Por três dias consecutivos, aquele homem não entrou naquela casa nem por um momento.João e Tomás ficavam como guardas de prisão, um à esquerda e outro à direita, com expressões impassíveis.Seu antigo alojamento estava quase destruído, e ela se mudou mais uma vez para a casa da família Gomes, um profundo pátio sem cantos de pássaros ou fragrância de flores. O mordomo da casa era muito profissional e já havia cuidado de tudo.Além de João e Tomás, ela não tinha ninguém com quem falar.Não, nem mesmo João e Tomás falavam com ela.Quanto ao mordomo, ele sempre era respeitoso quando a via.Seus ouvidos, tornaram-se ornamentos, sua boca, também tornou-se um ornamento.Os empregados da casa, alguns rostos conhecidos, outros desconhecidos, mas quem quer que fossem, sempre cumprimentavam respeitosamente e depois se afastavam.Somente o jardineiro no jardim, ela não se cansava de olhar.Mas nessa estação, as flores já estavam murchas, sem belas flores, sem falar de flores vivas e coloridas.Os
Nuno correu até a velha mansão da família Gomes.- Foi você quem ordenou, não foi? - Ele perguntou, confuso e irritado, ao Sr. Sandro, que estava calmamente tomando café.- Essa é a sua atitude em relação ao seu avô, chegando aqui sem aviso prévio? - Sr. Sandro colocou a xícara na mesa, seu rosto envelhecido endureceu.- Foi você quem mandou o mordomo Antônio fazer aquilo, certo? Caso contrário, o mordomo Antônio nunca se atreveria, não é?- Quê mordomo Antônio? Quê ordens?- O acidente de carro da Jane, foi você quem orquestrou por trás das cortinas, estou perguntando sobre isso, certo ou errado?! - Nuno disse, exasperado.Sr. Sandro, ao ouvir o nome de Jane, imediatamente empalideceu:- O quê? Você pretende confrontar o seu avô por causa de Jane?- Então, você está admitindo isso.Nuno apertou os punhos, tremendo de raiva:- O que ela fez para te ofender?- Ela me ofendeu em todos os sentidos.- Ela é apenas uma mulher, o que ela fez para te ofender? Tecnicamente, ela ainda tem que t
- Então, você veio hoje para discutir sobre nosso avô comigo?Na cama do hospital, o homem sorriu levemente, com descrença nos olhos.- Nuno, o velho não se importa se eu morrer, ele ainda tem um neto para herdar o "trono" dele.Nuno sorriu ironicamente:- O sujo lugar da família Gomes, você acha que eu quero voltar?- Você não quer o Grupo Gomes?Rafael disse friamente:- Tenho medo de te desapontar.- Grupo Gomes.O olhar de Nuno deslizou por Rafael, olhando para longe, através da janela:- É uma boa coisa, eu quero, você me daria?- Se eu não te der, você não irá roubar?- De você, eu definitivamente vou roubar.Nuno deixou sua ambição clara.- Mas se você morrer, eu não vou roubar dela.Rafael olhou com os olhos semicerrados:- Você parece gostar muito dela. Devo confiá-la a você, antes de morrer?- Não brinque, você está quase morrendo, vocês não estão divorciados? Ela não tem nada a ver com você. Confiá-la a mim? Depende se você tem essa qualificação agora.Nuno se levantou após
- Jane, a Lagoa de B não é um santuário. A calma que você pensa ter, é apenas uma fuga. - Cristina falou seriamente.Ela não deveria ter dito essas palavras, mas viu algo que, como uma “insider”, não conseguiu enxergar.Diziam que o espectador via mais claro, mas talvez isso não fosse verdade.Mas ela viu a hesitação de Jane.Três anos atrás, ela ajudou Jane a fugir, genuinamente desejando que ela pudesse levar uma vida tranquila a partir daquele momento.Em três anos, o que se esvaiu não foi apenas o tempo, mas também sua maturidade.E justamente por essa maturidade, ela refletiu continuamente. Afinal, era certo ajudar Jane a fugir três anos atrás? Obscuramente, ela acreditava ter errado. Jane tornou-se como um pássaro assustado, incapaz de parar e observar as pessoas e coisas ao seu redor. Durante esses três anos, ela também viu Rafael a procurando incessantemente. Todos diziam para parar de procurar, que Jane talvez já estivesse morta, quem saberia? Se ela não estivesse morta, por q
No hospital, a porta do quarto foi aberta silenciosamente, e desta vez, Michel não atuou como "intermediário".Quando Bruno chegou apressadamente, ele viu aquela mulher.Sem dizer uma palavra, Cristina puxou Bruno para o corredor, a porta se abriu e fechou.O homem na cama do hospital, deitado de lado, entrou em um sonho.Desconhecido para ele, sobre o que sonhou, suas sobrancelhas franzidas mostraram que seu sono não era tranquilo.A mão repousando na cama, adornada com uma aliança de casamento.A mulher se aproximou lentamente, finalmente parando diante da cama do homem.Seus olhos límpidos caíam sobre o anel nos dedos dele.Desconhecido para ela, o que estava pensando.Apenas fixou o olhar naquele anel, por um longo, longo tempo, em um estado de transe.Não se sabia quanto tempo havia passado, o homem abriu os olhos vagamente e viu a pessoa em seu sonho.Ele lhe ofereceu um sorriso pálido:- Estou sonhando de novo, não é?Como se fossem amigos que não se viam por muitos anos, o tom
- Meu nome é Mathy Gomes. Esse nome é estranho, não é? Foi meu avô quem escolheu, e, na minha opinião infantil, de tantos anos, ele não é uma pessoa tão boa. Sem falar em outras coisas, vamos falar do meu nome. O dele é muito agradável, mas ele teve que escolher algo tão bizarro para mim. Toda vez que protesto veementemente com meu avô, ele sempre diz: "Culpe seu pai por não ser uma garota, ou esse nome não seria usado em você." Claramente, ele escolheu esse nome horrível, mas no final, colocou toda a responsabilidade em meu pai. Falando nisso, esqueci de apresentar. Meu avô, Rafael. Dizem que ele era muito charmoso quando jovem. Minha avó, Jane. Às vezes, fico me perguntando como essas duas pessoas, que não parecem combinar de forma alguma, acabaram juntas. Meu avô e minha avó se divorciaram antes de meu pai nascer. Depois do divórcio, meu avô nunca se casou novamente, minha avó, também nunca se casou novamente. Aparentemente, deveriam estar bem separados, mas meu avô é totalmente des
- Não fui eu, acredite em mim! - insistiu Jane Pereira teimosamente olhando para a pessoa no carro.A chuva caía forte e a janela do carro estava encharcada pela chuva, a face fria e séria da pessoa no interior do veículo podia ser vagamente vista através do vidro molhado. Jane tremia de frio do lado de fora do carro, gritando alto através da janela: - Rafael Gomes! Pelo menos me ouça!De repente, a porta do carro se abriu, sem que Jane tivesse tempo de se animar, uma grande força a arrastou para dentro do carro, fazendo com que ela caísse sobre ele, sua camisa branca e limpa instantaneamente encharcada.- Rafael, por favor, confie em mim! Eu não contratei aqueles bandidos que machucaram Xaviana! - Jane tentou explicar, mas um longo e forte dedo agarrou brutalmente seu queixo, enquanto uma voz profunda e magnética ecoava em sua cabeça: - Você gosta tanto assim de mim?Aquela voz fria trazia um leve odor de tabaco, era o cheiro dele. - O quê? - Jane ficou confusa, todo o mundo sabia
A expressão de surpresa passou pelos olhos de Rafael... - Será que ainda é necessário manter a dignidade dela agora que a situação chegou a este ponto?Bem, ela era a Jane, afinal. Essa mulher sempre foi arrogante e presunçosa, cheia de orgulho.Mesmo quando ele rejeitou sua declaração de amor, ela não perdeu sua atitude convencida.Rafael agiu com rapidez e, como um raio, segurou seu queixo delicado.- Ugh~ Isso dói! A mão que segurava seu queixo parecia uma tenaz de ferro, aplicando pressão cada vez mais forte, quase esmagando o queixo de Jane, que estava chorando de dor.Mas ele não mostrou nenhuma misericórdia, apertando cada vez mais forte: - Quem poderia imaginar que debaixo desse rosto bonito se esconde um coração tão malicioso?- Eu realmente não fiz nada contra Xaviana! - Jane mordeu os lábios, com o rosto branco de dor. - Você não pode me mandar para a prisão sem provas.- Sim, eu posso. - Rafael riu friamente e disse cruelmente, palavra por palavra. - Bem, então, Srta. Ja