele nunca me atendeu.
Quando finalmente Nate estaciona na garagem do prédio de Zion, eu peço para que ele ajude Zion a subir e corro. Corro para longe deles, para longe do prédio. Corro procurando um lugar onde eu possa me esconder e chorar sozinha.
Eu me sento em um banco e afundo meu rosto nas minhas mãos. A neve caia e me deixava com mais frio. Mas eu permaneço do jeito que eu estava. Sentada, chorando e com frio.
Com vontade de poder sumir.
Isso tudo é culpa minha. Culpa da minha traição.
— Cat? Cat, saia dessa neve! — levanto o olhar e vejo o carro de Nate com a porta do passageiro aberta. — Vem!
— Me deixa, Nate.
— Eu não vou te deixar aí! Zion está preocupado! E eu também. Entra por favor.
Eu suspiro pesadamente antes de entrar no carro de Nate e encher o banco de neve.
— Eu estou molhando o seu banco.
— E tremendo! — ele diz dando a volta. — Você quer conversar comigo?
— Não.
— Ok, Cat. Só não precisa ser grosseira.
— Eu não fui grosseira. Eu só... não quero falar sobre isso com você! E nem com ninguém.
— Desculpe.
— Para de pedir desculpas. — digo e ele para na frente do prédio de Zion. — Não vai subir?
— Não posso.
— Ah... obrigada por tudo. E desculpe.
Eu pulo de seu carro e corro para dentro do prédio, aproveitando o elevador aberto. Encosto-me no espelho e tento inutilmente parar de chorar.
Eu e essa maldita coisa de fazer as pessoas se afastarem de mim.
Assim que o elevador para e as portas se abrem, o meu primo vem ao meu encontro.
— Cat...
— Desculpe, Zion! — eu digo passando a mão pelo rosto.
— Cadê o Nate?
— Saiu correndo de perto de mim! — exclamo, entrando no apartamento — Assim como Logan. Você pode escrever. Só faltam dois amigos, para eu ser ignorada completamente e voltar para o inferno de Bradford!
— Catssyn, para! Da pra me contar agora quem é aquele cara?
— Não... Eu não consigo!
— Cat...
— Zion, não! — digo firme. — Eu não quero ser odiada por mais uma pessoa da família.
— PARA CATSSYN! PARA! EU NÃO SEI O QUE ESTÁ HAVENDO, MAS EU NUNCA ODIARIA VOCÊ! NUNCA!
— SIM ODIARIA. PORQUE NINGUÉM QUER TER EM SUA FAMÍLIA, UMA GAROTA QUE É TACHADA DE PUTA POR TODA CIDADE, SÓ PORQUE O IDIOTA DO EX COLOCOU UM VIDEO DELES TRANSANDO NA INERNET!
A boca de Zion se abre e eu me jogo no chão derrotada.
— Zack fez isso? — ele pergunta baixo e eu assinto. — Me deixa ver.
— O QUE? VER? FICOU LOUCO?
— Cat...
— Não, Zion. — me levanto do chão, vou até o sofá e me sento ao lado dele. — Eu não acredito que você não tenha visto até hoje, mas o meu maior medo, é que os meninos e suas fãs vejam. E que isso acabe com sua carreira.
— Cat, fica calma por favor. — ele passa a mão no meu rosto e eu respiro fundo. — Me conta tudo.
Eu assinto e começo a contar, cada minuto daquele acampamento. Pulando — claro — a parte da minha primeira vez com Zack. Quando digo sobre Jake, sobre a forma com que me apaixonei, meu choro se intensifica e Zion fica fazendo movimentos circulares nas minhas costas, com a intenção de me deixar calma.
Termino de contar a ele, falando sobre o que a minha mãe disse para mim.
— Você é a vergonha da família, Catssyn! Zion é o orgulho, você a vergonha!
— Ela não podia ter falado isso. — ele me abraça — Você não teve culpa nenhuma do que aconteceu!
— Mas acho que para ela, eu que deixei Zack colocar aquela câmera lá e me filmar. Mas espera... você não está com raiva de mim?
— Porque eu teria? Cat, você é a vítima aqui! Você apenas achou que seria a primeira vez mais perfeita do mundo para você.
— E seria, se eu não tivesse me apaixonado pelo Jake.
— Você ainda não teve culpa, Catssyn! Ninguém manda no coração. Poderia ter acontecido com qualquer um.
— Mas eu traí o Zack! E como consequência, ele me expôs na internet.
— Eu espero que nunca veja esse cara na minha frente. Sou capaz de mata-lo.
Eu abaixo a cabeça e Zion suspira.
— Foi ruim demais ver aquele cara hoje né!?
— Péssimo. — digo. — Foi como se todo aquele sofrimento voltasse. Eu não estava preparada.
— Eu te entendo.
— Agora sabe o que me fez sair de Bradford! — digo o olhando. — Sabe porque minha mãe tem vergonha de mim.
— Desculpe, mas ela é uma idiota por falar isso. Você não teve culpa.
— Deve ser.
— Esquece isso. — ele aperta a minha mão. — Você não está mais em Bradford e ninguém aqui sabe disso. Relaxa.
— Não conta para os meninos. E nem tenta assistir isso!
— Eu não vou. Prometo!
— Obrigada. — sussurro.
— Cat, nada vai mudar aqui. Você vai continuar comigo, e nós não tocaremos mais nesse assunto.
— Nate nunca mais vai falar comigo.
— Eu vou conversar com ele.
— NÃO!
— Eu não vou contar nada. Apenas vou dizer que ele é um cara do seu passado e que você não estava preparada para vê-lo. O que não deixa de ser verdade.
— Você quem sabe. — digo me levantando. — Quer algo?
— Não. Estou bem.
— Vou tomar um banho. Qualquer coisa grita e não apronte!
— Ok!
Dou—lhe um beijo no rosto e vou para o meu quarto. Eu tiro o grande casaco e o deixo na cama, indo para o banheiro em seguida. Dispo o meu pijama e entro na banheira. As imagens daquele acampamento invadem a minha mente, se misturando com as de hoje e eu tenho uma crise de choro.
Mais uma vez.
Decido sair da banheira, para não entrar de novo no estado melancólico que minha vida era. Depois que me seco e me enrolo no roupão, vou até o closet e pego em um vestido vermelho soltinho.
Visto-o e volto para a sala, prendendo o cabelo. Zion estava no telefone e fez sinal para que eu não falasse.
— Eu sei, Henry. Nós vamos. — me sento do seu lado e o encaro confusa. — Claro que Cat vai!
....
— Só diz ao Logan que ela não é bruxa.
....
—HAHAHAHAHA. NÃO LOGAN! ELA NÃO VAI FAZER O TEU... — ele me olha e eu o encaro confusa — Cabelo cair.
....
— Logan para! Ela só não gosta de falar sobre seus sentimentos.
....
— É. E diz ao Nate, que eu preciso falar com ele! — eu abaixo a cabeça. — Cala a boca, Logan. E nós vamos. Tchau.
Ele desliga a ligação e solta uma risada.
— Logan acha que você faz magia negra!
— De onde ele tirou isso?
— Disse algo sobre seu olhar ser profundo e que dá medo. — ele ri.
— E aonde nós vamos?
— Casa do Henry. Ele nos chamou para um happy hour.
— E eu tenho que ir? Por quê?
— Porque eu estou dodói e você tem que cuidar de mim. — ele faz biquinho e dá um beijo no meu rosto. — E precisa falar com Nate.
Olho em seus olhos e suspiro.
— Está bem.
— Entreeeeeem! — Henry nos recepciona com um copo na mão e visivelmente embriagado. — Cat você está uma gata!— Controle a bebida, Stockler! — Zion diz e eu sorrio. — Venha, Cat.Dou a mão a Zion e entramos na mansão de Henry. Logan e Leon estão jogados no chão da sala, na frente da enorme TV de plasma, jogando uma partida de futebol. Nate sentado no sofá, cruza as pernas quando nossos olhares se encontram. Ele torna a olhar pra TV e eu abaixo o olhar.— Quer beber algo, Cat? — Henry joga o braço em volta do meu pescoço, e fala próximo do meu ouvido.— Afasta, Henry!— Qual foi, Zion? Eu só estou sendo gentil! — eu faço careta, quando o cheiro de álcool puro entra no meu nariz.— Vodca, Henry. Vodca!— Já trago! — ele dá um beijo no meu rosto
Volto a olhar para a tela no exato momento em que Sophie beija Charlie, caído no chão e o filme acaba. Eu respiro fundo e ajeito meu corpo, quando as luzes se acendem.— ADOREI! — Logan grita se levantando.— QUE FOI? — Zion grita.— O filme acabou seu idiota! — Leon diz, dando um tapinha na cabeça do meu primo. — Dormiu o filme todo.— Mentira. Eu a vi achando a carta dentro da pedra.— Não acredito que você dormiu, Zion! — reclamo. — Cadê Henry?— Aqui! — olho para trás e o vejo na sentado na última fileira com as pernas em cima da outra. — Gostei do filme. Boa escolha.— Eu disse. Veremos outro?— Eu não quero! — Zion diz se levantando.— É. Mais tarde vemos outro! — Henry diz.Eles se encaminham para voltar à sala e eu vou a
Quando desperto, ainda está escuro. No relógio marcava quase duas da manhã. Decido ir beber água e ir deitar no outro quarto. O gesso de Zion me incomodava. Desço as escadas com cuidado, para não escorregar e vou até a cozinha. Estava tudo apagado, mas a geladeira estava aberta e iluminava uma pessoa comendo algo.Logan.— Logan?Ele se vira assustado.— Catssyn... oi.— Até quando vai ficar assim? — ando até a geladeira, de onde ele se afasta. — Af.Pego na jarra de água e coloco-a em um copo que tiro do armário. Logan fica me encarando de longe.— Porra, Logan! — exclamo colocando a jarra no lugar. — Está assim por causa do fora que te dei no carro?— Não sei.— Você tem mesmo medo de mim?— Não! A verdade é que eu fiquei irritad
— Eu saio! Mas já fique sabendo, que isso não vai ficar assim!Ele sai do quarto batendo a porta e eu me desespero.O que ele vai fazer?Tento sair do quarto atrás de Logan, mas Zion segura meu braço.— Não.— Ele vai fazer alguma coisa, Zion! Todos vão ficar sabendo. — bato o pé e puxo meu braço. — Nate vai ficar sabendo.— Não vai! Logan não é louco a esse ponto. Eu vou lá falar com ele. Fica aqui.Zion sai do quarto e eu fico andando de um lado para o outro, nervosa. Estava tão preocupada com o que Logan poderia fazer, que decido me vestir para ir embora com Zion. Visto uma saia jeans rasgada e uma blusa branca. Calço o mesmo sapato da noite anterior e prendo meu cabelo em um rabo de cavalo. Jogo todas as minhas coisas dentro da bolsa e saio do quarto, na direção do quarto de Z
Levanto a cabeça e encaro Zion e Logan parados perto da porta.— Duas pessoas! Até parece que nunca viu! — Me levanto e encaro Nate. — Até mais tarde! — olho para Zion. — Não fala comigo.Ando rápido até o quarto e entro batendo a porta. Vou até a janela e fico observando o céu, sabendo que Zion virá atrás de mim. Escuto a porta abrir e não preciso me virar, para saber quem é.— Cat, fala comigo.— Não quero saber de você, Zion!— Catssyn, você nem sabe o que fui fazer!— Boa coisa que não pode ser!— Então você acha que eu faria algo pra ferrar a sua vida? — Me viro e o encaro envergonhada.— Desculpa.— Vem aqui! — ele se senta na cama e eu me sento do seu lado. — Conversei com Logan e ele me fez ver algo que
Assim que o elevador para na garagem, ando em busca de uma van. Paro ao escutar uma buzina e olho para a direção em que o som vem. Nate estava encostado na van preta. Sorrio de lado e ando calmamente, até o lindo irlandês. Ele vestia calça jeans e estava com a jaqueta preta que usava, quando o vi pela primeira vez. Seu cabelo estava jogado para cima.Nate estava perfeito.— Você está linda. — ele segura minha mão e beija minha bochecha com ternura.— Obrigada. Você também está muito lindo.— Vamos?— Sim!Eu entro na van e ele entra logo depois, se sentando ao meu lado. Á nossa frente havia dois homens, um na direção da van e outro do lado.— Paul, essa é a Catssyn, prima do Zion!O homem que estava no lado do passageiro se vira e sorri pra mim.— Prazer. — digo es
Acordo empolgada, como nunca estive na vida. Levanto rapidamente e vou para o banheiro cantarolando. Tomo banho, escovo os dentes e vou para o closet. Olho rapidamente, antes de escolher o vestido azul, com alças finas. Prendo meu cabelo em um rabo de cavalo e saio do quarto.A casa está em um completo silêncio. Obviamente, Gabrielly deve dormir tanto quanto Zion.Vou para a cozinha e decido preparar o café da manhã. Ou deveria fazer o almoço? Solto uma pequena risada, diante da piada sem graça que fiz.Pego todos os ingredientes para fazer um bolo e coloco em cima da mesa. Decido bater o bolo a mão, para não acordar os dois dorminhocos. Acendo o forno nada complicado de Zion e deixo-o aquecendo, enquanto termino de bater o bolo.Quando termino, o coloco em um refratário de vidro e levo ao forno, ajustando a temperatura.Pego no telefone da cozinha e o porteiro atende.&mda
Meia hora depois, Zion nos chama, avisando que a comida havia chego. Gabei dessa vez estava vestida com suas roupas.— Você é bem diferente, quando não está com as roupas de Zion! — digo, me sentando no chão perto do pé do meu primo.— Agora eu me sinto uma menina de verdade. — ela ri.Nós começamos a comer e eu penso no momento bom pra falar com Zion. Não sei se deveria esperar Nate e Gabei ir embora ou se poderia falar agora.— O que foi, Cat? — Zion pergunta e eu o olho. — Você está com aquela cara de que quer falar algo.— Para de prestar atenção em mim.— Então está mesmo querendo falar. O que é?Olho pra Nate e ele assente.— É que... — olho pra Zion. — Eu estava pensando naquele lance do curso de culinária...— Voc&