A verdade

Os olhos dele enchem d'água

 — Eu sei que eu errei. Mas, quando eu saí da cadeia fui para casa, meu pai me bateu muito porque ele perdeu a droga dele.

E realmente ele estava com um olho roxo.

 — Eu fui preso na quinta à noite praticamente passei a noite na cadeia, por ser menor ainda e nunca ter tido uma única ocorrência meu tio conseguiu me liberar, cheguei em casa na sexta a tardezinha eram umas 16 horas. Meu pai chegou em casa as 19:00 e foi quando ele começou a me bater, fiquei todo dolorido. No sábado resolvi dar uma volta, encontrei uns amigos da minha antiga escola, a escola do bairro, eles estavam bebendo e acabei bebendo com eles, bebemos o dia inteiro, acabei ficando bêbado. Quando dei por mim, estava beijando essa garota.

 — Aí você aproveitou que já tinha me traído e continuou. Parabéns!

 — Não foi assim minha linda, quando vi o que eu fiz, me afastei dela e fui embora.

 — E isso não justifica a troca de mensagens Thierry. Eu até poderia perdoar um beijo, mas manter essa merd*, não dá... Você me prometeu.

 — Jenny ela descobriu meu número e fica me mandando mensagem.

 — Thierry ela sabia que você não iria vir a escola hoje, ela sabia que você iria vir no intervalo, ela sabia que você TINHA namorada.

 — Como assim tinha? Não faz isso comigo... Eu preciso tanto de você.

 — Não precisa. Você a tem agora, faça bom proveito. E quanto a nossa amizade... preciso de um tempo de você está legal?

 — Não faz isso Jenny. Eu amo você.

 — Rarara. Thierry quem ama não trai. Eu não me importo se você foi preso, se você tinha culpa no cartório ou não, mais me trair foi demais. A partir de agora eu estou livre para ficar com quem eu quiser. E você também.

 — Jenny, por favor. Me dá uma chance.

 — Eu te dei Thierry. Fui contra toda a minha razão eu sabia da sua fama de galinha, eu confiei em você e você não soube aproveitar, eu escolhi você achando que você me conhecia tão bem e nunca iria me magoar. E aqui estou eu.

Escorre uma lágrima solitária, eu enxugo antes que termine de cair pelo rosto

 — Vai lá, a sua NOVA namorada está lá te esperando na escada dos 8°.

Viro as costas e saio de lá esbarro no Peter ele me segura em um abraço para que eu não caia.

 — Ei, ei o que está acontecendo? Onde é o incêndio, rsrsrs, cadê o Thierry?

 — Me desculpa, agora não dá, e não quero saber dele tá?

Saio do abraço de Peter e vou para minha sala de aula.

Destruída

Despedaçada

Tudo que eu quero é que essa aula acabe logo. Só quero sumir daqui”. – Penso comigo.

Visão do Thierry

Estamos saindo de férias, como vou ficar 15 dias sem ver minha linda”? – Penso comigo.

 — Minha linda, me promete que vamos continuar juntos até voltarmos as aulas? Que você não vai ficar com ninguém.

 — Prometo. O difícil é você ficar sem ninguém né? Eu vou ficar exilada em casa com certeza.

 — Eu não vou para lugar nenhum, tenta me ligar, mesmo que seja 10 min.

 — Vou tentar está bem?

 — Tudo bem.

Enquanto todos estão felizes pelas férias me sinto derrotado, vir para a escola é meu refúgio, ficar em casa com meu pai daquele jeito é tortura e agora nem minha linda vou conseguir ter para me acalmar.

**

Nem acredito que ela conseguiu me ligar pela segunda vez nessas férias. Me sinto sortudo por ter ela, eu acho que ela realmente gosta de mim.

******

Acho que vou dar um volta de bicicleta, aproveitar que meu pai saiu. Vou na garagem pegar minha bicicleta.

“Quanto tempo não lavo essa bicicleta, dá pra sair assim não, vou dar um grau nela”. – Penso comigo mesmo.

PM 1: Perdeu, perdeu.

PM 2: Mão na cabeça.

PM 3: Encosta na parede e abre as pernas.

 — O que está acontecendo? – Eu pergunto sem entender nada.

PM 1: Cadê as drogas?

 — Que droga? Não sei de droga nenhuma não. – Tento explicar.

PM 2: Da uma geral no local.

Eles revistam tudo e encontram drogas escondidas eu fico sem entender.

Como isso foi parar aí”? – Tento entender em meus pensamentos.

 — O que está acontecendo aqui, solta meu filho. – Minha mãe diz ao entrar e ver aquela cena.

 — Mãe o que está acontecendo? Cadê meu pai? ele fez isso? – Pergunto para ela.

PM 3: Senhora me desculpe, recebemos uma denúncia anônima que aqui nessa residência havia um traficante, fazendo uma revista no local encontramos algumas drogas precisamos levar seu filho preso.

PM 1: Thierry você está preso, você tem direito (.......).

 — Thierry, vou ligar para o seu tio, por favor se comporte estou indo bem atrás de você, eu te amo meu filho. – Minha mãe diz em meio as lágrimas.

“Meu Deus o que eu fiz para merecer isso? Por quê? Agora a Jenny não vai mais querer ficar comigo”. – Penso nisso, porque a minha maior preocupação é essa, perder a Jenny.

Meu tio chega na delegacia, depois de muitas perguntas, muita gritaria, descobriam que o traficante era meu pai e não eu. Iriam sair no encalce dele, demorou tanto tempo que passei a noite na cadeia, nunca imaginei isso acontecendo comigo.

Chego em casa, tomo banho como alguma coisa, vou para o meu quarto ligo para o Rapha conto o que aconteceu no meio da ligação meu pai abre a porta do quarto e começa a me bater, colocando a culpa em mim de ter perdido as drogas dele que ele teria que acertar com os "chefes" dele.

Ele me bateu muito, me deu tanta raiva, como meu próprio pai pode fazer isso comigo, ele deveria me defender e não me acusar, na verdade ele nem deveria ter isso em casa, não deveria ter se envolvido com nada disso, me sinto um inútil por não ter percebido nada antes, como fui inocente, já andei tanto no meio disso, não vejo quando caio em lágrimas, sentindo muita dor acabo dormindo.

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