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Capítulo 3 O que foi tudo isso 

Marcus Straus

6:15hs! Nossa que noite agitada.

Até quando esses flagelos da minha infância irão me assombrar.

Passo as mãos por meus cabelos tentando recompor os pensamentos e percebo estou todo molhado pelo suor, preciso de um banho, a água quente no ponto certo irá me refazer desta noite mal dormida.

Desligo o chuveiro e me secando caminho até o closet.

Isso aqui está bom: um terno preto e camisa branca, essa gravata deve servir. Dou uma olhada geral no cabelo e me deparo com meu café da manhã, ovos mexidos, bacon, suco especial. Me farto e termino de arrumar as coisas, já são quase sete horas, Ben já está a postos e partimos para a garagem onde entramos no meu Q5 preto e logo ele dá a partida rumo ao escritório.

Passo os olhos no meu tablet, começo a verificar minha agenda, puxa como as coisas mudaram, é bem verdade que até aqui tive muito trabalho, as Indústrias Straus são o que são, devido a minha dedicação, principalmente nos últimos cinco anos, quando literalmente meu pai me passou o gerenciamento de toda a corporação.

Quando estávamos apenas dividindo as coisas, era um pouco mais fácil, no entanto, quando tive que agregar a direção total ao meu patrimônio, as coisas se multiplicaram.

Haja vista, que não corro do trabalho.

É gratificante lembrar como comecei todo esse império e se cheguei até aqui, foi por mérito próprio; poderia ter ficado levando uma vida normal até ter a idade para assumir tudo o que me esperava.

Mas meu dinamismo e caráter, jamais me deixariam seguir tal caminho.

Sei o quanto foi duro gerenciar todo esse negócio até aqui, mesmo porque, meu pai se viu forçado a agregá–lo a seus próprios negócios, enfim, vamos lá Straus, seja feliz e multiplique, afinal, você faz isso como ninguém...

Jessica Green

“Meu Deus já são essas horas, preciso correr, afinal estou no período de muito trabalho e se faz necessário manter o horário, pois cada minuto do dia conta.

Corro para a porta e só consegui engolir um pouco de café da cafeteira, preciso acelerar.

Não posso me esquecer de ligar para Sam, ficamos de nos encontrar para almoçar na sexta feira.

Parto rumo ao metrô, ainda bem que só são quatro estações até o escritório e o tênis de caminhada vem a calhar, pois com saltos já estaria sem as pernas (risos).

Ainda bem que ontem consegui separar as coisas, meu modelito casual: camisa rosa bebê bem clarinha e saia risca de giz, perfeito! Depois solto o cabelo, coloco os saltos e estou muito bem apanhada.

A matriz da Trully estava bem localizada, era um edifício enorme com diversos andares. Logo já estou adentrando ao prédio, passo pelo hall de entrada e vou em direção às catracas.

Um edifício maravilhoso, muito bem construído.

Em meio ao vai e vem das pessoas, entro no elevador e sigo até o andar onde trabalho.

Sempre fui muito ligada a informações, desde pequena minha mãe achava que eu seria uma repórter, jornalista, por ter tanta facilidade com as palavras, mas meu mundo foi se moldando, quando estava no último período da faculdade precisei realizar um estágio que me trouxe a Trully Corporation, uma empresa das mais conceituadas no ramo de marketing. Durante meu estágio na empresa, fui ganhando espaço, agregando conhecimento e aproveitando as oportunidades que foram surgindo. Fui mostrando resultados excelentes a cada desafio e com isso, a confiança foi aumentando, e agora estou aqui, como assistente da gerente de contas Jey Trully.

Acho que meu dinamismo foi o culpado por meu desempenho e também um pouco de sorte em estar sempre com as pessoas certas.

Por fim, estou aqui, braço direto da Jey Trully, filha e herdeira do império, porém muito competente no que faz, uma profissional como poucas.

Estou aprendendo muito ao seu lado e por ser tão generosa, não teme dividir comigo seus conhecimentos.

Jey logo passa por mim, abrindo aquele seu sorriso abundante e desejando um “Bom dia” como apenas ela sabe dizer.

– Vamos Jesse, temos muita coisa para finalizar. Aqueles prospectos dos novos lançamentos, você deu uma olhada?

– Sim Jey, e algumas coisas são boas, mas também acabei tendo algumas idéias a acrescentar.

– Ótimo, depois vamos ver então quais mudanças promover e já fazemos a finalização com o pessoal da criação.

E assim inicia–se mais um dia…

Marcus Straus

– Helena preciso que providencie para amanhã, prospectos das FDR Corporation, preciso encaminhá–los. Ben já chegou?

– Sim, senhor.

– Ótimo, avise que sairemos em quinze minutos… vou terminar de assinar esses documentos… você também Helena, já pode ir e bom descanso.

– Obrigado senhor Straus, só lembrando que amanhã, sexta feira, o senhor tem um almoço no Arnold Bistrô, como o senhor Phelipe Escovith das Indústrias P & E

– Nossa, achei que conseguiria passar a sexta–feira na empresa, sem ter que sair, mas fazer o quê… obrigado Helena, preciso de toda documentação para esse negócio ser fechado amanhã, essa compra deve ser consolidada, quero ver alguns pontos antes da reunião. Envia para meu email tudo, quero dar uma olhada antes de dormir… Mais alguma coisa?

– Não senhor.

E Helena sai, me deixando com esses documentos.

Quando olhei para o relógio, já estava na hora de sair para aquela exposição. Na verdade, queria extravasar de outra forma, mas ossos do ofício. Então, bora encarar!

Passei no meu banheiro e dei uma geral no exterior, que estava até que suportável, mesmo porque, depois de um longo dia de trabalho não poderia estar melhor. Não vou esquentar a cabeça com essas frivolidades, não tenho a menor paciência para essas preocupações idiotas.

Até porque, não quero perder tempo nessa exposição, tenho algumas coisas para ler antes de dormir e preciso descansar, na verdade só estou indo por minha corporação estar patrocinando, Werner insistiu tanto, mesmo sabendo da minha pouca paciência para esses tipos de eventos.

– Vamos, Marcus, é só mais um de tantos outros que já participou… falo a mim mesmo, tentando vencer o mal humor, por ter que participar de momentos assim.

Mesmo porque, é apenas mais um dos compromissos do dia, no entanto, preferia ir ao treino com Jean Cloud, uma horinha de MMA e eu estaria mais disposto, extravasar um pouco o stress me renovaria.

Porém, o compromisso me aguarda e nem sempre dá para escapar... como hoje.

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