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Meu Primeiro Beijo

 — Vem comigo! – Ele repete, o tom de voz dele é sério.

 — Para onde Thi? – Pergunto.

 — Vem, a gente precisa conversar. – Ele me diz e oferece a mão novamente.

*** Vou resumir aqui quem é o Thierry e o que ele significa para mim ***

Thierry era um dos meus melhores amigos, estava passando por uns momentos difíceis com seu pai em casa, ele andava muito nervoso, andava brigando fora da escola com qualquer um que olhasse torto para ele e como era meu melhor amigo, sempre que ele se estressava na escola, nossos amigos me chamavam pra acalmar ele, eles falavam que ele só escutava a mim, ele já tinha 3 advertências, 2 suspensões, mais uma suspensão e ele seria expulso da escola, tudo por responder professor e brigar dentro da escola.

Consegui salvar ele diversas vezes com minha influência de boa aluna com a supervisora e diretora da escola, a gente andava tão junto e eu defendia tanto ele que as pessoas na escola achavam que éramos namorados, a gente se abraçava na escola, andava de mãos dadas, eu estudava no andar de cima ele no de baixo, então antes de ir para a aula ele me deixava na porta da minha sala e seguia para a sala dele, somente nossos amigos que sabiam que não éramos nada além de amigos.

 — Está bom. – Digo e pego na mão dele. Saímos de mãos dadas, como já era costume nosso.

 — Thi, aonde a gente vai? – Pergunto, estou sentindo um conflito de sentimentos, medo, ansiedade e alívio... Achei que ele estaria com raiva de mim.

 — Só vem comigo, vamos para um lugar aonde ninguém vai interromper a gente. – Ele diz.

Como era época de interclasse e os portões ficavam abertos, o segundo andar ficava trancado. Porém nesse dia estava aberto, será que era dedo do destino? Fomos para uma sala no segundo andar, a única sala que estava destrancada, hahaha, destino você é cruel.

 — Está bem, estamos aqui o que você quer conversar comigo? Está tudo bem em casa? sua mãe está bem? – Disparo várias perguntas, pois estou nervosa.

 — Está tudo indo em casa, a mãe está bem... – Ele diz e não aguento e interrompo ele.

 — Então... - Mas ele segura minha mão olha em meus olhos e me pergunta.

 — Jenny, por que você nunca me disse?

 — Disse o que exatamente? – Claro que iria dar uma de desentendida, não entregaria tudo de bandeja jamais.

 — Não se faz de boba Jenny, eu já estou sabendo o Rapha me contou. – Ele diz ainda sério.

 — Linguarudo. – Digo me referindo ao Rapha e aproveito e desvio o olhar do dele.

 — Só quero saber o porquê. – Ele pergunta.

 — Olha você nunca me perguntou, perguntou? – Digo.

 — Não, porque eu achei que você estava namorando aquele otário do ensino médio. – Ele diz, e uma veia aparece em sua testa ao falar do outro garoto.

 — De onde você tirou isso? – Pergunto, porque nunca disse nada nesse sentido.

 — Você só falava nele, e... sabia que dói, ficar escutando? – Ele diz e a veia já some, seu semblante agora é de dor mesmo.

 — Como assim Thi? – Eu preciso entender isso e tem que ser agora.

 — Eu sou apaixonado em você desde o dia que nos esbarramos na entrada da escola, acho que você nem lembra mais, só que ali foi a primeira vez que eu te vi. – Ele diz me olhando, com as bochechas um pouco rosadas, sim ele está tímido, nunca pensei ver isso.

 — Não foi não, foi na aula de educação física que a gente teve que fazer junto. – Ele errou quando nos vimos a primeira vez, ele deve estar me confundindo com uma dessas meninas que vivem pendurada nele.

 — Não, ali foi quando eu tive coragem de me aproximar de você. – Ele diz com certeza em sua voz.

 — Eu não sabia. – Algo me diz para acreditar nele.

 — Fiquei 1 ano tentando chegar em você e eu não tinha coragem. Sei que fui um covarde... Mais você não dava espaço... – Ele diz, mas eu sempre tratei todo mundo bem.

 — Eu sempre fui legal com todo mundo, não fala isso. E outra coisa, não vem falar para mim que você era apaixonado em mim, porque se fosse verdade você não vivia com uma peguetes diferente a cada semana. – Já digo com o tom de chateação, como ele tem coragem de me dizer isso?

 — Eu não era apaixonado em você Jenny, eu SOU. É a mais pura verdade e eu só ficava com aquelas garotas tentando te esquecer. Você sempre disse que não iria namorar na escola, então tentava chegar em você na praça mais aquele mauricinho sempre estava lá. Quando eu via que ele estava por perto eu dava meia volta e deixava quieto. – Ele dispara e fala tudo de uma vez, e fico pensando em tudo...

Enquanto a gente conversava, me sentei em uma mesa próximo a porta. Ele ficou em pé andando de um lado para o outro e parava na minha frente quando queria olhar nos meus olhos.

 — Esquece isso vai, deixa esse assunto para lá. – Digo tentando amenizar a tensão que está no ar. Mas, ele chegou perto de mim, parou bem em frente a mim, se encaixou entre minhas pernas (isso era normal entre a gente), ele passou a mão no meu rosto e me disse com a voz baixa e meio rouca.

 — Fica comigo. Não me afasta mais não.

 — Eu nunca te afastei. - Falo também com a voz baixa.

 — Então fica comigo... namora comigo? – Ele diz e isso mexe comigo, ninguém sabe mais eu sempre gostei dele.

 — Para com isso Thi, a gente é amigo, na verdade você é meu melhor amigo, isso vai atrapalhar nossa amizade. – Um breve lampejo de lucidez vem em minha mente.

 — Não vai não, a gente dá tão certo em tudo. Eu sempre tive um sentimento como se você fosse minha. – Ele diz e aproxima mais seu rosto do meu.

 — Mais Thi... Eu gosto de você, mas eu nem sei por onde começa um bei...

Ele me beija, um beijo leve, delicado, doce e por instinto eu me afasto.

 — Thi não faz isso. – Peço a ele

 — Todo mundo teve um primeiro beijo minha linda, e a gente só aprende na prática. Não me afasta vai., por favor.

Ele segura meu rosto e me beija de novo. Dessa vez eu permito, a língua dele pede permissão para entrar, eu abro levemente a boca e dou passagem. Depois de alguns beijos, ele encosta a testa na minha para recuperamos o fôlego.

 — E aí o que achou? – Ele pergunta.

 — Nada mal.

 — Agora me diz, você vai aceitar meu pedido de namoro?

 — Eu não sei, tenho que pensar nisso.

 — Está bom eu entendo, mais enquanto isso, eu não vou ficar com mais ninguém e peço para você também não ficar, pode ser?

 — Como se eu saísse beijando qualquer um por aí, esqueceu que eu acabei de perder meu BV, aqui, agora, com você?

 — Tem razão, mesmo assim, eu te prometo que não fico com ninguém até você me dar uma resposta. Agora vem cá.

Ele passa o braço na minha cintura me chegando mais perto dele e me beija de novo. Dessa vez passo meus braços no pescoço dele e me entrego ao momento.

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