P.O.V. Heitor
Observo meus seguranças avançarem ainda mais no meio do tiroteio.Com a minha arma na mão, eu vou matando quem entra no meu caminho. Não me importo quem seja, entrou na minha frente, eu estou matando.Dou um chute na porta fazendo ela cair no chão. O homem dentro do quarto aponta a arma para mim.Dou um tiro no joelho dele, o fazendo cair no chão. O desgraçado pediu por isso. Por tudo que me fez passar durante anos.__ Achou mesmo que eu iria desistir?__ Não tenho medo de você, Lombardi. Pode fazer o que quiser comigo, mas nunca irá descobrir onde ela está - ela cospe no chão.__ Tragam ele! - meu segurança assente com a cabeça.Desço as escadas e vou até seu escritório. Roger Del Rey, o homem é muito esperto, isso eu não posso negar. Mas nada pode me parar quando eu quero alguma coisa, nem a inteligência dele.Quando coloquei meus olhos na Angel, eu a quis para mim imediatamente. Del Rey descobriu sobre isso, e a levou para longe de mim.Passei 2 anos procurando por ela e não a encontrei. Infelizmente tive que viajar a meu país de origem, por isso não pude procurar mais.Mas estou de volta a Chicago, e não vou desistir até achar o meu anjo. Nem que eu tenha que mover céus e terras, eu irei encontra-la e assim torna-la minha esposa!Ligo o computador dele, para verificar suas finanças. Tive que hackear seu servidor, para conseguir visualizar seus documentos arquivados.Del Rey começa a ficar nervoso. Acho que ele não sabe ainda do que eu sou capaz. Vou deixar que descubra sozinho.Dou um sorriso quando finamente encontro o que procuro. Um recibo de pagamento para um internato de meninas, mas não aqui, e sim na Sibéria.__ Você enviou ela para a Rússia? - solto uma risada - interessante saber disso, já que tenho muitos amigos por lá.Pego um cigarro do meu bolso e ascendo.__ Deixe ela em paz. Angel não se lembra de nada - isso faz a minha raiva voltar.__ É tudo culpa sua. Você a vendeu para mim, e depois resolveu mudar de ideia, mas não é asim que funciona! - apago meu cigarro em seu rosto, o fazendo gritar de dor.__ Eu era um bêbado, uma pessoa desprezível. Mas depois do acidente, eu vi o quão errado eu estava. Melhorei, não bebo tanto quanto antes. Só queria dar uma vida melhor a minha filha.Respiro fundo para tentar me acalmar. Posso até ser uma pessoa desprezível, mas ele não está muito atrás.__ Vida melhor? Você a trancou no fim do mundo. Aquele lugar só tem gelo - passo minhas mãos pelo rosto.Meu anjo não pode conhecer as coisas, o mundo como ele é em si. Aposto que ela deve se sentir sozinha naquele lugar.'Se você soubesse quantas pessoas amam e se preocupam com você...'Balanço a cabeça para afastar esses pensamentos. Assim que eu a pegar para mim, irei mostrar o mundo inteiro para ela.Não tem nada que eu não faria pelo meu anjo. Eu seria capaz de qualquer coisa para te-la ao meu lado, qualquer coisa.__ Está esperando o que para me matar? - ele grita chamando minha atenção.__ Não - balanço a cabeça em negação - seria fácil demais. Vou deixar você conviver com a culpa.__ Ela nunca irá ama-lo! - ele grita mais uma vez.Olho para o meu segurança, ele entende o que tem que fazer. Roger irá ficar trancado até o dia do meu casamento com a filha dele.***Sopro a fumaça da minha boca enquanto vejo o homem se contorcer de dor na minha frente.A única coisa que eu sinto com isso é um imenso prazer. Ver meus inimigos sentir dor, é muito bom.Bebo mais um pouco do whisky em meu copo.Sei muito bem que esse cara não irá aguentar a tortura por muito tempo. Ele está prestes a desmaiar de dor.A porta é aberta e minha irmã entra por ela. Me levanto rapidamente e a olho com raiva, ela sabe muito bem que não gosto que venham aqui.__ Não gosto que venham aqui! - desligo o aparelho que envia descargas elétricas para meu inimigo.__ Você disse que queria falar comigo - jogo o cigarro no chão e logo após piso em cima.__ Vou enviar você para um colégio interno - um grito estridente é dado por ela.Olho para Stefane com raiva, ela quase me deixa surdo.__ Não faça isso, Heitor. Por favor, não me envie para lá - seus olhos brilham pelas lágrimas não derramadas.Empurro ela quando tenta me abraçar. Não gosto de contato físico, e ela sabe muito bem disso. Deve ter feito para me irritar.__ Vai ser apenas por alguns dias. Faça o que estou mandando, e eu irei deixar você escolher o que quer cursar na faculdade.__ Então eu aceito!Saio do porão da casa, onde fica minhas celas e sala de tortura. Logo esse homem irá morrer, mas primeiro o meu anjo.Vou até meu escritório e pego a foto da Angel. Entrego a minha irmã que me olha sem entender nada.__ Quero que fique de olho nela.__ Mas...__ Sem perguntas. Talvez ela esteja diferente agora, então pergunte seu nome e faça amizade com ela.__ Qual o nome dela?__ Angel! - Stefane assente com a cabeça.__ O que você quer com ela?__ Isso não é da sua conta, só faça o que estou mandando! - dou um tapa na mesa, fazendo ela se assustar.__ Tudo bem, não grite comigo.Termino de dar as instruções a minha irmã. Ela concorda com tudo que eu digo. Eu sei que ela é esperta o suficiente para fazer o que eu mando.Stefane foi muito bem criada por mim. Meu pai morreu a alguns anos, deixando tudo nas minhas mãos. Eu só tenho minha mãe e minha irmã de família.Mas assim que meu doce anjo chegar, a família vai aumentar.Pego uma de seu as fotos que tenho guardada. Passo meu dedo levemente pela imagem.__ Estou indo te buscar, meu amor!P.O.V. Angel Pego alguns livros e coloco nos meus braços. Uma das poucas coisas que posso fazer nesse lugar é ler. Apesar de tudo, hoje eu estou feliz. É meu aniversário e estou completando meus 18 anos. Fico me perguntando se alguém virá me buscar. Finalmente vou conhecer a minha família? Solto um suspiro e me sento em uma poltrona. O calor que emana da lareira é reconfortante. O lugar em que estamos é muito frio. Não me lembro de ter sentido o sol alguma vez na minha vida. Os livros daqui não são tão interessantes, mas é o que eu tenho para ler. __ Feliz aniversário! - me assusto com a aparição repentina da minha professora. __ Obrigada, Cecília - dou um sorriso e a abraço. Cecília está com um cupcake na mão e uma vela em cima. Fechos meus olhos e faço um silencioso pedido. "Só quero poder sair daqui" Assopro a vela e dou um sorriso. Mordo um pedaço e me delicio ao sentir o doce sabor do chocolate. __ Quer um pedaço? __ Não, meu amor. É todo para você - mordo mais um pe
P.O.V. Heitor Não posso negar que fiquei irritado ao ouvir do meu anjo que não deveríamos nos casar. Depois de tantos anos, ver ela foi uma realização. Mas Angel não parece pensar da mesmo forma que eu. Não posso cobrar muito, já que ela não se lembra de mim, então tento manter a calma de todas as formas possíveis. __ O que você fez? - me viro para olhar a minha irmã. Estou muito irritado com ela. Seu trabalho era vigiar a Angel, e ela deixou que meu anjo fosse machucado. Quero colocar fogo nesse colégio, com todo mundo dentro. A porta do quarto é aberta e uma senhora já de idade entra. Ela olha para mim um pouco assustada. __ O que está fazendo aqui? Não é permitido nenhum homem nesse local - aperto minha mão em um punho. __ Está preocupada com isso? Você trancou uma de suas alunas em um porão e a deixou lá por 2 dias, com fome e sede! A mulher não pareceu se abalar com o que eu disse. Isso só me deixa ainda mais irado. __ Todas as meninas recebem uma disciplina excelente.
P.O.V. Heitor Entro no cassino acompanhado dos meus seguranças. Passo por entre as pessoas e mesas de jogos de azar. Minha missão aqui é uma só. Entro em uma sala particular, onde acontece o jogo de pôquer. Aqui só tem homens criminosos, que tiram esse tempo para aproveitar longe da família. Me sento em uma cadeira e puxo um dinheiro do meu bolso. Eles me olham e esperam para que eu faça a minha aposta. Sempre apostei alto nos Jogos, mas raramente perco. Aceito o whisky oferecido por uma mulher, que está apenas de calcinha, com os seios de fora. Aceito também o charuto oferecido pelo homem responsável pelas apostas. __ Não sabia que iria aparecer hoje, Heitor. __ Você sabe o motivo Fernando, eu sempre costumo vencer, então sempre retorno - ele da uma risada. Fernando é a pessoa que acha que pode brincar comigo, essa noite vou mostrar que está muito enganado. Observo os seguranças dele. São cinco no total, contra três dos meus. Não recuo ao ver isso, sei da capacidade de cada
P.O.V. AngelOlho para o meu pé. Ele já não está inchado, apenas um pouco dolorido. Acho que eles me deram alguma injeção enquanto eu dormia. Observo o quarto em que estou, ele é grande, mas tão sem graça. A única coisa que eu queria fazer era sair daquele colégio, agora que sai, não sei exatamente o que fazer. Estou na casa desse homem que eu não conheço, mas ao contrário de mim, ele parece me conhecer muito bem. Noiva... Fica dizendo que sou sua noiva. Como eu posso ser a noiva dele? Estou tão confusa. Quase não dormi a noite, fiquei o tempo inteiro pensando nisso. Heitor nem me falou nada sobre meus pais, me deixando no escuro. Alguém bate na porta e eu permito a entrada. Stefane aparece no batente da porta, muito bem arrumada e com um sorriso no rosto. __ Vamos fazer compras? - ela entra no meu quarto arrumada - trouxe uma roupa para você, vá se arrumar. Me animo com a ideia de sair um pouco. Quero muito conhecer a cidade, fazer várias coisas. Me arrumo rápido, eu já tinh
P.O.V. Angel __ Está perfeita! __ Você nem me viu, eu estou de costas - sua mão pousa na minha cintura e me vira. Me encolho com seu olhar faminto sobre mim. Ele me olha de cima a baixo e depois sorri de um jeito estranho. __ Como eu disse, está perfeita - ele passo o nariz no meu pescoço - está cheirosa - minhas pernas tremem com a intensidade de suas palavras. __ Aonde vamos? - pergunto assim que consigo me afastar. Heitor não pareceu gostar que eu me afaste dele. Já reparei que ele gosta sempre de me ter por perto. Então para tentar acalma-lo pego em sua mão. Toco levemente a palma e dou um sorriso. __ Vou levar você para jantar - leva minhas mãos a boca e deixa um breve selar. Ele segura na minha cintura e me leva para fora da casa. Entro no carro e coloco o cinto de segurança. Enquanto estamos no carro, ele mantêm uma mão na minha perna, e estranhamente isso não me incomoda. Mantemos um silêncio confortável no carro. __ Chegamos! - ele fala chamando minha atenção. Ol
P.O.V. Angel O silêncio é um pouco desconfortável. Eu não sei muito o que falar. Minha cabeça ainda dói com a lembrança. Eu visualizei o rosto do meu pai, esse homem que no momento está me olhando. Um olhar cheio de amor e saudades. Antes de tudo eu quero entender seus motivos. Quero descobrir o porquê de ter me deixado lá. Vivi os piores dias da minha vida, sofri das piores formas possíveis, fui humilhada, senti frio, fome, além de ser castigada várias vezes. Agora estou na frente da pessoa que me deu esse destino cruel. Sempre quis conhecer minha família, não só para sentir um pouco de amor, mas também para saber o motivo de ter me deixado. __ Você ainda é minha princesinha - passa a mão pelo meu rosto - não mudou quase nada. Dou um sorriso um pouco constrangida. Só tem eu e ele aqui. Heitor está do lado de fora, imagino que esperando a conversa acabar. __ Por que me deixou naquele lugar? - brinco com o meu colar, me sentindo nervosa. __ É tudo culpa daquele homem. Ele é o
P.O.V. Angel Quando adentro minha língua na boca dele, posso sentir o gosto forte da bebida. Me lembro do que li no livro e resolvo fazer o que li no livro. Puxo o cabelo da nunca dele e arranho levemente. Quando me separo, mordo levemente o lábio inferior dele. Heitor me olha um pouco impressionado. __ Obrigada pela estufa, eu gostei muito. Sei que fui um pouco grossa hoje, mas... Eu não quero ficar mais trancada, ok? Já fiquei por muito tempo naquele colégio. __ Isso não vai mais acontecer, apenas se necessário. __ Heitor... - ele coloca o dedo nos meus lábios, me impedindo de falar. __ Eu sei que não quer ficar trancada, entendo os seus motivos. Mas você tem que entender que eu não vou permitir que nada te aconteça e isso não está em discussão - ele fala dando o assunto por encerrado. Bato o pé no chão e o olho com raiva. Mas isso não o atingiu de forma alguma. Ele ainda me olha firme, não deixando espaços para discussões. Ele me mostra mais um pouco do que vai fazer na es
P.O.V. Angel O vestido dela é prata. Ele é curto e tem um grande decote nos seios, dava para ver até seu umbigo. Ela não está ruim, está até muito bonita. __ O que você quer? - grito com ela. __ Nada demais - ela liga a torneira e lava as mãos. __ Você sabia, não é? Sempre soube que eu sou a sua irmã - a seguro pelos ombros - e mesmo assim fingiu não me conhecer. __ Meu pai que disse que eu não deveria falar nada - dou um passo para trás. Me sinto chateada instantaneamente. Só de ouvir isso eu me sinto mal. Eu sempre tive alguém da minha família do meu lado e nunca soube disso. Isso é tão injusto. Por que o meu pai faria isso? Ele me odeia tanto assim? __ Você sempre foi tão cruel comigo - mordo meu lábios impedindo que as lágrimas desçam. __ Do que está falando? Você sempre me tratou mal. As pessoas que conhecem você agora, não sabe do que você é capaz. Você é cruel Angel, cruel! __ Eu nunca te fiz nada. __ Você apenas não se lembra, mas você já fez muita coisa ruim comigo