Jessica Green
Nada como dias comuns para receber o bálsamo merecido.O que aconteceu na quarta feira na exposição, já estava sendo digerido, o restante da semana seguia tranquilo e sem grandes novidades.Ali estava eu, esperando a Sam para almoçarmos juntas.Momentos depois, ela já estava ao meu lado no Cloud Bistrô onde eu havia feito nossa reserva.Nos acomodamos e realizamos nosso pedido.Desde que concluímos nossos estudos, ao menos uma vez por semana nos encontramos para almoçar, ou para jantar ou apenas para farrear. Sempre damos um jeitinho de ganharmos um tempinho juntas, para que o papo sempre esteja em dia ou até mesmo usamos esse tempo para relaxar e dar boas risadas.Sam é minha amiga desde a pré–escola, a partir daí, não conseguimos nos desligar, nos conhecemos muito bem e sabemos reconhecer quando algo não vai bem com a outra.Ao me ver sentada a mesa já foi logo perguntando:– E aí, como está sendo seus dias, quase não nos vemos mais, mesmo morando na mesma casa… depois de terça–feira não paramos para conversar, quando eu chegava, você saia, ou quando eu chegava você já estava dormindo.– É verdade, Sam, hoje já é quinta–feira e se não tivéssemos marcado esse almoço, só nos restaria o final de semana e olha lá.– Acho que nem o final de semana. Estou embarcando no sábado de manhã, aquela viagem que te falei, preciso apresentar aquele projeto e a equipe vai passar o final de semana comigo avaliando. Só volto na segunda à noite.– Puxa Sam todo esse tempo sem você, caramba, vai ser complicado ficar sozinha… mas tudo bem, sei o quanto se faz necessário e isso faz parte do teu trabalho… vou aproveitar e organizar uma maratona de séries e alguns livros, ao menos assim, coloco essas coisas em dia.– Também sinto, achei que poderíamos ir ao shopping ver aquele filme e depois comer alguma coisa, para relaxar, mas quem sabe semana que vem.– Foi o que pensei também… estávamos esperando tanto esse lançamento… vou ver o que farei, tenho alguns trabalhos para analisar, e posso levar para casa; vou trabalhar neles para semana que vem… podemos deixar o cineminha e as gordices para o próximo final de semana.– Legal… agora me fala, já superou o gato delícia da exposição?Senti meu rosto como se estivesse queimando, era incrível como aquela situação ainda mexia comigo, comecei novamente a contar algumas coisas para Sam.As palavras pareciam me fazer reviver tudo aquilo, meu corpo ainda emanava aquela vibração toda, já havia conhecido outros caras, mas jamais tinha sentido aquilo.Sam me ouviu o tempo todo, palavra por palavra até soltar:– Jesse que homem foi esse, nunca ouvira nada parecido! Parece que você está até fantasiando, porque jamais me deparei com alguém assim!– Não sei Sam, também nunca passei por isso! Até então, eu também nunca havia visto.– Você acha que ainda pode encontrá-lo?– Acredito que não, estávamos num lugar público e a chance disso acontecer é uma, em um milhão!– Bem que eu gostaria de ter uma experiência como esta, mas acho que sou apenas uma reles mortal. Pois a verdade, é que eu não iria deixar passar batido, iria abusar e me lambuzar todinha.Caí na risada, porque Sam é totalmente fora da caixinha.E levantamos um brinde as coisas impossíveis e improváveis!Olhei o relógio e nossa já estava atrasada, pedi nossa conta e saímos correndo. Porque não queira estourar meu horário de almoço.Ficamos de sair no próximo final de semana para ver o filme e encher a cara com gostosuras.Passamos rapidamente por uma pessoa, que com minha pressa, mal dei atenção, pois estava em cima da hora. Entretanto, senti algo, quando por acaso, minha mão resvalou na dela. Mas só me dei conta quando já estava quase na porta.Esquisito?!?Estou vivendo coisas bem estranhas, melhor deixar para lá.Na saída, nos despedimos e combinamos de nos ver em casa mais tarde.Corri rumo ao escritório, tentando entender porque ando sentindo coisas estranhas.O que será que está acontecendo comigo?!?Bom, melhor deixar para lá. Por hora não terei resposta mesmo, melhor cuidar do que preciso.Mas à tarde ainda estava cheia de coisas inesperadas…Marcus StrausAo adentrar ao Arnold Bistrô passei por duas moças que saíam apressadamente, mas ao sentir o toque de uma delas, meu corpo reverberou uma sensação diferente, algo me chamou atenção aquela sensação, a intensidade daquela corrente elétrica, ah, o que está acontecendo com você Marcus?!?!Já bastou aquilo que aconteceu na exposição, jamais senti uma energia tão grande, que ao relembrar sinto com se ela pudesse me dominar por completo.Quando dei por mim, já estava sentado na mesa e acabei me deparando com uma agenda.Nossa, alguém havia esquecido.Mas quem?!?Olhei para os lados em busca de alguém a quem pudesse pertencer, mas acho que a pessoa já devia estar longe. Peguei-a em minhas mãos, mas antes de chamar o metre e entregar, inesperadamente dela caiu uma fotografia, havia ali a imagem de duas moças e qual não foi minha surpresa, ao pegar a foto em minhas mãos.Era a moça da exposição!Meu coração acelerou, aquela energia começou a reverberar pelo meu corpo com a simples imagem da moça da fotografia.Mesmo sabendo que não tinha direito de invadir aquele espaço, respirei fundo e abri a agenda, mesmo sendo inoportuno, mas dada as circunstâncias, era a única forma de saber a quem ela pertencia.E ali diante de mim, estava seu nome e tudo o que precisava para encontrá-la. Sem me dar conta, comecei a folhear as páginas da agenda, tinha todos os compromissos dela com seus horários, era uma agenda profissional e vi várias anotações importantes.Não me senti muito à vontade com aquela invasão, mas o desejo por mais informações me dominava.O que está acontecendo comigo?!?!Não estou me reconhecendo, tudo bem que saí em busca dessas informações, de saber quem era a moça e tudo mais, entretanto, não consegui.Helena tentou encontrar, mas as informações eram vagas.E quando menos espero, em minhas mãos, estão os dados que tanto queria.Peguei meu telefone:– Helena, ligue para esse número que vou te passar e diga que já está enviando um courrier para entregar a agenda da senhorita Jessica Green, anote o endereço que vou lhe passar… sim, vou precisar de um entregador... Isso… exatamente, faça como te falei e seja rápida.Não se passaram cinco minutos e Helena me retornou.Aqui estão os dados que tanto queria: Jessica Green, seu nome, trabalha para as empresas Trully Corporation, é assistente de Jey Truly, agora está muito mais fácil.Tenho tudo o que preciso para ao menos, revê–la uma única vez.Que sorte a minha, vir para um almoço de negócios e essa agenda cair no meu colo assim!Vamos lá Marcus, você precisa se concentrar, afinal esse almoço é de trabalho, e meu cliente acabara de chegar…Jessica Green Como voltar a minha rotina sem pensar naquele homem, chego a achar que estou precisando esfriar os sentimentos, as emoções. Esse homem não me sai da cabeça, que coisa! Nunca me vi vivendo algo assim, grudento demais, inoportuno demais, chato para caramba! – Relaxa Jesse, você precisa se concentrar (falo para mim mesma).– Aff, mas está difícil. Que sonho foi esse que tive noite passada... De repente me vejo numa sala, rodeada por lindos e aconchegantes móveis, uma mistura do colonial com moderno, à minha direita um lindo sofá branco em forma de C, tenho a impressão dele poder aconchegar umas dez pessoas muito à vontade e inesperadamente, sou despeça por uma linda melodia (1). Saio em busca de onde poderia vir aquele som e me deparo com um piano negro de cauda. Aquela melodia começa a me envolver, sou atraída por aqueles acordes magníficos que saem do piano, meus pés começam a percorrer o caminho até me aproximar dele. A cada passo, meu corpo começa a se render aque
Marcus StrausPronto, terminei por hoje, afinal, tenho algo muito importante a fazer. Estou bem esquisito, já tive tantas mulheres, me relacionei com algumas, me mantive sempre distante o suficiente, para não me envolver com tantas outras e não criar relacionamentos duradouros.Não que isso irá mudar, acredito que depois dessa conversa, iremos seguir nossas vidas. Sempre estive longe dessas chorumelas e melodramas, sem saco ou paciência para essas esquisitices. Mas agora estou eu, enfeitiçado por uma mulher! Como pode um homem feito como eu, estar assim, embasbacado por uma simples mulher. Não estou em busca de me envolver com ninguém, nem nada parecido, o que dizer sobre me relacionar, quero continuar assim, solteiro, livre e dono do meu destino.Porém, tenho que admitir que a senhorita Green mexe com minha cabeça, meus sentimentos ficam estranhos e o que dizer do meu corpo, ele fica de um jeito que não me reconheço. Ela não é só linda, mas ao que me parece, inteligente também, a
Jessica GreenUma moça se aproxima, cumprimenta com um largo sorriso e nos serve. O lugar é aconchegante. Passei pela pista de dança que fica no meio do salão, este lugar me faz lembrar de alguns pubs londrinos.Eu e Sam, fomos para Londres, na viagem de formatura. Mas este lugar aqui tem um pouco mais de requinte do que os lugares que conhecemos na viagem. Nossa mesa fica numa área privativa, muito embora bem localizada, temos visão da pista e do bar onde algumas pessoas se divertem. Hoje é sexta–feira, muita gente sai para se distrair. Sam irá gostar desse lugar, vou mencionar a ela, quem sabe não possamos vir aqui jantar.Não vou deixar me intimidar, afinal, de tímida não tenho nada se bem me lembro, e antes de tudo sou profissional e esse é um jantar de negócios. – Então, Senhor Straus, trouxe alguns prospectos que gostaria que visse, afinal, fomos sondados por sua corporação e apenas agora ganhamos a confiança de demonstrar nossa ideia, em como realizar o lançamento da nova
Jessica GreenNossa, caramba, nem consigo abrir os olhos, parece que alguém aqui deu uma boa extrapolada.É isso que dá, nem percebi, mas bebi sozinha tudo isso! Sobre a mesa de centro estava uma garrafa de Cabernet Sauvignon e no balcão da pia, mais duas. Nossa, dei uma boa exagerada, quero ver a conta dessa estrapolia. Agora entendo como consegui dormir.Saio, rumo a tomar um banho, hoje é sábado e nem sei o que fazer. Não planejei nada para o meu final de semana.Antes, passo pela cozinha, preciso de um bom café, afinal, essa ressaca, meu Deus, como consegui beber tanto?!?Me empurro rumo ao banheiro, abro a ducha e me deixo envolver pela água quente. Preciso dessa renovada que um bom banho pode causar a alguém que rompe com seus limites. E que limites rompi noite passada, gente, fui me deixando levar pelo vinho e agora estou eu aqui, tentando me refazer para não perder meu sábado. Vou dar uma caminhada, depois passo na rotisseria e vejo algo pra comprar para trazer para casa,
Como ele pôde se aproveitar dessa maneira???Parece que ele não está me ouvindo, parece alheio ao que estou falando, de repente, se vira e entra em seu carro que está estacionado bem a nossa frente. Mantém seu silêncio e posso ver em seus olhos, antes de entrar em seu carro, a incerteza, esperando apenas um posicionamento meu e a angústia começa a ser visível. Me rendo, baixo a guarda, mesmo porque, foi apenas um beijo, ele não me arrancou nenhum pedaço, não levou nada de mim embora. Foi apenas um beijo e nada mais!E em sua quietude, ele entra em seu carro e sai. E ali estou eu petrificada, dura, estática, sem saber o que fazer. Acho que não entendi?!?Ele vem atrás de mim, me segue, me beija e depois sai sem falar… nada! Absolutamente… nada! Respiro fundo, procurando me acalmar. Volto na loja, entrego os livros e vou embora, preciso me refazer. Não entendi nada, o que foi isso??? Preciso da Sam, mas sei que só a terei na segunda, preciso me aguentar até lá. Nossa quanto mais
Jessica GreenAs oito horas em ponto meu interfone anuncia: “Ele chegou”. Agradeci a portaria e fui conferir o resultado de tanta briga com o espelho. Acabei aceitando a dica da Sam e colocando o vestidinho rosa com alcinhas finas e aquele salto agulha combinando, realçava meu busto, porém nada indiscreto. Apanhei minha bolsa e fui, rumo ao elevador. A briga com a ansiedade já havia começado bem antes, quando os ponteiros do relógio mostravam a proximidade das horas, e por fim, o carro com o motorista me esperando, e cá estou eu, nervosa! Sinto minha respiração presa, pareço uma menininha inexperiente, não uma mulher resolvida e prática.Estou aquém do que costumo ser e isso leva meus nervos a frangalhos. Respiro fundo ao me deparar que o térreo é o próximo andar. Sai tentando maquiar meu nervosismo, comprimento o porteiro do prédio com um sorriso cordial e vou até a saída.Vejo–me aguardando o motorista das Indústrias Straus, caminho até ele. – Boa noite Ben!– Boa noite, senh
O amor é um sentimento… Dê–me–o quando eu quiser… Porque estou em chamas… Supra meu desejo… Dê–me–o quanto quiser… Fale comigo, mulher… Entregue–se a mim… Entregue–se a mim... (Give it in to me – Michael Jackson) Marcus StrausNossa, como ela está linda!Demasiadamente… linda!!! Esse vestido… esse vestido, me faz ter inúmeras ideias não muito apropriadas para este momento, mas por um outro, quem sabe?!? Se eu tiver oportunidade essa noite, ahhh… farei ela conhecer do que sou capaz de fazer com aquele corpinho tão delicado e incrivelmente gostoso. Poderei lhe mostrar literalmente o que é prazer de verdade, se eu tiver essa oportunidade, não tenha dúvida do que serei capaz de fazer. Meu amigão parece concordar comigo e ao que percebo, está eufórico com as possibilidades que possam surgir. Ela é malditamente… deliciosa! Que mulherrr!!! Perfeita! Malditamente… perfeita!!! Uma perdição de mulher! Marcus, Marcus… o que está acontecendo com você, cara???Estou me desconhecendo, essa
Marcus StrausMe coloco em pé para apoiá-la enquanto se senta. Como essa mulher é linda, meu Deus! Ela é disparadamente linda demais! Um primor de mulher!Marcus, Marcus… cara, se liga man!!!Preciso me desligar um pouco disso, ou poderei colocar as coisas a perder. – Mais vinho, Jesse? – Por favor, obrigada! – me diz, com um sorriso, que não me ajuda muito nessa jornada de calmaria. Meu amigo está parecendo um tsunami pronto para invadir toda encosta.Droga! Aperto minhas pernas, mostrando para ele que ainda estou no controle das coisas aqui em cima. Preciso administrar as coisas, ou vai tudo para o ralo. Sirvo–nos mais um pouco e continuo nossa conversa.– Por um momento achei que você não fosse aceitar meu convite para esse happy hour… Até porque, a forma que terminou nosso encontro inesperado hoje a tarde, não me dava esperança de ter sua companhia. – Sendo bem sincera, até cogitei em declinar do convite, isso passou sim pela minha cabeça, em não aceitar, enfim… mas achei