Capítulo 2 Amo voces!!!

Jessica Green

Até que enfim em casa, puxa como o metrô estava lotado, ainda de quebra precisei passar no mercado, vida de quem trabalha e pouco para em casa. Nada como um banho para relaxar e revigorar, agora sim, (Just the way you are – Bruno Mars) tocando no mp3, fogão ligado e uma taça de vinho Cabernet Sauvignon, não poderia ter escolha melhor.

Volto para a minha cozinha, que é pequena, mais muito funcional e vamos que vamos preparar algo para comer.

Quando meu pai me falou, para eu não me preocupar, que o imóvel que ele havia adquirido era muito bom. Óbvio, o que ele levou mais em conta, foi minha segurança, porém, com o conforto que precisava, minha casa é do tamanho perfeito, nem muito grande nem pequena demais!

Meu Deus como é difícil, sempre deixei que meus pais me ajudassem, acho que para compensar um pouco minha ausência, o fato de não estar com eles, sempre fora de casa, estudando e correndo, para ser a melhor em tudo o que fazia ou tentando ser.

Mas depois de tantos anos, acabei cedendo ao apelo do meu pai em me “disponibilizar” um apartamento, que eu iria dividir com Sam (Samantha Robson – minha melhor amiga e irmã que eu escolhi para a vida).

Finalmente ao adentrar no prédio e ver tudo o que me oferecia, só pude agradecer ao meu pai por ter preparado o melhor.

Tempos atrás estava eu, dividindo uma casa com as amigas na faculdade, passei seis anos ali e agora tudo isso aqui é só meu e da Sam. Ao terminar a faculdade, como já estava na Trully Corporation, só faltava mesmo meu cantinho, e que cantinho meu pai me reservou.

Tudo fica no seu devido lugar, não me deparo mais com aquela festival de calcinhas no banheiro penduradas no registro do chuveiro, até porque disponho de três suítes e cada uma agora tem seu próprio banheiro, ter seu próprio espaço não tem preço.

Mesmo assim, ainda não me acostumei com o silêncio, por este motivo cultivo o hábito de sempre estar com meu mp3 à mão.

No entanto, estou aprendendo a me virar na cozinha, Sam era quem mandava bem cozinhando, eu sempre me aventurei para não passar fome, meus dotes são outros, mas enfim, morando sozinha, ainda não posso ter o luxo de uma cozinheira e vamos que vamos... afinal é o custo de ser independente .No entanto, estou me redescobrindo, com esses sites de culinária, acabo aprendendo algumas coisas e descobri que cozinhar não é nenhum bicho de sete cabeças, basta deixar a imaginação seguir e claro, uma boa receita também ajuda, bendita internet!

Se existissem quando papai ficou internado e mamãe precisou se ausentar, teria me tirado de muitas furadas. Mas pude contar com a ajuda da tia Beth, que cuidou de mim enquanto papai se recuperava; dias difíceis foram aqueles.

Ah, lembrei, fiquei de ligar para mamãe, acho que ainda os pego acordados.

– Mamãe sou eu!!!

– Filha, que saudade! Como você está? O trabalho? Eu e seu pai gostamos da sua dica daquele filme que você nos recomendou, é de tirar o fôlego!!! (risadas) Vou colocar no viva voz para seu pai também falar com você.

– Minha menina! Que falta eu sinto de você!!! (Nossa meu pai, John Green, sabe como me desarmar, passam–se os anos e meu pai não muda, já cresci, sou adulta, estou com vinte e três anos e para ele, não passo de uma menina).

– Também sinto papai, que alegria ouvir vocês!

– Está tudo bem com você, hein, minha menina?!? (Meu pai como sempre preocupado ou sendo apenas pai, ainda não me decidi (risos))

– Esta sim papai, só fiquei mesmo de dar um oizinho e saber como vocês estão.

– Nossa filha, o caçula da Senhora Cruz, ainda não voltou para casa, ela me falou que da última vez que escreveu, só faltava mais duas semanas e logo voltaria, porém, já se passaram três semanas e nada. Filha não sei como ela suporta tudo isso, sei que é pelo bem da nossa nação, que se faz necessário, porém, me compadeço da senhora Cruz e com cada mãe, filha e esposa de um soldado que vai a guerra por seu país.

– Julia, deixa esse assunto para lá, a menina não ligou para saber do filho de nossa vizinha e nem tão pouco, quer saber da sua preocupação e solidariedade para com elas. Você não foi lá e levou um pouco de carinho junto com aquela torta de limão?!?!

– Torta de limão?!?! Aquela que eu ensinei a receita para senhora, que aprendi em um site?!?!

– Sim minha querida, a Senhora Cruz amou, até me pediu a receita.

– Vocês duas parem, quero saber mesmo como você está minha menina. Como está sendo essa nova experiência como assistente da Trully Corporation? Foi um pulo e tanto, mas sei da sua competência e o quanto gosta do que faz.

– É verdade papai, essa é uma oportunidade super importante em minha Carreira, a Jey Trully me deu uma grande espaço e até onde posso ver, estou correspondendo com suas expectativas, tenho comparecido a eventos onde ela não pode estar. Sua confiança é tamanha, pois muitos desses lugares são onde encontramos novos clientes, que ao conhecerem nosso trabalho se interessam e assim, sempre conseguimos capitalizar novos projetos. Amanhã mesmo, vou representá-la numa exposição de um artista novo, trabalhamos em toda divulgação desse evento e vou, para ver de perto, o resultado final.

– Minha menina, sabemos da sua competência no que faz e se chegou até ai, foi por mérito e esforço pessoal. Estamos orgulhosos por você e por tudo o que faz!

Ai, meus pais são o meu porto seguro, meu olhos se encheram de lágrimas, mas não vou chorar e antes disso, decido desligar, afinal já basta à distância.

– Amo vocês!!!

– Também te amamos!!!

– Se cuida minha menina

– Beijos, minha querida.

E desligo.

Volto para minha vidinha, que delicia amar e ser amada.

Meus pais são os melhores do mundo, como sou abençoada por ter eles cuidado de mim.

Aumento o som e me entrego às panelas.

Preciso comer e depois dormir, amanhã será mais um dia...

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