Muralha D7: Está tudo em perfeita ordem por aqui — me encarou, confirmei seriamente. — Espero que isso não dará problema, porra, caso der pode tirar geral dessa porra aqui, não tô afim de dor de cabeça não, moro? — falei ríspido. Passei meu olhar até o relógio, olhando o horário.D7: Aquela ali não é a filha do Jorge?— dei de ombros com indiferença, não olhando — Ela é totalmente diferente pelo jeito.— Col foi? Vai ficar falando essas parada mermo? D7: Tú é muito chato — negou, caminhando na frente. Levantei meu olhar pra direção que a garota conversava e tratava as crianças, dava pra exergar a felicidade dela no rosto ao conversar com as crianças da favela. Percebia de longe a solidariedade que ela tinha por aquela população de pessoas de classe baixa. O cabelo ruivo balançava na medida do possível ao movimentar o corpo.— Mundinho cor de rosa — murmurei, saindo dali.D7: Você acha que não percebi, rapá — encarei ele sem entender.— E? D7: Você esperou eu começar a andar pra ad
AmandaEstava assustada com essa cena, o codernador em poucos minutos foi de encontro até os traficantes, mas eles não queriam assunto com nenhum de nós.- Vi...- Amanda, por favor, não...- o codernador sussurrou, ficando ao meu lado. Os traficantes saíram arrastando Vinícius até o meio do local. Neguei, tentando controlar meus sentimentos.- Da uma surra bem dada nesse daí - a mãe do moleque gritou, exaltando os traficantes.Olhei baixo assim que escutei o Vinícius ao levar um golpe de um deles, em seguida foram vários golpes e surras, aquilo estaria doendo pra caralho.- Meu Deus - sussurrei. Após os traficantes casarem e deixar Vinícius todo deformado, eles empurraram pra direção do codernador.Muralha: Que saber a real? Não quero esse cuzão subindo mais o complexo, irei mandar varar no tiro caso ver tua cara aqui, magrelo! - seu rosto estava sério, mostrando nenhuma compaixão.- Nós sentimos muito, não era essa a intenção... - Seus olhos escuros vieram até o meu, ele arqueou a so
MuralhaTentei fechar os olhos, porém mal consegui dormir essa noite, ansiedade estava atacando pra porra, uma euforia espalhada por todo meu corpo. Sentei na cama, passando a mão no meu cabelo bagunçado e em seguida no meu rosto. Depois de um tempo pensando, levantei, caminhando até a janela que dava visão de algumas casas.Na moral? Estava pensando várias paradas, fiquei todo esse ano achando que minha mãe estava morta, na minha cabeça passava se ela me procurou durante esses anos, mas eu sinto que não, que ela não se importava como eu estava. Entendia que ela estava com cabeça em construir a familia que nunca teve, mas longe de mim. Fruto do pior relacionamento.l O barulho do despertador fez sair dos pensamentos, caminhei até meu celular, desligando. Em seguida, caiu uma chamada do D7.D7: Consegui esse contato, po, é do escritório, tá ligado? Tú liga nessa parada aí e marca uma consulta.— Consulta?D7: É, po, psicóloga, fala que quer marcar consulta com a dr. Amanda psicóloga.—
AmandaMeus olhos estavam sobre o rosto do Muralha, porém os olhos dele percorreu por todo canto da sala, as decorações, até a mesa ele observou, estava parecendo que ele nunca um ligar bem iluminado e decorado.- Podemos começar...Muralha: Qual é - assim que ele iria começar a falar, pegou o celular lendo alguma mensagem. Analisei o rosto dele tornando-se em uma expressão de raiva, mas aos pouco sumiu e ele voltou a me encarar.- Podemos agora?- ele apenas balançou a cabeça firme - Qual sua idade? - ele me encarou desconfiado, sua expressão foi ficando mais séria - André - ao escutar seu nome da minha boca, ele analisou - A sua idade está aqui no papel, pela documentação que você passou...Muralha: Qual motivo de perguntar então? - desviei o olhar, suspirando.- olha, são minhas perguntas. Qual sua idade?Muralha: Vinte e seis - disse em um tom mais baixo. De começo percebi o receio em ter contato com alguém, talvez de longe o olhar sério e maxilar travado seria pra disfarçar a soli
MuralhaTroquei meu olhar pro rosto do D7, o mesmo aproximou-se de mim aos poucos, encarando com interrogação.D7: Qual foi dessa cara? Parece que bebeu e usou droga o resto do dia - desviei o olhar, encarando o chão - Como foi lá? Eu falei pra tú continuar com as consultas, afinal, como vai pedir informações sem a garota ter confiança?- Mas consegui informações - murmurei baixo. Ele me encarou, mudando sua expressão.D7: Col foi? Não me diga que...- negou rapidamente, apenas confirmei - Caralho, Muralha, tú ameaçou a garota?- falou mais alto, passando a mão no rosto.- Sim - sussurrei.D7: Tú é muito cabeça dura; rapá - bufou - Mandei continuar com a consulta...- Qual é? Acha que ia falar da minha vida pra garota? Não enche, porra, já sabia o meu nome...D7: Era só ir mandando pra frente, quando você se sentisse confiança...- Confiar em alguém?- neguei.D7: Mas como foi? Soube se é...- É ela...- suspirei, olhando pro rosto dele.D7: E você sabe qual é o endereço?- apenas neguei.
MuralhaOlhava a maré do mar, enquanto estava sentando no quiosque, meu olhar foi pra ondas que chegavam quase cobrindo a areia, pelas ondas fortes que a ventania provocava. Uma parada que sempre faço é vim pro mar, principalmente a noite, tá ligado?Estava com umas ideias louca, pensando em conversar com a psicóloga lá, revelar algumas paradas que estão me deixando maluco, papo reto.Dei um gole na água de coco, sentindo o gosto forte pela bebida que bebi mais cedo, meu estômago doía e a cabeça. Voltei meu olhar pro telefone, na mensagem da garota, visto por último e a minha mensagem tinha sido apenas visualizada, neguei, pensando o quanto ela seria otaria em vim.Depois de uns vinte minutos, levantei, suspirei fundo, assim que ia começar a caminhar escutei uma voz no fundo.Amanda: Ei...— virei meu corpo a encarando.— Col foi?— cruzei os braços.Amanda: Ué, estou aqui, né — desci meu olhar pra roupa acadêmica dela — aproveitei que estava caminhando...Arquiei a sobrancelha, negando
Muralha- Chupa esse caralho sem parar, porra - puxei o cabelo da vadia, forçando contra meu pau. Ela me olhou, sufocada, tossindo. Suspirei fundo, a tirando de perto - Já é a segunda vez que to brotando aqui e tú não está fazendo o trabalho certo - tirei a camisinha, fechando minha bermuda.Michele: Desculpa...- Desculpa?- neguei, seriamente.Michele: Eu engasguei, estava muito fundo...- Na moral? - caminhei até a porta - Se não for fazer o trabalho do jeito certo, avisa, vagabunda - ela me olhou, mudando a feição do rosto.Michele: Sabe qual é a real? Você não sente tesão, Muralha, na verdade nunca sentiu, você nunca me fudeu, a culpa não é minha... o problema é que você não consegue sentir o prazer do boquete que eu faço - fui em passos até sua frente. Levei minha mão direita até seu maxilar, apertando.- A realidade é que você não sabe fazer, irei procurar uma outra vadia e te aviso onde está o erro, puta - empurrei seu rosto pro lado, voltando a me afastar. Em passos rápidos sa
AmandaMeus passos eram lentos, enquanto caminhava pelo corredor da minha clinica. Hoje era dia de atender a minha paciente Ana, minutos após sentar na cadeira, Ana entrou, seu sorriso era perfeito em seus lábios...parecia feliz.- Bom dia... que bom revê-la, como está?Ana: Oi, Dr. Amanda, bem... na verdade ótimo.- Que bom, fico feliz. Como passou a noite?Ana: Estou conseguindo esquecê-lo - engoli em seco, observando sua expressão.Percebi que ela refere-se ao Muralha, ao filho dela. Como uma mãe poderia esquecer um filho? Alguém que carregou por nove meses na barriga.- Creio que seja o seu filho - ela confirmou.Ana: Sim, depois que comecei a relatar sobre meu passado pra você, a minha vida parece que deu uma mudada.- Certo...Desde da primeira vez que ela entrou dentro da minha clinica, ela nunca tocou no passado com o filho dela, apenas seu passado na rua após abandoná-lo. Não a culpo, pois jamais julgaria alguém, afinal, meu trabalho é não julgar. Tento compreendê-la e discut