Quatro

ANDRÉ

Levantei meu corpo, sentindo uma dor enorme, não queria sair dali, afinal, estava com meu corpo todo machucado e doendo.

Assim que levantei, admirei a cena que meu pai não estava no barraco, pela primeira vez na vida de manhã.

Assim que sai do barraco, Lipe já me esperava, fomos mais um dia pro farol. Eu estava sentindo algo em meu peito, uma angústia muito ruim. Papo reto? Fiquei com maior medo e me sentindo humilhado, todo momento eu lembrava do dia anterior, pior sensação.

Lipe: Tú está pensativo...

– Lipe, vamos tentar fazer mais um dinheiro do dia.

Ficamos mais um dia pra rua, a mesma rotina de sempre, porem, estava sentindo algo dentro do meu peito. Algo bem forte, eu não conseguia segurar, era o ódio. O ódio enorme de tudo em minha volta, pensamentos que minhas esperanças foram todas destruídas.

Assim que fechei a porta da barraco, meu pai já caminhou em minha direção. Dessa vez ele não perguntou sobre dinheiro, ele apenas me espancou, me bateu com um cinto fino e com um pedaço de madeira.

Olhei em minha volta, enquanto chorava de desespero, medo...

Em cima da mesa, em meio a tantas bagunça e pratos sujo, tinha uma faca enorme, era faça de açougueiro. Ela até brilhava, com um ódio em mente, em meio a tanto crueldade, a peguei.

Segurei em minhas mãos, assim que virei em direção do Luíz, ele sorriu, negando. Seus dentes amarelos.

Luiz: Tú não tem coragem, afinal jamais será feliz.

– Eu serei...

Luiz: Não será não, bonequinho. Tú ainda continua sendo meu escravo sexual, vou meter a madrugada inteira no seu cú.

– Tú acabou com minhas esperanças, por tua culpa irei viver com medo do mundo, eu te ódio eternamente!

Luiz: Mata, desgraçado, ou irei enfiar meu pau em tú!

Segurei o facão, ele não esperava que eu teria uma atitude dessa, não naquele momento. Ele pensou que eu teria medo dele, mas não, eu não fiquei com medo em tantos anos vivendo ao seu lado. Ao contrário, eu senti um prazer enorme ao escutar o barulho do facão perfurando em seu corpo.

Tirei, enfiando várias vezes seguidas. Ele caiu no chão, em seus olhos admirei suas lágrimas escorrendo. Virei meu olhar pro cômodo onde minha mãe estava, ela me encarava chorando alto.

Então caminhei até seu encontro.

– Vamos, vamos sai daqui...– A segurei.

Ali eu me senti uma outra pessoa, talvez descobrindo o ódio em minha cabeça. Percebendo que o mundo não é todo rosa.

Lipe: André... nós iremos nos reencontrar... eu não posso ir agora, minha mãe está doente...

– Eu volto pra te buscar, Lipe.

Lipe: Tá... tá bom. A sua mãe está muito doente também, André... toma cuidado, amigo – limpei minhas lágrimas, o abraçando.

– Eu o matei, Lipe...– Lipe me olhou por longos segundos, mas não disse nada. Afinal, nem ele mesmo esperava essa minha atitude... Um novo André!

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