Estamos na época de interclasse na escola, tínhamos os 3 primeiros horários de aula normais e os demais eram para participar do torneio. Quem não jogava deveria participar da torcida.
Porém nem todos iam para a arquibancada torcer. Nosso grupinho mesmo se juntava atrás da escola (na garagem dos professores) e iam fazer algum jogo.
Nesse dia fatídico resolveram jogar verdade ou desafio
— Vamos lá para trás, os meninos estão esperando a gente... – Polly diz, Polly é minha amiga doidinha, a mais popular de todas nós, pois estuda aqui desde o primeiro ano, conhece a todos, mas, é aquela amiga que você pode contar para tudo e qualquer hora.
— Para que Polly? – Eu a questiono.
— Para que eu não sei, mais prefiro ir para lá do que ficar no sol vendo aqueles meninos horrorosos jogando. Já fui lá não tem um gatinho sequer. – Grace diz, Grace é aquela típica patricinha escola, imagino que toda escola tenha uma, a minha patricinha é ela, bem boas condições, tem de tudo e sempre tem algo rosa nela, muito bonita, loira natural, uma Barbie.
— Está bem, vamos logo. – Acabo cedendo.
Fomos para trás da escola. Chegando lá já estavam. O Peter, Rapha (amigo dele), August (do 8° ano, porém de outra sala), Jena (era da nossa sala mais não confiava muito nela), Camila (tinha uma queda enorme pelo August).
Nesse dia o Thierry não havia ido para escola, ele estava passando por alguns problemas em casa e até então não havia se aberto para ninguém, então a gente só sabia que estava ruim, mais não o quanto.
— Ei meninas estávamos esperando vocês. Resolvemos jogar verdade ou desafio. senta aí fazendo a roda. — Peter diz, apontando para o chão, Peter é melhor amigo do Thierry, o amigo certinho, estudioso, meio galã, mas não é metido e sim tímido, muito gente boa e defende seus amigos a todo custo.
— Eu não vou participar, vou ficar só olhando. – Digo, porque não gosto desse jogo, sempre dá merda.
— Vamos, Jenny, vai ser só a gente, que mal tem? – Diz Rapha, Rapha é amigo do Peter e o outro melhor amigo de Thierry, andam os 3 para todo lado, diferente do Peter, que é estudioso, o Rapha é o típico garoto problema, sofreu muito na mão do pai e isso o deixou rebelde, mata aula, anda com uns garotos do bairro meio barra pesada, repetiu de ano 3 vezes, mais é muito gente boa, um bom amigo pois defende os que ele gosta o máximo que consegue.
— Bora Jenny, para de bobeira, se estiver com medo, fala só verdade. – Peter diz querendo me convencer a participar da brincadeira.
— Ninguém é obrigado a nada, está com medo de contar seus segredos?? – Diz August, querendo me provocar.
— Lógico que não, não tenho segredos. – Digo seria.
— Vamos, senta-se aí logo. – Diz Jena impaciente.
— Bora gata, para de frescura que aqui só tem amigo seu. – Peter diz e me oferece a mão para que eu sente ao seu lado.
— Nossa como vocês são chatos, tudo bem eu vou participar. – Digo e sento ao lado de Peter.
Fizemos a rodinha me sentei entre o Rapha e o Peter, de frente para a Polly.
O primeiro a rodar a garrafa (que não faço a mínima ideia aonde arrumaram), foi o August, ele rodou e caiu para perguntar pra Camila.
— Fala aí Camila, Verdade ou Desafio?? – August Pergunta a ela.
— Desafio – Ela responde sem nem pensar.
— Vai lá na quadra, grita que o número 9 da outra escola e lindo. – Ele diz rindo.
— Anão! Pede outra coisa, já viu o tanto que ele e feio? – Camila Diz tentando fugir do desafio.
— Sem outro desafio, é esse mesmo e vamos atrás pra você não fugir. – August diz sério.
— Aff... está bem, bora acabar com isso logo. – Camila diz e se levanta.
Ela foi, gritou, e saiu correndo... O menino ficou tão abobado que nossa escola aproveitou e fez um gol... hahaha
Voltamos rindo para o nosso cantinho. A garrafa gira de novo e de novo, nisso a Camila beijou o August, Jena deu um selinho no Rapha, a Grace beijou o Peter (e que beijo) até que cai com a Polly jogando e perguntando para mim.
— Jenny, Verdade ou Desafio??? – Polly me pergunta com aquela cara de quem está aprontando.
— Verdade lógico. Você é doida. – Respondo ela, realmente ela tem um parafuso solto.
— Sou nada haha. Maass está bom. É verdade que você ainda é BV? – Polly pergunta. Olho para ela com vontade de esganar ela, porque ela sabia a verdade e todos na roda estavam me olhando. — Não vale mentir. Eu sei a verdade. – Ela ainda completa.
— Perfeito então, faz outra pergunta, você já sabe a resposta dessa. – Digo, tentando escapar dessa furada.
— Nananinanão. Responde logo. – Ela fala seria e todos não desviam o olhar de mim.
Fiquei roxa de vergonha, afinal o Peter e o Rapha estavam ali e eles eram grudados no Thierry e apesar de ser meu melhor amigo, ele não sabia e sempre dava em cima de mim. Eles iam contar para ele, isso era fato.
— Você me paga Polly, deixa você comigo. – Digo com esperança dela mudar de ideia.
— Responde logo Jenny, que agora eu também quero saber. – Peter pergunta olhando em meus olhos não tem escapatória.
— É verdade sim, porque, alguém tem algum problema com isso? – Digo já com a voz firme.
Todos ficaram de boca aberta, sem acreditar, mais ninguém questionou, só um menino chato da minha sala que estava por perto e escutou, ainda se propôs a resolver o problema. Gato, mais chato e mais velho que a gente também, repetiu 2 vezes, ele já tinha 15 quase 16. Confesso que fiquei chateada, me levantei e fui para a quadra. A Polly veio atrás de mim.
— Amiga me perdoa, não achei que você ia ficar tão chateada. Só achei que era a oportunidade de você perder o BV. Eu sei que você quer perder mais tem vergonha e tinha tudo para dar certo, ia ser só um desafio.
— Lógico que te perdoo. Mas você sabe que agora o Thierry vai ficar chateado comigo e aquelas vacas vão espalhar para a escola inteira e todos vão ficar me olhando, achando que sou uma criança ainda, isso que me incomoda.
— Vamos voltar, não deixa te afetar e elas não vão falar nada, se você deixar elas perceberem que te afeta elas usaram isso contra você.
Ela tinha razão então voltei para lá com ela, mais disse que não ia mais jogar, o Pê (Peter) parou de jogar e ficou perto de mim, me deitei no chão com a cabeça no colo dele.
— Jenny, não fica chateada não. Mas, é verdade mesmo? – Peter pergunta, olho nos olhos dele.
— É sim, Pê, mas esquece esse assunto, por favor? – Respondo e peço ao mesmo tempo.
— Está bom, gata. Morreu aqui o assunto.
— Morreu nada. Quando o Thierry ficar sabendo, ele vai pirar. – Rapha, se senta ao nosso lado.
— Cala a boca Rapha. – Diz Peter sério.
— Jenny, você sabe que ele sempre foi apaixonado em você, né? – Rapha diz, e levo isso em consideração, mas, logo descarto essa possibilidade.
— Sei disso não, sempre fomos amigos. – Digo para ele.
— Ele sempre achou que você namorava aquele menino da outra escola. Mais se você é BV, não está namorando. – Rapha diz, com um tom de quem descobriu algo incrível.
— Para Rapha, deixa ela. – Peter me defende, por isso ele é meu amigo.
— Valeu, valeu. Vou indo. – Rapha diz, levantando as mãos em sinal de rendição. Ele se levantou e saiu.
Você se lembra que era interclasse e o portão da escola ficava aberto? Pois é. Quando achei que o assunto havia morrido, quem aparece bem na minha frente? Isso mesmo, o Thierry. É claro que o bocudo do Rapha já tinha contado tudo para ele. Ele apenas me estendeu a mão e falou:
— Vem comigo.
— Vem comigo! – Ele repete, o tom de voz dele é sério. — Para onde Thi? – Pergunto. — Vem, a gente precisa conversar. – Ele me diz e oferece a mão novamente.*** Vou resumir aqui quem é o Thierry e o que ele significa para mim ***Thierry era um dos meus melhores amigos, estava passando por uns momentos difíceis com seu pai em casa, ele andava muito nervoso, andava brigando fora da escola com qualquer um que olhasse torto para ele e como era meu melhor amigo, sempre que ele se estressava na escola, nossos amigos me chamavam pra acalmar ele, eles falavam que ele só escutava a mim, ele já tinha 3 advertências, 2 suspensões, mais uma suspensão e ele seria expulso da escola, tudo por responder professor e brigar dentro da escola.Consegui salvar ele diversas vezes com minha influência de boa aluna com a supervisora e diretora da escola, a gente andava tão junto e eu defendia tanto ele que as pessoas na escola achavam que éramos namorados, a gente se abraçava na escola, andava de mãos d
Ficamos ali por uns 30 minutos nos beijando até que o sinal da escola toca e voltamos a realidade. — Temos que ir. – Digo a ele. — Só mais um pouquinho, esperei tanto por isso, que queria ficar aqui o dia inteiro com você. – Ele diz, fazendo um biquinho. — Rsrsrs, mas não podemos, os alunos já vão subir para as salas e isso aqui vai virar uma loucura. – Lembro ele. Mas, na verdade, ele foi tão fofo comigo que eu queria ficar ali o dia inteiro também. Ele pega na minha nuca e me dá mais um beijo. — Está bem vamos, mas vou com você até o ponto de ônibus, pode ser? – Ele me pergunta e tem com negar a ele esse pedido? — Tudo bem, mas, sem beijos. — Ok.Saímos da sala de aula, já tinha alguns alunos subindo fomos para a porta da minha sala e ficamos encostados do lado de fora, assim que abriu peguei minhas coisas e fomos para fora da escola, lado a lado.Lá fora encontramos os meninos e as meninas, nos despedimos e seguimos para a praça onde eu pegava meu ônibus, os meninos foram com
Chego em casa, doidinha da cabeça, o que acabou de acontecer? Que dia meu Deus!!!! E agora o que vou fazer? Os dois meninos que sempre quis me querem agora? Almoço, vou para o quarto, fazer minhas tarefas, estudar e ficar pensando em tudo que aconteceuNo outro dia, estou morrendo de medo de ir para a escola, não queria me encontrar com o Vinicius no ônibus. Ainda não sei o que fazer. Queria conversar com as meninas, para elas me ajudarem. Mais Deus é tão bom, que por milagre meu pai me levou na escola de carro, ele ia levar meu avô no médico e ia entrar mais tarde no serviço, então me deixou na escola e foi embora.Vou para o nosso local de encontro, meu e das meninas, o banco próximo as primeiras escadas que davam quase na porta da nossa sala, chego lá a Polly já está esperando. — Bom dia amiga. – Polly diz assim que me vê. — Bom dia, só se for para você, porque para mim está uma merd*. – Digo de uma vez. — Por que seu pai te encheu o saco por alguma coisa atoa? – Ela conhece bem
Ele abre um sorriso de orelha a orelha, ah como eu amo esse sorriso dele. Descemos as escadas, chegando lá as meninas não estão no nosso cantinho, arrasto ele para a quadra, o semblante dele fecha e como se fosse o alfa de uma alcateia, chega ao nosso redor, Peter e Rapha. Fiz de conta que não percebi, avistei as meninas, estava indo em direção a elas quando avisto os amigos do Vinicius na quadra, meu coração gela na hora. Sinto a mão do Thierry dar uma apertada na minha, olho para ele e sigo o olhar dele e lá estava ele, o Vinicius, encarando a gente, com o uniforme de jogo a escola dele iria competir com a nossa. Ele era o camisa 9 do time. — É por isso que você estava chateado mais cedo? - Pergunto para o Thierry olhando nos olhos dele. — Isso o que minha linda? – Ele diz. — Não se faça de bobo Thierry. – Falo em tom de desaprovação. — Tá bom, tá bom, era sim. Eu não gosto dele, eu sinto como se ele estivesse tentando roubar você de mim. Não sei como eu conseguiria aguentar ve
Passamos 1 mês namorando, tudo indo a mil maravilhas e como ele disse, por sermos amigos e nos darmos tão bem, não discutíamos, sempre estávamos bem.Mais o destino é fogo, sempre causando.Chegou as férias do meio do ano, férias essas, tão aguardada por todo aluno, 15 dias sem ir pra escola, 15 dias sem acordar cedo, 15 dias sem o namorado.Como o meu pai era muito controlador eu não tinha celular, ou seja, seriam 15 dias sem ter notícias do namorado ou de minhas amigas. Ah mais são apenas 15 dias. Quê? Em 15 dias muitas coisas podem acontecer.******Durante as férias eu consegui convencer meu pai a me levar para casa da Grace para passar uma tarde, e uma vez na casa da Polly para passar o dia. Lógico que aproveitei a oportunidade para falar com o Thierry através do celular delas. Nisso ele me contou que ficou em casa mesmo, e as coisas com seu pai estavam bem complicadas, mais que eu não precisava me preocupar, só que pela voz dele eu sabia que algo mais estava acontecendo, mais o
— O que você quer Vinicius? – Eu pergunto assim que o ônibus sai. — Faz de conta que eu não estou aqui. — Vai para a sua escola. Me deixa quieta pelo menos hoje, por favor. — Eu vou até a porta da sua escola, vou descobrir o que está acontecendo. Você não precisa nem falar comigo. — CHEGA. Nem eu sei o que está acontecendo ainda.Eu acelero o passo, ele pega no meu pulso fazendo eu virar de frente para ele. — Jenny, eu gosto de você de verdade. Eu sei que você o escolheu, e estou respeitando isso, mesmo assim estou aqui e eu não vou deixar ninguém te magoar, tá legal? — Deixa eu ir, preciso descobrir o que aconteceu de verdade, na ida para casa te falo o que aconteceu, está bem? — Está bem, eu vou para a minha escola, mais no final da aula eu vou estar lá na porta da sua escola, para você. — Tchau, Vinicius — Se cuida gatinha, até daqui a pouco.Chego na escola e todo mundo fica me olhando, eu procuro pelas meninas ou pelos meninos, encontro o Rapha. — Rapha, o que está a
Os olhos dele enchem d'água — Eu sei que eu errei. Mas, quando eu saí da cadeia fui para casa, meu pai me bateu muito porque ele perdeu a droga dele.E realmente ele estava com um olho roxo. — Eu fui preso na quinta à noite praticamente passei a noite na cadeia, por ser menor ainda e nunca ter tido uma única ocorrência meu tio conseguiu me liberar, cheguei em casa na sexta a tardezinha eram umas 16 horas. Meu pai chegou em casa as 19:00 e foi quando ele começou a me bater, fiquei todo dolorido. No sábado resolvi dar uma volta, encontrei uns amigos da minha antiga escola, a escola do bairro, eles estavam bebendo e acabei bebendo com eles, bebemos o dia inteiro, acabei ficando bêbado. Quando dei por mim, estava beijando essa garota. — Aí você aproveitou que já tinha me traído e continuou. Parabéns! — Não foi assim minha linda, quando vi o que eu fiz, me afastei dela e fui embora. — E isso não justifica a troca de mensagens Thierry. Eu até poderia perdoar um beijo, mas manter essa m
Hoje é sábado estou todo dolorido o que me dá um pouco de força é que segunda já vou ver minha linda. Resolvo ir para a rua dar uma volta, apesar de tudo meu pai está em casa, agora a polícia não pode prender ele porque tem que ser em flagrante e eles perderam esse momento quando me prenderam por engano.Dando uma volta encontro os meninos que estudavam comigo na escola do bairro, me sento com eles para explicar o que aconteceu, afinal todo bairro estava sabendo por alto. Eles estão bebendo, resolvo beber uns goles tbm.Comecei a beber com eles eram umas 11:00 da manhã, quando dei por mim já havia escurecido eles estavam me chamando para ir para as barraquinhas da praça, estava tão bêbado que resolvi ir.Já eram umas 22:00 da noite quando me deu um lapso de lucidez, eu olho e tem uma menina agarrada em mim, me chamando de amor, tentando me beijar, me afasto e ela me puxa novamente.- Amor, o que foi?- Quem é você?- Thierry para com isso...Seguro o pulso dela, me afasto mais um vez