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Capítulo 5 Você me faz perder a cabeça 

“... Às vezes sentada no escuro desejando que você estivesse aqui começo a ficar louca... Mas é você que me faz perder a cabeça... – (Crazy for you – Adele)”

Jessica Green

Onde eu estava com a cabeça tropeçando assim em um homem! Tudo bem, não foi assim tão caótico, nem traumático, mas meu olhar embasbacado, literalmente babando, contemplando ele em toda a sua vivacidade, isso foi de mais!!!

E o que falar sobre ser traída por meu próprio corpo, tudo bem, não sou nenhuma “senhora tive vários romances”, no entanto, ficar por aí parada nos braços de um estranho, totalmente de quatro pelo cara e mais, o que foi aquilo minha senhora???

Que energia estranha foi aquela, senti como se estivesse recebendo uma descarga elétrica contínua, e o desejo de sentir aquelas mãos me tocando, me acariciando, sentir aquela boca em mim.

Nossaaaa, perdi o decoro completamente!

E aquele aroma, uma coisa máscula, não era colônia, nem perfume, loção corporal talvez, xampu, hidratante, não sei, seja o que fosse, era inebriante assim como ele. Inspirando, tentando me recompor, porém estava difícil com aquele ser me olhando daquela forma.

Tudo bem, não sou nenhuma depravada no cio, mas não consigo para de sentir, até agora, horas depois estou com meus braços e pernas meio que cambaleando.

Só fui perceber que não estava respirando, quando já estava na calçada em busca de um táxi.

Tentando me recompor, tentando firmar os pensamentos.

Quando nossos corpos se tocaram, foi como se o mundo tivesse parado ao nosso redor e apenas a contemplação daquele homem, lindo, imponente, másculo e forte, era o que eu conseguia ver.

Que loucura!!!

Cheguei em casa rumo ao chuveiro direto, precisava baixar a adrenalina do estado em que me encontrava com um bom banho. Porque a coisa está fora de controle, não estava conseguindo me livrar daquela sensação.

Ao sair do meu quarto, percebi que Sam havia chegado e fui até a cozinha em busca de algo para relaxar, pois o banho não foi suficiente.

Ao passar pela sala, Sam me olhou por cima dos óculos de leitura e me perguntou:

– Está tudo bem?!?!

– Está tudo bem! respondo tentando ser natural.

– Não é o que sua cara está me dizendo, desembucha vai, o que aconteceu para você estar assim?

– Não foi nada, só preciso descansar de um dia cheio! falo tentando despistá-la.

– Você vai contar ou não… afinal sei que está acontecendo alguma coisa sim! Sua cara não me engana!

Fico ali parada, sem saber se quero compartilhar a loucura que vivi naquela exposição.

– Jesse, que cara é essa?!?! Conta logo qual foi o menino malvado dessa vez ou qual foi o bicho feio que te assustou!!!

– Ai, Sam, credo, não tem nenhum menino malvado, nem tão pouco bicho feio!

– Ah tá, então, que homem maravilhoso é este?

– Sammmm, dá para falarmos de outra coisa?

– Então tem um gostosão na parada?

– Samm, já te falei; já terminou aquela pesquisa de como as empresas Vicctoria & Backer reciclam seu lixo eletrônico?

– Não mude de assunto, quero detalhes, nome, cor, tamanho, se tem pegada, enfim, tudo!

Enquanto fala, Sam tira os óculos, deixa o livro que estava lendo ao lado do sofá e continua me encarando.

– Você não vai deixar mesmo?

– Nãooo… vai desembucha?

E não teve jeito, precisei contar sobre a exposição. Colocar para fora o que me atormentava até então, me ajudou, começou a me fazer bem, mesmo que eu quisesse, não conseguiria ir para cama com aquilo tudo rodando em minha cabeça.

Nunca passei por situação semelhante e não estava conseguindo me desligar. – Nossa Jesse, pelo que posso ver foi algo “único” o que você viveu hoje.

– Se foi único para ele eu não sei, mas para mim, só de lembrar olha como fico.

Estava toda arrepiada, era como se uma corrente elétrica se apossasse de mim. Não conseguia controlar, por mais que quisesse, era algo muito forte e ao mesmo tempo louco.

– Jesse, mas conta aí, era muito gato ele?

E deixo escapar um sorriso bobo ao ouvir a pergunta da Sam.

– Ai menina, pensa em um par de olhos verdes, ombros bem trabalhados, não bombados como Johnny Bravo do desenho, como alguns gostam de ter, mãos fortes, firmes. A boca dele, num tom entre o vermelho e o rosa, na medida certa, muito convidativa a ser bemmm beijada.

– Menina daqui a pouco vou sair correndo até lá, para ver se o encontro, porque você está me descrevendo tipo um deus grego, uma espécie muito distinta, algo que você não se depara todos os dias. Preciso encontrar essa magnificência toda, preciso me deparar com esse homem e todo seu poderio.

Jogo uma almofada na Sam, constatando mais uma vez sua falta de bom senso.

Mas caímos na risada em seguida, porque com tudo afinal, a experiência foi muito boa, diga–se de passagem. Não é todo dia que você é amparada por um homem estilo Clark Kent, ou até mesmo Bruce Wayne, ou uma mistura dos dois e suas melhores qualidades.

Não mesmo!

Estar nos braços daquele homem foi algo incrivelmente forte e marcante em todos os sentidos.

Que homem!

Como diria tia Beth, homem com H maiúsculo, e bota H e maiúsculo nesse homem!!!

Porque, não me recordo de ver um cara com tanta disposição, se é que me entende.

Pois aquela pegada firme me segurando, mesmo com esse tempo passado, fecho os olhos e sinto sua mão em mim.

Quem será ele?

Nossa, nem sei se irei reencontrá-lo, mesmo porque a cidade é gigante e, enfim, melhor deixar passar.

Ao menos o gostinho de ter sido segura por um homem lindo e incrivelmente gostoso, esse gostinho eu tive…

Marcus Straus

Nem deu tempo de perguntar ao menos seu nome, ela ficou tão constrangida, que saiu rapidamente em busca da saída mais próxima, nem consegui alcançá–la, quando cheguei à calçada, ela já não estava, muito provavelmente já havia ido embora. Aproveitei que já estava lá fora e fiz sinal para Ben, entrei no carro tentando digerir o que foi que me aconteceu.

– Senhor, para onde vamos?

– Para casa Ben, dou por encerrada esta noite.

E assim partimos para minha casa.

Que doideira, já conheci tantas mulheres, já me entreguei a muitas loucuras, no entanto, nunca vivi tamanha necessidade por uma mulher. Jamais experimentei o que há pouco senti.

Que desejo foi esse, senti meu companheiro gritar para ser liberto, tamanha foi a sua agonia e detalhe, apenas com a aproximação daquela moça.

Quando por sorte ou sei lá o que, a tenho em minhas mãos, sentindo aquele calor, a maciez da sua pele, aquele aroma único do seu perfume.

Vi meu corpo ferver como até agora nunca havia fervido.

Preciso de uma bebida, um whisk duplo deve resolver, não costumo beber assim, mas hoje, somente o vinho não será o suficiente.

Rose estava na cozinha e ao me ver entrar:

– Senhor Straus, boa noite, algo para comer?

– Boa noite Rose, preciso apenas de uma bebida e depois vou me recolher.

– Como queira senhor, deixei como de costume algumas coisas na geladeira, caso sinta fome mais tarde.

– Obrigado Rose.

– Boa noite Senhor.

E após se despedir, Rose sai e me deixa sozinho com meus pensamentos.

Quem é aquela mulher?

Que sensação mais enlouquecedora é essa!!!

Estou sem conseguir me acalmar, sem conseguir me desligar.

Mesmo deixando com que a bebida me queime por dentro, ainda assim aquela sensação não passa.

Que coisa mais maluca!!!

Isso parece que não irá passar.

Preciso de informações, para processar tudo isso e encontrar uma normalidade.

Pego meu telefone, preciso ir atrás de respostas.

– Helena, preciso que me levante para amanhã, a lista completa de convidados da exposição e entregue ao Ben… não, nenhum problema, só faça isso assim que chegar, por favor.

Desligo o telefone e vou para o quarto.

Preciso me desconectar dessa noite, essa coisa toda mexeu demais comigo, não é algo simples de lidar.

Além dos meus sentimentos estarem confusos, ainda meu amigão está todo ligado e pior, não tenho como lhe dar um gelo decente, porque a verdade é que nem eu estou me reconhecendo, pareço um adolescente que acabou de descobrir aquelas revistas de conteúdo adulto. Sabe, aquela primeira vez que você se depara com uma mulher totalmente despida, nua.

Pois é, aqui estou eu, um adolescente, só que detalhe, já passando das três décadas, chega a ser ridículo!

Preciso dormir, preciso me desligar, preciso esquecer essa noite, preciso de uma boa noite de sono, isso, uma boa noite de sono.

Mas já sabia que seria uma luta bem injusta essa, de encontrar o sono e dormir...

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