Férias

Passamos 1 mês namorando, tudo indo a mil maravilhas e como ele disse, por sermos amigos e nos darmos tão bem, não discutíamos, sempre estávamos bem.

Mais o destino é fogo, sempre causando.

Chegou as férias do meio do ano, férias essas, tão aguardada por todo aluno, 15 dias sem ir pra escola, 15 dias sem acordar cedo, 15 dias sem o namorado.

Como o meu pai era muito controlador eu não tinha celular, ou seja, seriam 15 dias sem ter notícias do namorado ou de minhas amigas. Ah mais são apenas 15 dias. Quê? Em 15 dias muitas coisas podem acontecer.

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Durante as férias eu consegui convencer meu pai a me levar para casa da Grace para passar uma tarde, e uma vez na casa da Polly para passar o dia. Lógico que aproveitei a oportunidade para falar com o Thierry através do celular delas. Nisso ele me contou que ficou em casa mesmo, e as coisas com seu pai estavam bem complicadas, mais que eu não precisava me preocupar, só que pela voz dele eu sabia que algo mais estava acontecendo, mais o que?

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Nas férias da Grace ela também não viajou, mas encontrou com o Peter algumas vezes no shopping para ficarem juntos, ir ao cinema, mais diziam que não estavam namorando.

Já a Polly, saiu para um retiro da igreja em um fim de semana e acabou conhecendo alguém e começou a namorar.

O Rapha era o único que sabia por alto o que estava acontecendo com o Thierry eles se encontraram algumas vezes próximo à casa do Thierry.

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No último sábado antes do retorno as aulas a Polly aparece na minha casa, o primo dela morava na mesma rua que eu então ela disse que estava na casa dele e foi me ver.

 — Oiiii amiga, estava na casa do meu primo e aproveitei para vir te ver. – Polly diz.

 — Oiiiii entra. – Eu digo a ela dando espaço para ela entrar.

 — Oi minha querida, vem, entra aqui. E aí como estão as férias? – Diz a minha mãe ao ver a Polly.

 — Infelizmente acabando né tia, mas foi ótimo.

 — Verdade, vem, vamos para o meu quarto.

Mal entramos no quarto e a Polly já vai soltando a bomba.

 — Amiga tenho notícias não muito agradáveis para te dar, não sei ainda se são verdadeiras ou só boatos mais achei melhor te preparar.

 — Aí meu Deus, o que aconteceu? Fala logo.

 — Seu pai está aí?

 — Não. Ainda está trabalhando chega só mais tarde, anda amiga me conta logo.

 — Tudo bem. Eu estava na loja do meu pai. Aí o August estava passando na porta e me viu, entrou na loja e veio falar comigo, mais não esquece que ele e um fofoqueiro e conversa muito fiado, não pode acreditar 100% no que ele fala.

 — Tá, fala logo, já estou ficando nervosa.

 — Ele me disse que o Thierry foi... preso.

 — Co....como as... assim? 

Nessa hora meu coração gelou, minha pressão caiu, acho que até sem cor fiquei.

 — Ele não disse mais nada? O motivo, que dia foi isso? Eu falei com o Thi na segunda pelo celular da Grace

 — Desculpa amiga, não sei muito, o August disse que ele ficou sabendo que o Thierry foi preso com drogas. Só isso.

Ali naquele exato momento, eu senti meu mundo desmoronando, queria poder chorar, mas como ia explicar para a minha mãe?

 — Toma, pega meu celular e tenta ligar para ele se ele atender vou lá falar com sua mãe alguma coisa par distrair ela.

 — Está bem.

Pego o número dele que tenho anotado na minha agenda, disco e chama, chama até cair e nada.

 — Ele não atende amiga.

 — Tenta de novo.

Mais uma vez eu tento, e já consigo sentir meus olhos enchendo d'agua, a minha preocupação não é ele ter sido preso, mas sim o motivo e até quando ele vai ficar preso, o que me mata silenciosamente é não poder fazer nada.

Passei o resto do sábado e o domingo com medo, pedi muito a Deus pra que tudo fosse só um mal-entendido.

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“Chega logo segunda-feira. Será que é verdade”? – Penso comigo.

Enfim chegou à segunda-feira, levanto tomo banho, me arrumo, tomo café e vou para o ponto do ônibus.

Entro no ônibus e como sempre o Vinicius está lá. Desde o dia na escola que ele ficou sabendo que estou namorando ele vinha falar comigo, perguntando se eu já tinha separado mais sempre fui de poucas palavras com ele, mas ele sempre dava um jeito de flertar comigo.

 — Oi gatinha, já estava com saudade de você e você sentiu minha falta? -Vinicius pergunta para mim.

 — Acredita que não.

 — Ah Jenny sei que sentiu sim.

Na verdade, tinha sentido falta dele sim, afinal que garota não gosta de ser cortejada, se sentir desejada? Logo ele percebeu que tinha algo me incomodando.

 — Ei, o que aconteceu? Está tudo bem? – Ele me pergunta

 — Tudo indo, não quero conversar está bom?

 — Foi aquele moleque? o que ele fez? Eu vou dar uma surra nele, ele te traiu?

 — Vinicius não aconteceu nada, está legal? Nós estamos juntos ainda, eu só quero ficar na minha, vai lá ficar com seus amigos, por favor.

Como ele viu que eu estava muito chateada, ele foi ficar com os amigos dele, mas eu conseguia sentir os olhos dele em mim o tempo todo. Quando chega na minha parada, desço em uma porta e ele também desce, só que na outra porta, a parada dele era a próxima bem em frente a escola dele, ele não tinha por que descer ali.

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