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Capítulo 7 Beije-oa.
- Jane, quando sair da prisão, o que você quer fazer? Eu quero ir para a praia, sempre quis ver a beleza do mar, com suas águas cristalinas e limpas. Os pássaros marítimos são muito bonitos, os peixes e camarões no mar são deliciosos, o céu é mais azul, a água mais clara, até mesmo o sol é mais quente do que nesta cidade.

- Eu vou trabalhar duro, ganhar muito dinheiro e abrir um pequeno hotel lá. Não é para ganhar dinheiro, apenas quero enfrentar o mar todos os dias e ver a maré subir e descer. Apenas ter comida suficiente e segurança financeira, ocasionalmente vendo turistas indo e vindo.

- Jane, eu acho que estou quase morta. O que devo fazer? Ainda não tive a chance de ver a beleza do mar.

Era uma voz triste, como uma canção celestial, que Jane nunca se esqueceria em sua vida. Ela abraçou a menina e continuou a aquecer o corpo da garota, usando sua própria temperatura corporal para aquecer o corpo que estava gradualmente ficando frio.

No último momento, a menina em seus braços, com seus olhos claros e famintos, olhou para o céu além da pequena janela de ferro da prisão e disse:

- Jane, na verdade, nunca fui ao mar. Eu vi a beleza do mar na TV e em revistas. Eu sei que mesmo que eu saia da prisão, não tenho dinheiro para abrir um pequeno hotel na praia. Só quero, no momento da minha morte, dizer meu sonho impossível.

Até hoje, Jane ainda se lembrava do olhar ansioso da menina em seus braços antes de morrer.

As lembranças ainda eram tão dolorosas que os cantos dos olhos de Jane ficaram molhados sem que ela percebesse. Ela estendeu a mão e enxugou discretamente as lágrimas. Enquanto se curvava no chão, uma de suas mãos alcançou o lado esquerdo de sua cintura silenciosamente. Lá estava vazio por dentro, , lá está vazio,onde ffaltavando um órgão vital.

Era por isso que ela não podia beber álcool. Ela precisava continuar viva.

Ela tinha uma dívida a pagar!

Ela foi culpada e ainda não se redimiu!

Não podia morrer agora!

Jane levantou a cabeça, olhou para Rafael, balançou a cabeça e disse:

- Sr. Gomes, contanto que você não me faça beber álcool, tudo bem.

Tudo bem?

Os olhos do homem eram profundos e afiados como os de uma águia, emitindo um charme único que parecia ser capaz de perscrutar a alma humana. Ele cerrou os olhos lentamente, com o canto da boca se curvando em um sorriso perigoso. Sua voz transmitia autoconfiança e autoridade, fazendo com que as palavras dele não pudessem ser subestimadas.

- Qualquer coisa? - sua voz era grave e poderosa, com um toque de astúcia e desafio. Ele parecia estar desafiando algo, deixando as pessoas desconfortáveis. - Você, a filha da família Pereira, perdeu toda sua autoconfiança e arrogância?

A voz dele se tornou mais severa, como se estivesse culpando-a por ter perdido a si mesma. Seus olhos percorrem o corpo dela, parecendo procurar algo. Ela sentiu que seu coração começara a bater mais rápido, sem saber o que ele diria em seguida.

Ele queria ver a Jane na frente dele, para ver se ela realmente se transformou em outra pessoa, diferente da antiga Srta. Pereira, de família nobre e confiante. A antiga Srta. Pereira era uma mulher brilhante, cheia de honras e privilégios, mas agora, chegou a ponto de ser uma faxineira no Clube Internacional do Imperador e ainda ajoelhada diante dele.

- Qualquer coisa, desde que não seja bebida alcoólica.

- Ótimo! - a expressão fria e implacável no rosto do homem no sofá desapareceu em um piscar de olhos, acompanhada por um estalo dos dedos no ar. Com o som do estalo, uma figura saiu lentamente do canto sombrio da parede.

- Sr. Gomes. – disse o homem que usava um terno preto. Seu corte de cabelo era limpo e arrumado, e ele estava abaixando a cabeça de forma respeitosa. Este homem devia ser o guarda-costas de Rafael.

Jane olhou perplexa para Rafael sob a luz fraca. Um sorriso deslumbrante como uma orquídea floresceu lentamente em seu rosto dourado e seus lábios se moveram ligeiramente:

- Beije ele.

Seguindo o dedo fino dele, Jane fixou seu olhar naquele guarda-costas de terno preto em pé atrás dele... Ao se dar conta de sua ordem, Jane arregalou os olhos!

- O que foi? Você não pode fazer isso? - a voz de Rafael soou maliciosa em seus ouvidos. - Ou beba álcool, ou fique aqui e faça o que eu exigi.

Como uma bomba de desilusão jogada em sua cabeça, Jane se sentiu completamente sem vida. Com um zumbido nos ouvidos, ela levantou a cabeça e olhou para o homem sentado no sofá como um rei... O que ele acabou de dizer?

Fazer o que ele exigiu? Ele queria vê-la fazendo uma performance de prostituta aqui?

Ela mordeu o lábio seco lentamente. Seu primeiro beijo era tão barato?. Mesmo que reste apenas medo e temor em seus sentimentos por ele, mesmo que ela tenha arrumado seus sentimentos por ele de forma limpa e enterrado no túmulo de seu coração, ainda assim, de forma incontrolável, surgiue uma pequena dor angustiante. Jane olhou lentamente para Rafael. Seus olhos não mostravam emoção, apenas desespero profundo!

Rafael apreciou com satisfação a emoção escondida em seus olhos. Essa mulher deveria recusar uma exigência tão ridícula dele, não? Qualquer outra mulher escolheria beber álcool em vez de executar uma cena de beijo em público com um homem estranho, certo?

Além disso, ela ainda seria aquela antiga Srta. Pereira, aquela orgulhosa Srta. Pereira com postura forte.

- Posso mudar o pedido? – questionou Jane. Afinal, este era o seu primeiro beijo. Para Rafael, poderia parecer barato, mas para ela era importante.

Ela não queria perder seu primeiro beijo.

Ela não tinha mais nada.

O homem levantou seu copo e bebeu tudo de uma só vez, dizendo:

- Você não tem direito de negociar comigo. - ele sorriu satisfeito, querendo ver quão humilde e baixa a Srta. Pereira de Cidade S poderia ser.

- Está bem, eu entendi. - Jane levantou-se mecanicamente.

Suas pernas não estavam muito confortáveis, ela havia ajoelhado por muito tempo. Dores lancinantes percorreram seus ossos enquanto ela quase caía no chão. Ela levantou a mão e bateu pesadamente em sua coxa algumas vezes para aliviar a tensão, antes de mancar em direção ao guarda-costas vestido de preto.

Observando o movimento dela de bater nas pernas dela, alguns homens na sala privada pensaram que ela tinha ficado de joelhos por muito tempo e suas pernas estavam adormecidas. Luísa, no entanto, sabia que a mulher mancando estava sofrendo de uma dor que a maioria das pessoas não suportaria.

Luísa se arrependeu profundamente de ter arrastado Jane para aquela situação.

- Jane... - Luísa não pôde evitar falar. No entanto, ela logo foi advertida pelo olhar irreverente de Tiago ao lado, deixando Luísa assustada e fazendo-a fechar a boca. Ela estava cheia de arrependimento, mas impotente, só podia olhar para aquela pobre mulher mancando.

Jane caminhou em direção ao guarda-costas, tentando se acalmar. Ela aspirou fundo e soltou uma respiração longa e profunda. Finalmente, ela levantou o braço, agarrando o ombro do guarda-costas vestido de preto.

Ela parecia estar calma, mas o segurança vestido de preto, que estava mais perto dela e que tinha os ombros agarrados por suas mãos, percebeu claramente que Srta. Pereira estava tremendo.

Ele conhecia Jane. Mas ele ainda não podia acreditar que essa mulher desgrenhada e humilde na sua frente era a mesma Srta. Pereira orgulhosa e vibrante de antes.

Jane ergueu-se na ponta dos pés, seus lábios brancos tremeram enquanto ela se aproximava dos lábios do guarda-costas vestido de preto...

Perder um beijo não seria tão ruim, mas beber aquela garrafa de vinho significaria que suas chances de sobrevivência eram quase zero.

Ela queria viver. Comparado com a vida, o primeiro beijo não significava nada.

Rafael tinha uma expressão complicada. Ela escolheu a última opção.

O homem no sofá apertou os olhos e abriu os lábios finos. De repente, uma voz veio da porta:

- Como você ainda está aqui? Por que você ainda não saiu?-

Assim que a voz soou, todos na sala olharam para a porta. Um homem alto entrou pela porta da sala sem que ninguém percebesse.

Jane ficou surpresa e virou a cabeça para a porta, dizendo:

- É você...-

Tiago olhou para o homem alto na porta e depois para Jane. Ele sorriu com seus olhos de pêssego ao dizer:

- Xavier, então você a conhece. - isso era muito estranho, como uma faxineira como ela poderia conhecer Xavier?

Tiago coçou o queixo, querendo ver o que aconteceria a seguir.

O olhar de Rafael também se voltou para Xavier. Havia um pouco de escuridão em seus olhos.

Xavier não se importou com os olhares das pessoas sobre ele. Ele olhou estranhamente para Jane... O que aquela mulher queria? Por que ela parecia querer beijar o guarda-costas pessoal de Rafael?

Xavier piscou despreocupadamente e deu um sorriso:

- Eu saí por um momento, e esta sala ficou animada. - Xavier colocou as mãos nos bolsos da calça do terno e caminhou preguiçosamente em direção a Jane, perguntando enquanto caminhava. - O que vocês estão fazendo?
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