Ele só podia estar ficando louco. Louco! Estava ali naquela cidade para se curar, para reunir os pedaços de seu coração partido e colá-lo outra vez. Já era sua segunda parada naquela estranha e solitária road trip[1] de férias, e esperava não levar muito mais tempo para resolver aquele problema. A mamata não poderia durar para sempre.
Sendo assim, não conseguia compreender por que se preocupara com a garota, muito menos com a irmã. Elas não eram problema seu. Não eram sua responsabilidade. A única pessoa de quem deveria ter cuidado, protegido, traíra sua confiança e estava agora no fundo do poço.
Passara a sentir-se um pouco solitário nos últimos meses, mas talvez fosse melhor assim. Quanto menos pessoas entrassem em seu coração, menos riscos correria de se magoar ou decepcionar. Era uma regra básica que deveria ter aprendido há muito tempo.
Decidiu, então, refrescar as ideias em um banho demorado. Sentia o estômago roncar, mas teria que deixar para se alimentar no dia seguinte ou precisaria descer e encarar a mulher novamente. Então, depois do banho, decidiu deitar na cama e ligar seu laptop para checar seus e-mails.
Havia alguns na caixa de entrada, a maioria SPAMS, mas um em particular chamou a sua atenção. Era do baixista de sua banda, um de seus melhores amigos pedindo que ele entrasse em contato. Estavam todos muito preocupados e precisando fazer uma reunião para delinearem o futuro da carreira.
Mas Marcos não conseguia decidir o que ele próprio iria fazer no dia seguinte, como definir o destino de mais três pessoas?
***
Com a luz do sol batendo em seus olhos, Karen acordou. Ao olhar o relógio digital ao lado de sua cama, constatou que já eram oito da manhã. Era estranho, pois podia jurar que fechara a janela antes de ir deitar. Mas não demorou muito para constatar que fora Anne quem abrira todas as cortinas do quarto e agora estava trancada no banheiro, com o chuveiro ligado.
Decidida a não se indispor com a irmã, ela preferiu ignorar aquela demonstração de rebeldia e simplesmente arrumar a cama, esperando que Anne liberasse o banheiro para que ela também pudesse usá-lo. Enquanto isso, tentava organizar algumas coisas no quarto e percebeu que tudo estava muito mais bagunçado do que deveria. As roupas que Anne usara na noite anterior estavam espalhadas pelo chão; e o mesmo acontecia com algumas das roupas de Karen, que ainda estavam dentro da mala. Só de olhar para aquilo, Karen já sentiu vontade de chorar. Não deveria fraquejar em tão pouco tempo, mas jamais imaginara que seria tão difícil. Todas as vezes que sonhara em reencontrar a irmã, acreditava que ela lhe receberia com carinho, que se abraçariam e conversariam sobre todo aquele tempo que passaram separadas. Imaginara que logo ficariam amigas, que ela jamais estaria sozinha novamente. Mas fora apenas mais um sonho que não conseguira realizar.
Mesmo se sentindo mentalmente cansada, ela limpou e organizou tudo que estava bagunçado e sujo, e sentou-se na cama, lutando contra as lágrimas e contra a raiva, preparando-se para o momento em que Anne sairia do banheiro. Estava decidida a ter uma séria conversa com ela, mas assim que a viu, com os olhos vermelhos, usando uma blusa curta, que deixava seus hematomas visíveis, não teve coragem de confrontá-la, pelo menos não daquela vez.
Enquanto se perguntava o que viria a seguir, Karen viu Anne se jogar sobre sua cama, sem sequer tirar o tênis, e abrir uma revista, começando a lê-la, demonstrando muita atenção. Bem, ela, com certeza, não deveria estar nem um pouco interessada no que lia, apenas o fazia para que Karen não puxasse assunto, pois se tratava de uma publicação sobre museus e mostras de cultura da cidade, o que não parecia exatamente o gosto de uma jovem daquela idade.
Mas mesmo não notando qualquer simpatia na expressão ‒ pseudo ‒ concentrada de Anne, Karen tentou:
— Você vai descer para o café da manhã?
— Não estou com fome. — A resposta foi seca, sem nenhum tipo de emoção na voz.
— Tudo bem. Eles o servem até as onze; espero que mude de ideia até lá. — E saiu porta afora, na intenção não apenas de comer, mas também de dar um pouco de privacidade à menina, que parecia ser exatamente o que ela queria.
Contudo, Karen sabia que Anne não iria mudar de ideia. Ela poderia se revirar na cama de fome, sentir o estômago doer, roncar, mas não daria o braço a torcer. Ela era, infelizmente, muito parecida com o pai, ao menos naquele aspecto. Quando queria uma coisa, insistia até o fim, não importavam as consequências. E ela sabia, conhecia na pele a teimosia daquele homem.
Assim que cruzou a soleira da porta, logo viu a mesma senhora do dia anterior parada, encostada no corrimão, como se esperasse por algo ou alguém. Aquele instinto desconfiado e um pouco paranoico que ainda insistia em assombrar sua mente a fizeram especular se a mulher não estava exatamente esperando por ela. O que, claro, afastou imediatamente da cabeça. Era apenas uma senhora, completamente inofensiva, tentando ser simpática. Talvez ela fosse solitária, talvez simplesmente precisasse e quisesse um pouco de companhia. E isso, pelo menos, Karen poderia lhe oferecer. Bem sabia que também andava se sentindo mais sozinha do que nunca.
— Bom dia, senhora... — ela deixou no ar, como se quisesse saber seu nome.
— Amália. — A idosa preferiu informar apenas o primeiro nome. Era mais informal e dava menos chances para a moça descobrir a verdade de sua existência. De qualquer forma, não deixou de abrir um sorriso.
— Eu sou Karen. Vai descer para o café?
— Não, querida... eu nunca tomo café da manhã. Estava prestes a dar uma saída, mas lembrei que esqueci minha carteira. Preciso voltar para buscá-la. — Uma mentira atrás da outra. Um belo jeito de se começar uma amizade.
— Tudo bem. — Karen simplesmente balançou a cabeça em um gesto afirmativo, e já ia começar a se encaminhar para o andar de baixo, quando a senhora a chamou.
— Querida... — ele hesitou, mesmo depois de Karen já estar de frente para ela novamente. — Se precisar de qualquer coisa... qualquer coisa mesmo, estou por perto.
— Claro... a senhora também. Obrigada.
Sem entender nada, Karen finalmente seguiu seu caminho, mas não sem antes reparar algo muito estranho. Amália dirigiu-se à porta de um quarto, pronta para entrar e pegar as suas coisas, porém, era o quarto 203, o mesmo que fora dado ao homem misterioso na noite anterior. Ela não poderia estar hospedada ali. Então, afinal, quem era aquela mulher?
Havia muitos questionamentos em sua cabeça naquele momento, e Karen começava a se perguntar se fora realmente uma boa ideia se hospedar naquela pousada. Porém, já estava feito, então, decidiu mais uma vez esquecer.
***
Amália parou de fingir estar abrindo a porta assim que Karen desapareceu de seu foco de visão. Adoraria descer e fingir estar tomando café da manhã com aquela moça, mas o que diriam de Karen se a vissem falando sozinha? Seria desastroso e faria com que seus planos fossem por água abaixo.
Assim que se viu sozinha novamente no corredor, decidiu que era hora de fazer uma pequena travessura e ser bisbilhoteira. Ou melhor, entrar no quarto de Karen e Anne. Já que, naquele estado, conseguia atravessar paredes, aquilo teria que servir para alguma coisa.
A primeira coisa que viu foi que Anne buscava alguma coisa em sua mochila. Ela parecia quase desesperada, com pressa, como se não quisesse que alguém entrasse no quarto e visse o que estava fazendo. E esse alguém, claro, era Karen. Mas o que será que aquela menina tanto escondia da irmã?
Um celular.
Um celular foi exatamente o que ela sacou da mochila e ficou extremamente satisfeita ao encontrá-lo. Sem demora, discou um número. Pela contagem de teclas pressionadas, Amália pôde concluir que, quem quer que fosse o interlocutor daquela ligação, não estava em Vilamares.
— Oi, sou eu... — a menina sequer precisou anunciar seu nome. Seja lá quem fosse que a estava ouvindo, reconheceu a sua voz. — Não, eu estou bem. É só para avisar que não estou mais no orfanato. Estou com Karen. — Ela fez uma pausa. Com certeza a pessoa já tinha ouvido falar de Karen, pois ela sequer precisou explicar quem ela era. — Já disse que estou bem. Estou em uma pousada. — pausa. — Não, não vou te dizer o nome da cidade e nem da pousada. Acho melhor não aparecer. — Preciso desligar. Depois nos falamos. — E Anne sequer deu tempo para qualquer resposta, pois foi logo desligando o telefone.
Assim que a ligação foi terminada, ela guardou o celular novamente na bolsa, bem escondido. Amália ainda a observava.
Apesar de saber que deveria desaparecer dali, Amália ainda queria ficar observando-a por mais algum tempo.
Ela a viu andar de um lado para o outro, como se estivesse um pouco perdida. Talvez não estivesse acostumada com aquele pequeno luxo nem com liberdade. Mas não era apenas isso... O que Amália não sabia era que Anne estava com fome.
No dia anterior, almoçara com Karen no caminho até Vilamares, parando em um restaurante da estrada, mas não quisera comer muito para não satisfazer a irmã; e naquela manhã o sentimento era o mesmo. Sabia que estava fazendo pirraça, e que, com aquilo, a única prejudicada seria ela mesma, mas não podia evitar.
Porém, conforme o tempo passava, a dor só aumentava, e ela decidiu que poderia descer e fazer amizade com algum outro hóspede, podendo assim comer um pouco, mas sem dar atenção a Karen.
Abriu a porta, portanto, sem nem voltar ao banheiro para pentear o cabelo ou vestir uma roupa melhor, e saiu. Ao mesmo tempo, no quarto ao lado, outra porta bateu, e Anne viu um homem sair dela. Na verdade ela já o tinha visto chegando na pousada no dia anterior e podia jurar que era o homem mais lindo do mundo. Especialmente naquele instante, ele estava ainda mais atraente, mesmo para uma jovem que deveria ter metade de sua idade.
E ele também a viu. Quando aquele belo par de olhos azuis começou a fitá-la, instintivamente, Anne ajeitou os cabelos para dentro do rabo de cavalo, esperando que ele não percebesse aquele gesto de menininha. Ele, por sua vez, ao contrário dela, parecia estar elegantemente desarrumado. Em uma mão, cheia de anéis de prata, segurava uma jaqueta de couro, que parecia ser cara, enquanto a outra trancava o quarto, com duas voltas na chave.
Ele parecia disposto a passar por ela sem sequer lhe dar um bom dia, mas Anne não deixaria que isso acontecesse.
— Oi... — Ela se aproximou, o que o deixou um pouco desconcertado. Com certeza não esperava aquela reação, muito menos tanta ousadia.
— Oi?! — respondeu confuso.
— Eu sou a Anne.
— Olá, Anne. — ao cumprimentar, sem muito entusiasmo, tentou continuar a seguir seu caminho, mas ela insistiu.
— Você não vai me dizer o seu nome?
— Deveria? — Marcos sabia que estava soando um pouco grosseiro demais, mas era melhor assim. Talvez ela desistisse de fazer amizade e o deixasse em paz.
— Bem, seria educado. — Ela cruzou os braços na altura do peito, como se estivesse indignada. Foi então que tomou coragem e o encarou com mais atenção. Ele não lhe era estranho. Conhecia-o de algum lugar, mas tinha certeza que se já tivesse visto um homem como aquele pessoalmente, sem dúvidas não esqueceria. Só podia ser da televisão. Rapidamente tentou vasculhar dentro da memória e lembrou-se: — Caramba, você não é o guitarrista da Castelos de Areia! Eu amo essa banda.
Marcos ergueu uma sobrancelha. Imaginou que acabaria sendo reconhecido em um momento ou outro, mas nunca suspeitou que seria uma adolescente a chegar àquela conclusão. Os fãs de sua banda costumavam ser um pouco mais velhos, os órfãos do bom rock dos anos 80, já que seu estilo era mais voltado para Titãs e Engenheiros do Hawaii.
— Não foi o vocalista que morreu recentemente? Puxa vida, eu sinto muito. O cara era super bom.
Ah, merda! Ser reconhecido, tudo bem, mas ela precisava estar tão bem informada? Odiava tratar mal uma fã, mas queria distância daquela história. Fora por isso que decidira se refugiar ali, não fora? Então, fugir seria a opção mais segura.
— Olha, Anne, eu estou com um pouco de pressa agora, mas depois conversamos, tudo bem? — E com isso, ele lhe deu as costas, mas ainda a ouviu chamá-lo atrás, parecendo segui-lo:
— Não vai nem tomar café da manhã?
Marcos preferiu não responder, mas apressou seu passo, descendo a escada de dois em dois degraus.
Fugir de uma adolescente. Que patético ele estava se tornando!
[1] Viagem de carro pela estrada.
Havia vozes animadas conversando, o tilintar de copos, pratos e xícaras encostando uns nos outros, havia risadas e um cheiro delicioso de pão fresquinho no ar. Karen estava no paraíso. Era bem verdade que preferia que Anne estivesse ali com ela, sentada à mesa, comendo com vontade e começando a se abrir; ou pelo menos apenas conversando sobre qualquer coisa. De fato, estava tão preocupada por ela não comer que nem se importaria se ficasse somente em silêncio. Já havia descido há pelo menos quinze minutos e estava ansiosa, sempre olhando para a entrada do pequeno salão que servia como restaurante, ainda acreditando que ela iria aparecer. Contudo, um rosto familiar apareceu no lugar da adolescente. Era Sérgio, parecendo muito bonito com sua blusa polo branca
Anne não voltara para o quarto, porém, Karen não estava preocupada, porque conseguia enxergá-la na piscina, tomando sol. Usava um maiô um pouco gasto, mas que com certeza fora escolhido estrategicamente para esconder seus hematomas, cuja origem ela ainda desconhecia. Enquanto a menina estivesse ali, tudo estaria bem, e ela precisava concordar que aquele quarto, talvez, fosse pequeno demais para elas. O silêncio entre duas pessoas podia ser ainda mais sufocante do que a solidão, mais torturante do que os gritos e as discussões. E cada vez que Anne lhe dirigia um olhar indiferente ou que lhe cuspia uma de suas palavras ríspidas, Karen sentia-se morrer um pouco. Não era uma morte de corpo, era seu espírito que morria lentamente. Seu único propósito na vida sempre fora recuperar a irmã, cumprir a promessa que fizera par
Já que tinha uma festa para ir, Karen decidiu que seria uma boa hora para comprar algo novo para vestir. Para si mesma e para Anne. Odiava fazer gastos desnecessários, mas sabia que se revirasse sua mala de cima a baixo não encontraria nada legal para uma festa. E o mesmo aconteceria com a irmã. Pediu que Sérgio e Amália ficassem de olho na garota por algumas horinhas e partiu para o centro de Vilamares, pronta para comprar algo que fosse charmoso e fresco ao mesmo tempo, já que o tempo parecia começar a esquentar. Vasculhou as lojas em busca de algo ideal e encontrou para si um lindo floral acinturado, em tons de azul e branco, com uma saia delicada e rodada, frente única. Possuía uma sandália não muito nova de salto alto, preta, que combinaria perfeitam
Capítulo Quatro Bem, não era exatamente o que ela imaginava. O mar não tinha ondas, apenas marolas, e a praia era tão pequena que mal poderia caber uma família inteira. Mas o que ela poderia saber sobre uma família, se jamais tivera uma, pelo menos não uma que fosse normal. O cheiro e o barulho do mar eram inebriantes. Sentada na areia, sem nem se importar se iria estragar ou sujar o belo vestido, que ganhara de presente de alguém que ela nem sabia quem era, Anne contemplava o horizonte. Nunca tivera oportunidade de ver o mar, o que poderia ser considerado um absurdo, afinal nascera e crescera no Rio de Janeiro, mas a verdade era que ela sequer havia começado a viver. Não queria pensar que sua irmã fora responsável por qualquer coisa boa, porém, precisava admitir que aquele er
Já era quase meia-noite, e Karen olhava de um lado para o outro, procurando por Anne. Perguntara para algumas pessoas, inclusive para Tauan, o menino que estivera conversando com ela horas atrás, mas ele também não a vira desde que o deixara praticamente falando sozinho. Karen também presenciara a cena, mas pensara que Anne iria para o quarto, porém, estivera lá e nada. Estava vazio. Decidida a procurá-la, começou a sair da pousada, mas Sérgio veio correndo em sua direção e a chamou. — Ei, está na hora de partir o bolo. — aproximou-se sorrindo. — Eu sei, mas a Anne desapareceu. Outra vez. — mostrou-se desanimada. &
Embora não conhecesse nada de Vilamares, ela podia acreditar que eles já tinham percorrido a cidade inteira e todas as praias da região. Marcos acreditava que a menina deveria ter ido a uma delas, já que Karen suspeitava que Anne nunca tinha visto o mar. Era estranho ela simplesmente suspeitar coisas sobre a irmã que deveria conhecer muito bem. Quando Anne nascera e que Karen tivera a oportunidade de contemplar aquele bebezinho pequeno e delicado, jurou para si mesma que jamais permitiria que alguém lhe fizesse mal. Prometera que estaria ao seu lado a cada choro, a cada riso, que a aconselharia e a guiaria para o caminho correto, mas o destino quis que tudo acontecesse de uma forma diferente. Agora, depois de tanto tempo, ela esperava que ainda tivesse tempo suficiente para reparar os erros do passado.&nb
E realmente conseguiu. Quando chegaram ao automóvel, Karen estava quase chorando de dor, mas manteve-se firme. Coisa que Marcos não deixou de reparar. Aquela mulher tão pequena era muito mais corajosa do que ele poderia imaginar. E também era muito silenciosa, mas isso ele até achou preferível, pois não tinham muito o que dizer, especialmente com a adolescente rebelde no banco de trás. Assim que chegaram à pousada, Anne saltou do carro furiosa e disparou escadas acima, abandonando Karen e Marcos sozinhos. — Ela é bem difícil mesmo — Marcos comentou, completamente sem paciência. — Não sei mais o que fazer... — Karen levou ambas as mãos ao rosto, m
Anne nem sequer pregara o olho. Trancara-se no quarto, porque tudo o que queria era chorar, mas sem que Karen a visse. Não queria demonstrar fragilidade. Abriu a porta, decidida a usar o único banheiro do quarto, depois de passar a noite inteira segurando o xixi só para não sair de seu refúgio, e a primeira coisa que viu foi uma trilha de pequenas gotas sangue que percorria uma boa parte do chão marfim do quarto, parando no banheiro. Não era nada absurdo, longe de uma hemorragia, mas na visão de uma adolescente assustada, mais parecia que alguém tinha sido esfaqueado. A menina ficou apavorada, certa de que alguma coisa muito ruim tinha acontecido com sua irmã. Deixando o orgulho de lado, correu na direção do banheiro e começou a esmurrar a porta, c