ANDRE
Olhei para os lados, a chuva caia forte na cidade, depois de varias horas caminhando, único lugar pra nós protegermos foi uma via que levava uma cidade a outra. O frio estava me matando por dentro, assim como a fome. Minha mãe estava tremendo de frio. Olhei para os lados, percebendo uma padaria aberta. – Mãe, fica aqui...– A encarei – vou ver se consigo algo, tudo bem? Ela não disse nada. Sai dali, caminhando rápido até uma padaria, eu estava molhado, assim que encararam, a cliente da padaria me olhou com nojo. Xxx: O que uma criança assim faz aqui– negou, debochando – Aqui é padaria de alto nível, moleque, vai pra essas outras... Xxx: Deixa ele, tú quer algo?– olhei baixo, admirando o salgado –Não tem dinheiro pra comprar? Eu compro um pra você! Me serve três salgados desse aqui, moça – O rapaz pegou três salgados, me entregando – Vá, moleque, é teu– me entregou. Consegui um copo de água, peguei meu caminho, voltando até onde minha mãe estava, com pouca claridade a procurei com o olhar, porém ela não estava mais ali. – Mãe?– mudei meu olhar pra outro lugar, a procurei por perto, mas não a encontrei – Por favor.... A procurei por todo lugar, porém ela não estava presente, então sentei num canto onde não caia muita chuva e chorei de medo. Olhei pra frente onde tinha várias luzes, um morro, mais conhecido como comunidade, olhei em volta e me abracei, tentando evitar aquele frio. Aos poucos mais moradores foram chegando no mesmo local que estava. Aos poucos o sol foi saindo, logo a manhã chegando. Fiquei no mesmo lugar por um bom tempo, esperando minha mãe chegar, porém ela não voltou. Meus sentimentos era de ódio. Fiquei o maior tempo sentando, na metade do dia fui pro farol pedi dinheiro. Voltei meu olhar para cima, eram várias casas, uma comunidade, do alto encarei as pipas no céu. O barulho do trânsito e o sol quente batendo em meu rosto, a atração daquele morro bateu no fundo do meu peito... Parecia que algo me chamava pra pelo menos conhecer o local, eu estava sozinho. Olhei novamnete admirando algumas pirua descendo e subindo, assim como moto-taxi... caminhei até a via, olhando para os lados, depois de um tempo caminhando bati meu olhar em uma placa que estava escrito Complexo do alemao... Meu sentimento ficou neurótico, como aquele lugar fosse pertence pro resto da minha vida...ANDRÉ Um gesto, uma palavra, ou seja, um carinho poderia mudar a vida de qualquer uma criança. Quando uma criança recebe o devido valor, ela cresce com esperanças, com sonhos, caso ela receber o desprezo e o ódio, a criança torna-se mais um adulto no mundo que carrega o ódio dentro de si por culpa de um doador de espermatozoide.Lidar com alguns pensamentos dentro da própria cabeça é difícil, pois teu pior inimigo é tua própria mente, cara.Dia após dia, noite após noite, luta após luta e minha cabeça nunca sai do meu passado, você aprende a conviver, porém nada e ninguém consegue te fazer esquecer. Menor: Alá, qual foi? Nós estamos conversando contigo — suspirei baixo, passando a mão no pescoço — Tú é muito otario, pô, todo dia viajando, parceiro.— Qual é? Vai cuidar dos teus câos, caralho, e não sou teu parceiro não, pelo jeito quem está viajando é tú — os outros me encararam, negando.D7: A reunião está encerrada, geral saindo — quando dei as costas, D7 murmurou — Tú fica, Mural
MURALHAEnxuguei meu rosto com a toalha, soltando um suspiro baixo, me encarei no espelho, descendo o olhar pelas cicatrizes no peito, correndo até meu braço, mesmo com tantos músculos, as cicatrizes ainda faziam parte do meu corpo.Depois de anos, continuo sem confiar em ninguém, e garanto que continuarei sem confiar em ninguém pelo resto da minha vida. Papo de família? Não existe mais na minha cabeça.Depois que minha mãe fugiu pelas ruas, coloquei em mente que nenhum ser humano liga para os sentimentos dos filhos. Fiz meu café da manhã e rápido, em seguida meti o pé onde os cria estavam.D7: Aê, na moral? Tem um playboy devendo alta quantia em drogas - caminhou na minha direção. Arquiei a sobrancelha, tentando decifrar o papo dele.- E? - cruzei os braços - Eu não cuido dessa parte não, qual é? D7: É que geral já foram atrás...- Aê, na moral?- chamei atenção de todos - Eu tô dando meu papo, vocês recebem pra que mermo? Pra fazer os corres do dia a dia, rapá! Agora vem com papinho
AmandaEstava encerrando mais um período no meu trabalho, trabalho em uma clínica de psicologia, sou psicóloga a um ano, formada e com vários certificados. A psicologia é algo muito delicado, você tratará cada cliente com muito amor e carinho, levando por um bom período de vida. Já lidei com pessoas com alto nível de depressão, vê-la mudando e voltando a saber lidar com problemas é algo sem explicação. Porém nem tudo é fácil, já tive mais de dois clientes que não soube lidar e acabou em suicídio. Tirei meu salto alto, amarrando meu cabelo em coque, guardei meu óculos de sol, colocando o de grau. Minha logo surgiu no meu campo de visão.Angélica: Boa tarde, como foi hoje?- Mesmo de sempre - sorri - cadê o pai? Angélica: Ela está trabalhando ainda...- sussurrou.- Hum... estou precisando sair um pouco, dar uma caminhada pelo calçadão. Angélica: Sim, mas dá última vez seu pai...- Ele não achou bom. Mãe, eu tenho vinte e quatro anos - levantei, pegando minha bolsa - Aliás, ainda não
MuralhaMenor caminhou até meu encontro, tirei o olhar do meu celular o encarando. Era papel do D7 vim me passar alguma informação, mas pelo jeito ele ficou bolado com nossa conversa de ontem, rapá.Menor: Calculei o passo de tod9s da família do Jorginho — arquiei a sobrancelha.— E?Menor: A filha mais velha é uma famosa boqueteira que descer a favela, já a mais nova — deu um sorriso de lado — É outra parada, gostosinha... — Não quero saber esse papo, moro? Manda logo as informação, sem papo torto, tio — encarei ele. Menor: Está aí a informação, o endereço, caso querer...— Quero o seguinte, primeiro um susto, depois a parada ficará séria — peguei meu rádio — Aê, preciso de mais dois na minha sala — travei meu maxilar. Menor: Qual será o próximo passo?— aguardei os outros dois entrarem.— Quero um sequestro bem elaborado, tá ligado? A filha mais nova, vocês irão mantê-la em cativeiro até o dia que o desgraçado me pagar! Menor: Tô dentro, pô — sorriu — Posso ficar no cativeiro com
Amanda Saquei uma quantia de dinheiro do caixa e aproveitei pra passar no orfanato pra ajudar em algumas coisas. Sou uma dos sócios que ajuda a arrecadação do orfanato, algo gratificante é exerga a felicidade das nossas crianças. Sempre tive compaixão desde nova, costumava ajudar pessoas no farol, dando salgado ou até mesmo compartilhando meu salgado. Bom, pra dizer a verdade, eu fazia um drama enorme pra minha mãe dizendo que estava morrendo de fome, no final era mentira, era apenas uma desculpa pra dar pra alguém no farol e sempre dava certo e de alguma forma, antigamente, ela ficava orgulhosa da mulher que eu me tornaria.Lara: Tia, Amanda - sorri com o abraço. - Oi, meu amor - passei a mão em seus cabelos liso - Como estão as coisas? Lara: A tia disse que vou ter meus papais - sorri de lado - Eu vou ter uma família, tia Finalmente os papéis da doação desse ser pequeno deram certo, depois de meses de tentativas dos pais aditivos. - Sim, meu amor, você será muito feliz, ta b
Amanda O tecido não permitia enxergar nada, no fundo ouvia alguns barulhos, tentei me levantar ou ao menos me soltar, porém foi em vão. - Fica quieta, garota - senti um murro no meu braço direito, fazendo meu gemido de dor ser ouvido. - Me... - Mandei ficar quieta, porra, cala a porra da tua boca - abaixei a cabeça, sentindo medo, me senti venerável naquele momento, frágil. - Eu não fiz nada, pro... - Caralho - escutei algo forte, o rapaz tinha me empurrado da cadeira, fazendo cair, senti a dor no meu corpo. Meu corpo todo ardia, cada canto sentia uma dor forte; meu choro logo foi ouvido. - Aê, chefe, a vadia não quer ficar quieta. Beleza, irei tirar uma foto e mandar ligação pro pai dela, demoro? - escutei ele encerrando a ligação. Tentei engoli meu choro, após escutar seus passos se aproximando do meu corpo. - Irei tirar essa porra de tú, demoro? Mas se tu tentar fugir, irei arrebentar você no murro - engoli em seco, senti do o gosto forte de sangue, era meus lábios machu
Muralha Soltei um suspiro baixo após não receber nenhuma ligação em relação ao Jorge, normalmente todos voltam a ligação, porém dessa vez não deu certo, porra. - Deve ser apenas um doador de espermatozoide também, pouco se fudendo para o filho.Menor: Faz horas que liguei e nada, passou da hora de quebra o chip e jogar esse celular na água, pô.- Faz logo isso, aguardamos ele até amanhã a noite. Menor: Tranquilo - me encarou. Balancei a cabeça, confirmando. Em seguida ele saiu do meu campo de visão. Dei alguns passos pela sala, pensativo, na verdade, minha mente estava fervendo. E depois de ficar pensando por muito tempo, D7 entrou em seguida, meu olhar foi até ele, passei o boné pra trás, colocando minhas mãos no bolso da calça e travei meu maxilar na forma de expressar minha reação neutra e fria como todas as vezes.- Qual é? Vai ficar dando uma Durão pro resto da tua vida, mane? D7: Durão? Estou agindo normalmente, Muralha. - Tú fica cheio de papo torto e acha ruim? Qual foi?
AmandaSenti um chute na minha barriga, fazendo o sangue na minha ficar com um gosto mais forte. Meu couro do cabelo doía, meus braços, pernas, sentia meu corpo ardendo por todas dores possíveis. Menor: Cadê teu pai? Porra, cadê?— senti chute nas minhas pernas.— Por favor...— tentei falar, porém não saiu voz — eu não fiz nada...Minha barriga doía, minha cabeça doía, meu braço ainda estava amarrado pra trás, assim como meu olho estava com um tecido. Estava totalmente acabada, por dentro e por fora. Estava com ansiedade e nervosa ao ponto de não suportar toda essa dor e chorar sem parar.Menor: Você será torturada, vadia — depois de alguns segundos silêncio prevaleceu entre alguns homens que estava ali, escutei alguns passos aproximando-se — levanta, puta. Você escolherá entre a tua ou a vida do teu pai, fala — desferiu um tapa no meu rosto. — Eu... quero a minha vida — sussurrei, sentindo o sangue escorrendo na minha boca. Estava beira da morte com tantos murros e chutes — Eu quero