Ela tinha medo da escuridão.
Todas as vezes que olhava pela janela e percebia que, lentamente, as estrelas começavam a dançar sobre o manto negro da noite, e que o breu lançava seu fascínio e seus mistérios sobre o mundo, ela sabia que os gritos, a violência e as longas horas de terror começariam. Mas a verdade era que estava começando a aprender a ser egoísta. As sessões de espancamento que sua mãe sofria não a abalavam tanto quanto as batidas em sua porta durante a madrugada.
Sabia que tudo dependia simplesmente de si mesma, de sua escolha. Se fosse uma boa menina, ninguém além dela sairia machucado. Se fizesse tudo que lhe era mandado, sua mãe e sua irmã estariam a salvo. E ela sentia o peso daquela responsabilidade a cada noite, cada vez que o sol se punha.
Olhando no relógio, percebeu que faltavam apenas alguns minutos para as nove, mas já ouvia batidas na porta de seu quarto. Imediatamente seu corpo reagiu à adrenalina. Seria possível que ele já fosse importuná-la tão cedo? Normalmente a procurava só quando já estava mais bêbado do que poderia suportar por uma semana, ou seja, apenas de madrugada, quando, além de violar a intimidade da garota, conseguia também perturbar seu sono.
Sono. Fazia muito tempo que ela não sabia o que era isso. Todas as vezes que se deitava, seus cinco sentidos já ficavam em alerta à espera do monstro de seus pesadelos. De fato ele não a desejava todos os dias, mas era imprevisível. Às vezes ficava uma semana longe – o que era considerado uma bênção −, mas às vezes apresentava-se constantemente. Sem dormir, sem comer e sempre ameaçada, ela sentia que estava empalidecendo, emagrecendo e adquirindo uma personalidade introspectiva e fraca. Era metade da garota que poderia ter sido, se sua vida fosse diferente.
Mas esse se era o que não podia permitir que penetrasse em sua mente.
Todas as vezes que pensava em outras possibilidades para sua vida, seu coração se enchia de esperança e de fé. E esses dois sentimentos eram perigosos, pois com eles surgiam o desejo e a necessidade, que poderiam levá-la a cometer uma loucura, algo pelo qual se arrependeria para o resto de sua vida.
No entanto, naquela noite foi diferente. Quando proferiu a palavra “Entre”, tentando não demonstrar a fragilidade que sentia, quem abriu a porta foi sua mãe. Com os olhos umedecidos, vermelhos, e o rosto tão pálido quanto o da filha, sustentava uma expressão cansada. Além disso, também já não era mais nem a sombra da mulher que um dia fora. Os cabelos estavam sempre mal penteados, cheios de fios brancos, seu corpo perdera as curvas e suas roupas eram sempre remendadas, feitas em casa, por suas hábeis mãos para a costura. Mãos essas que traziam o sustento para casa.
Karen sabia que a depressão era a maior companheira de sua mãe. Sabia que ela não mais vivia, simplesmente existia para cuidar e proteger as filhas, então, não era uma novidade vê-la naquele estado. Mas, naquela noite, algo parecia diferente.
Pegando as mãos da filha, a mãe se sentou na cama, pronta para iniciar uma conversa, que parecia bem séria.
— Algo errado, mãe? — perguntou para tentar iniciar o diálogo, pois percebia que havia certa dificuldade.
Mesmo com o incentivo, a mulher ainda hesitou.
— Filha, eu estou cansada, muito cansada... — comentou, mas quando a menina ia dizer mais qualquer coisa, com um grande pesar nos olhos, ela a impediu. — Não estou reclamando. É apenas uma constatação.— Eu vim aqui, apenas para lhe fazer um pedido.
— Qualquer coisa. Você sabe disso.
E a mãe sabia. Sabia que o destino exigia muito mais de sua filha do que ela merecia.
— Quero que negue o que Elias vier lhe pedir nesta noite.
— Mas, mamãe...
— Sem mas, querida. Não se preocupe com as consequências. Está na hora de eu cuidar de você. — E sem dizer mais nada, a mulher beijou a testa da filha, saindo de seu quarto, deixando-a confusa.
Aquela estranha conversa com sua mãe deixou a garota ainda mais apreensiva. Seu coração palpitava de forma incerta, prestes a sair pelo peito afora, apenas pensando que algo estava errado. Tinha a mórbida impressão de que alguma coisa em sua vida mudaria naquela noite, definitivamente.
Não demorou muito para que o pesadelo batesse à sua porta. Ela se encolheu na cama antes de permitir sua entrada. Não seria a primeira vez que diria não a ele. Nas primeiras, quando ainda era uma garota diferente daquela covarde que se tornara, tentara se impor, mas as consequências foram três costelas quebradas e hematomas por todo o corpo de sua mãe. E as coisas só foram piorando, pois sua pequena irmã começou a sofrer também. Não queria que nada de ruim acontecesse a elas, mas raramente sua mãe lhe pedia qualquer coisa, então, teria que acatar.
A porta foi aberta, e o cheiro podre de bebida empesteou o quarto. Aquilo lhe dava ânsias de vômito, especialmente quando ele se aproximava demais, fedendo também a suor.
— Ruivinha, cheguei! — Em sua voz havia um terrível tom de sarcasmo e escárnio, como se ele sentisse prazer ao vê-la definhar e se amedrontar com sua presença.
Ela ficou calada, escutando cada passo, enquanto ele caminhava lentamente até sua cama. Em poucos segundos, ainda com os olhos fechados, sentiu o colchão ceder ao peso daquele homem, e sua mão calejada, sem demora, começou a passear por toda a coxa dela. As náuseas aumentaram, e seu rosto ardeu, anunciando o choro de sempre.
Mas não daquela vez, ela tinha que ser forte e respeitar o que sua mãe lhe pedira.
— Não. Hoje, não. — Sem muita delicadeza, ela tirou a mão dele de sua perna, antes que pudesse atravessar a calcinha.
Furioso e confuso, Elias se sentou na cama para olhar para o rosto da enteada, que simplesmente se mantinha deitada de lado, de costas para ele.
— O quê? Ficou maluca, garota? — Sua língua enrolava enquanto ele falava, começando a alterar o tom de voz. — Sabe quem é que paga quando você não é legal comigo, não sabe? — E sem nem se importar com o que ela tinha acabado de dizer, ele pôs a mão no mesmo lugar de antes, recomeçando a carícia indesejada.
Reunindo toda a sua coragem, a garota virou-se para ele, com fúria nos olhos. Aquela ira estava reprimida há muitos anos, era a reunião de todas as mágoas, humilhações e lembranças que uma garota de dezoito anos jamais deveria ter.
— Já disse que não! — falou com autoridade. — Saia daqui!
Elias olhou para ela com dúvida. Fazia tempo que ela não lhe enfrentava, o que o fazia desconfiar que estava tramando alguma coisa.
— Garota burra! — gritou. — Vai se arrepender disso!
Berrando xingamentos e palavrões, Elias saiu cambaleante da cama da enteada. Tropeçando em seus próprios pés ‒ tanto pela embriaguez quanto pela surpresa de ser rejeitado ‒ ele saiu porta afora, pronto para qualquer coisa. E era esse o maior medo da garota.
Karen esperou. Esperou, sabendo que ele não aceitaria aquilo tão facilmente. Contudo, a sensação de que alguma coisa estava errada a perseguia, a consumia, tirava sua paz. Sua mãe tinha algum plano, e ela temia que desse errado, fosse o que fosse que ela pretendia.
Foi então que ouviu um tiro.
Imediatamente, seu coração parou, e sua mente ficou em alerta. Queria sair da cama para ver o que tinha acontecido, mas sua covardia de sempre a impedia. Era como se seu corpo estivesse preso à cama. Inerte. Imprestável.
Em uma questão de segundos, alguém abriu a porta, e um corpinho pequeno e magro veio correndo em sua direção, buscando conforto. Sua irmã de apenas nove anos jogou-se em seus braços, tremendo. Porém, ela também tremia, então, como poderia oferecer proteção a alguém?
— O papai matou a mamãe. Eu vi. — Sua voz infantil soou como um sussurro apavorado.
Ela absorveu aquelas palavras como quem prova de um veneno amargo e eficaz. Sua mãe? Morta? Aquilo era pior do que qualquer estupro que já tinha sofrido nas mãos de seu padrasto nojento. Pior do que as noites de terror, quando assistia sua mãe ser espancada sem piedade ou quando Elias ameaçava violentar também sua irmã, a própria filha dele, que não tinha idade nem para compreender o que acontecia. Aquilo era pior do que a própria morte. E era culpa dela. Somente dela.
Porém, apesar de estar cheia de culpa em sua consciência e completamente amedrontada, obrigou-se a tomar uma atitude. Se estivesse sozinha, enterraria o rosto por debaixo das cobertas e ficaria naquela cama, esperando pelo pior, mas havia alguém que dependia de sua coragem. Coragem que ela nunca tivera, mas que teria que encontrar, em algum lugar daquela alma despedaçada.
— Fique aqui — ordenou à irmã, que se agarrou ainda mais a ela.
— Não! Não me deixe sozinha! — choramingou.
— Não vou deixar... volto em um minuto.
— Ele vai matar você também.
Suspirando profundamente, lamentou ter que escutar aquelas palavras horríveis saindo da boca inocente de sua irmã. Imaginou o trauma que ela teria, para o resto da vida, por ter testemunhado o assassinato da própria mãe. Se a irmã também morresse, ela ficaria sozinha com um pai que odiava. Mas, não. Não permitiria isso.
— Ele não vai me matar. Juro que eu mato ele primeiro. — Não queria ter falado daquela forma, afinal, apesar de tudo, Elias era pai da pequena. Mas, para sua surpresa, ela não pareceu se importar, nem mesmo quando a irmã mais velha pegou um estilete enferrujado de sua escrivaninha para tentar se defender, caso fosse necessário.
Então, respirando fundo mais uma vez, ela saiu do quarto, pegando a chave e trancando a porta, deixando a irmãzinha segura lá dentro. Havia outra cópia dentro de uma gaveta, que a menor sabia qual era, para o caso de Karen não voltar e ela ter que fugir.
Não, ela não podia pensar na hipótese de não voltar.
Tentando confiar em si mesma, Karen começou a caminhar em silêncio até a sala. Estava em busca do telefone sem fio, afinal, Elias jamais permitira que ela ou qualquer outra pessoa da casa ‒ a não ser ele ‒ tivesse um celular. Ela dependia daquele telefone. Ela e sua irmã.
Quando chegou na sala, a cena que viu a fez colocar a mão na boca para abafar um grito. Havia um mar de sangue manchando o piso claro da casa e dois corpos caídos no chão. Um deles era de sua mãe, com uma ferida de bala bem no coração. O outro era de Elias, mas este, infelizmente, não estava morto. Ele se contorcia, com a mão no abdômen. Ao seu lado, uma faca ensanguentada provava que aquele era o plano de sua mãe: matar o marido a facadas para que ele não pudesse mais importunar suas filhas. Contudo, acabou em uma tragédia ainda maior.
— Ajude-me! — Elias proferiu com dificuldade, observando a enteada. Porém, ela simplesmente olhou para ele com indiferença e continuou seu caminho até a mesinha de canto, ao lado do sofá, pegando o telefone. — Maldita! Ligue para o hospital, estou morrendo!
Naquele momento, ela se aproximou, tão lentamente quanto ele sempre fazia antes de estuprá-la, abaixou-se e sussurrou em seu ouvido, com uma voz tão sombria que ela podia jurar que não lhe pertencia:
— Que morra!
Ele ainda continuou gritando e chamando-a de imprestável, mas ela não desistiu. Apenas voltou para o quarto, onde a irmã a esperava com desespero.
Depois de se abraçarem, a mais velha discou um telefone que havia anotado na última página de seu livro favorito: “Razão e Sensibilidade”, de Jane Austen. Aquele telefone lhe fora passado por sua mãe, há alguns dias, com a garantia de que aquela pessoa as ajudaria em um momento de dificuldade. Somente agora era fácil concluir que tudo estava sendo planejado. Sua mãe achava que iria para cadeia após matar o marido, então, preocupou-se em encontrar alguém para ajudá-las.
E o que aconteceu depois tornou-se somente um flash em sua memória. Lembrava-se apenas da bondade do policial para quem telefonara e a rapidez com que chegou em sua casa para acudi-las. Ele tomou todas as providências com o cadáver e levou Elias para um hospital, com a promessa de que ele ficaria preso por um bom tempo, tanto por assassinato quanto por estupro de menores. Ela não fazia ideia de como ele sabia da violência que sofria, mas preferiu nem perguntar. Somente imaginava que, de certa forma, sua mãe conseguira o que almejava, Elias jamais as machucaria novamente.
Mas ela sequer esperava pelo pior, pois depois de audiências com juízes e visitas de assistentes sociais, as irmãs foram separadas. Estava claro que a mais velha não tinha condições de criá-la sem um emprego, sendo tão jovem e cheia de traumas. Seria muito melhor que levassem a pequena para uma família que a amasse e a tornasse uma criança normal. Bem, pelo menos era isso que todos desejavam, mas não o que aconteceu.
A verdade era que naquela noite fatídica, ela sentira que tinha perdido tudo. Apenas uma coisa restara: a promessa de que, algum dia, conseguiria recuperar a irmã e seus sonhos.
Um dia...
Seis Anos Depois - Janeiro Amália Gonçalves amava o verão. Sua pousada, Refúgio, estava sempre pronta para receber a estação mais esperada por uma cidade praiana. O jardim do lugar despontava como se tivesse hibernado por anos e anos, e como se ainda fosse primavera. As rosas ainda tomavam suas formas, os girassóis procuravam os primeiros raios de luz e tudo estava colorido e vivo. A pousada tornava-se cada dia mais linda, e Amália se orgulhava dela como se fosse um filho. Tanto que simplesmente não conseguia deixá-la. Quando a criara, assim que o marido faleceu, deixando-a com o coração partido e uma situação financeira
Enquanto observava a moça descer as escadas, pensava que fora ousada demais em sua primeira aproximação. Queria apenas verificar se ela podia vê-la assim como a irmã, mas não imaginara ter sucesso em sua tentativa. Por sorte encontrara aquela delicada fitinha de seda para poder ter o que falar ou seria uma situação constrangedora. Mas não era isso que importava, o que realmente ocupava sua mente naquele momento era a constatação de que fora vista. Aquilo lhe assustava e a deixava excitada ao mesmo tempo. Não haveria mais uma eternidade de solidão nem de silêncio, sua estranha existência teria um significado a partir daquele momento. Porém, para tentar ajudar aquelas duas almas sofridas, precisava descobrir mais sobre elas. E
Um raio cortou o ar, um trovão entoou sua canção assustadora e a tempestade se formou em poucos minutos. Anne não gostava de tempestades, e Karen sabia disso. Sabia que quando ela era pequena, sempre corria para seu quarto todas as vezes que havia a promessa de um temporal, ou quando o clarão de um relâmpago clareava a noite. Ela acreditava que era o anúncio da chegada de monstros ou fantasmas, e embora Karen sempre tivesse lhe ensinado que essas coisas não existiam, ela ainda procurava a proteção da irmã mais velha. Porém, daquela vez foi diferente. Claro que já fazia muito tempo desde a última noite que passaram juntas, e Karen lamentava que logo a primeira já estivesse sendo coroada por uma chuva bem forte, porém, acreditava que velhos hábitos nunca desapareciam. Uma vez com medo de tempesta
Ele andava de um lado para o outro, ansioso como sempre. Não estava buscando uma pousada com ares acolhedores, mas fora o melhor que encontrou. Ao menos estava longe o suficiente de todas as terríveis lembranças... esperava apenas que não lhe fizessem muitas perguntas, especialmente aquelas que não estava disposto a responder. Além de perguntas, ele também odiava surpresas. Odiava não saber o que o esperava, odiava ser surpreendido, mas fora exatamente o que acontecera quando a porta daquele lugar foi aberta. Não esperava ser recebido, àquela hora, em uma noite tão fria, por uma mulher tão jovem. E, céus, como ela era bonita! Tinha uma expressão assustada, vulnerável e inocente, em um rosto angelical e delicado. Parecia uma daquelas mulheres de filmes antigos que sua mãe gostava de assistir quando el
Ele só podia estar ficando louco. Louco! Estava ali naquela cidade para se curar, para reunir os pedaços de seu coração partido e colá-lo outra vez. Já era sua segunda parada naquela estranha e solitária road trip[1] de férias, e esperava não levar muito mais tempo para resolver aquele problema. A mamata não poderia durar para sempre. Sendo assim, não conseguia compreender por que se preocupara com a garota, muito menos com a irmã. Elas não eram problema seu. Não eram sua responsabilidade. A única pessoa de quem deveria ter cuidado, protegido, traíra sua confiança e estava agora no fundo do poço. Passara a sentir-se um pouco solitário nos últimos meses, mas talvez fosse melhor assim. Quanto
Havia vozes animadas conversando, o tilintar de copos, pratos e xícaras encostando uns nos outros, havia risadas e um cheiro delicioso de pão fresquinho no ar. Karen estava no paraíso. Era bem verdade que preferia que Anne estivesse ali com ela, sentada à mesa, comendo com vontade e começando a se abrir; ou pelo menos apenas conversando sobre qualquer coisa. De fato, estava tão preocupada por ela não comer que nem se importaria se ficasse somente em silêncio. Já havia descido há pelo menos quinze minutos e estava ansiosa, sempre olhando para a entrada do pequeno salão que servia como restaurante, ainda acreditando que ela iria aparecer. Contudo, um rosto familiar apareceu no lugar da adolescente. Era Sérgio, parecendo muito bonito com sua blusa polo branca
Anne não voltara para o quarto, porém, Karen não estava preocupada, porque conseguia enxergá-la na piscina, tomando sol. Usava um maiô um pouco gasto, mas que com certeza fora escolhido estrategicamente para esconder seus hematomas, cuja origem ela ainda desconhecia. Enquanto a menina estivesse ali, tudo estaria bem, e ela precisava concordar que aquele quarto, talvez, fosse pequeno demais para elas. O silêncio entre duas pessoas podia ser ainda mais sufocante do que a solidão, mais torturante do que os gritos e as discussões. E cada vez que Anne lhe dirigia um olhar indiferente ou que lhe cuspia uma de suas palavras ríspidas, Karen sentia-se morrer um pouco. Não era uma morte de corpo, era seu espírito que morria lentamente. Seu único propósito na vida sempre fora recuperar a irmã, cumprir a promessa que fizera par
Já que tinha uma festa para ir, Karen decidiu que seria uma boa hora para comprar algo novo para vestir. Para si mesma e para Anne. Odiava fazer gastos desnecessários, mas sabia que se revirasse sua mala de cima a baixo não encontraria nada legal para uma festa. E o mesmo aconteceria com a irmã. Pediu que Sérgio e Amália ficassem de olho na garota por algumas horinhas e partiu para o centro de Vilamares, pronta para comprar algo que fosse charmoso e fresco ao mesmo tempo, já que o tempo parecia começar a esquentar. Vasculhou as lojas em busca de algo ideal e encontrou para si um lindo floral acinturado, em tons de azul e branco, com uma saia delicada e rodada, frente única. Possuía uma sandália não muito nova de salto alto, preta, que combinaria perfeitam