Jessica Green
Como voltar a minha rotina sem pensar naquele homem, chego a achar que estou precisando esfriar os sentimentos, as emoções.Esse homem não me sai da cabeça, que coisa!Nunca me vi vivendo algo assim, grudento demais, inoportuno demais, chato para caramba!– Relaxa Jesse, você precisa se concentrar (falo para mim mesma).– Aff, mas está difícil. Que sonho foi esse que tive noite passada... De repente me vejo numa sala, rodeada por lindos e aconchegantes móveis, uma mistura do colonial com moderno, à minha direita um lindo sofá branco em forma de C, tenho a impressão dele poder aconchegar umas dez pessoas muito à vontade e inesperadamente, sou despeça por uma linda melodia (1).Saio em busca de onde poderia vir aquele som e me deparo com um piano negro de cauda.Aquela melodia começa a me envolver, sou atraída por aqueles acordes magníficos que saem do piano, meus pés começam a percorrer o caminho até me aproximar dele.A cada passo, meu corpo começa a se render aquela música, sinto a cabeça leve, o corpo entregue a encontrar aquele som mágico e encantador.Que sensação única, plena e quero conhecer, saber e ver quem está por trás dessa melodia e ao me deparar com as teclas do piano, qual foi a minha surpresa... Aquelas mãos, aquele olhar, aquela boca, volto a visualizar o deslizar dos seus dedos pelas teclas, ele, ali, novamente, perto o suficiente para que eu o toque. Sinto meu corpo remexer, imaginando aquelas mãos em mim, imaginando aquele toque em mim, imaginando aquele deslizar em mim!Me vejo invadindo aqueles lábios, adentrando aquela boca, me entregando a sensação que nos envolve nesse momento. Desejo, tesão, fúria, tudo isso é pouco para descrever o que sinto realmente, de repente a música para...O que ele está fazendo?Meu Deus?!?!...É demais para mim!!!Camisa semi aberta, pés descalços, aquele jeans ajustado perfeitamente ao seu corpo. Sem emitir um único som, ele me toma em seus braços, coloca meu corpo contra o dele e me empurra na direção do piano, sou amparada pelas teclas que gritam ao serem tocadas e me assusto com o som.E de repente estou ali, parada, ouvindo apenas nossa respiração ofegante.Seu toque, desperta em mim desejo, sinto que meus instintos se tornam reféns daquele que me segura em seus braços.Sua pele, seu calor, sua posse, vejo que meu corpo está totalmente alheio às minhas vontades e não consigo mais resistir.Sua boca, seus olhos, seu toque e me rendo àquelas mãos. Ele começa seu passeio, sua boca desbravando cada pedacinho do meu corpo, invade minha orelha, desce pelo meu pescoço percorrendo milimetricamente cada pedacinho meu. E quando dou por mim, ele está deslizando rumo a uma área totalmente inexplorada por outro. Bem devagar segue seu curso, como se estivesse me saboreando.Sinto suas mãos em busca dos botões da minha camisa e quando dou por mim, lá estão elas acariciando um dos meus seios, ele contorna uma, duas... aí!O que é isso?!?!...Nem sei onde minha camisa foi parar, quando percebo estou completamente nua, sem nada, até a saia sai sem ser percebida, sinto apenas que continuo com minha calcinha e ele ali, diante de mim continua sua exploração, meu corpo já não demonstra nenhum controle, as pernas, a cada toque, começa a ceder, como se estivessem derretendo, sua boca continua a investir em mim, invadindo, cada espaço a sua frente, suas mãos fazem de mim uma seda única e rara.Percebo que ele também não está imune a tudo, seu roçar em meu quadril me faz perceber o quanto precisa de mim, o quanto há urgência, o quanto deseja meu toque.Cada investida dele na descoberta do meu corpo, sinto sua rigidez maciça e claro, sinto que ele grita por mim!Seu membro forte, rijo, duro, intenso e sedento.O que vai ser de mim???Não estou aguentando; continuo de costas para o piano, me entregando aquela poderosa e inebriante sensação, o roçar dele em mim, se envolvendo cada vez mais em mim, me entrego, me permito, me perco... Pim, Pim, Pim, Pim, Pim...Onde estou???O que foi… urghhh, droga!...– Seu relógio, maldito e barulhento!Que drogaaa!!!Logo agora que a festa ia começar! Logo agora que iríamos nos perder! Logo agora que eu iria me lambuzar todinha naquela gostosura…Até nos sonhos fico na mão; que sorte a minha, até sonhando sou deixada na maior sequidão.Urghhh!!! Que droga!Paro por um momento para me lembrar, que nossa, era ele, era ele!!! Era sim, ele!!!O HD (Homem Desconhecido) da exposição, aff credo, era muita areia para meu caminhãozinho, aquilo ali não tem como nem ser narrado, tamanha a gostosura em pessoa. Nossa acho que ali iria ter que dar no mínimo umas cinco viagens para aproveitar todo o perímetro, se bem que poderia ser mais.Nossa, aquele ali é uma espécime em extinção, só pode!Será que um dia iremos nos reencontrar, acho difícil, muito difícil...Pensa Jesse: Que tal voltar a terra, por minha sanidade, afff... Realmente não estou me reconhecendo.– Senhorita Green está tudo bem?– S... Sim – ai Jesse volte ao normal, ainda temos que terminar esse dia tranquilo e sem maiores sobressaltos.– Digo, sim estou bem obrigada!– Tem uma encomenda para senhorita, já deixei em sua sala.– Obrigada Val.Entro na minha sala e há um pacote em cima da mesa.– Jesse querida– Oi Jey, entre.– Desculpa Jesse, entrar assim, mas vi quando passou e vim falar que surgiu um compromisso de última hora… não terei como ir e por esse motivo vou precisar da sua ajuda… Como está sua agenda para hoje à noite?– Bom, iria para casa, mas, me fale se posso ajudar... Para mim tudo bem!– Puxa, sério mesmo!... Só você para me ajudar em situações assim… lembra daquele projeto em que fomos sondados, para a nova rede de lanchonetes M & S Burguer?... Tentei tanto conseguir apresentar algo junto a Straus Corporation, mas não consegui na ocasião… no entanto, a secretaria da empresa me ligou a pouco e agendou um jantar para hoje a noite… vão mandar até motorista para me buscar, mas como já tenho outro jantar, pensei em você nos representar, até mesmo por você estar tão familiarizada com o projeto.– Para mim tudo bem, vou dar uma ajeitada no visual e estarei pronta.– Jesse nem sei como te agradecer, mais uma vez mostrando a profissional que é… Obrigada querida!Bom, de volta à terra.Jey me deixou, para me organizar quanto às formalidades do negócio e tudo o que envolvia.A emergência da tarde seria rever todos os documentos e me deixar preparada, para qualquer situação que surgir nesse jantar.Abri a caixa sobre minha mesa e qual foi a minha surpresa, minha agenda; parei por um momento e claro, procurei ela em vão aqui no escritório. Achei que poderia ter esquecido ela em casa, mas acabei esquecendo em outro lugar.Havia esquecido a agenda no bistrô, que gentil da parte deles me enviarem, que estranho, nenhum cartão, bem, depois ligo para agradecer a gentileza, pois pela ordem de serviço que a Val assinou, está aqui, que enviaram de lá.Ainda bem que mantenho os dados comerciais nela, se não, como iriam me encontrar.As dezoito e trinta, o motorista das indústrias Straus já estava no hall da empresa.Saí me despedindo da Val e já na calçada, me deparo com um homem bem apanhado, alto, forte e acredito ter estado em alguma de nossas batalhas junto ao nosso exército, afinal, uma vez combatente, sempre combatente.– Boa noite, senhorita Trully?–Boa noite! Sou Jessica Green, a senhorita Jey Trully não poderá comparecer e irei em seu lugar.– Boa noite, Senhorita Green! Meu nome é Benjamim Tarley Junior, mas pode me chamar de Ben, estou encarregado esta noite de levá-la até seu compromisso… Podemos ir?– Um prazer conhecê–lo Ben… e sim, podemos ir!Ele abriu a porta para que eu entrasse e ali estava eu, indo representar as Empresas Trully num jantar de negócios, sou surpreendida quando a voz de Adele preenche o ambiente do carro, Crazy for you, toma conta de todo o espaço.Como Ben sabe que é uma das minhas prediletas?Que grata coincidência!Dou uma olhadinha e me deparo claro, Bluetooth, ele pareou meu telefone com o som do carro, perfeito!Assim estarei mais relaxada quando chegar à reunião.* River flows in you (música inspiração do capítulo)Marcus StrausPronto, terminei por hoje, afinal, tenho algo muito importante a fazer. Estou bem esquisito, já tive tantas mulheres, me relacionei com algumas, me mantive sempre distante o suficiente, para não me envolver com tantas outras e não criar relacionamentos duradouros.Não que isso irá mudar, acredito que depois dessa conversa, iremos seguir nossas vidas. Sempre estive longe dessas chorumelas e melodramas, sem saco ou paciência para essas esquisitices. Mas agora estou eu, enfeitiçado por uma mulher! Como pode um homem feito como eu, estar assim, embasbacado por uma simples mulher. Não estou em busca de me envolver com ninguém, nem nada parecido, o que dizer sobre me relacionar, quero continuar assim, solteiro, livre e dono do meu destino.Porém, tenho que admitir que a senhorita Green mexe com minha cabeça, meus sentimentos ficam estranhos e o que dizer do meu corpo, ele fica de um jeito que não me reconheço. Ela não é só linda, mas ao que me parece, inteligente também, a
Jessica GreenUma moça se aproxima, cumprimenta com um largo sorriso e nos serve. O lugar é aconchegante. Passei pela pista de dança que fica no meio do salão, este lugar me faz lembrar de alguns pubs londrinos.Eu e Sam, fomos para Londres, na viagem de formatura. Mas este lugar aqui tem um pouco mais de requinte do que os lugares que conhecemos na viagem. Nossa mesa fica numa área privativa, muito embora bem localizada, temos visão da pista e do bar onde algumas pessoas se divertem. Hoje é sexta–feira, muita gente sai para se distrair. Sam irá gostar desse lugar, vou mencionar a ela, quem sabe não possamos vir aqui jantar.Não vou deixar me intimidar, afinal, de tímida não tenho nada se bem me lembro, e antes de tudo sou profissional e esse é um jantar de negócios. – Então, Senhor Straus, trouxe alguns prospectos que gostaria que visse, afinal, fomos sondados por sua corporação e apenas agora ganhamos a confiança de demonstrar nossa ideia, em como realizar o lançamento da nova
Jessica GreenNossa, caramba, nem consigo abrir os olhos, parece que alguém aqui deu uma boa extrapolada.É isso que dá, nem percebi, mas bebi sozinha tudo isso! Sobre a mesa de centro estava uma garrafa de Cabernet Sauvignon e no balcão da pia, mais duas. Nossa, dei uma boa exagerada, quero ver a conta dessa estrapolia. Agora entendo como consegui dormir.Saio, rumo a tomar um banho, hoje é sábado e nem sei o que fazer. Não planejei nada para o meu final de semana.Antes, passo pela cozinha, preciso de um bom café, afinal, essa ressaca, meu Deus, como consegui beber tanto?!?Me empurro rumo ao banheiro, abro a ducha e me deixo envolver pela água quente. Preciso dessa renovada que um bom banho pode causar a alguém que rompe com seus limites. E que limites rompi noite passada, gente, fui me deixando levar pelo vinho e agora estou eu aqui, tentando me refazer para não perder meu sábado. Vou dar uma caminhada, depois passo na rotisseria e vejo algo pra comprar para trazer para casa,
Como ele pôde se aproveitar dessa maneira???Parece que ele não está me ouvindo, parece alheio ao que estou falando, de repente, se vira e entra em seu carro que está estacionado bem a nossa frente. Mantém seu silêncio e posso ver em seus olhos, antes de entrar em seu carro, a incerteza, esperando apenas um posicionamento meu e a angústia começa a ser visível. Me rendo, baixo a guarda, mesmo porque, foi apenas um beijo, ele não me arrancou nenhum pedaço, não levou nada de mim embora. Foi apenas um beijo e nada mais!E em sua quietude, ele entra em seu carro e sai. E ali estou eu petrificada, dura, estática, sem saber o que fazer. Acho que não entendi?!?Ele vem atrás de mim, me segue, me beija e depois sai sem falar… nada! Absolutamente… nada! Respiro fundo, procurando me acalmar. Volto na loja, entrego os livros e vou embora, preciso me refazer. Não entendi nada, o que foi isso??? Preciso da Sam, mas sei que só a terei na segunda, preciso me aguentar até lá. Nossa quanto mais
Jessica GreenAs oito horas em ponto meu interfone anuncia: “Ele chegou”. Agradeci a portaria e fui conferir o resultado de tanta briga com o espelho. Acabei aceitando a dica da Sam e colocando o vestidinho rosa com alcinhas finas e aquele salto agulha combinando, realçava meu busto, porém nada indiscreto. Apanhei minha bolsa e fui, rumo ao elevador. A briga com a ansiedade já havia começado bem antes, quando os ponteiros do relógio mostravam a proximidade das horas, e por fim, o carro com o motorista me esperando, e cá estou eu, nervosa! Sinto minha respiração presa, pareço uma menininha inexperiente, não uma mulher resolvida e prática.Estou aquém do que costumo ser e isso leva meus nervos a frangalhos. Respiro fundo ao me deparar que o térreo é o próximo andar. Sai tentando maquiar meu nervosismo, comprimento o porteiro do prédio com um sorriso cordial e vou até a saída.Vejo–me aguardando o motorista das Indústrias Straus, caminho até ele. – Boa noite Ben!– Boa noite, senh
O amor é um sentimento… Dê–me–o quando eu quiser… Porque estou em chamas… Supra meu desejo… Dê–me–o quanto quiser… Fale comigo, mulher… Entregue–se a mim… Entregue–se a mim... (Give it in to me – Michael Jackson) Marcus StrausNossa, como ela está linda!Demasiadamente… linda!!! Esse vestido… esse vestido, me faz ter inúmeras ideias não muito apropriadas para este momento, mas por um outro, quem sabe?!? Se eu tiver oportunidade essa noite, ahhh… farei ela conhecer do que sou capaz de fazer com aquele corpinho tão delicado e incrivelmente gostoso. Poderei lhe mostrar literalmente o que é prazer de verdade, se eu tiver essa oportunidade, não tenha dúvida do que serei capaz de fazer. Meu amigão parece concordar comigo e ao que percebo, está eufórico com as possibilidades que possam surgir. Ela é malditamente… deliciosa! Que mulherrr!!! Perfeita! Malditamente… perfeita!!! Uma perdição de mulher! Marcus, Marcus… o que está acontecendo com você, cara???Estou me desconhecendo, essa
Marcus StrausMe coloco em pé para apoiá-la enquanto se senta. Como essa mulher é linda, meu Deus! Ela é disparadamente linda demais! Um primor de mulher!Marcus, Marcus… cara, se liga man!!!Preciso me desligar um pouco disso, ou poderei colocar as coisas a perder. – Mais vinho, Jesse? – Por favor, obrigada! – me diz, com um sorriso, que não me ajuda muito nessa jornada de calmaria. Meu amigo está parecendo um tsunami pronto para invadir toda encosta.Droga! Aperto minhas pernas, mostrando para ele que ainda estou no controle das coisas aqui em cima. Preciso administrar as coisas, ou vai tudo para o ralo. Sirvo–nos mais um pouco e continuo nossa conversa.– Por um momento achei que você não fosse aceitar meu convite para esse happy hour… Até porque, a forma que terminou nosso encontro inesperado hoje a tarde, não me dava esperança de ter sua companhia. – Sendo bem sincera, até cogitei em declinar do convite, isso passou sim pela minha cabeça, em não aceitar, enfim… mas achei
Jessica Green Ai caramba e agora?!?! Vou estourar feito pipoca na panela, meu rosto, nem estou sentindo mais. Caramba, caramba, caramba!!! Tudo bem ser direto, franco, mas para mim, isso é demais! Por meus neurônios, por essa eu não esperava! Ele foi além de ser direto; sua franqueza me paralisou por completo. Preciso dizer alguma coisa. Preciso falar!Mas o que dizer, depois de ouvir tudo isso, o que falar depois das coisas serem colocadas dessa forma???Como começar, não sei o que ele pensou que eu seria, mas não é tão fácil assim. Não sei o que ele possa ter imaginado a meu respeito, mas não cantamos a mesma música pelo jeito! Desejo… sentimos! Mas colocar as coisas desse jeito?!?A impressão que me dá, é que me parece que basta eu abrir as pernas e caso resolvido!Me sinto, aqueles petiscos que servem em alguns jantares, nos enrolando para que o prato principal seja servido. Tipo um tapa buraco!Um passa tempo! Por quem ele está me tomando?!?O que ele acha que eu sou, a