Três dias se passaram desde que Jane foi transferida para o departamento de relações públicas e ela ainda não ganhou um centavo.Ela levantou os olhos para ver a hora. Eram 23:07, o momento em que a noite se tornaria mais animada.O departamento de relações públicas estava vazio, apenas ela permanecia na sala de descanso. Todos os seus colegas de departamento haviam saído para cumprir suas tarefas. Na verdade, todos no Clube Internacional do Imperador ganhavam bastante. Aqueles que frequentavam o Clube Internacional do Imperador não eram pessoas comuns, eram todos nobres e comerciantes ricos muito generosos.Embora Jane estivesse aqui apenas há três dias, ela já ouviu falar de uma situação. Isabella, que já havia flertado com alguém na escada, estava se gabando ontem. Um rico estrangeiro, muito generoso, deu-lhe uma gorjeta de cinquenta mil reais.Dez vezes cinquenta mil seriam quinhentos mil, cem vezes cinquenta mil seriam cinco milhões... Assim, ela poderia cumprir o pedido daquele h
- Eu... - Jane abriu a boca, instintivamente querendo dizer não.Na escuridão, Rafael esboçou um sorriso satisfeito, pensando consigo mesmo que a Srta. Pereira, orgulhosa como ele conhecia, não seria capaz de suportar tal humilhação.- Eu... Realmente posso pegar todo o dinheiro do chão em um minuto, e esse dinheiro será meu? Você também me dará um prêmio adicional de cinquenta mil?No fim, Jane não conseguiu dizer a palavra "não". Em sua mente, ela visualizou a prisão, aquela única garota que foi gentil com ela, e o desejo profundo que essa garota tinha de realizar seus sonhos. Enquanto esses pensamentos corriam pela sua mente, Jane mudou seus planos...Dignidade? Ela ainda tinha alguma?A Jane Pereira de agora, não tinha nada, nem família, nem amigos, nem passado, só restava ela mesma.Qual dignidade?O jovem riu e disse:- Claro, eu sempre cumpro a minha palavra. - seus olhos revelaram um traço de zombaria enquanto observava de cima a mulher patética no chão.- Ok. – respondeu Jane.
Fora do camarote, Cristina apareceu de repente. Levantando a cabeça, seus olhos brilharam, e ela caminhou silenciosamente até a porta do camarote, sussurrando:- Gabriela, o que você está fazendo?Ouvindo o súbito sussurro vindo de trás, Gabriela deu um pulo na porta do camarote e virou a cabeça. Depois de ver claramente a pessoa atrás dela, seu rosto bonito tornou-se desconfortável:- Não, não estou vendo nada...Gabriela era a anfitriã do camarote 606. Esses jovens não queriam que ela os atendesse, mas pediram que Cristina levasse pessoalmente até eles uma nova faxineira.Após ser expulsa do camarote, era claro que Gabriela não estava feliz com isso. Não havia ninguém por perto, então Gabriela silenciosamente abriu a porta do camarote e olhou para dentro através da fresta. Quando viu, seus olhos se arregalaram e ela zombou de Jane mentalmente.Cristina riu friamente, perguntando:- O que você está fazendo? Não, devo perguntar, o que você está vendo?Gabriela, sem dúvida, estava escon
Rafael era o patrão de Cristina, que, apesar de tudo, não conseguia encontrar falhas em Gomes. No entanto, ao olhar para Jane, sentiu uma tristeza profunda por ela. Que tipo de erro essa mulher teria cometido para receber um tratamento tão cruel?Com um olhar complexo, Cristina observou Jane se afastar apoiando-se na parede, mancando com um passo irregular. O dinheiro e o cartão bancário em suas mãos pareciam uma batata quente.Rapidamente, Cristina se retirou, correndo para o seu escritório como se estivesse voando. Ela enfiou o cartão bancário e todo o dinheiro no cofre do seu escritório, e só então sentiu que a palma da sua mão já não queimava como um ferro em brasa.Quando Cristina retornou ao camarote 606, quase colidiu com Rafael ao abrir a porta.- Presidente Gomes. - disse Cristina com respeito.Ele respondeu com um leve aceno de cabeça e passou por ela.Quando Cristina entrou na sala, os rapazes ricos ainda estavam comentando:- A mulher de agora há pouco era realmente repugna
No dia seguinte, quando Jane chegou ao Clube Internacional do Imperador, ela notou algo estranho. Grupos de pessoas ao redor estavam apontando para ela e murmurando. Ela não deu muita importância, talvez fosse porque ela, uma simples faxineira, havia sido repentinamente transferida para o departamento de relações públicas, causando algum desconforto.No entanto, quando ela entrou na sala de descanso do departamento de relações públicas, percebeu que tinha sido muito ingênua.- Ah, olha só, o cachorro chegou! - uma voz zombeteira de repente ecoou, e Jane ficou pálida. A pessoa que estava apontando para o nariz dela e a chamando de cachorro era Gabriela, a anfitriã do camarote 606.- Gabriela, não precisa gritar tão alto. Não somos cegas, vimos que um cachorro entrou. Gabriela riu:- Vocês não viram com seus próprios olhos. Essa mulher estava vestida de palhaço, o rosto maquiado como um fantasma assustador. O jovem rico a fez rastejar para pegar dinheiro, e ela rastejou. Quando ele pedi
O Presidente Santos, com a cabeça quente e o sangue fervendo, concordou prontamente com a proposta sem se importar com o estado de Jane:- Ok, farei o que você está sugerindo.Enquanto falava, sua mão deslizou insolentemente pela perna de Isabella.- Veja bem, não posso ser acusado de ser injusto. - dissr ele, retirando um maço de notas de uma pasta preta. Uma estimativa rápida sugeria algo em torno de cinquenta mil. - Mil por música. Se você cantar dez músicas, serão dez mil. Vinte músicas, vinte mil. Se você conseguir cantar todas as cinquenta músicas, todo o dinheiro nesta mesa será seu. Cantar cinquenta músicas certamente levará mais de três horas, não é?- Ah, Presidente Santos, por que você está dando tanto a ela? - questionou alguém na sala.- Meu bem, espero te dar muito mais daqui a pouco. - ele diz, revelando um sorriso que ele acreditava ser cheio de charme.- Ah, Presidente Santos, você é tão malvado. - dizendo isso, ela contorceu o quadril e desceu do colo dele, caminhando
Quando uma pessoa atingia um nível tão baixo, a última linha de defesa era... A vida.Ela olhou para Luísa, aquele rosto jovem e imaturo, aquela vida brilhante e colorida, era tudo que ela nunca poderia alcançar em sua vida.- Como você ainda consegue rir? - Luísa exclamou, pisando forte no chão. - Jane, eu te digo, por mais dinheiro que você faça, é inútil, porque ninguém te respeita! As modelos de relações públicas que vendem seus corpos para homens ricos, são mais nobres que você! Você que faz essas coisas, sem dignidade, quem te respeitaria?Depois de dizer isso com um grunhido frio, ela parou de olhar para Jane.Jane ficou parada por um bom tempo antes de voltar para o quarto com um rosto cheio de cansaço. Os insultos de Luísa Ferreira ainda ecoando em seus ouvidos...“Eu só estou tentando ganhar algum dinheiro para a faculdade e para viver, eu não seria como você, disposta a fazer qualquer coisa por dinheiro.”Jane sorriu... Ela também estava apenas tentando ganhar algum dinheiro
O sol se pôs, e o brilho do crepúsculo iluminou o quarto do hospital.Cristina se levantou e olhou suavemente para a cama do hospital. A mulher na cama estava pálida e doente, e sob a luz quente do pôr do sol, ela se encolheu nos cobertores e adormeceu.Quando ela estava prestes a sair, Jane, deitada na cama, de repente abriu os olhos e murmurou:- Cristina, eu preciso pagar minhas dívidas. Eu não tenho mais nada, só me resta eu mesma. Posso usar a mim mesma para pagar minha dívida?Assim que terminou de falar, ela fechou os olhos e voltou a dormir.Cristina sentiu uma agulhada no coração, e seus sentimentos eram uma mistura de emoções.Uma pessoa tão confusa por causa da doença, com o coração e a mente cheios de pagamento de dívidas... Cristina não podia acreditar, de forma alguma, que alguém assim faria algo tão desprezível.Jane disse que todos a chamavam de vulgar... Se Jane era vulgar, então quem neste mundo era nobre?Essa mulher tola era tão orgulhosa que Cristina não pôde deixa