Três

ANDRÉ

Abri meus olhos com a claridade, a dor do meu corpo ficou mais forte quando levantei, eu tinha amanhecido no mesmo lugar.

Os cortes estavam abertos e o sangue se destacavam pra caralho, como ardia.

Levantei com dificuldades, vesti aquelas roupas rasgada, sai do barraco indo direto ao encontro do Lipe.

– Eu quero matar meu pai – falei.

Lipe: Cara, oque aconteceu?

– Meu pai, sempre é ele!

Lipe: Porque não sai de lá? Ou sei lá, pô, sei que dói demais ver você dessa maneira.

– Como?

Lipe: Eu não sei, irmão, mas vamos logo.

Passamos o dia todo no farol, tá ligado que era ruim demais enfrentar sol, mas pior mesmo era enfrentar com chuva, os carros mal parava pra nós, nem conseguimos muito dinheiro.

Lipe: Tá ligado irmão, um dia seremos cantores e vamos comprar todos brinquedos – sorri com ele, correndo até a padaria, o cheiro do salgado fez meu estômago revirar de fome, porém, eu não tinha dinheiro hoje pra comprar, apenas consegui dois reais.

Lipe: Quanto ta?

– Quatro reais.

Lipe: Manda dois ai. – sorri pra ele que retribuiu.

– Valeu – Falei, olhando ele.

– Estamos ai pra isso, conta comigo sempre, amigo – pegamos e sentamos no mesmo lugar de sempre pra comer.

Ficamos ali até da uma escurecida.

Lipe: Bora? – assenti, mas meu olhar parou na ruivinha que estava no banco, ela tava com a mãe dela, era a menina do carro, assim que me viu abriu um sorriso meigo, retribui pra duas – Vamos logo.- assenti o acompanhando.

(...)

Luiz: Cadê meu dinheiro, porra? – estendi a mão, seu olhar com raiva me fez tremer.

–...foi apenas isso que consegui – ele me deu um murro no rosto – Para...para.

Luiz: Esse dinheiro não paga uma vadia, moleque – Recebi outro murro – Você vai ser minha vadia por hoje – derramei mais lágrimas quando ele puxou pelo braço.

– O seu papel não é esse, pai –Digo com a voz embargada, mas pra ele não adiantava, ele não me escutava.

Ele me segurou com forças tirando minhas roupas,senti aquelas mãos nojentas dele na minha bunda dando t***s.

– Vem, hoje te arrombo – ele me puxou com mais forças me penetrando, eu juro que tentei sair dali, mas não deu, ele era mais forte.

Meu grito de dor, ódio e raiva ecoou naquele barraco, as lágrimas quentes rolaram em meu rosto, um nó na garganta se formou.

Eu juro que encarei Jesus ali, bem na minha frente, eu pedia naquele momento pra ele vim me buscar.

É horrível saber que meu pai sentia prazer nisso, meu pai estava me estuprando, aquele vazio dentro do meu peito aprofundou mais.

No outro cômodo estava minha mãe, ela encarava a cena e nao fazia nada, afinal, ela não conseguia, apenas olhei suas lagrimas escorrendo em seu rosto.

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