Marcus Straus
Pronto, terminei por hoje, afinal, tenho algo muito importante a fazer. Estou bem esquisito, já tive tantas mulheres, me relacionei com algumas, me mantive sempre distante o suficiente, para não me envolver com tantas outras e não criar relacionamentos duradouros.Não que isso irá mudar, acredito que depois dessa conversa, iremos seguir nossas vidas.Sempre estive longe dessas chorumelas e melodramas, sem saco ou paciência para essas esquisitices.Mas agora estou eu, enfeitiçado por uma mulher!Como pode um homem feito como eu, estar assim, embasbacado por uma simples mulher.Não estou em busca de me envolver com ninguém, nem nada parecido, o que dizer sobre me relacionar, quero continuar assim, solteiro, livre e dono do meu destino.Porém, tenho que admitir que a senhorita Green mexe com minha cabeça, meus sentimentos ficam estranhos e o que dizer do meu corpo, ele fica de um jeito que não me reconheço.Ela não é só linda, mas ao que me parece, inteligente também, até pelo cargo de confiança que ocupa nas Empresas Trully, e aqueles par de pernas… ai, ai imagine aquelas pernas envolvidas por uma meia e cinta–liga, seu corpo preenchido por um corpete…"Marcus, Marcus o que é isso cara, será apenas uma conversa e nada mais.”– Helena, meu carro está pronto?– Sim senhor!– Ótimo… Helena, durante a noite estarei num compromisso, qualquer emergência deixe recado no meu telefone, que assim que for possível, retorno.– Como quiser Senhor Straus.Estou me sentindo como um adolescente, é a mesma sensação de quando papai ia me levar ou trazer algo muito importante para mim.Um frio incomum na barriga, uma sensação muito diferente. Nem em negociações dificílimas me vejo assim, um nervoso misturado com ansiedade.Cheguei dez minutos antes do combinado, quero ser o Marcus Straus dono da situação, não posso perder o controle e nem quero!Por mais que por dentro esteja em total ansiedade e desequilíbrio.Não vou deixar esses sentimentos me dominarem.Pontualmente lá vem ela, trazida pela hostess até mim.Senhorita Green em pessoa, linda, seus cabelos loiros parecem sombras realçando sua beleza.Aquela pele lisa, macia...Marcus volte à terra, lembre–se: Você está no controle!Só não sei até quando!...Jessica GreenMenos de dez minutos para as dezenove e trinta, percebi que o caminho para o restaurante saiu e muito, da rota sempre utilizada por outros empresários, me esqueci de verificar o endereço, mas tudo bem, é um funcionário da empresa que está me levando e claro, também cuidaram para o meu retorno, então, não importa onde seja o restaurante.Engraçado, essa não é a primeira vez que represento as Empresas Trully, porém, acho que estou agitada por ser tão importante este negócio, sou auxiliar da Ceo, responsável por todo gerenciamento e comercialização da rede, mas saber que um dos mais importantes homens de negócios da atualidade, dono de um dos maiores faturamentos do mundo, me aguarda, não tem como não me sentir agitada.Se estes dias estivessem sendo calmos e tranqüilos como antes, mas não, essa semana em especial está sendo agitadíssima, para não dizer outra coisa, e o HD (homem desconhecido) que não sai da minha mente, sonhos estranhos, onde o HD me visita, ando tão agitada, fora da minha normalidade que até minha agenda consegui esquecer no bistrô.Nosso carro se aproxima de um restaurante lindíssimo, simples mais com um ar sofisticado. Ben estaciona, desce, abre a porta e me acompanha até a entrada onde sou recepcionada pela hostess, que me leva até um cavalheiro em uma mesa discreta, numa área um pouco reservada.Passo pelas mesas e ao me aproximar me deparo com o presidente das Indústrias… Straus… o presidente… o presi… o pre… ahhh nãooo, nãooo, nãoooo… pooode serrrr... NÃO PODE SERRRR… SOCORRO ALGUÉM ME ACORDA!!!!... ALGUÉM, POR FAVOR!!! NÃO PODE SER REAL…Estou alucinando, só pode!!!– Senhorita, Jey Trully, boa noite?Sinto meu rosto arder, ai, ai, ai alguém viu meu chão por aí?!?! Caramba… e agora, e agora… Aja rápido e não pareça uma estúpida, acorda Jéssica, acorda mulher, de repente ele nem lembre de você.E num rompante de lucidez solto:– Prazer, Jessica Green, senhor Straus… desculpe, Jey Trully não pode estar nessa reunião e (busco respirar um pouco mais forte para continuar falando) me pediu para estar representando nossa empresa.Sim, estou diante do meu HD, aquele que achei que não encontraria mais, ou melhor, ele é Marcus Straus, um dos maiores CEO que há atualmente.Que merda, mais merdadaaa!!!O cara é um dos homens mais importante do nosso país. Só a fortuna que a família dele tem, meu Pai amado, nem sei mensurar.Fui esbarrar no Marcus Straus, parece brincadeira.– Hum... Senhorita Green, podemos nos sentar?– S... S... Sim! ( que droga estou parecendo uma boboca, pigarreio para limpar a voz e continuo) Quero dizer, claro sim, obrigada!Ele puxa minha cadeira para eu me sentar e tão logo, se acomoda também. Estou completamente atordoada, meu Deus ele não, o HD não, é um teste e tanto esse.Meus neurônios, me ajudem!Preciso ser suficientemente profissional e me prestar apenas à qualidade empresarial de nossa conversa. Não posso perder o foco da reunião, nem tão pouco sair fora do objetivo dela.Será que isso vai dar certo?!?Meus neurônios, preciso que dê!– Podemos beber algo, ou quem sabe… comer… ou as duas coisas???Droga meu rosto me entrega, por meus neurônios, isso não vai dar certo. Essa dubiedade do pedido, aí, aí, aí… isso não está ajudando.Caramba, como vou fazer isso dar certo?!?Mas vamos lá, profissionalismo!– Obrigada, o senhor fique à vontade para escolher.– Obrigado pela confiança, como já previa essa sua abertura, me antecipei e solicitei que nos servisse um Cabernet.Por um momento me perco nas lembranças do sonho que tive, meu sonho, aí ele, ele estava no meu sonho e agora aqui, ao vivo e em cores, e que cores!Só de senti-lo tão perto a coisa começa a se tornar quente demais.É uma coisa que se move dentro de mim, que me faz desejar pegá-lo em meus braços, desarrumar seus cabelos entre meus dedos e me perder completamente naquela boca perfeita.Que boca!!!Isso não vai dar certo!!!Mas tenho que fazer com que dê!Percebo que ele não está assim tão indefeso, pois mesmo tentando esconder, consigo notar que muito possivelmente ela deva ter me reconhecido ou será que ele não me reconheceu mesmo?!?Minhas mãos estão tão geladas que seria possível usá-las para gelar uma bebida.Não faço ideia de onde estamos e de como será essa reunião, mas que seus olhos estão me olhando de uma maneira não tão profissional assim, ah estão!Isso só reforça, de que, muito provavelmente saiba quem sou.Jessica GreenUma moça se aproxima, cumprimenta com um largo sorriso e nos serve. O lugar é aconchegante. Passei pela pista de dança que fica no meio do salão, este lugar me faz lembrar de alguns pubs londrinos.Eu e Sam, fomos para Londres, na viagem de formatura. Mas este lugar aqui tem um pouco mais de requinte do que os lugares que conhecemos na viagem. Nossa mesa fica numa área privativa, muito embora bem localizada, temos visão da pista e do bar onde algumas pessoas se divertem. Hoje é sexta–feira, muita gente sai para se distrair. Sam irá gostar desse lugar, vou mencionar a ela, quem sabe não possamos vir aqui jantar.Não vou deixar me intimidar, afinal, de tímida não tenho nada se bem me lembro, e antes de tudo sou profissional e esse é um jantar de negócios. – Então, Senhor Straus, trouxe alguns prospectos que gostaria que visse, afinal, fomos sondados por sua corporação e apenas agora ganhamos a confiança de demonstrar nossa ideia, em como realizar o lançamento da nova
Jessica GreenNossa, caramba, nem consigo abrir os olhos, parece que alguém aqui deu uma boa extrapolada.É isso que dá, nem percebi, mas bebi sozinha tudo isso! Sobre a mesa de centro estava uma garrafa de Cabernet Sauvignon e no balcão da pia, mais duas. Nossa, dei uma boa exagerada, quero ver a conta dessa estrapolia. Agora entendo como consegui dormir.Saio, rumo a tomar um banho, hoje é sábado e nem sei o que fazer. Não planejei nada para o meu final de semana.Antes, passo pela cozinha, preciso de um bom café, afinal, essa ressaca, meu Deus, como consegui beber tanto?!?Me empurro rumo ao banheiro, abro a ducha e me deixo envolver pela água quente. Preciso dessa renovada que um bom banho pode causar a alguém que rompe com seus limites. E que limites rompi noite passada, gente, fui me deixando levar pelo vinho e agora estou eu aqui, tentando me refazer para não perder meu sábado. Vou dar uma caminhada, depois passo na rotisseria e vejo algo pra comprar para trazer para casa,
Como ele pôde se aproveitar dessa maneira???Parece que ele não está me ouvindo, parece alheio ao que estou falando, de repente, se vira e entra em seu carro que está estacionado bem a nossa frente. Mantém seu silêncio e posso ver em seus olhos, antes de entrar em seu carro, a incerteza, esperando apenas um posicionamento meu e a angústia começa a ser visível. Me rendo, baixo a guarda, mesmo porque, foi apenas um beijo, ele não me arrancou nenhum pedaço, não levou nada de mim embora. Foi apenas um beijo e nada mais!E em sua quietude, ele entra em seu carro e sai. E ali estou eu petrificada, dura, estática, sem saber o que fazer. Acho que não entendi?!?Ele vem atrás de mim, me segue, me beija e depois sai sem falar… nada! Absolutamente… nada! Respiro fundo, procurando me acalmar. Volto na loja, entrego os livros e vou embora, preciso me refazer. Não entendi nada, o que foi isso??? Preciso da Sam, mas sei que só a terei na segunda, preciso me aguentar até lá. Nossa quanto mais
Jessica GreenAs oito horas em ponto meu interfone anuncia: “Ele chegou”. Agradeci a portaria e fui conferir o resultado de tanta briga com o espelho. Acabei aceitando a dica da Sam e colocando o vestidinho rosa com alcinhas finas e aquele salto agulha combinando, realçava meu busto, porém nada indiscreto. Apanhei minha bolsa e fui, rumo ao elevador. A briga com a ansiedade já havia começado bem antes, quando os ponteiros do relógio mostravam a proximidade das horas, e por fim, o carro com o motorista me esperando, e cá estou eu, nervosa! Sinto minha respiração presa, pareço uma menininha inexperiente, não uma mulher resolvida e prática.Estou aquém do que costumo ser e isso leva meus nervos a frangalhos. Respiro fundo ao me deparar que o térreo é o próximo andar. Sai tentando maquiar meu nervosismo, comprimento o porteiro do prédio com um sorriso cordial e vou até a saída.Vejo–me aguardando o motorista das Indústrias Straus, caminho até ele. – Boa noite Ben!– Boa noite, senh
O amor é um sentimento… Dê–me–o quando eu quiser… Porque estou em chamas… Supra meu desejo… Dê–me–o quanto quiser… Fale comigo, mulher… Entregue–se a mim… Entregue–se a mim... (Give it in to me – Michael Jackson) Marcus StrausNossa, como ela está linda!Demasiadamente… linda!!! Esse vestido… esse vestido, me faz ter inúmeras ideias não muito apropriadas para este momento, mas por um outro, quem sabe?!? Se eu tiver oportunidade essa noite, ahhh… farei ela conhecer do que sou capaz de fazer com aquele corpinho tão delicado e incrivelmente gostoso. Poderei lhe mostrar literalmente o que é prazer de verdade, se eu tiver essa oportunidade, não tenha dúvida do que serei capaz de fazer. Meu amigão parece concordar comigo e ao que percebo, está eufórico com as possibilidades que possam surgir. Ela é malditamente… deliciosa! Que mulherrr!!! Perfeita! Malditamente… perfeita!!! Uma perdição de mulher! Marcus, Marcus… o que está acontecendo com você, cara???Estou me desconhecendo, essa
Marcus StrausMe coloco em pé para apoiá-la enquanto se senta. Como essa mulher é linda, meu Deus! Ela é disparadamente linda demais! Um primor de mulher!Marcus, Marcus… cara, se liga man!!!Preciso me desligar um pouco disso, ou poderei colocar as coisas a perder. – Mais vinho, Jesse? – Por favor, obrigada! – me diz, com um sorriso, que não me ajuda muito nessa jornada de calmaria. Meu amigo está parecendo um tsunami pronto para invadir toda encosta.Droga! Aperto minhas pernas, mostrando para ele que ainda estou no controle das coisas aqui em cima. Preciso administrar as coisas, ou vai tudo para o ralo. Sirvo–nos mais um pouco e continuo nossa conversa.– Por um momento achei que você não fosse aceitar meu convite para esse happy hour… Até porque, a forma que terminou nosso encontro inesperado hoje a tarde, não me dava esperança de ter sua companhia. – Sendo bem sincera, até cogitei em declinar do convite, isso passou sim pela minha cabeça, em não aceitar, enfim… mas achei
Jessica Green Ai caramba e agora?!?! Vou estourar feito pipoca na panela, meu rosto, nem estou sentindo mais. Caramba, caramba, caramba!!! Tudo bem ser direto, franco, mas para mim, isso é demais! Por meus neurônios, por essa eu não esperava! Ele foi além de ser direto; sua franqueza me paralisou por completo. Preciso dizer alguma coisa. Preciso falar!Mas o que dizer, depois de ouvir tudo isso, o que falar depois das coisas serem colocadas dessa forma???Como começar, não sei o que ele pensou que eu seria, mas não é tão fácil assim. Não sei o que ele possa ter imaginado a meu respeito, mas não cantamos a mesma música pelo jeito! Desejo… sentimos! Mas colocar as coisas desse jeito?!?A impressão que me dá, é que me parece que basta eu abrir as pernas e caso resolvido!Me sinto, aqueles petiscos que servem em alguns jantares, nos enrolando para que o prato principal seja servido. Tipo um tapa buraco!Um passa tempo! Por quem ele está me tomando?!?O que ele acha que eu sou, a
Jessica Green Estou estupefata com a grosseria das palavras com as quais ele me afrontou. Fiquei sem chão, o que ele pensa que sou, qual imagem faz de mim, acha que pode chegar assim, gentil, lindo e maravilhoso, acreditando que isso bastaria para eu cair em seus braços… Aí, e que braços!!! Mesmo sendo esses braços pertencentes a um semi deus, a um homem absurdamente delicioso, ainda assim, tenho meus próprios valores e destes, não há homem incrível no mundo, que faça eu me desfazer deles. Se bem que, vontade não está me faltando, no entanto, tenho muita vergonha na cara.E como tenho!!! Que sujeito abusado!– Desculpe senhorita Green, acho que a senhorita não me entendeu… não pense mal de mim!... Apenas estou sendo franco, direto e não quero perder tempo!– Ah, sim, como se sua franqueza pudesse mudar o meu caráter. Senhor Straus, não sei de onde veio e nem tão pouco, por quem foi criado, e isso para mim também não importa! Isso não vem ao caso; no entanto, não sou nada disso que