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Capítulo 9 Reunião mais, digamos, proveitosa!

Jessica Green

Uma moça se aproxima, cumprimenta com um largo sorriso e nos serve.

O lugar é aconchegante.

Passei pela pista de dança que fica no meio do salão, este lugar me faz lembrar de alguns pubs londrinos.

Eu e Sam, fomos para Londres, na viagem de formatura. Mas este lugar aqui tem um pouco mais de requinte do que os lugares que conhecemos na viagem.

Nossa mesa fica numa área privativa, muito embora bem localizada, temos visão da pista e do bar onde algumas pessoas se divertem.

Hoje é sexta–feira, muita gente sai para se distrair.

Sam irá gostar desse lugar, vou mencionar a ela, quem sabe não possamos vir aqui jantar.

Não vou deixar me intimidar, afinal, de tímida não tenho nada se bem me lembro, e antes de tudo sou profissional e esse é um jantar de negócios.

– Então, Senhor Straus, trouxe alguns prospectos que gostaria que visse, afinal, fomos sondados por sua corporação e apenas agora ganhamos a confiança de demonstrar nossa ideia, em como realizar o lançamento da nova rede de lanchonete que sua empresa adquiriu… Tenho aqui os esboços e os releases de que precisa para conhecer a ideia da campanha que iremos realizar. Todo material está aqui, basta apenas me dizer o que quer ver primeiro?

Ele fica ali parado me observando, absorto a tudo o que disse.

Não tenho ideia do que estava pensando, ele me observa e de repente dá um gole no vinho que partilhamos, se mexe na cadeira, sem tirar seus olhos de mim.

Ele não faz menção de nada, não me diz o que quer ver, nem tão pouco me dá ideia do que possa apresentar.

Depois de algum tempo bebericando seu vinho, começa a falar:

– Muito bem colocado senhorita Green, isso tudo é altamente profissional da sua parte… claro que verei cada um dos documentos, prospectos, releases e se é tão bom assim quanto diz, será bem interessante para mim e para as empresas Trully essa parceria… Por ser uma aquisição recente, quero um lançamento original. Onde possamos trazer a nossas lanchonetes as famílias, além da garotada que já nos conhece.

Ele me olha com uma seriedade tão profunda, sério e compenetrado, preciso beber um pouco, sua presença tende a me intimidar e não posso me deixar ser levada.

Não posso perder para ele.

– Antes de vermos esses prospectos e tudo mais, me fale de você?

– Como assim… falar de mim?!?! (acabo soltando, pela surpresa da pergunta ).

– Sim de você, faz tempo que trabalha nessa empresa?

Bom, ele deseja uma conserva mais informal, então tá!

– Sim, faz cinco anos.

–Hum, cinco anos trabalhando para os Trully.

Bebo mais um pouco do meu vinho enquanto ouço seu comentário, tento buscar um pouco da calmaria que estou precisando.

– Como foi seu início?

Nossa, essa conversa está bem esquisita, mas enfim, se é casualidade que ele quer, é o que terá!

– Estava faltando um ano para terminar a faculdade e me candidatei a um estágio nas empresas Trully, nesse período fui galgando espaço, conquistando lugar e ganhando a confiança das pessoas as quais trabalhava e hoje sou assistente da Jey Trully.

– Bom, a senhorita deve ser muito competente no que faz para estar aqui comigo?

E lá vamos nós para mais um pouquinho de casualidade.

– Acho que sou e por também estar bem familiarizada com o processo do projeto, pois tenho trabalhado no desenvolvimento do mesmo com toda equipe e assim, a senhorita Jey me enviou para estar aqui.

– Faz tempo que mora na cidade?

Agora isso… esta conversa está parecendo entrevista de emprego, mas eu não estou atrás de nenhum emprego, o que ele quer com isso?!? Respirei fundo e respondi.

– Sim, moro.

– Com seus pais, é claro.

Aff. Onde ele quer chegar com esse papo?!?

Mas já que comecei…

– Não, moro com uma amiga.

– Hum!

Ele pega seu copo e continua degustando... Ainda bem que as perguntas parecem ter acabado ao menos, é o que parece.

Ele continua ali, me observando, quieto.

Saio bebendo meu vinho também, porque não vou ficar à toa, parecendo uma pessoa inexperiente.

Que situação!

Por fim, acabaram nos servindo o jantar, mas ele nem havia dado atenção aos documentos que apresentei.

E como se lesse meus pensamentos:

– Senhorita Green, desculpa, mas acho melhor primeiro jantarmos e depois vamos aos documentos e tudo o que tiver para me mostrar.

Será que ele não me reconheceu mesmo, ou está fingindo?

Já não tenho tanta certeza assim!

Ele parece bem alheio a mim, age como se nunca tivesse me visto. Por um momento até achei que ele poderia estar blefando, mas agora, já não sei ao certo.

Continuei ali, parada sem saber o que fazer, jamais estive numa situação semelhante.

Ele começou a contar sobre a história do vinho que bebíamos, da comida escolhida para jantarmos, enfim, parecia bem à vontade, enquanto eu estava ali, sem nem consegui respirar direito, afinal, a eletricidade, as coisas que tomaram conta de mim naquela exposição, começaram a se manifestar de forma inadequada e inesperadamente, estava sendo muito difícil conter.

Quanto mais ele falava, mais eu viajava em seus lábios, seu rosto.

Que pele macia, olha quando ele sorri, tem covinhas, se eu pudesse beijá–lo! Tocar aquele cabelo, me perder naqueles braços.

– Senhorita, já esteve na Itália?

– Hum, o que?!?... desculpe não entendi?!?!

Droga, pega viajando nos meus pensamentos.

Recorro a taça de vinho para desviar o embaraço.

– Já esteve na Itália? Lá em Milão tem um restaurante divino, onde fazem o melhor Fettuccine que já comi, quando tiver oportunidade, não deixe de visitar.

Ai meu Deus!

E eu por acaso estou preocupada em saborear sei lá o que, sei lá onde, quando aqui na minha frente eu tenho o melhor prato existente!

Quando aqui bem na minha frente tem sim, o senhor Fettuccine, o melhor dos Fettuccines… e que Fettuccine!!!

Se assim posso dizer!

Dio Mio!!!

Ele continua conversando e eu ali, delirando na conversa.

Quando terminamos nossos pratos, ele dá um gole em seu vinho e me diz:

– Tudo bem, senhorita Green, podemos falar sobre o projeto.

Sobre o que???

Ah, o projeto!

Respirei fundo, mergulhei no meu vinho para criar coragem e comecei. Relatei todo o processo, ele pediu que os pratos fossem retirados, recusei a sobremesa, pois se eu parasse não conseguiria terminar e ele também não quis sobremesa.

Foi me ouvindo, prestando atenção em cada palavra que eu dizia, em cada explicação que eu falava.

A cada gesto, a cada movimento meu ele me seguia, quando enfim finalizei toda apresentação.

– Bom, então é isso aqui, tudo o que lhe expliquei e todos os dados, pesquisas estão aqui diante do Senhor.

Ele permaneceu em silêncio, mexendo em algumas pastas vendo alguns dados e por fim me disse:

– Senhorita Green, estou impressionado com expertise a qual a senhorita me relatou todo projeto, fico feliz pela Trully Corporetion ter uma colaboradora assim… isso demonstra o quão boa deve ser a empresa, para poder numa reunião importantíssima como essa, enviar uma pessoa com o seu conhecimento.

Fiquei roxa, passei do vermelho de imediato, por meus neurônios.

Vou sair voando daqui a pouco.

– Por fim, acho que estamos num bom caminho, vou levar toda essa documentação, verei tudo com a minha equipe, acho que já avançamos bem, aguarde um contato meu.

Agradeci, afinal, por mais difícil que fosse a situação, eu precisava ser muito profissional.

Terminamos nossa bebida, fiz menção ir embora e ele me acompanhou até a porta do restaurante, onde seu motorista me aguardava.

– Foi um prazer Senhorita Green, espero que em breve, possamos nos encontrar novamente.

– Se o projeto seguir adiante, muito possivelmente iremos nos encontrar… Obrigado pelo jantar, Sr Straus e boa noite!

Segui em frente, doida para olhá-lo mais uma vez, porém resisti, afinal “preciso manter minha imagem executiva”.

Foi uma luta gigantesca não olhar para trás para vê –lo, dar aquela espiada básica sabe. Mas segurei firme a vontade e fui até onde Ben me esperava.

Cheguei em casa, arremessei meu sapatos longe e larguei a bolsa no caminho.

Por meus neurônios, preciso de uma taça de vinho, preciso muito relaxar.

Busco a lista do meu MP3 e aperto o play.

– É disso que preciso! e me jogo no sofá tentando digerir toda aquela noite.

E que noite!!!

Não imaginava eu, o quanto difícil seria aquela reunião, aquele jantar…

Marcus Straus

Sai do restaurante, segui para casa.

Nossa que reunião mais, digamos, proveitosa!

Consegui manter a frieza necessária. Quando a vi entrando, meu coração disparou feito um alarme em plena emergência.

Vesti meu padrão executivo e segui em frente.

Foi difícil, até porque seu perfume… Que perfume!

Uma coisa absurda aquele cheiro.

Sinto o ar me faltar só de lembrar. Contive ao máximo minha ansiedade e o profissionalismo falou o tempo todo por mim.

Até mesmo, quando comecei a divagar, claro que não queria de maneira nenhuma falar sobre vinhos, comida, países, sobre essas presepadas, porém precisava desses artifícios para me manter seguro. Recorri a essas amenidades para manter um ar neutro e seguro da conversa.

Até porque, na realidade, minha vontade era pegá-la em meus braços, sair beijando cada pedacinho daquele corpo incrível e por fim, jogá-la ali mesmo naquela mesa e fazer com que ela viesse a conhecer o que há de melhor nessa vida.

Iria desbravar cada milímetro do seu corpo.

– Marcus ainda bem que se conteve! (falo para mim mesmo).

Foi muito difícil, mas preciso manter o plano em curso. Se faz necessário ser mais frio do que costumo ser, preciso conquistá-la.

Preciso que ela também me deseje, que me queira.

Não posso trocar os pés pelas mãos, nem muito menos me precipitar, cada movimento tem que ser calculado e nada pode dar errado.

Não estou pensando em namoro, nem muito menos relacionamento, nada disso, apenas quero experimentar meus limites também.

São sensações novas essas que estou vivendo, não faço a mínima ideia do que seja tudo isso, mas como não quero deixar passar, porque a bela mulher vale todo risco e todo investimento. Sigo sem pressa e nem perdendo para meus sentimentos.

Vou para casa descansar, amanhã tiro um tempo para analisar esses documentos e enfim, será muito melhor se tudo isso também me ajudar no lançamento das lanchonetes, afinal, prazer e poder, podem muito bem caminhar juntos.

Entrei em casa e fui direto para o banho, precisava relaxar e um bom banho sempre ajuda e muito.

Dou uma olhada no telefone, nada de mensagens, ainda bem e caio na cama, mal esperando para dar os próximos passos…

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