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Capítulo 2 Tudo é da vontade do Sr. Rafael
A expressão de surpresa passou pelos olhos de Rafael...

- Será que ainda é necessário manter a dignidade dela agora que a situação chegou a este ponto?

Bem, ela era a Jane, afinal. Essa mulher sempre foi arrogante e presunçosa, cheia de orgulho.

Mesmo quando ele rejeitou sua declaração de amor, ela não perdeu sua atitude convencida.

Rafael agiu com rapidez e, como um raio, segurou seu queixo delicado.

- Ugh~ Isso dói!

A mão que segurava seu queixo parecia uma tenaz de ferro, aplicando pressão cada vez mais forte, quase esmagando o queixo de Jane, que estava chorando de dor.

Mas ele não mostrou nenhuma misericórdia, apertando cada vez mais forte:

- Quem poderia imaginar que debaixo desse rosto bonito se esconde um coração tão malicioso?

- Eu realmente não fiz nada contra Xaviana! - Jane mordeu os lábios, com o rosto branco de dor. - Você não pode me mandar para a prisão sem provas.

- Sim, eu posso. - Rafael riu friamente e disse cruelmente, palavra por palavra. - Bem, então, Srta. Jane, a partir de agora, por favor, desfrute da vida na prisão.

Rafael soltou seu queixo, virou-se e saiu, com um olhar despreocupado.

Ele estava se vingando dela. Jane ficou pálida, sem conseguir dizer uma palavra.

A prisão feminina não era tão pacífica como parecia. Na sua primeira noite na prisão, ela foi arrancada da cama enquanto dormia.

- O que vocês querem?

Jane olhou com cautela para as companheiras de cela ao seu redor, que a cercaram com más intenções.

- Não tentem nada engraçado, senão eu chamo os guardas.

As detentas ao redor dela não ficaram assustadas ao ouvir essas palavras. Pelo contrário, riram alto e se olharam. A líder, uma mulher imponente, apontou para o rosto de Jane e disse:

- O que você disse? Chamar os guardas? Eu ouvi direito? Você quer chamar os guardas? - enquanto falava, ela deu um tapa na cara de Jane com toda a força e gargalhou. - Vá lá, chame! Você não ia chamar os guardas? Filha de puta!

Jane ficou tão atordoada com o tapa que quase perdeu o equilíbrio. Seus ouvidos zumbiam.

Com uma mão segurando a parede, ela mal conseguiu ficar em pé. Então, inesperadamente, Jane atacou.

Um som de tapa forte ressoou.

Houve um breve momento de silêncio na cela depois que ela deu um tapa. Ninguém poderia imaginar que essa mulher frágil e delicada tivesse coragem de revidar.

A mulher grande e forte ficou furiosa depois de levar o tapa de Jane. Com os olhos vermelhos, ela rosnou:

- Você, sua desgraçada! Irmãs, me ajudem a bater nela! Pode bater até quebrar, não tem problema. O Sr. Rafael disse que não precisamos ter piedade e que podemos bater nessa vagabunda desde que não a matemos!

Jane ficou chocada. Uma dor aguda percorreu todo o seu corpo, do coração até as extremidades!

Rafael! Rafael Gomes!! O Sr. Rafael Gomes disse... Rafael Gomes!!!

Jane tremia de medo, seu coração se transformou em gelo.

Não era de se admirar que não tenha guardas aqui com todo esse barulho. Não era de se admirar que essas prisioneiras musculosas e ferozes que a cercaram estejam confiantes e sem medo!

Ela olhou para as prisioneiras e se levantou, correndo em direção à porta da prisão. Ela agarrou a grade de ferro da janela com força e gritou por ajuda:

- Socorro! Me ajudem! Estão me batendo! Rápido, alguém vem!

Sabendo que não haveria guardas vindo em seu socorro, ela só pôde fazer um apelo inútil!

Ela estava apostando, apostando que Rafael não teria permitido que essas prisioneiras "cuidassem bem" dela, mesmo que essa possibilidade fosse pequena.... Ela ainda tinha esperanças de que Rafael não faria nada de grave com ela e deixaria uma margem de manobra.

- Ah...

Seu cabelo foi puxado com força e ela tropeçou, caindo no chão com um baque. Jane nunca esteve tão embaraçada antes!

No próximo segundo, Jane foi puxada pelos cabelos e espancada, gemendo no chão:

- Ah!

Jane não teve a sorte de ter "misericórdia" de Rafael.

Ela não gritou, deixando essas pessoas baterem e chutarem, com apenas o som de risadas alegres em seus ouvidos.

Ela não estava com medo de ser espancada e machucada, apenas porque ainda acreditava em suas esperanças e ilusões.

Um tempo depois, essas pessoas se cansaram de bater e subiram na cama para dormir.

Jane estava dolorida no chão, as lágrimas escorriam pelo canto dos olhos e encharcavam seu rosto.

Nunca foi tão humilhada como agora. Tudo porque se apaixonou por Rafael, o homem que não deveria ter amado!

Por que ela tinha que suportar a raiva e o ódio de Rafael depois que Xaviana morreu?

Depois que Xaviana se meteu em problemas, Jane explicou a todos ao redor:

- Eu não fiz nada para prejudicá-la.

Não importava o quanto ela se esforçasse para explicar, ninguém acreditava nela.

Ela tentou desesperadamente explicar que não foi ela quem convidou Xaviana para ir ao bar, foi Xaviana que estava curiosa sobre como era o bar e a convidou para ir junto.

Mas aos olhos dos outros, Jane era a garota rica e extravagante da família Pereira, enquanto Xaviana era inocente, gentil e tímida. Como ela poderia pedir para ir a um lugar cheio de luxúria e devassidão como uma boate?

Ela disse que o carro quebrou na estrada, por isso eles chegaram tarde no bar.

Mas ninguém acreditou nela, todos disseram que ela estava sendo evasiva e que estava planejando deixar Xaviana sozinha no bar, facilitando aquele grupo de delinquentes que ela subornou para que envergonhassem Xaviana e destruíssem sua reputação.

Mas ela nem sequer precisava fazer isso. Xaviana costumava dizer a ela que ela não sintia nada pelo Rafael.

Se Xaviana fosse a namorada de Rafael, Jane deixaria Rafael em paz! Mas Xaviana não gostava de Rafael, não era?

Aos olhos de todos, Jane era a vilã maliciosa, que sempre fazia coisas ruins.

Porém, algo sério aconteceu. Alguns bandidos sumiram sem deixar rastro. Quem sabe para onde eles foram se esconder? O país era tão grande... Mas mesmo um assassino que se escondeu nas profundezas das florestas desabitadas das montanhas por uma década ou mais ainda pode ser encontrado. Jane queria capturar esses bandidos mais do que qualquer outra pessoa.

Ela permitiu que as lágrimas rolassem. Desde o incidente, até o momento em que foi presa, Jane acreditava firmemente: ela era inocente, ela não cometeu nenhum crime.

Mas agora, ela entendeu que, enquanto Rafael pensasse que ela era culpada, ela mereceria ser punida.

E tudo isso, era a vontade do Sr. Rafael.

Jane não sabia que, no futuro da vida na prisão, haveria inúmeras outras "vontades do Sr. Rafael" esperando por ela.

Sem a família Pereira, sem registros, sem educação, presa... Rafael apagou todas as provas de que Jane já viveu! Agora, Jane era apenas um número, uma criminosa marcada como "926"!

Jane finalmente entendeu tudo, abraçando seus joelhos e se encolhendo ainda mais. Rafael apagou completamente todos os vestígios de sua existência!

...

Na manhã seguinte.

- Ei, acorda! Vai limpar o banheiro...

Uma presidiária empurrou Jane bruscamente, depois gritou assustada:

- Ah! Morreu!

Outra presidiária corajosa correu até ela, colocou o dedo embaixo do nariz de Jane e, depois de um momento, percebeu uma respiração fraca:

- Não faça barulho! Ainda tá viva! Chame os guardas!

Jane teve sorte e foi salva. Mas isso talvez não seja uma coisa boa. O tormento sem fim e a humilhação podem levar uma pessoa à loucura e... Mudá-la completamente.

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